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Inclusão Escolar de crianças com autismo: Desafios e avanços

SOBRENOME, Nome do autor (estudante) Licenciando/Bacharelando em (curso do


estudante) no Centro Universitário Internacional Uninter

SOBRENOME, Nome do Professor orientador convidado (o nome do professor Corretor


deve ser colocado após a primeira postagem e correção)

RESUMO

Palavras-chave: Autismo, inclusão, educação especial, TEA

1. Introdução

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2. Metodologia

O presente artigo, adotou uma abordagem qualitativa, concentrando -se em trabalhos


acadêmicos, teses, revistas, pesquisas e artigos para explorar e compreender a inclusão
escolar de crianças com Autismo.
O estudo baseou-se em uma revisão bibliográfica, na qual foram estabelecidos critérios
para a seleção das obras. Durante a pesquisa bibliográfica, foram considerados
parâmetros essenciais, como a data de publicação, abrangendo o período de 2010 a 2022.
Foram utilizadas palavras-chave, como "inclusão escolar", "autismo", "educação
especial", nas buscas em bases de dados relevantes, tais como PubMed, Google
acadêmico e SciELO entre outros.
Esse processo de informações assegurou uma abordagem abrangente e fundamentada,
priorizando fontes recentes e relevantes, fortalecendo o embasamento teórico do
estudo.

3. Revisão bibliográfica
3.1 O autismo e a educação inclusiva
3.1.1 Transtornos do Espectro Autista (TEA)
A TEA é uma condição neuropsiquiátrica cuja característica dominante é a falta de
interação e comunicação social, além de comportamentos repetitivos e restritos. O termo
‘’espectro’’ significa a diversidade de sintomas observados em indivíduos por essa
condição. O espectro abrange uma ampla gama de desafios e habilidades reconhecendo
que o autismo se manifesta de maneiras diferentes em cada indivíduo.
A expressão "autismo" foi inicialmente introduzida na literatura psiquiátrica por Plouller
em 1906. Entretanto, em 1911, Bleuler utilizou esse termo para descrever os sintomas
negativos e a alienação social em pessoas diagnosticadas com esquizofrenia (RAPIN;
TUCHMAN, 2009; SALLE et al., 2005). Na época, Bleuler referiu-se ao autismo como o
"transtorno básico da esquizofrenia", caracterizado pela limitação nas relações pessoais

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com o mundo externo, excluindo tudo o que parecia ser o "eu" da pessoa (SALLE et al.,
2005, p. 11).
Em 1943, os estudos de Leo Kanner redefiniram o autismo como uma condição específica,
distinta de outras psicoses graves da infância. Em seu artigo intitulado Distúrbios
Autísticos do Contato Afetivo Kanner observou onze crianças com comportamentos
distintos, como a incapacidade de se relacionar com outras pessoas, distúrbios severos de
linguagem e insistência obsessiva na invariância (ROSENBERG, 2011). Para Kanner existe
três grupos de sintomas para a síndrome que são inabilidade social; problemas de
linguagem e comunicação; e necessidade de repetição. Em sua obra pioneira de 1943,
"Autismo Infantil Precoce", Kanner delineou pela primeira vez características
comportamentais distintivas, descrevendo dificuldades na comunicação, padrões
repetitivos de comportamento e interação social peculiar em crianças.
Paralelamente aos estudos de Kanner,o pediatra autriáco Hans Asperger, em seu país,
descreveu um grupo de crianças com dificuldades no desenvolvimento, sem
características associadas ao retardo mental, chamando-as de "psicopatia autística".
Embora Asperger tenha observado uma possibilidade de prognóstico melhor em
comparação com as crianças de Kanner, elas compartilhavam incapacidades no
desenvolvimento e um profundo déficit de relacionamento interpessoal (RAPIN;
TUCHMAN, 2009). Na época da descrição de Kanner, a etiologia do autismo foi
relacionada aos cuidados parentais, sugerindo que a criança nascia biologicamente
normal, tornando-se autista devido a inadequações ambientais, especialmente por parte
da mãe. Essa perspectiva persistiu por anos, sendo apenas na década de 60 que estudos
começaram a sustentar uma causa biológica para essa condição (SCHWARTZMAN, 2011a).
Diferentemente da abordagem de Kanner, Asperger também observou que algumas
dessas crianças tinham habilidades intelectuais, dentro dessas habilidades incluía uma
memória excepcional, habilidades matemáticas avançadas entre outros. Sua observação
resultou na síndrome posteriormente nomeada em sua homenagem, Síndrome de
Asperger.
As contribuições de Kanner e Asperger formaram as bases para a conceituação inicial do
autismo, introduzindo a diversidade no espectro. A distinção entre autismo clássico e
Síndrome de Asperger, inicialmente delineada por Asperger, trouxe uma compreensão

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mais abrangente da variabilidade dentro do TEA. Portanto o diagnóstico do autismo
requer não apenas analisar as características clínicas de Kanner, mas também reconhecer
as contribuições de Asperger, enfatizando a heterogeneidade do espectro autista. Essas
perspectivas pioneiras continuam a influenciar diagnósticos, pesquisa e terapias no
campo do autismo, sublinhando a importância de uma visão integrada.

3.2 Princípios da educação inclusiva


Atualmente, diversas legislações regem as políticas públicas de Educação Especial no
Brasil, todas fundamentadas na Constituição Federal de 1988. Exemplos incluem as
Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica e a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, nº. 9.394, de 1996. A Constituição, desde 1988, garante o
direito à educação para todos, destacando a necessidade de universalização do ensino. A
partir de então, começou a se falar em uma educação para todos, tendo a necessidade de
universalização do ensino, Rodrigues (2000) destaca que:
A Educação Inclusiva é frequentemente apresentada como
uma transformação da abordagem integrativa na escola.
Contrariamente, ela não representa uma evolução, mas sim
uma ruptura significativa com os valores da educação
tradicional. A Educação Inclusiva posiciona-se como
respeitadora das diversas culturas, capacidades individuais e
possibilidades de desenvolvimento de todos os alunos. Ela
promove a escola como uma comunidade educativa,
advogando por um ambiente de aprendizagem diferenciado
e de qualidade acessível a todos os estudantes. Essa
abordagem reconhece as disparidades, trabalha com elas
para o progresso, e atribui-lhes sentido, dignidade e
funcionalidade (RODRIGUES, 2000, p.10).

Para Sassaki (2007) a inclusão é um processo de transformação do sistema social para


abraçar a diversidade humana e garantir que ninguém seja excluído ou discriminado.

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Na sociedade moderna, ouvimos frequentemente falar sobre inclusão. Afinal, qual é o
sentido da inclusão? Segundo o Dicionário Aurélio (2010), conter significa conter algo em
algum lugar. Consiste em um processo de inserção. Como tal, o termo inserção significa
inclusão. Por outras palavras, neste contexto pode-se dizer que significa incluir pessoas
em lugares. Dessa forma, podemos pensar na escola como o local onde aprendemos
formalmente a ler e a escrever. Na visão de de Mittler (2000, p. 25):
(...) no campo da educação, a inclusão inclui um processo de
reforma e reestruturação de escolas inteiras, com o objetivo
de garantir que todos os alunos possam aceder a toda a
gama de oportunidades de serviços educativos e sociais
oferecidos pela escola.
O significado da inclusão no contexto das crianças vai além de uma simples definição; é
um convite para compreender profundamente como esse conceito molda as experiências
e oportunidades das crianças. Refletindo as palavras de Thomas Hehir, especialista em
educação inclusiva, “A inclusão não se limita a um programa para pessoas com
deficiência; é um programa destinado a todos os alunos. Essa abordagem destaca a
abrangência da inclusão, incentivando-nos a explorar não apenas sua definição, mas
também como se manifesta em práticas que têm impacto direto no desenvolvimento e
no contexto educacional das crianças.
A exploração do desenvolvimento social em crianças com necessidade especiais de
aprendizagem ressalta a importância crítica da inclusão em ambientes educacionais.
Estudos recentes têm focado em como a participação em ambientes inclusivos não
apenas remove barreiras educacionais, mas também desempenha um papel crucial no
aprimoramento de habilidades sociais e emocionais, influenciando positivamente o bem
estar emocional dessas crianças. É necessário reconhecer que cada criança é única em
sua forma de conhecer o mundo, independentemente de apresentar ou não limitações.
Portanto, em vez de aplicar uma abordagem única para todos, é importante ajustar a
interação e o ensino de acordo com as características especificas de cada criança.
As escolas devem se concentrar no desenvolvimento de práticas de ensino sem
julgamentos que os ajudem a construir novos conhecimentos e novas práticas; é
necessário adotar uma atitude de valorização que permita a diversidade. Portanto, é que

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as escolas examinem suas práticas de exclusão e estejam dispostas a fazer novas
configurações para enfrentar os desafios da inclusão. Strieder e Zimmermann (2000, p.
145) afirmam que:
A Inclusão significa aspiração e mudanças profundas na
filosofia e na prática educacional. Criar mudanças com
diferentes expectativas baseadas no princípio da participação
coletiva.

O princípio da educação inclusiva reflete uma das ideias fundamentais da democracia:


cada criança é uma parte valiosa e ativa da sociedade. A abordagem educacional em
ambientes inclusivos beneficia não apenas crianças com necessidades educacionais
especiais, mas também suas colegas, famílias e a sociedade como um todo. A interação
com crianças saudáveis é um catalisador para o desenvolvimento cognitivo, físico, de fala,
social e emocional das crianças com necessidades educacionais especiais.
Simultaneamente, crianças com desenvolvimento típico proporcionam modelos
comportamentais adequados, inspirando as demais a adquirir novos conhecimentos e
habilidades de forma intencional. Nas salas de aula inclusivas, a interação entre alunos
com necessidades educacionais especiais e seus colegas promove a formação de
amizades, cultivando a percepção e tolerância naturais às diferenças humanas. Essa
dinâmica contribui para sensibilizar as crianças, preparando-as para a colaboração mútua.
A Lei 8.069, conhecida como Estatuto da criança e do adolescente, garante o
atendimento educacional e especializado a todas as crianças com deficiência
principalmente na rede regular de ensino.
Nos artigos 205 e 206 da constituição federal 1988, declara que “ a educação é um direito
de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, a cidadania e a qualificação
para o trabalho, a igualdade e o acesso a permanência na escola”.
De acordo com o artigo 208, trata – se que a Educação Básica é obrigatória e gratuita dos
4 aos 17 anos, e afirma que “é dever do Estado garantir atendimento educacional
especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de
ensino”.
Princípios Básicos da Educação Inclusiva

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- Ensino conjunto:
Todas as crianças devem ter um ensino conjunto, independente dos desafios e diferenças
que existir entre elas;
- Atendimento as necessidades
As escolas devem ter conhecimento, e levar em consideração as diferentes necessidades
de seus alunos;
- Educação de qualidade para todos
Proporcionar uma educação de qualidade para todos, por meio de práticas de ensino
adequado, com a utilização de medidas organizacionais, para criar um ambiente inclusivo.
Desenvolvido por estratégias de ensino que atendam a diversos estilos de aprendizagem;
- Recursos e parcerias
A importância do uso de medidas, desenvolvimento de uma estratégia de ensino, uso de
recursos e parcerias para enriquecer o ambiente educacional;
- Assistência adicional:
As crianças com necessidades especiais devem receber a assistência adicional para que
possam garantir o sucesso ao processo da aprendizagem;
Através desses princípios, a educação inclusiva para crianças com autismo oferece
benefícios significativos. Para crianças isso pode levar a um desenvolvimento mais
completo de habilidades sociais, emocionais e acadêmicas. Além de ter, uma melhor
interação com os colegas da turma. As famílias, implica em parceria com a escola, os pais,
educadores e profissionais de apoio. Isso pode gerar um ambiente mais forte e
estratégico para o progresso da criança. Especialmente aquelas com crianças que
possuem necessidades educacionais especiais. Nestes casos, os pais podem receber
apoio valioso de outros responsáveis, ganhando uma compreensão mais aprofundada do
desenvolvimento típico e atípico de seus filhos. Além disso, são encorajados a participar
ativamente do processo educacional, promovendo uma colaboração mais estreita entre a
escola e o ambiente familiar.
Os educadores das turmas inclusivas desenvolvem uma compreensão mais abrangente
das diferenças e características individuais das crianças. Essa compreensão aprimorada
facilita uma cooperação mais eficaz com os pais e outros profissionais, como

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fisioterapeutas, terapeutas de reabilitação, fonoaudiólogos, assistentes sociais, entre
outros (BORZOVA, 2020; TIMOSHENKO; SHUMILOVA, 2020).

4.Desafios da Inclusão Escolar


4.1 Principais desafios
A integração do aluno com deficiência no contexto educacional, certamente é um grande
desafio para o sistema. Este tema gera debates e opiniões divergentes, apesar das bases
legais existentes. Mesmo com respaldo jurídico, enfrenta muitos obstáculos que, por
vezes, comprometem sua efetividade. É crucial que as atividades propostas pela escola
estejam alinhadas com a realidade vivenciada pelo aluno incluído, facilitando sua
adaptação ao contexto educativo e promovendo uma participação ativa no processo de
aprendizagem. É crucial compreender verdadeiramente o conceito de educação inclusiva,
conforme destaca Cavaco (2014, p.36).
A inclusão vai além do ambiente físico da sala de aula ou da escola. É
um conceito que envolve a aceitação, a dedicação dos pais, dos
professores, dos funcionários, das escolas, da sociedade e do mundo
em geral. A inclusão é uma forma de estar e de ser, onde todos
trabalham juntos para criar um ambiente educacional acolhedor e
inclusivo para todos os alunos.
Uma instituição educacional inclusiva vai além da simples admissão de alunos com
deficiência; ela demanda adaptações para abraçar a diversidade e atender às
necessidades individuais desses estudantes. Essas transformações devem abranger tanto
o ambiente físico quanto as atitudes. A afirmação de que o ensino deve ocorrer
prioritariamente na rede regular não implica o encerramento das escolas especiais. Pelo
contrário, essas instituições desempenham um papel complementar e de apoio na
formação dos alunos dentro do sistema regular de ensino.
A neuropsicopedagoga e professora especializada em educação inclusiva, Cleuci Mara
Barbosa Martins, explica que os obstáculos enfrentados pelos alunos autistas podem ser
evitados com as intervenções certas. Ela afirma que “O ambiente escolar não deve ser
preparado apenas com tutor ou auxiliar de inclusão, o aluno com TEA precisa que todos
estejam preparados, desde aquele que recebe o autista no portão e o encaminha para a
sala até quem prepara o alimento”. Para Cleuci, a dificuldade mais grave que um aluno
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autista enfrenta nas escolas regulares sem o devido preparo, é a integração sensorial, já
que as formas como eles veem o mundo e processam as informações sensoriais dentro
de cada ambiente, é diferente das outras pessoas.
A integração sensorial no autismo refere-se à capacidade do sistema nervoso de
processar informações sensoriais de maneira eficaz. Portanto crianças com Transtorno do
Espectro Autista (TEA) frequentemente enfrentam desafios na integração sensorial, o
que pode se manifestar de diversas maneiras, como hipersensibilidade (sensibilidade
aumentada a estímulos como luz, som, toque) ou hipossensibilidade (insensibilidade ou
menor resposta a estímulos). A dificuldade na integração sensorial pode afetar a
capacidade do indivíduo de regular seu comportamento, emoções e interações sociais.
No entanto terapias de integração sensorial são frequentemente utilizadas para ajudar
pessoas com autismo a lidar melhor com essas questões sensoriais. Essas terapias visam
desenvolver a habilidade de processar e interpretar sensações de forma mais organizada,
proporcionando assim uma melhoria na qualidade de vida e nas interações diárias.
Conforme o DSM-5 (2014), os primeiros indícios do transtorno do espectro autista são
geralmente identificados entre o primeiro e o segundo ano de vida e comumente
incluem:

1. Dificuldades na reciprocidade socioemocional, desde


abordagens sociais atípicas até desafios em
estabelecer conversas normais e compartilhar
interesses, emoções ou afeto. Também envolvem
dificuldades em iniciar ou responder a interações
sociais. 2. Deficiências em comportamentos
comunicativos não verbais para interação social,
abrangendo desde comunicação verbal e não verbal
pouco integrada até anormalidades no contato visual,
linguagem corporal e déficits na compreensão e uso
de gestos. Pode incluir a ausência total de expressões
faciais e comunicação não verbal. 3. Desafios em

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desenvolver, manter e compreender relacionamentos,
que variam desde dificuldades em ajustar
comportamentos para diferentes contextos sociais
até problemas em compartilhar brincadeiras
imaginativas, fazer amigos e falta de interesse por
pares (DSM-5, 2014, p. 94).

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode estar associado a outros distúrbios, tais
como depressão, epilepsia e hiperatividade. Apresentando-se em uma ampla gama de
graus, desde manifestações mais severas, em que a pessoa não demonstra fala, contato
visual ou interesse interpessoal, até formas mais leve conhecido como alto
funcionamento, onde os indivíduos têm capacidade para falar, acompanhar estudos
regulares, desenvolver-se profissionalmente e estabelecer vínculos interpessoais.
O material produzido pelo Ministério da Saúde, que abrange as orientações para a
atenção à reabilitação de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), destaca
que:
O tratamento deve ser implementado de maneira acolhedora
e humanizada, levando em consideração o estado emocional
da pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e seus
familiares. O foco deve ser direcionado ao desenvolvimento
de habilidades funcionais, à mitigação de limitações e à
prevenção ou retardamento de possíveis deteriorações nas
capacidades funcionais. Isso deve ser alcançado por meio de
processos de habilitação e reabilitação, com ênfase no
acompanhamento médico e de outros profissionais de saúde.
Esses profissionais devem abordar as dimensões
comportamentais, emocionais, cognitivas e linguísticas (oral,
escrita e não verbal), fundamentais para a integração social
das pessoas com TEA na sociedade (Brasil, 2012, p. 57).

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De acordo com Santos (2008) a escola desempenha um papel importante na
investigação diagnóstica do autismo, pois é um ambiente onde a criança pode enfrentar
desafios na adaptação às regras sociais.
É importante ressaltar que, como os autores afirmam neste estudo, a falta de
profissionais capacitados para trabalhar com portadores de TEA, é um dos grandes
desafios da rede regular do ensino. Portanto, profissionais, educadores, a escola em geral
tem sua grande importância no desenvolvimento da criança autista no ambiente escolar.
É de suma importância o papel desses profissionais para oferecer suporte personalizado,
implementar estratégias adaptativas e promover um ambiente inclusivo que atenda às
necessidades específicas desses alunos.
Para superar essas barreiras, é essencial implementar estratégias inclusivas. Isso envolve
não apenas a adaptação de ambientes físicos, mas também a promoção da aceitação e
compreensão por meio de programas de conscientização. A educação para a inclusão e a
sensibilização sobre o TEA são passos cruciais para criar um ambiente mais acolhedor e
facilitar a participação plena dessas crianças.

4.Avanços na Inclusão Escolar de Crianças com Autismo


4.1 Estratégias Eficazes
Desde a identificação inicial do autismo por Kanner, houve uma proliferação significativa
de estudos sobre o tema, envolvendo cientistas de todo o mundo. Estes pesquisadores
têm se dedicado a investigar tanto as causas quanto possíveis abordagens para a
reversão dos quadros de autismo.
Segundo a visão de Kleina (2012, p. 22) a Educação Especial deve ser integrada à educação
geral, com adaptações para atender as necessidades específicas dos alunos com
necessidades educacionais especiais.
Nas últimas décadas, observa-se um notável progresso na área da Educação Especial no
Brasil, especialmente no âmbito da tecnologia assistida. Um marco significativo foi a
implementação das salas de recursos multifuncionais em escolas públicas, destinadas à
execução do Atendimento Educacional Especializado (AEE).

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O Atendimento Educacional Especializado (AEE) constitui um serviço da educação
especial que tem como propósito identificar, desenvolver e organizar recursos
pedagógicos e de acessibilidade. Esses recursos são designados para superar obstáculos
e garantir a plena participação dos alunos, levando em consideração suas necessidades
específicas (SEESP/MEC, 2008).
Esses recursos estão equipados com mobiliário, materiais didáticos e pedagógicos, além
de recursos de acessibilidade e equipamentos específicos. Destinadas ao atendimento
dos alunos que são público-alvo da Educação Especial e que necessitam de suporte
especializado no período escolar, essas salas desempenham um papel crucial no avanço
da inclusão e na oferta de um ambiente mais acessível e adaptado às necessidades
individuais dos estudantes.
Muitas escolas adotaram, praticas inclusivas, com suporte especializado, adaptações
treinamentos para educadores. A tecnologia desempenhou um papel crucial
proporcionando ferramentas e recursos que pode contribuir com o processo de
aprendizagem e autonomia, proporcionando uma efetiva inclusão do aluno com
deficiência.
Ortega (2019) afirma que "o uso da tecnologia permite que estudantes com limitações
físicas, mentais ou diferentes estilos de aprendizagem se tornem protagonistas do seu
próprio aprendizado, adaptando-o às suas necessidades’’.
A tecnologia é uma ferramenta inovadora que oferece melhorias na comunicação,
habilidades sociais e aprendizado da criança autista, como aplicativos e dispositivos
específicos para o autismo, tablets e software interativos, podem ser uma ferramenta
inovadora que oferece melhorias na comunicação, habilidades sociais e aprendizado da
criança autista.
Em destaque, Reily (2004) afirma que essas tecnologias podem ser utilizadas no contexto
escolar, especificamente na sala de aula, de forma pedagógica, sendo que essas não são
apenas ferramentas, mas sim, prováveis recursos que podem auxiliar no atendimento do
aluno com necessidades específicas.
Num contexto similar, diversas tecnologias instrucionais são empregadas na sala de aula,
oferecendo benefícios específicos para alunos com autismo. Entre essas tecnologias,
destaca-se a modelagem de vídeo, que facilita o reconhecimento de expressões faciais.

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Nessa abordagem, os alunos imitam comportamentos de forma lúdica, proporcionando
uma maneira envolvente de expressar emoções (RODRIGUES; ALMEIDA, 2017).
A inclusão do aluno com TEA pode ser facilitada pela combinação da tecnologia com
atividades lúdicas. Almeida (1994), ao afirmar que toda essa possibilidade só ocorre a
partir da interação e mediação do professor de apoio, a fim de motivar e estimular o
aluno, envolvê-lo com tecnologias que possibilitem inclusão e atividades lúdicas que
integrem essas ferramentas digitais.
Portanto, a escola desempenha um papel fundamental na investigação diagnóstica do
autismo, proporcionando um ambiente onde a criança pode enfrentar desafios na
adaptação às regras sociais. A Educação Especial, por sua vez, deve ser integrada à
educação geral, com adaptações para atender as necessidades específicas dos alunos.
Além disso, o uso da tecnologia, aliado a atividades lúdicas e à mediação do professor de
apoio, pode facilitar a inclusão do aluno com TEA, permitindo que eles se tornem
protagonistas do próprio aprendizado e se adaptem melhor às suas necessidades.

4. Considerações finais

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Referências

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Mittler, P. (2000). A Inclusão de Alunos com Necessidades Especiais: Um Guia para


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dezembro de 1996. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996.

_________Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado


Federal, 1988.

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