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Ferreira, Valquiria Ketila dias. EDUCAÇÃO FISICA ADAPTADA. 2019.

17
páginas. Projeto de Ensino (Graduação em Educação Física) – Centro de
Ciências Exatas e Tecnologia. Universidade Norte do Paraná, Toledo - PR, 2019.

RESUMO

O objetivo do estudo foi investigar a percepção sobre a inclusão em aulas de


Educação Física a partir da vivência do conteúdo Educação Física Adaptada
durante uma disciplina de estágio curricular supervisionado. Participaram alunos
com e sem deficiência do 5º ao 9º ano do Ensino Médio de uma escola pública
Municipal Lucia Helena Bartolomei Pires. Utilizaram-se como base estudo do
conteúdo e observações presenciais sobre o tema escolhido e um diário de
campo para a recolha das informações, as quais foram analisadas a partir da
técnica análise de conteúdo. As percepções dos alunos sobre e do professor
diante do cotidiano escolar ao longo dos meses de observação dentro espaço
escolar e as condições de trabalho oferecidas mudança da visão anterior sobre
predomínio de determinado receio em relação à inclusão. Aceitação à inserção
e continuidade da na escola. Concluiu-se que os alunos não apresentavam
concepção ampliada sobre a inclusão. A reformulação desta visão após o estudo
ficou condicionada ao entendimento de que a Educação Física Adaptada
possibilita a inclusão nas aulas de Educação Física, bem como na escola como
um todo, desde que tenha continuidade no ambiente escolar.

Palavras-chave: adaptada 1, inclusão 2, Educação 3, Continuidade 4.


INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por finalidade abordar pesquisas e reflexões


bibliográficas com discussões sobre a inclusão de alunos com algum tipo de
Necessidade Especial em âmbito escolar, mostrando uma percepção de
conceitos e novas ideais. Sendo assim este trabalho tem como objetivo fornecer
para o profissional da área da Educação Física Escolar informações básicas que
o ajudarão em sua atuação profissional, implantação de projetos de inclusão e
contribuição para a sociedade. Priorizando relatar as vivências de especialistas
no assunto para adaptação de professores perante a Necessidade de Alunos
Especiais, em suas aulas.

A Educação Física escolar pode ser desenvolvida tanto no


sentido motor como psicomotor, é evidente a grande importância que ela tem na
vida e no desenvolvimento do ser humano, desde sua infância até chegar à fase
adulta. Vimos que nosso sistema de ensino ainda é meio obsoleto e não busca
capacitação dos profissionais que trabalham com tal público.

Neste projeto vamos falaremos da Física Adaptada como


formação de docentes, implicando a continuidade da busca por mais
conhecimento sobre a realidade educacional das pessoas com deficiência na
escola. Entendemos que as experiências de sucesso e de empenho,
apresentadas em meio científico possam ajudar para que se busquem novas
visões de ensino, para disseminar a educação e a interação de todos em um
ambiente escolar mais saudável e menos discriminatório na sociedade, visando
sempre em primeiro lugar o ser humano e o respeito entre todos. Buscando que
seja trabalhada a inclusão de crianças ou adultos com alguma necessidade
especial, utilizando da Educação Física Adaptada como meio.

Esperamos que este trabalho contribua com a formação


acadêmica no sentido de apontar a relevância em relação a Educação Física
adaptada em defesa de pessoas com necessidades especiais, neste conceito
defendemos que assim é possível colaborar para mudar um pouco essa imagem
preconceituosa da sociedade perante essas pessoas, e como futuros
professores pretendemos buscar subsídios para a discussão sobre a inclusão,
pois entendesse que é relevante desmitificar esse assunto mostrando que é
possível trabalhar com todos e conviver harmoniosamente, respeitando os
limites de cada ser humano.

E por fim fazer que o aluno com necessidades especiais tenha


as mesmas oportunidades de desfrutar de suas habilidades e vencer seus limites
durante suas aulas práticas. E fornecer uma qualidade de vida ao aluno com
necessidades especiais, interagindo diretamente nas aulas de Educação Física.
E assim desenvolvendo uma confraternização entre alunos regulares e os alunos
com necessidades especiais.
METODOLOGIA

Para a realização deste estudo utilizou-se a pesquisa


bibliográfica, artigos científicos e pesquisa na web, para obter como principal
objetivo desenvolver e esclarecer conceitos e idéias, para a conscientização de
desenvolvimentos de estudos posteriores, e assim levando-o há melhora do
entendimento do assunto explorado.

Na idade média a igreja atribuía as causas das deficiências ao


sobrenatural, os deficientes eram vistos com seres possuídos por demônios.
Neste tempo eram usados orfanatos, manicômios, prisões e outros tipos de
instituições estatais para guardar os deficientes mentais, atualmente tem
mudado o sentido de pensamento a sociedade tendo visado muito a questão da
inclusão, a nova linha de pensamento nos diz que a Educação Física está
orientada para ações que visam encorajar e promover a atividade física auto-
determinada para todos os cidadãos durante a vida nos dias atuais vemos uma
diferença entre Educação especial e Educação Física Adaptada, ela está
relacionada a constituição dos grupos. A primeira ele firma que não tem
condições de se engajar de modo irrestrito de forma que não oferece se nenhum
risco ao estudante, em atividades vigorosas de um programa de Educação
Física, em virtude de suas limitações. Exigia se então um programa diferenciado
em seus objetivos e instruções.

Ouvimos a palavra inclusão constantemente ser mencionada em


diversas instituições, especialmente na ultima década. Podemos pensar em
diversas ações e situações diante deste contexto, porém apresentamos aqui
uma questão. A inclusão realmente acontece nas aulas de Educação Física ou
ainda é uma possibilidade de implantação?
Segundo Itani (1998) é necessário considerar que as
representações sociais não são estáticas, há sempre uma reconstrução de
idéias, noções e valores como resultados das constantes e dinâmicas
interações. E porque não são estáticas, ‘’desajeitar a deficiência é um caminho‘’
(AMARAL, 1995, p. 148).
Por tanto não precisamos dar um nome, rotular, buscar um
adjetivo ou quem sabe excluir estas pessoas, mas sim tratá-las como pessoas
normais que possuem dificuldades como qualquer outra e que com um pouco
mais de atenção, carinho e respeito podem sim interagir com o grande grupo se
sentindo parte dele.
A expressão necessidades educativas especiais (NEE), usada
para definir esses alunos que chegam as classes da escola regular segundo
Mittler (2008) e Rodrigues (2003), foi criada para denominá-los com o objetivo
de amenizar a ênfase nas deficiências e déficits das crianças, para uma
designação de uma necessidade individual única, desqualificando os rótulos
trazidos por escolher diagnósticos e procurando situar o processo educativo nas
“necessidades” e não nas dificuldades, ainda que não livre por completo de
associações preconceituosas
Por outro lado, o desafio da inclusão, mais do que definir termos
é a busca da reforma do sistema educacional, para que a mesma possa
responder a uma infinidade de necessidades educativas especiais (MITTLER,
2008).
As diretrizes nacionais e internacionais orientam políticas
públicas que são elaboradas para assegurar os direitos de todos principalmente
das crianças e de pessoas com algum tipo de deficiência, a Convenção dos
Direitos da Pessoa com Deficiência (CDPD) aparece com uma conquista das
pessoas com deficiência. Todavia, há divergências com relação à sua
necessidade, uma vez que já existe uma Convenção dos Direitos Humanos
(ONU, 1948) que deveria ser suficiente para qualquer grupo social. De qualquer
forma, a CDPD é um documento fundamental para impulsionar as mudanças
que vão assegurar seus direitos, conforme estabelecido nos princípios gerais da
Convenção.

São pontos importantes do documento:

1° Respeito pela dignidade inerente e autonomia individual incluindo a liberdade


para fazer as próprias escolhas e independências das pessoas.

2° Não- discriminação.

3° Participação total e efetiva e inclusão na sociedade.

4° Respeito pela diferença e aceitação das pessoas com deficiências como parte
da diversidade humana e na humanidade.

5° Igualdade de oportunidades.

6° Acessibilidade.

7° Igualdade entre as mulheres e homens.

8° Respeito pelas capacidades em desenvolvimento das crianças com


deficiência e respeito do direito das crianças com deficiência de preservar suas
identidades.
Sendo assim temos o dever de exigir que seus direitos sejam
cumpridos sem exceção.
Segundo Miranda (2003) a integração no cenário mundial teve
seu maior impulso a partir dos anos 80, reflexo dos movimentos de luta pelos de
PNE. No Brasil, essa década representou também um tempo marcado por
muitas lutas sociais empreendidas pela população. A autora confirma que as
mudanças sociais, ainda que mais nas intenções do que nas nações, foram se
manifestando em diversos setores e contextos e, sem dúvida alguma, o
envolvimento legal nestas mudanças foi de fundamental importância.
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 208, estabelece
a integração escolar enquanto preceito constitucional, preconizando o
atendimento aos indivíduos que apresentam Necessidades Especiais,
preferencialmente na rede regular de ensino. Podemos dizer que ficou
assegurado pela Constituição Brasileira (1988) o direito de todos à Educação,
garantindo assim, o atendimento educacional de pessoas que apresentam
Necessidades Educativas Especiais.
Outro documento importante para o tema em questão é a
“Declaração de Educação para Todos: Satisfação das Necessidades Básicas de
Aprendizagem” organizada em Jomtiem, 1990.
Esta Declaração foi aprovada na conferência mundial sobre
educação para todos e vem reiterar o direito de todos à educação, consagrado
pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, sendo que conforme o próprio
documento expressa na ocasião em que foi proclamado, muitos grupos
continuavam excluídos da escola e meio a uma situação problemática mundial
que consistiu em alguns aspectos dentre eles: muitos países com dívida em
ascendência, estagnação e decadência econômica, diferenças econômicas
crescentes entre nações que resultaram em conflitos e guerras civis, violência e
morte em massa de crianças e degradação do meio ambiente.
Diante deste contexto, a Declaração estabelece, entre outros
objetivos, que cada pessoa (criança, jovem e adulto) deve estar em condições
para aproveitar as oportunidades educacionais voltadas para satisfazer as suas
necessidades básicas de aprendizagem.
Deve-se destacar que neste documento a educação é idealizada
como a base para o desenvolvimento humano permanente e como fator de
enriquecimento dos valores culturais e morais comuns, acreditando-se que é
nesses valores que os indivíduos e a sociedade encontram sua identidade e sua
dignidade.
Dessa forma além de universalizar o acesso à educação e
promover a equidade, são também objetivos da Declaração concentrar a
atenção na aprendizagem, ampliar dos meios e o raio de ação da educação
básica, propiciar um ambiente adequado à aprendizagem e fortalecer as alianças
para que estes objetivos sejam efetivados, são estabelecidos como requisitos: o
desenvolvimento de uma política contextualizada de apoio, a mobilização de
recursos, e o fortalecimento da solidariedade internacional.
Os países signatários desta Declaração, entre eles o Brasil,
comprometem-se com as seguintes metas a serem realizadas na década de
1990:
Expansão dos cuidados básicos e atividades de
desenvolvimento infantil, principalmente àqueles direcionados às crianças
pobres, desassistidas e com deficiência; Acesso universal e conclusão da
educação fundamental até o ano 2000; Melhoria dos resultados de
aprendizagem; Redução da taxa de analfabetismo adulto à metade, com
preocupação especial a condição da mulher; Ampliação dos serviços de
educação básica e capacitação em outras habilidades essenciais necessárias
aos jovens e adultos; Aumento da aquisição, por parte dos indivíduos e famílias,
dos conhecimentos, habilidades e valores necessários a uma vida melhor e um
desenvolvimento racional e constante, através de todos os canais da educação
toda criança tem direito fundamental à educação e deve ser dada a oportunidade
de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem; toda criança é única e
isto não é diferente em termos de características, interesses, necessidades e
estilos de aprendizagens.
Segundo Miranda (2003) no intuito de reforçar a obrigação do
país em promover à educação, é publicada, em dezembro de 1996, Leis de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96. Essa lei expressa em seu
conteúdo alguns avanços significativos, podemos citar a extensão da oferta da
educação especial na faixa etária de zero a seis anos: a ideia de melhoria na
qualidade de vida dos serviços educacionais para alunos e a necessidade de o
professor estar preparado e com recursos adequados de forma a compreender
e atender à diversidade dos alunos.

Escola inclusiva

O processo de implementação e desenvolvimento no século XIX


na Europa da escola “universal, laica e obrigatória” buscou dar à totalidade da
população um alicerce comum de ferramentas de cultura que permitissem nivelar
grandes diferenças socioculturais dos alunos. A tal "escola universal seria assim
como que um elemento compensatório que, dando a todos os alunos um
conjunto de conhecimentos comuns, lhes permitiria com mais equidade o acesso
à competição de onde sobressairiam os melhores. Nesse sentido pode-se dizer
que a escola buscava uma homogeneidade entre seus frequentadores e
segundo o autor "não era previsto que os alunos com qualquer necessidade
especial de educação originada, por exemplo, por uma deficiência, fossem
integrados nela.
É neste contexto que surgem as escolas especiais, organizadas
majoritariamente por categorias de deficiência, com a convicção de que
agrupando os alunos com a mesma categoria e as mesmas características se
poderia aspirar a desenvolver um ensino homogéneo, segundo o modelo da
escola tradicional. Sendo assim percebe-se que são "dois tipos de escolas
públicas os alunos com necessidades educativas “normais” e os alunos com
necessidades educativas “especiais”.
As escolas regulares seguindo esta orientação inclusiva,
constituem os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias,
criando comunidades abertas e solidárias construindo uma sociedade inclusiva
e atingindo a educação para todos [...] (UNESCO, 1994)
Nesse caso a escola pública deve acolher a
todos, buscando formação permanente para dar um
atendimento de qualidade a toda e qualquer criança e jovem que
a procure. Ou seja: A escola inclusiva procura responder, de
forma apropriada e com alta qualidade, não só à deficiência mas
a todas as formas de diferença dos alunos (culturais, étnicas,
etc.). Desta forma, a educação inclusiva recusa a segregação e
pretende que a escola não seja só universal no acesso mas
também no sucesso (RODRIGUES, 2003, p. 70-71).

Esse é um conceito fundamental para que a discussão sobre


inclusão seja qualificada e para que todos os profissionais que atuam no âmbito
escolar possam se apropriar desse tema compreendendo que possuem um
papel desafiador e fundamental para a efetivação da inclusão.

O papel da Educação Física no processo de inclusão escolar

A Abordagem sobre a inclusão de crianças com necessidades


especiais na Educação Física no âmbito escolar envolve aspectos de uma
cultura educacional e social, e traz diversos problemas de inclusão na Educação
Física Escolar.
Segundo Góes (2005) os estudos apresentam pequena inserção
de crianças com necessidades especiais na classe regular. A pergunta que pode
ser realizadas na sequencia é: se na classe regular há pouca inclusão, como
está a realidade quando se trata da Educação Física na escola ? Outro destaque
inicial se volta para a escassez de estudos da área da Educação Física e
inclusão escolar, bem como a necessidade atual de estudos nessa área ao
considerar os aspectos legais e educacionais.
Por outro lado a importância da Educação Física para a
construção da educação inclusiva passa por um processo de adaptação, as
atividades desenvolvidas que apresentam um grau de determinação menor do
que outras disciplinas, desenvolvendo a interação do aluno para as práticas
propostas pelo professor (RODRIGUES, 2003).
O professor de Educação Física deve ir além do seu próprio
conhecimento, ensinar ao desconhecido estimulando sempre, a criatividade dos
alunos, e perante a si mesmo, desafiando–se a resolução de problemas, com a
cooperação no desenvolvimento de tarefas, criando uma ampla descoberta de
movimentos (idem, 2003).
É necessário que o professor coloque seus alunos como
prioridade, e assim utilizando técnicas de aprendizado para adequar a demanda.
Que seus alunos vivenciam e aprendam durante suas aulas. Segundo Rodrigues
(2003, p. 77): “Assim, aparentemente a EF seria uma área curricular facilmente
inclusiva devido á flexibilidade inerente aos seus conteúdos o que conduziria a
uma maior facilidade de diferenciação curricular”.
Ou seja, o professor de Educação Física é visto perante aos
seus alunos com um símbolo de ações positivas, do que o restante dos outros
professores. Devido às atividades propostas com êxito e planejamento
atendendo a necessidade da turma, e que levam os alunos a terem uma vivência
prazerosa por parte da Educação Física, com atitudes favoráveis à inclusão que
ajudam a resolução de problemas e encontram soluções mais facilmente para
casos difíceis (idem, 2003).
Com esta imagem positiva do professor de Educação Física
defende-se que ele tem um papel fundamental para sanar a exclusão, e
introduzir a inclusão de alunos portadores de necessidades especiais no âmbito
escolar, por isso, mais frequentemente o professor é solicitado para participar de
projetos de inovação na escola, atendendo assim às necessidades.

Ações necessárias para a promoção da inclusão com qualidade

Segundo Caputo e Ferreira (2000, p. 49) “a inclusão tem sido objeto de


preocupação dos profissionais de Educação Física; dos órgãos governamentais
e universidades no que diz respeito à formação de recursos humanos para atuar
junto a esse público”.
Como poderemos incluir os educandos com e sem deficiência
visando á prática de esportes? “Ao oportunizar a prática esportiva para os alunos
com deficiência, os professores de Educação Física estarão rompendo e
substituindo muitos paradigmas: da incapacidade pela capacidade, da baixa
estima pela auto-estima, da exclusão pela inclusão” (SENATORE, 2006, p. 9)
Todavia, tem sido o despreparo do corpo docente nas
universidades para a formação destes recursos humanos, além das carências
de referências bibliográficas, pois até a década de 70, não existiam, nos cursos
de graduação em Educação Física uma disciplina específica cujo conteúdo
programático abordasse a atividade física direcionada a portadores de
necessidades especiais.
Na década de 80, no Brasil, de forma acanhada, foram
desencadeadas discussões a respeito da EFA, tendo como fonte provocadora
uma realidade concreta advinda do desporto já então praticado por PNE e que
remetia às Instituições de Ensino Superior a necessidade de fundamentação
teórica, calcada no conhecimento científico indispensável para professores de
EF licenciados, que se encontram diante de uma perspectiva de trabalho até
então desconhecida.
Nesta década, de forma institucionalizada, foram realizados
estudos, pesquisas, discussões científicas que tinham como objetivo a aquisição
de conhecimento especializado e troca de experiências.
Com a presença de tal fragilidade é inevitável a pergunta: Como
adequar á metodologia de ensino ao portador de necessidades especiais sem
ferir a diversidade que há em sala de aula? E passar o conteúdo de forma que
não perca a qualidade de ensino para nenhum dos alunos?
Segundo Glat; Machado e Braun (2006, p. 5), responder a tais
perguntas não é algo simples:
[...], pois para oferecer uma educação de qualidade para todos
os educandos, inclusive os que têm necessidades especiais, a escola precisa
reorganizar sua estrutura de funcionamento, metodologia e recursos
pedagógicos e, principalmente, conscientizar e capacitar seus profissionais para
essa nova realidade.
Para isso cada vez mais devemos estar preparados e
incumbidos de perpetuar os conhecimentos e discussões sobre o assunto.
Buscar sempre o conhecimento de novos métodos de ensino assim como
promover a inclusão na escola e na sociedade.
Um currículo na perspectiva da Educação Inclusiva considera
que os conteúdos a serem trabalhados em classe não são apenas um fim em si,
mas um meio para o desenvolvimento das estruturas afetivo-cognitivas dos
alunos. [...] Adaptações curriculares, portanto, envolvem determinar o que o
aluno deve aprender, como e quando aprender, que formas de organização do
ensino são mais eficientes para o processo de aprendizagem; e como e quando
avaliar o aluno.
Para isso o CPB (COMITÊ PARAOLÍMPICO BRASILEIRO), tem
um projeto onde: pretende tornar o movimento paraolímpico ainda mais
conhecido em toda a rede de escolas do ensino fundamental e médio. “Para isso,
pretende executar ações de sensibilização e capacitação dos dirigentes e dos
profissionais de Educação Física atuantes no sistema de ensino”.
Esse projeto reforça o paradigma da educação inclusiva. No
contexto atual de escola inclusiva, na qual alunos com e sem deficiência estudam
juntos, o Paraolímpicos do Futuro vem preencher importante lacuna: apresentar
à comunidade acadêmica o esporte adaptado, torná-lo ferramenta de integração
e, ainda, garimpar futuros talentos (CONDE; SOUZA SOBRINHO; SENATORE,
2006).
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