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EDUCAÇÃO INCLUSIVA: O PAPEL DO PROFESSOR.

Raquel do Espirito Santo.1

André Ribeiro da Silva.2

RESUMO: Este trabalho reflete sobre a Educação inclusiva no ensino regular, que
enfatiza o papel do professor na educação inclusiva, ressalta leis que contribui com
o direito dos estudantes de necessidades educacionais especiais na rede regular de
ensino. Educação inclusiva é um processo que amplia a participação de todos os
estudantes sem distinção de condições físicas, mentais, sociais, de raça e credo nos
estabelecimentos de ensino regular. Trata-se de uma reestruturação da cultura, da
prática e das políticas públicas vivenciadas nas escolas de modo que estas
respondam à diversidade dos estudantes. É uma abordagem humanística,
democrática, que percebe o sujeito e suas singularidades, tendo como objetivos o
crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos.

Palavras-chave: Inclusão. Educação inclusiva. Professor.

ABSTRACT: This work reflects on inclusive education in regular education, which


emphasizes the role of the teacher in inclusive education, highlights laws that
contribute to the right of students with special educational needs in the regular
education network. Inclusive education is a process that expands the participation of
all students regardless of physical, mental, social, race and creed in regular
education establishments. It is about restructuring the culture, practice and public
policies experienced in schools so that they respond to the diversity of students. It is
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Graduação do curso Licenciatura em Artes, pela Universidade Federal do Amapá e Pós-Graduação do


curso: PG19 - Educação Inclusiva e Práticas Pedagógicas, pela Tratos EaD. raquel3gmi@gmail.com
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Orientador do TCC. Pedagogo e Educador Físico, Mestre e Doutor em Ciências da Saúde - André Ribeiro da
Silva.
a humanistic, democratic approach, which perceives the subject and his singularities,
having as objectives the growth, personal satisfaction and social insertion of all.

Keywords = Inclusion. Inclusive education. Teacher.

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1 . INTRODUÇÃO:

O presente trabalho analisa o processo de desenvolvimento da educação


inclusiva para as crianças com necessidades especiais, assim como a sua função
em estar proporcionando a estas maiores interações com as demais pessoas à sua
volta, enquanto instrumento de atenuação da discriminação e do preconceito da
própria sociedade. Além disso, analisa a questão dos desafios encontrados na
Educação Inclusiva, onde por falta de informação, preconceito e exclusão tanto por
parte dos professores quanto da própria família, a criança com deficiência encontra
barreiras que a impedem de crescer junto com as demais crianças. Através desta
abordagem, é possível analisar que o papel da escola é essencial para a inclusão
das crianças com necessidades especiais, desde o acesso a tal até a função do
professor mediante esse processo de inclusão.
Atualmente a escola é considerada uma instituição que se destaca por ser
favorável à transformação social, realizada através da inclusão e de oportunidades
educativas, e por promover amplas discussões na busca de oferecer oportunidades
de mudanças, de modo a atender de fato às necessidades educativas especiais,
favorecendo aos próprios deficientes a sua inserção na sociedade, em todos os
aspectos, sejam eles econômicos, sociais ou educacionais, propiciando assim a
inclusão.
A escola inclusiva às crianças com necessidades especiais diz respeito à
identificação das mesmas e a remoção de barreiras, o que implica na coleta
contínua de informações valiosas para atender o desempenho dos alunos para
planejamento e estabelecimento de metas neste sentido. Entretanto, a inclusão
também implica um maior envolvimento entre a família e a escola e entre a escola e
a comunidade, onde todos buscam uma educação de qualidade para todas as
crianças com necessidades especiais.
Importante destacar que uma educação inclusiva de qualidade está
fundamentada no direito de todos os alunos receberem uma educação de qualidade
que satisfaça suas necessidades básicas de aprendizagem e enriqueça suas vidas,
pontua Fávero et al (2009). Assim, ao atentar- se aos grupos marginalizados e
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vulneráveis, a educação inclusiva de qualidade busca desenvolver todo o potencial


de cada pessoa, objetivando erradicar todas as modalidades de discriminação e
fomentar a coesão social.
A criança com deficiência por muito tempo teve sua imagem associada à
incapacidade, à limitação e à doença, segundo Mazzota (2001), o que acabou
ganhando força e se cristalizando, embora a deficiência seja apenas caracterizada
por seu aspecto biológico.
Diante dessa realidade, originaram-se as ações de adaptação do sujeito à
sociedade, todavia, desacompanhadas da busca por transformações sociais que
excluíssem as barreiras estruturais e humanas impostas à pessoa com deficiência,
obstando assim que suas limitações se transformassem em uma forma de
proporcionar novas possibilidades a este ser humano. Deste modo, passou a
imperar a dificuldade da sociedade em se prontificar para a aceitação desses
alunos, fazendo com que sejam discriminados e possuam muitas dificuldades à
acessibilidade e validação de seus direitos. Importante
destacar diante destes aspectos a imprescindibilidade dos professores valorizarem
os fatores responsáveis e as características das deficiências, bem como as
metodologias específicas para os deficientes e as barreiras vencidas pelo respeito,
acolhimento e apoio às famílias dos educandos com necessidades especiais.
Portanto, o objetivo deste trabalho é compreender a atual importância da
inclusão dos alunos especiais no ensino regular como uma das formas de
possibilitar aos mesmos o direito a igualdade, a justiça e a uma educação com
qualidade, demonstrando diretamente a importância do papel da escola e do
professor no processo de construção da inclusão e destacando o contexto histórico
do surgimento do aluno especial.

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2 . METODOLOGIA:

O objetivo desse artigo é a presentar o contexto do Papel do Professor na


Educação Inclusiva, sua significância e sua importância no âmbito dos métodos,
enfatizando a necessidade da formação e informação, uma vez que, através desses
atributos possamos analisar as adversidades do desenvolvimento de cada indivíduo,
a abordagem do problema é de ordem qualitativa, visto que se trata de pesquisa
social e não aborda tratamento estatístico já que na percepção de Richardson (1999,
p. 80) “(...) os estudos que utilizam uma metodologia qualitativa podem descrever a
complexidade de determinado problema, analisar a interação entre curtas variáveis,
compreender e classificar os processos dinâmicos vividos por grupos sociais (...)”. A
pesquisa tem o cunho bibliográfico, onde retrata os dados da investigação que são
de suma importância para a assimilação das aquisições propostas.
As técnicas abordadas foram através da leitura de obras de autores como
Brasil (1996), Richardson (1999), Libânio (2001), entre outros, as quais objetivaram
a encontrar as respostas e soluções para os problemas no processo de inclusão e a
importância do professor nesse processo. Entretanto a pesquisa se classifica como
descritiva pelo fato de relatar a importância do Professor nesse processo de inclusão
e desenvolvimento. Para Gil (1999, p.44), na pesquisa descritiva busca-se
“juntamente com a exploratória, as que habitualmente realizam os pesquisadores
sociais preocupados com a atuação prática. São também as mais solicitadas por
organizações como instituições educacionais, empresas comerciais, partidos
políticos etc.” Entretanto a pesquisa não deixa de ser exploratória, pois ao
aprofundar na opinião de tantos teóricos, faz-se exploração do conhecimento
científico para produção da pesquisa. Assim, em se tratando do atendimento às
necessidades de todos e qualquer aluno, as atitudes de uma instituição educacional
inclusiva enfatizam uma postura não só dos educadores, mas de todo o sistema
educacional. Uma instituição educacional com orientação inclusiva é aquela que se

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preocupa com a modificação da estrutura, do funcionamento e da resposta


educativa que se deve dar a todas as diferenças individuais, inclusive as associadas
a alguma deficiência, em qualquer instituição de ensino, de qualquer nível
educacional.

3. REFERENCIAL TEÓRICO:

O presente estudo revisa a trajetória de como se sucedeu o processo de


inclusão de pessoas com deficiências na educação brasileira. Por meio de análises
dos principais documentos legislativos que se iniciam a partir da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei nº 4.024/61 até o Estatuto da Pessoa
com Deficiência Lei nº 13.146/2015. O histórico, apresenta que até a década de 50
não existiam ações específicas voltadas para crianças com deficiência e se inicia
com uma pretensão assistencialista, que a curtos passos, foi se modificando. O
atendimento educacional às pessoas com deficiência passou a ser fundamentado
pelas disposições da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei
nº 4.024/1961, dando início a uma concepção legal com foco na integração das
pessoas com deficiência, com respaldo a melhores condições de educação.
É apresentado também as conquistas sociais que se desencadearam em
tratados, decretos e convenções internacionais, influenciando de maneira a garantir
os direitos apregoados na atual Constituição Federativa, conforme disposto no Art.
208 – III, a Educação Especial consiste na modalidade de “atendimento educacional
especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de
ensino” (BRASIL, 2016a).
Em 2015 com promulgação da Lei nº 13.146/2015, trazendo definições e
características que visam estruturar melhor a relação do poder executivo para
avaliar e instrumentalizar os recursos necessários para atendimento de pessoas
com deficiência, a Educação Especial hoje tem como definição a caracterização
específica do processo de ensino-aprendizagem e recursos para atendimento
educacional de alunos com deficiência, na qual é parte integrante da estrutura da

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Inclusão Escolar como modalidade de ensino que igualmente transita em todos os


níveis, modalidades e etapas da educação. Para além do estudo documental, foi
feito o uso de abordagem teórica e revisão de literatura em artigos publicados em
periódicos com seletiva política editorial com a base do mesmo tema e foco.
Por fim, a presente pesquisa classifica-se na área do conhecimento proposta
pelo CNPq que está inserida na grande área das Ciências Humanas,
especificamente na área da Educação e se propôs a mostrar como historicamente
se define e efetiva a Educação de Crianças com Necessidades Educacionais
Especiais, na rede regular de ensino.
Diante dessa observação histórica, torna-se possível compreender que o
conceito de Educação Especial tem sofrido significativas modificações desde a fase
inicial de sua implementação aos dias atuais e que nem sempre são interpretadas
corretamente nas ações e práticas no cotidiano das instituições de ensino e acabam
por não garantir e atingir os objetivos pretendidos com as leis. Este trabalho se
conclui em uma hipótese e não se esgota devido a desdobramentos futuros sobre o
histórico da educação a partir dos dias atuais.
https://jus.com.br/artigos/90405/o-processo-de-inclusao-na-educacao-brasileira

Existem muitos problemas que impedem que a educação inclusiva atinja o


objetivo desejado, um deles é o despreparo dos professores.

https://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/educacao-inclusiva.htm

A educação inclusiva gratuita é um direito de todos os portadores de


necessidades especiais.

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A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), no 9.394/96 (Brasil,


1996), no Capítulo III, art. 4º, inciso III, diz que é dever do Estado garantir o
“atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades
especiais, preferencialmente na rede regular de ensino”.
Inclusive, o capítulo 5 da LDB 9.394/96 trata somente de aspectos referentes
à Educação Especial. Entre os pontos especificados, o art. 58. § 1º diz que, sempre
que for necessário, haverá serviços de apoio especializado para atender às
necessidades peculiares de cada aluno portador de necessidades especiais. Por
exemplo, em uma classe regular com inclusão pode haver um aluno surdo que
necessite de um professor de apoio que saiba LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais)
para auxiliá-lo em todas as disciplinas.

https://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/educacao-inclusiva.htm

É necessário um professor de apoio para cada aluno com necessidade


especial.
Atualmente, já se tornou uma realidade nas redes públicas de ensino, alunos
com necessidades especiais frequentarem a escola em salas de aula com inclusão.
Isso é importante para que, “independentemente do tipo de deficiência e do grau de
comprometimento, possam se desenvolver social e intelectualmente na classe
regular” (BENITE, BENITE, PEREIRA, 2011, p. 48).
Isso com certeza é um avanço em relação ao passado, quando um jovem
portador de necessidades especiais era excluído da sociedade, sendo mantido
somente dentro de sua casa; além de não receber nenhum tipo de educação e de
não participar de contatos ou atividades sociais, muitas vezes sendo até mesmo
maltratado.
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Entretanto, para que a inclusão de fato se concretize, é necessário que os


professores estejam preparados para lidar com esse tipo de situação. O art. 59,
inciso III, diz que os sistemas de ensino devem assegurar aos educandos com
necessidades especiais “professores com especialização adequada em nível médio
ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino
regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns”
(Brasil, 1996, p. 44).
Porém, não é isso que é verificado na realidade. Silva e Retondo (2008) citam
Bueno (1999), dizendo que:

“de um lado, os professores do ensino regular não possuem preparo


mínimo para trabalhar com crianças que apresentem deficiências evidentes
e, por outro, grande parte dos professores do ensino especial tem muito
pouco a contribuir com o trabalho pedagógico desenvolvido no ensino
regular, na medida em que têm calcado e construído sua competência nas
dificuldades específicas do alunado que atendem” (SILVA e RETONDO,
2008, p. 28).

Por isso, torna-se urgente que os alunos de Pedagogia, de Psicologia, das


demais licenciaturas e todos os outros profissionais que terão contato com os alunos
portadores de necessidades especiais, recebam em sua formação esse preparo. É
necessário que todos fiquem “atentos para propostas pedagógicas que auxiliem os
docentes no melhoramento de suas concepções e fazeres escolares” (SILVEIRA e
SOUZA, 2011, p. 37).
Os professores enfrentam dificuldades não só em transmitir para esses
alunos as disciplinas específicas em suas áreas de formação, mas falta também o
próprio conhecimento “para lidar com a língua brasileira de sinais (libras) e com a
presença de intérpretes em suas aulas” (SILVEIRA e SOUZA, 2011, p. 38). Isso se
torna ainda mais complicado quando se trata de professores de ciências, como a
Química, pois enfrentam grandes dificuldades em lidar com a construção do
conhecimento científico voltado para esse grupo específico.

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por exemplo, os alunos surdos sofrem muito com essa questão, porque a Química
contém uma linguagem específica, que muitas vezes não tem como ser traduzida
para LIBRAS, dificultando, assim, a construção do conhecimento.
Segundo Silveira e Souza (2011, p.38), o resultado é que mesmo estando em
sala de aula, muitos alunos com necessidades especiais acabam sendo apartados
ou excluídos – ocorre um distanciamento deles, que não conseguem dar
oportunidade aos estudos.

https://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/educacao-inclusiva.htm

Se existirem profissionais capacitados para realizar a educação inclusiva, o


educando com necessidades especiais receberá o devido apoio para prosseguir em
seus estudos e carreira profissional.
Além dos professores que não são bem preparados, as próprias instituições
de ensino não contam com recursos físicos e didáticos que visam atender às
necessidades desses alunos. Por exemplo, alunos cegos necessitam de todos os
livros didáticos em Braile, cadeirantes precisam que a estrutura física da escola
esteja preparada para recebê-los, tendo, por exemplo, rampas, corrimãos, banheiros
adaptados, entre outros aspectos. Infelizmente, não é isso que se vê em muitas
escolas da rede pública, principalmente em escolas mais afastadas do centro
urbano, que carecem de condições mínimas para continuarem funcionando.
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Focalizando, porém, no educador, existem cada vez mais pesquisas pautadas


nessa formação dos professores voltada para a educação inclusiva. Uma atividade
que pode ajudar durante essa formação é “estabelecer uma via de comunicação
com instituições e escolas que trabalham com alunos com necessidades
educacionais especiais” (SILVA e RETONDO, 2008, p. 28). A elaboração de vários
projetos pode ser de auxílio nesse sentido, bem como a inclusão da disciplina
Aspectos éticos-políticos-educacionais da normalização e integração da pessoa
portadora de necessidades especiais, nos cursos de graduação citados, conforme a
indicação do Ministério da Educação, portaria 1.793/94 (Brasil, 1994).
A educação inclusiva no Brasil ainda está em seu estado embrionário, e sabemos
que o apoio e o investimento dos governos são necessários. Todavia, esperamos
que o contínuo aprimoramento de projetos nesse sentido, tanto na formação, como
na formação continuada de professores, com o tempo sane ou pelo menos minimize
os pontos decadentes do atendimento aos portadores de necessidades especiais.

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4 . RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Um dos principais espaços de convivência do ser humano é a escola. É nela


que é construída a consciência de cidadania e direitos. A escola inclusiva é aquela
que respeita as especificidades de seu alunado, suas necessidades e
potencialidades, que acolhe a diversidade, equiparando oportunidades, buscando
um desenvolvimento que ofereça qualidade (BRASIL, 2004).
A escola deve estar organizada de forma que todos os alunos, independente
de classe, gênero, raça ou necessidades educacionais especiais, possam conviver e
aprender juntos, interagindo, respeitando as diferenças e aprendendo com elas.
Deve buscar, portanto, desenvolver o potencial máximo do aluno, respeitando as
diferenças e os limites de cada um, favorecendo as interações entre os alunos,
flexibilizando o currículo de forma que seja previsto práticas heterogêneas e
inclusivas.
Conforme Stainback et al (1999) Se realmente desejamos uma sociedade
justa e igualitária, em que todas as pessoas tenham valor igual e direitos iguais,
precisamos reavaliar a maneira que operamos em nossas escolas, para
proporcionar aos alunos com deficiência as oportunidades e as habilidades de
participar da nova sociedade que está surgindo. (STAINBACK et al, 1999, p. 29)
Nessa perspectiva, o Ministério da Educação, juntamente com a secretaria de
Educação especial, elaborou um material sobre “Educação Inclusiva - A
Fundamentação Filosófica” (2004), que chama atenção para alguns pontos, tais
como:
1. Os professores devem pensar e discutir suas tarefas com o objetivo de
ressignificar os conceitos, teorias, construindo coletivamente propostas para efetivar
a adequação ou inadequação;
2. É imprescindível o trabalho interdisciplinar para decidir sobre as estratégias para a
aprendizagem.
3. A escola deve estar organizada com políticas educacionais que contemplem a
atuação interdisciplinar, rompendo com a exclusão, com a fragmentação dos
saberes.
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4. O professor especialista em educação especial deve ser um facilitador da


proposta de educação inclusiva tendo como papel fundamental articular a prática
educativa dos professores nas escolas. Este especialista e o conjunto de
professores do ensino regular, após a análise de cada situação, deverão propor
metodologias para o trabalho pedagógico. Assim, um trabalho cooperativo entre
ambos só vem somar na busca de um ensino de qualidade para todos os alunos.
Conforme Carvalho (2005) a inclusão escolar exige a reflexão a cerca de
fatores como: a individualidade – que significa não perder no todo a satisfação das
necessidades e interesses de cada um; a identidade – o que significa reconhecer-se,
aceitando suas próprias características distintas das demais pessoas. E, no caso de
pessoas com deficiência, significa não negá-las ou mascará-las, possibilitando o
desenvolvimento da personalidade dos alunos, conferindo-lhes autonomia e
autoestima positiva; os ideais democráticos – o que significa a busca de equidade,
isto é, da equiparação de oportunidades, oferecendo-se de direito e de fato o que
todos e cada um necessita para o exercício da cidadania; a remoção de barreiras
para a aprendizagem e para a participação de todos - o que significa pensar nas
barreiras enfrentadas pelos alunos e naquelas experimentadas pelos educadores e
pelas famílias, interferindo no processo de construção dos conhecimentos pelos
alunos. (CARVALHO, 2005, p.155)
Esta reflexão é necessária a fim de que se busque transformar uma escola
comum em “escola inclusiva”, para que realmente seja garantido o acesso e a
permanência de todos os alunos com necessidades específicas, propiciando o
acesso aos conteúdos básicos, de forma a garantir uma educação de qualidade a
todos.
Para a construção de uma escola inclusiva a interação de uma equipe
interdisciplinar é essencial. Assim, o professor do ensino comum e especialista em
educação especial, com o auxílio de outros profissionais da área da saúde se
complementam entre si tanto nas políticas de atendimento, quanto na originalidade
dos saberes (BRASIL, SEESP/MEC, 2004).
Essa interação que o MEC descreve é o início para se conseguir a efetivação da
inclusão educacional que todos almejam, mas, para isso, é necessário destacar,

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além dos pontos já discutidos, outros aspectos para propiciar o acesso ao


conhecimento, dentre eles, destacam-se:
 Disponibilidade de professor ou instrutor de língua de sinais, para ensino de
alunos surdos;
 Disponibilidade de professor de braille para favorecer o ensino de alunos
cegos;
 Disponibilidade de equipamentos e materiais especiais para o ensino de
alunos cegos (reglete, sorobã), livro didático em braille, máquina de
datilografia em braille, computador, softwares especializados para a
deficiência visual, tais como leitores de tela.
 Disponibilidade de equipamentos e materiais especiais para o ensino de
alunos com baixa visão (lupas, livros didáticos com letras ampliadas, etc.).
 Disponibilidade de equipamentos de informática e de softwares educacionais,
para o ensino de alunos com dificuldade de comunicação oral.
 Disponibilidade de outros recursos didáticos para o ensino de alunos com
dificuldades de comunicação oral (dicionários de língua brasileira de sinais -
LIBRAS e outros).
 Disponibilidade de mobiliário adaptado para alunos com dificuldades motoras.

Além desses itens, destaca-se também o suporte técnico-científico que o


professor necessita na prática diária. O suporte para professores do ensino regular
que recebem alunos com necessidades educacionais específicas, em sua sala de
aula, deve ser ministrado pela coordenação Pedagógica (ou equipe técnica, quando
contar com uma), a qual deve ter conhecimento dos conteúdos curriculares, dos
métodos de ensino, dos recursos didático-pedagógicos e estimular a criatividade do
professor.
Para isso, a coordenação pedagógica precisa ser ativa e participativa no
cotidiano da sala de aula, da escola e das relações com a comunidade.
Assim, é através do conhecimento e do seguimento dos quesitos necessários
para uma prática inclusiva, que a escola conseguirá desenvolver um trabalho que dê

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uma significação a escolarização e aprendizagem de sujeitos que possuem alguma


limitação. (BRASIL, SEESP/MEC, 2004)

Para finalizar as discussões apresentadas, fica uma reflexão para um


repensar sobre nossa prática enquanto docentes. "Que a educação seja o processo
através do qual o indivíduo toma a história em suas próprias mãos, a fim de mudar o
rumo da mesma. Como? Acreditando no educando, na sua capacidade de aprender,
descobrir, criar soluções, desafiar, enfrentar, propor, escolher e assumir as
consequências de sua escolha. Mas isso não será possível se continuarmos
bitolando os alfabetizando com desenhos pré-formulados para colorir, com textos
criados por outros para copiarem, com caminhos pontilhados para seguir, com
histórias que alienam, com métodos que não levam em conta a lógica de quem
aprende" (FUCK, p. 14 e 15, 1994).

INCLUSÃO E TECNOLOGIA ASSISTIVA:

A sociedade inclusiva está fundamentada no reconhecimento e na valorização


da diferença como característica inerente a qualquer sociedade. Assim, a inclusão é
entendida como a garantia, a todos, do acesso contínuo ao espaço comum da vida
em sociedade, sendo que o meio social deve estar orientado para o acolhimento à
diversidade humana, a aceitação das relações individuais, de esforço coletivo na
equiparação de oportunidades de desenvolvimento, com qualidade, em todas as
dimensões da vida (BRASIL, 2004). A inclusão está ligada às classes sociais, níveis
de educação, deficiências, minorias raciais, enfim, a todos que não têm acesso a
oportunidades, buscando, assim, equiparar essas oportunidades, dando condições a
todos de participação social.
Uma escola inclusiva, segundo Carvalho (1997, p. 59), é aquela que “tem
como princípio fundamental que todas as crianças devam aprender juntas, sempre
que possível, de ter quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter”,
buscando assim, o seu desenvolvimento. De acordo com Rosseto (2005, p.42), o
programa de inclusão deverá ser inserido na instituição de ensino em longo prazo. E
esse processo não implica simplesmente a transferência de alunos de um ensino
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especial para um ensino regular, de um professor especializado para um professor


de ensino regular. Esse programa vislumbra a reorganização da escola para a
inclusão. Nesse sentido, o estabelecimento de ensino precisará ser diversificado o
suficiente para aumentar as oportunidades de aprendizagem desses alunos com
necessidades educacionais especiais.
Segundo Fernandes et al (2008), o termo acessibilidade, devido ao valor e a
importância dada à convivência e à adversidade, vem sendo usado para assegurar
que todas as pessoas consigam ter uma convivência na sociedade. Esta convivência
está relacionada aos espaços, à mobília, equipamentos urbanos, sistemas e meios
de comunicação e informação.
Dessa forma, surge a Tecnologia Assistiva para facilitar a participação e a
interação dos sujeitos na sociedade. No Brasil, a tecnologia assistiva foi instituída
através da Portaria n. 142, de 16 de novembro de 2006, com o seguinte conceito
dado pelo Comitê de Ajudas Técnicas – CAT: "Tecnologia Assistiva é uma área do
conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos,
metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a
funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência,
incapacidades ou mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência,
qualidade de vida e inclusão social".
No âmbito educacional, o conceito de tecnologia assistiva, não deve se
restringir somente às adaptações em sala de aula, mas a todo espaço escolar, de
forma a propiciar que todos os estudantes possam ir e vir tornando o ambiente
acessível e inclusivo. O uso da tecnologia assistiva é importante porque aumenta a
participação na sala de aula e promove a independência dos alunos com
necessidades educacionais específicas. Verifica-se que a tecnologia assistiva não
beneficia apenas os educandos com necessidades especiais, mas a todos os
alunos, pois, através dela, os professores podem utilizar diferentes formas de
aprendizagem, o que pode proporcionar a interação entre os alunos em sala de aula,
bem como aumentar a motivação com relação ao aprendizado.
A convivência em sala de aula com alunos com necessidades específicas, é
uma experiência educacional importante para os demais alunos, pois, proporciona

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além de conviver com as diferenças, aprender a respeitá-las e compreender que


cada ser humano é diferente e tem suas especificidades.

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA ESCOLAR:

A história da inclusão foi marcada por uma forte rejeição, preconceito e


discriminação. Relata-se que na literatura da Roma Antiga as criança s com
deficiência, nascidas no princípio da era cristã, eram afogados por serem sores
apresentam resistência quando o assunto é mudança, causando certo desconforto,
talvez o que deixe o professor mais preocupado, seja a insegurança em relação à
sua inexperiência, já que nos cursos superiores aprendeu apenas a lidar com a
teoria e não teve acesso às práticas pedagógicas, diretamente com alunos
especiais.
Sendo assim, cabe aos professores procurar novas posturas e habilidades
que permitam problematizar, compreender e intervir nas diferentes situações que se
deparam, além de auxiliarem na construção de uma proposta inclusiva, fazendo com
que haja mudanças significativas pautadas nas possibilidades e com uma visão
positiva das pessoas com necessidades especiais. O professor deverá promover um
ensino igualitário e sem desigualdade, já que quando se fala em inclusão não
estamos falando somente nos deficientes e sim da escola também, onde a
diversidade se destaca por sua singularidade, formando cidadãos para a sociedade.
[...] a inclusão é um m motivo para que a es cola se modernize e os professores
aperfeiçoem s suas práticas e, assim sendo, a inclusão escolar de pessoas
deficientes torna -se uma consequência natural de todo um esforço de atualização e
de reestruturação das condições atuais do ensino
básico. (MANTOAN,1 997, p.120).
Dessa forma, a educação busca teorias e práticas focadas ao e ensino de
qualidade, com profissionais comprometidos em dar aos seus alunos um ensino de
qualidade, independentemente de suas diferenças individuais. A Constituição
Federal de 1988 traz um dos principais objetivos fundamentais “promover o bem de
todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas

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de discriminação” (ART.3º, INISO IV). O artigo 205 garante a educação como direito
de todos e o pleno desenvolvimento da pessoa, foi ração de cidadãos para a
sociedade e qualificação profissional. O artigo 206 inciso I garante a “igualdade de
condições de acesso e permanência na escola” como um dos princípios para o
ensino e garante que é dever do Estado, a oferta do atendimento too educacional
especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (ART. 208).
A educação para a diversidade pressupõe a preparação do professor e do
sistema educacional com a valorização profissional do educador, por meio de apoio
e estímulo o aperfeiçoamento das escolas, para a oferta do ensino, o apoio e
parceria da Educação E especial e a promoção do trabalho em equipe. A inclusão
escolar é um tema discutido no campo educacional, e pesquisadores sinalizam a
necessidade de transformação da escola, para que esta se adapte às características
de too do aluno (PROCÓPIO ET. al., 2010). A educação inclusiva trabalha com as
diferenças individuais que se encontram no ambiente escolar, dando atenção para
as experiências, formas de compreensão, dificuldades e capacidades que precisam
ser levadas em consideração no ato educativo individualmente.
Nesse sentido, reconhece-se que é preciso formar o professor para trabalhar
com a diferença, em uma perspectiva pluralista, sendo que a formação continuada é
um instrumento que potencializa a formação inicial. Esta foi rima de atuação da
Educação Especial não é contraditória aos princípios da Educação Inclusiva; ao
contrário, numa escola aberta à diversidade as duas propostas se complementam.
A Educação Especial constitui -se como um arcabouço consistente de
saberes teóricos e p árticos, e estratégias, metodologias e recursos que são
imprescindíveis para a promoção do processo ensino -aprendizagem de alunos com
deficiências e outros comprometimentos, matriculados no ensino reg. luar. Estar em
consonância com m o paradigma da inclusão em educação especial não significa
contemplar todas as e especificidades dos comprometimentos oriundos das crianças
e jovens que encontram barreiras em sua aprendizagem. Significa, sim, direcionar o
olhar para a compreensão da divertida de, oportunizando a aprendizagem de seus a
alunos e respeitando sem preá as suas necessidades. Um educador que domina os
inst. aumentos necessários para o desempenho competente de suas funções, tem a

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capacidade de problema tirar a própria prática, refletindo criticamente a respeito da


mesma.

2. O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM:

A colocação Professor só rugiu no Brasil com um decreto de Dom Pedro I, em


15 de outubro de 1827, onde determinava que todas as cidades, vilas e vilarejos
tivessem suas prime iras escolas, no entanto o acesso à educação naquela época
ainda era muito precário, onde só quem tinha condições de contratar professores
eram as famílias mais ricas, nessa é poca, esses profissionais atuavam em escolas
privadas o u vendiam seus conhecimentos a essas famílias. No entanto a partir da
década de 30, é que foi surgindo os grupos escolares onde o poder público se
responsabilizou pela educação das crianças e com tudo houve a expansão dos
grupos e a primeira escola de formação superior. A partir da década de 1 960 é que
as mulheres chegaram as escolas nas condições de estudante, e depois de muitas
conquistas nas condições de docente. Diante de tais necessidades especiais
educacionais, o papel do professor é de suma importância na educação inclusiva,
visto que o professor é a autoridade competente, direciona o processo pedagógico,
interfere e cria condições necessárias à apropriação do conhecimento, é ne essa
perspectiva de estar aberto a conhecer o outro Freire afirma que:
O ideal é que na experiência educativa, educandos, educadoras e
educadores, juntos ‘convivam’ de tal maneira com os saberes que eles vão
virando sabedoria. Algo que não é estranho a educadores e educadoras.
(FREIRE, 2005, p. 58).

Sendo assim, cabe aos professores procurar novas posturas e habilidades


que permitam problematizar, compreender e intervir nas diferentes situações que se
deparam, além de auxiliarem na construção de uma proposta inclusiva, fazendo com
que haja mudanças significativas pautadas nas possibilidades e com uma visão
positiva das pessoas com necessidades especiais. Por isso a importância do papel
docente na percepção do aluno, no acompanhamento do mesmo em sala de aula e
na busca constante de aprender e mel horar a si mesmo em sua prática atualmente,

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para construir uma escola que atenda adequadamente a alunos com características,
potencialidades e ritmos diferentes de aprendizagem, não basta apenas que tenham
professores e demais profissionais que uma escola normal apresenta. Faz -se
necessário que os profissionais e principalmente os professores, estejam
capacitados para exercer essa função, atendendo a real necessidade de cada
educando. Frente a isso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº
9.394/1996, artigo 62, situa:

A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível


superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e
institutos superiores de educação, admitida, como for mação mínima para o
exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do
ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.
(BRASIL, 2006).

O professor deve planejar suas aulas e recorrer entre outras alternativas


possíveis para que todos tenham acesso às oportunidades dentro da sala de aula. A
inclusão nada mais é que um processo de inovação que exige um esforço de
reestruturação e atualização de algumas escolas, fazendo com que essas escolas
busquem uma reorganização escolar, ampliando seu projeto político -pedagógico,
incorporando novas práticas aos currículos e realizem adaptações físicas
necessárias para acolher os alunos nesse m omento, é importante ressaltar que a
princípio básico da educação inclusiva. Além do professor, a família dos alunos com
necessidades educacionais especiais pode participar a todo o m omento do
processo d e ensino -aprendizagem dessas crianças, visto que, o tripé escola-
família-comunidade é de suma importância, dado que, através dessa participação os
professores têm a oportunidade de melhor conhecer o seu educando e suas
especificidades, surgindo a partir daí uma troca de informações a fim de possibilitar
o melhor aprendizado a todos, já que, sozinho não poderá efetivar uma escola
fundamentada numa concepção inclusivista. De acordo com Silva (20 10) “um bom
relacionamento entre família e professores amplia as possibilidades e cria novas
formas de atividade e afetividade” . A maneira que professor e aluno se relacionam

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cria a afetividade que faz com que essa relação se fortaleça ainda mais. O
aprendizado desse aluno se dá no cotidiano, porque é através da prática que se
constrói o conhecimento é a afetividade.

3. FORMAÇÃO CONTINUADADO DOCENTE:

A formação continuada dos docentes nos dias atuais tem como objetivo o
processo permanente e constante de aperfeiçoamento dos conhecimentos
necessários a atividades dos educadores assegurando um ensino de qualidade cada
vez maior aos seus alunos. Segundo a pedagogia é responsabilidade não só da
academia, mas do espaço onde a ação acontece, uma formação, neste sentido, está
aberta a novas experiências, novas m aneiras de ser, de se relacionar e aprender,
estimulando também as capacidades e ideias de cada um proporcionando vivências
que possam auxiliar os professores e alunos a desenvolverem a sensibilidade,
reflexão e perceberem seus saberes (de senso comum) às novas situações vividas
na sala de aula. como ponto de partida para entender, processar e transformar a
realidade no contexto escolar. A complexidade de fatores que permeiam a questão
da formação continuada é bastante abrangente e está ligada ao desenvolvimento da
escola, do ensino, do currículo e da profissão docente. Para além da aprendizagem
da matéria a ser dada em sala de aula, a formação de professores traz consigo
aspectos relevantes que constituem o ser professor. Dentro dessa perspectiva, a
formação continuada, entendida como parte do desenvolvimento profissional que
acontece ao longo da atuação docente, pode possibilitar um novo sentido à prática
pedagógica, contextualizar novas circunstâncias e a atuação do professor. Os
conteúdos presentes nas tecnologias da comunicação, em especial na te levisiva,
fornecem elementos para expressão e compreensão de processos sociais, pois
trazem para a cena conflitos, situações e contextos a serem debatidos e refletidos
pelos sujeitos escolares (também espectadores), muitas vezes com dificuldades
para entender a orientação do professor. LIBANEO (2001) defende que o trabalho
pedagógico, o qual compreende a atuação profissional do Pedagogo, em um amplo
leque de práticas educativas do trabalho docente desenvolvido em sala de aula pelo

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professor. Todo trabalho pedagógico é necessariamente docente, face aos modos


de atuação e requisitos profissionais não serem da mesma natureza, ainda que se
configurem como modalidades de prática pedagógica. Nesse sentido, o educador,
necessariamente, constitui sua identidade profissional pela teoria e prática acerca
dos saberes pedagógicos.
O professor deve buscar ser um leitor que, além de compreender e dialogar
com o texto é capaz de descobrir o valor e o prazer da leitura, desvendando os
vários sentidos possíveis de um texto. Deve ser também, um produtor de textos,
“autor”, que além de escrever frases e palavras, tem a competência para compor
textos, enfrentar os desafios de sua produção e sentir o gosto pela possibilidade de
dar vida aos seus pensamentos, ideias e fantasias. Nesse sentido, a formação do
professor está em constante mudança.

Os profissionais necessitam de chances para experimentar a observação, a


modelagem, o treinamento, a instrução individual, a prática e o feedback, a
fim de que tenham a possibilidade de desenvolver novas habilidades e de
torná-las uma parte integrante de suas rotinas de sala de aula.
(HARGREAVES, 2 002, p.114).

5 . CONSIDERAÇÕES FINAIS:

É imprescindível a participação do professor, promova aprendizagens


afetivas. A convivência entre todos os alunos melhora as oportunidades, garantindo
não só o envolvimento da aprendizagem, mas também mudança de perspectivas
educacional, pois não atinge apenas alunos com deficiência e os que apresentam
dificuldade de aprender, m as todos os demais, para que obtenham sucesso na
corrente educativa geral. O professor deverá ser presente, atento, observador,
lançando desafios de acordo com as possibilidades da criança, sendo mediador
entre discente e conhecimento. Fazer da aula bons momentos de convivência, pois
são os profissionais que farão na prática as mudanças necessárias a inclusão
escolar acontecer. É por este motivo que a inclusão se faz tão necessária no

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ambiente escolar, é essencial aos professores como também a diversidade de


culturas e respeito.
Diante de todas as diversidades, percebe-se a necessidade de estar sempre
se adequando aos assuntos e leis, portanto não se pode esquecer que a formação
do professor é contínua, sempre há a necessidade de estar se atualizando, em leis,
currículos, e demais assuntos que possam vir a se relacionar com nossas
necessidades diárias em sala de aula. A escola deve oferecer um suporte,
orientações aos professores regentes e aos segundo professores, com cursos,
palestras, feitas por profissionais itinerantes, para mostra-lhes como garantir a
aprendizagem e permanência de todos na escola no empenho para o alcance dos
objetivos.
O desafio de fazer acontecer é uma tarefa a ser assumida por todos os que
fazem parte do sistema educacional. Além das oportunidades de inclusão, devemos
garantir não somente o desenvolvimento da aprendizagem, mas também o
desenvolvimento integral dos discentes com necessidades especiais, a fim de
respeitá-los e possibilitar conhecimento. Encarar esse desafio é contribuir para que
ocorram avanços e transformações que propiciem o início de uma inclusão escolar
que seja possível. Com base em leituras bibliográficas especializadas sobre o
assunto, com o intuito de desenvolver um estudo mais abrangente ao assunto, faz -
se analisar Práticas Pedagógicas na Educação Inclusiva que e inseri o discente a
garantir seu respeito e possibilidade de crescimento educacional e pessoal. A
inclusão é um processo que ocorre continuamente pela vida inteira da pessoa com
necessidades educativas especiais, e seu principal objetivo é promover uma vida
com dignidade e qualidade, valorizando suas potencialidades e não suas limitações.
Todos os indivíduos têm direito a educação de qualidade realizando um trabalho em
parceria com todos, garantindo não só a permanência na escola em que haja
inclusão, mas também um efetivo processo de ensino e aprendizagem de todos os
alunos, independente das diferenças.
Com base nos objetivos pautados no início desse trabalho, destacamos a
relevância de ser leitor e produtor de texto para o desenvolvimento pessoal e
profissional dos educadores, mais, especificamente, dos professores dos Anos

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Iniciais e Educação Especial por ser este o profissional responsável por introduzir,
formalmente, as crianças, jovens e adultos no contexto escolar. A formação inicial
pode representar um novo marco de profissionalidade docente, desde que possibilite
ao professor, a formação de novas atitudes e valores à medida que os velhos
esquemas são identificados, problematizados em busca de superação. O desafio de
efetivar um a perspectiva de formação inicial capaz de transformar a relação
mecanicista dos professores com o material escrito e o próprio ato de ler, rumo a
uma práxis histórico-cultural capaz de apresentar nítidos reflexos no exercício da
profissão, nos parece ser um grande intransferível e inadiável desafio.
Assim, compreendemos que a problemática que envolve a formação dos
professores a Educação Especial é voltada, ainda, às questões técnicas e
pedagógicas, e não ao ensino, aos saberes que precisam ser efetivamente
trabalhados e mediados pelo professor. O apoio da família no processo de ensino e
aprendizagem dos aprendentes é fundamental, pois só engrandece e cria uma
grande afetividade entre escola e família em bora que haja muitos pais que não
aceitam que o seu filho possa apresentar algum tipo de dificuldade ou necessidade.
Logo, o psicopedagogo por sua vez desempenha um papel fundamental neste
processo tão importante que é entre: família, aluno e professor, promovendo
encontros que esclareçam e ajudam a sanar as dúvidas existentes em relação aos
transtornos que seus filhos possuem. Com a contribuição da família no processo
escolar o estudante obterá melhor resultado diante da situação inusitadas ao longo
de sua jornada escolar.

REFERÊNCIAS:

 EDUCAÇÃO INCLUSIVAUNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ / ARQUIVO/107646723/O-


PAPEL-DO-PROFESSOR-NA-EDUCACAO-INCLUSIVA

 Moderna, 2003. MITTLER, Peter. Educação inclusiva: contextos sociais.


Porto Alegre: Artmed, 2003.SILVEIRA

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 LEI N 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000, que estabelece normas


gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras
providências. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10098.htm

 Tecnologia Assistiva:
http:www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/publicacoes/tecnologia-assistiva

 Inclusão Digital e Social de pessoa com deficiência:


http://unesdoc.unesco.org/images/0016/001600/160012por.pdf

 Educação Inclusiva - Fundamentação Filosófica:


http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/fundamentacaofilosofica.pdf

 Anais I Fórum de Tecnologia Assistiva e Inclusão Social da Pessoa


Deficiente. Belém, 2006.

 ROSSETO, M. C. Falar de inclusão... falar de que sujeitos?. In: LEBEDEFF,


T. B. PEREIRA, I. L. eS. Educação especial - olhares interdisciplinares.
Passo Fundo: UPF Editora, 2005. P. 41-55.

 STAINBACK, Susan; STAINBACK, William. Inclusão – Um guia para


educadores. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

 BRASIL, SEESP/MEC. Educação Inclusiva: v. 1: a fundamentação


filosófica / organização Maria Salete Fábio Aranha.

 Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2004.

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 https://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/educacao-
inclusiva.htm#:~:text=A%20Lei%20de%20Diretrizes%20e,na%20rede
%20regular%20de%20ensino%E2%80%9D.

 https://jus.com.br/artigos/90405/o-processo-de-inclusao-na-educacao-
brasileira

 A sociedade LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? ed.


São Paulo: Cortez, 2001. MANTOAN, Maria Tereza Eglér. O desafio das
diferenças nas escolas. Petropolis, RJ: Vozes, 2009. MORIN, Ed gar. Os
setes saberes necessários à educação do futuro. 2. ed. São Paulo: Cortez /
UNESCO, 2000. PROCÓPIO, Marcos Vinicius Rabelo; BENITE, Cláudio R.
Machado; CAIXETA, Rafael Ferreira; BENITE, Anna M. Canavarro. Formação
de professores em ciências: Um diálogo acerca das altas habilidades e
superdotações em rede colaborativa. Revista Electrônica de Enzeñanza de
las Ciências, v. 9 , n. 2, p. 435 -456, 2010. RICHARDSON, Roberto Jarry.
Pesquisa Social: Métodos e Técnicas. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1999. SILVA, A.
M. Educação especial e inclusão escolar: História e Fundamentos. Curitiba:
Ibpex, 2010. (Série Inclusão Escolar). 215p

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