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1.Trajetória Percorrida
Na dúvida de qual área trabalhar mas com a certeza de que seria algo ao
tratamento das relações humanas, interpessoais, me identifiquei com a Pedagogia-
Licenciatura, uma área que me apaixonei, me identifico e tenho satisfação em trabalhar.
Durante o ensino médio, fazendo o curso de magistério, realizei um estágio
voluntário e foi nesse momento que tive a certeza do que queria e como me realizaria
profissionalmente , neste estágio tive o contato com uma professora que tinha uma
forma metodológica e didática muito boa com seus alunos, a qual trabalhava o conteúdo
de forma dialogada com o contexto de seus alunos.
Me encantei pela profissional que esta professora era em sala de aula, que fazia a
educação ser significativa para a vida de seus alunos, e assim praticava a verdadeira
educação fazendo a diferença na vida de seus alunos.
Esses aspectos e cenas da minha trajetória que me levaram a pensar na temática
Educação Infantil no contexto contemporâneo.
Agregando a isso, os conhecimentos do curso de Licenciatura em Pedagogia, e
também o conhecimento nos documentos legais como Constituição Federal de 1988,a
Lei Nacional de Diretrizes e Bases da Educação, LDB-lei 9394/96,Estatuto da Criança
e do Adolescente-ECA 1990,Base Nacional Comum Curricular, Plano Nacional de
Educação, assim como foram realizados estudos aprofundados da literatura sobre as
questões no campo da educação relacionados ao direito de aprender e ao direito de
brincar na Educação Infantil, a relevância do jogo e a necessidade desse direito e a
segurança ads crianças.
Baseei-me também em Vigotski(2007),Kramer(2006),Moura e Santos(2012),
Kishimote (1994),entre outros.
A partir destes conhecimentos, quis entender o que é a Educação Infantil, seu papel
com a formação integral das crianças, levando assim a busca aprofundada considerando
toda a sua história até a atualidade.
2.Contextualização da pesquisa e discussão teórica
A partir da consolidação das leis que regem a educação brasileira , a criança passa a
ser reconhecida como sujeito de direito e produtora de cultura, a qual vem ocupando seu
espaço, reconhecendo a si própria e ao mundo.
Assim, as crianças de zero a seis anos, passaram a receber atendimento em creches e
pré-escolas em uma educação organizada, voltada para educar e cuidar de maneira
indissociável. (Brasil,1996; Brasil,1990)
A Constituição Federal de 1988, a Lei Nacional de Diretrizes e Bases da Educação,
LDB-lei 9394/96, Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA 1990,Base Nacional
Comum Curricular, Plano Nacional de Educação, todas essas deliberações legais
trouxeram inúmeras contribuições para a melhoria da Educação Infantil, das quais
podemos destacar que cada Instituição de Educação Infantil deve assumir a
responsabilidade pela educação e cuidados, respeitando os direitos dos cidadãos.
Além disso, esses documentos trazem a necessidade de se repensar a formação dosm
profissionais da Educação Infantil, e elaborar recomendações pedagógicas e curriculares
para esta etapa da Educação Básica. (SALLES,2012)
Esta pesquisa está inserida no contexto da Educação Infantil tendo como tema
central a Educação Infantil no Contexto Contemporâneo, partindo da seguinte questão:
compreender as concepções que constituem a Educação Infantil no contexto
contemporâneo e quais os seus efeitos para essa etapa na Educação Básica.
Assim, será investigado as concepções que constituem a Educação Infantil, no
contexto contemporâneo, visando compreender os seus efeitos para essa etapa da
Educação Básica.
Para começar, desde os tempos mais remotos ser criança passava despercebido, não
era dado importância.
Conforme o historiador Phillipe-Arries(1966),a infância foi construída socialmente a
partir da transição da Sociedade Feudal para a Industrial.
Posto isso, vale ressaltar que por volta do século XII, a criança praticamente não
existia.
Segundo Dornelles(2015)até o final do século XII não havia reconhecimento da
infância, as crianças eram vistas como adultos em miniaturas, não se pensava na
infância como um ser que precisava ser compreendido, naquilo que vivencia, pensa,
age, sente.
Com achegada da Revolução Industrial, por volta da metade do século XIII,
ocorreram grandes desenvolvimentos tecnológicos que começaram na Inglaterra, e se
espalharam pelo mundo inteiro, e com a entrada da mulher no mercado de trabalho,
essas mulheres precisavam de um lugar para deixar seus filhos, e assim, a infância
passou a ter maior visibilidade quando houve a imposição por parte das instituições
escolares.(Dornelles,2015).
Dessa maneira, notou-se que a criança tinha suas necessidades, desejos, medos,
anseios, e curiosidades e que era um sujeito singular.
Aqui começou-se a compreender que a infância era a fase da inocência, distinta da
vida adulta, e, dessa forma, começa-se a ter uma visão diferente da infância.
Corrobora com isso, o que diz Anette (2016),surge a ideia da infância com suas
especificidades e singularidade, e, com isso, a concepção de agente ativo na construção
da infância através das vivencias.
Em nossa atualidade, podemos dizer que as concepções de criança e infância se
mesclam, sendo um desafio para todos que circulam essa criança-educadores,
sociedade, família- estes devem acompanhar, entender e estimular o desenvolvimento e
o crescimento saudável em todas as suas fases até a vida adulta(Dornelles,2015).
Conclui-se, então, que os adultos devem caminhar lado a lado, com a trajetória do
desenvolvimento da criança, sempre vivenciando e experenciando o mundo da
imaginação, participando de todas as formas, por todos os meios
possíveis ,compreendendo as diversas fases que a criança passa e como a sua visão de
mundo, intelecto e pensamentos se formam.
Assim foram necessários que se criassem instituições para abriga-las, e essas
instituições tiveram três influencias básicas:
- a médico-higienista, que tinha como objetivo combater a mortalidade infantil, aqui a
preocupação era os cuidados médico e de higiene,o cuidar da criança;
- a jurídica-policial, que objetivava orientar a criança para que não acabasse indo para
a marginalidade ,levando em conta o universo dessa criança, tais como a desorganização
familiar e o ambiente em que moram;
- e por ultimo, a influencia religiosa, que além de usar a fé para que a criança cresca
com princípios saudáveis.
E aqui, cabe salientar uma critica a esta ação ,pois as autoridades religiosas com essa
pratica, com essa educação das crianças, buscavam também os eu interesse próprio ,pois
os valores passados no direito, na educação dessa criança, desde a mais remota infância,
seriam manifestados na vida adulta, conseguindo assim, a manipulação da sociedade
capitalista, visto que a igreja era uma das detentoras do sistema capitalista.
Aqui já começa a se organizar uma sociedade de classes em que filhos de pobres e
ricos eram educados de forma diferente.
Foi-se instalado o “jardim de infância”, atendendo aos filhos da burguesia,e tendo
como objetivo uma educação especial, baseada nos cuidados, estabelecendo regras de
como as crianças deviam se portar.
Já os de classe baixa eram considerados marginalizados, não tinham acesso a essa
mesma educação.
Segundo Kuhlmann Junior(1991),se isolavam as crianças por receio de contamina-las,
sobrando para as mais desfavorecidas em vez de educação, para elas restava a rua ,lugar
onde ficavam enquanto as mães iam buscar o seu sustento.
Na época, as pregações religiosas, deixavam isso bem claro, as crianças não podiam ter
relações de convivência entre elas, cada uma se relacionando apenas com a sua própria
classe social e idade apropriada.
Dessa maneira, a criança fica bitolada, sem chance de crescimento , sem poder
experienciar, vivenciar e construir diferentes saberes, coisas que somente são realizadas
na troca de experiências e realidades.
Aos poucos, começou-se a se preocupar e formar indivíduos pensantes e críticos, o
Brasil necessitava de uma nova forma de contexto e de sociedade.
Assim, as instituições brasileiras, começaram a ganhar forma no final do século XIX,.
Largou-se o caráter meramente assistencialista.
Assim de acordo com Filipin,Rossi e Rodrigues(2010)os jardins de infância
começaram a se preocupar em tratar a criança com proteção e carinho para que se
tornassem um sujeito bom e assim promover experiências que fossem significativas e
desenvolvessem os eu intelecto de diversas formas.
Foi em 1960, o que era uma visão começou a ser obrigatória,e se tornar lei.
Começou a se garantir o acesso das crianças nas escoals e creches,para qualquer
criança, de forma igualitária, para toda criança com menos de sete anos.
De acordo com Filipin,Rossi e Rodrigues,antes dessa lei, dessa obrigatoriedade,a
educação da criança,era vista como responsabilidade unicamente da família,e o Estado
não tinha nada com isso.
Isso mudou com a Constituição de 1988, em que o Estado devia garantir a educação
infantil como a primeira etapa da educação básica, a todas as crianças, inclusive as das
classes sociais mais desfavorecidas,em que as mães precisavam de um lugar para ficar
com seus filhos enquanto trabalhavam.
Agregou-se a isso, a LDB 9394/96 .
E foi a partir dessa exigência,agora imposta em lei,que foi necessária estabelecer uma
proposta pedagógica que orienta definindo as metas para a aprendizagem dessas
crianças,onde elas deveriam chegar, com o desenvolvimento de maneira coletiva,com a
participação de professores,direção e comunidade escolar.
Foi estabelecido também as Diretrizes Curriculares de Educação Infantil,que previa o
desenvolvimento através das interações e das brincadeiras,ou seja, uma pratica
pedagógica que contemple as acoes expostas pela criança,vendo estas como um ser em
desenvolvimento dotada de desejos,curiosidades,necessidades.
Busca-se formar, ou em uma linguagem mais pedagógica,ajudar a formar e a
desenvolver, um sujeito agente ativo de todo o seu aprendizado, junto a isso, veio a
necessidade dos educadores repensarem sua pratica,pois as demandas educacionais
passavam a ser outras,para que essa criança continue progredindo e se estabelecesse um
ensino de qualidade.
Hoje, as crianças são vistas como a parte mais importante da educação.
De acordo com Dornelles(2005)as infâncias são plurais e dinâmicas.
Sabe-se que os primeiros anos de vida são muito importantes para o desenvolvimento
integral da criança em sua condição física,intelectual e social,e que a escola e um lugar
de encontro,de conhecimento sobre si e sobre o outro, de interações, de descobertas,de
brincadeiras, que proporcionam a produção do conhecimento.
Em torno dos 6 anos de idade,ou antes disso, a vontade e acuriosiddae infantil podem
ser consideradas alavancas para o desenvolvimento infantil.
Kuhlman Jr(2000,p.5)afirma que “comparação coim o passado precisa superra a
linearidade para não obscurecer o presenter.
Segundo Oliveira (2005),as primeiras instituições de ensino infantil no Brasil, foram
criadas em Belo Horizonte, em 1908 e 1909, no Rio de Janeiro, mas nas décadas de
vinte e trinta, novas escolas de Educação Infantil foram criadas com a finalidade de
cuidar de crianças pequenas de mães trabalhadoras.
Até então, a educação é de inteira responsabilidade da família, principalmente em
torno das mães.
Esta nova estrutura social foi devido a aceleração da urbanização e o ingresso das
mulheres no mercado de trabalho e a nova organização familiar.
A medida que a economia no Brasil se expande e mais mulheres ganham espaço para
o mercado de trabalho a mobilização social surgiu nos fins dos anos setenta e oitenta,
organizado por mães, sindicatos de grandes cidades e grupos de profissionais e
especialistas em Educação, ambos com o objetivo de garantir e cuidar dos direitos da
criança e do adolescente, ampliada quando necessária o número de vagas, e até mesmo a
construção de novos prédios, para agregar todas as necessidades do aluno.
(Campos,Fullgrall,Wiger,2006)
Para Nunes e Corsino, as creches estavão mais voltadas para os cuidados com o
corpo, nutrição, formação de hábitos de higiene,social.
Jardim de Infância, inspirado em Froebel, revisitando crianças por meio de
atividades, seu desenvolvimento físico ,social, emocional, e cognitivo, atividades,
exercício e autoexpressão.(Nunes,Corsino,Didinet,2011,p.17)
Segundo Kramer, na década de setenta, a politica educacional foi projetada para
crianças de zero a seis anos, que defendiam a educação compensatória a fim de diminuir
os déficits culturais, déficits de linguagem, e lacunas emocionais em crianças de classes
mais baixas.
Foi na década seguinte que a politica educacional começa a se beneficiar de quem
pensa em educar as crianças como um meio para transformar a realidade em que estas
crianças vivem.
Assim, com a promulgação do artigo 205 da Constituição Federal de 1988,o qual diz
que a educação é direito de todos, do estado e da família em ação conjunta, nos diversos
setores sociais, e que tem como obrigatoriedade promover o desenvolvimento integral
do individuo, instrumentalizando-o para o exercício da cidadania e dando a ele
qualificação para inserir-se no mercado de trabalho.
Comeca - se a entender que a escola não é um lugar neutro, uma vez modificando a
sua organização, poderá também modificar a sociedade.(Godoi,2010)
Ou seja, começa a se ver a educação como transformadora e capaz de diminuir as
desigualdades sociais.
Oliveira(2005),destacou que apesar de um direito, o acesso a Educação Infantil, ainda
estava em dois planos e nas décadas de noventa com o Estatuto da Crianca e do
Adolescente-ECA, e a LDB-LEI 9394-96,e com os princípios norteadores da
Constituição de 1988,eleva a Educação Infantil a uma função pedagógica, passando a
utilizar o conhecimento e a realidade da criança como ponto de partida para ampliar o
seu trabalho, por meio de atividades que tenham um significado especifico na vida da
criança, e também adquirir novos conhecimentos.
É preciso que a criança se desenvolva em todos os aspectos dos zero aos cinco anos.
Assim, a Educação Infantil caracteriza-se em ações complementares e amplas de
cuidado e educação, tendo como suporte propostas pedagógicas que levem em
consideração a criança como um ser completo em suas dimensões cognitivas, afetivas,
psicomotoras e sociais(Macedo,2002,p.16).
O que corrobora com o que o DCNEI,no seu artigo 8 afirma:
Consideracoes finais