Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL
AULA 2
2
Com a CF/1988, a educação infantil no Brasil passa a ser
responsabilidade do Estado, se constituindo em um direito público subjetivo da
criança. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) de 1990 reforça essa
conquista: a criança como sujeito de direitos. Porém, é com a LDBEN 1996 que
a educação infantil é reconhecida na Educação Básica.
Se voltarmos em nosso Brasil colônia, perceberemos que nesse período
o ensino primário quase não existia. Ele não existia como organização do
Estado. O que acontecia? A elite contratava professor particular de diversas
disciplinas para que atuasse na educação de seus filhos; logo, não havia escola.
Quase não havia investimento na educação primária pública. Quase não era
feita, e o Estado se responsabilizava com a educação secundária e a educação
superior. E por quê? Porque era necessário esse tipo de estudo para o
aprimoramento de condições na nossa colônia. Ainda assim, mantém-se um
ensino deslocado dos interesses da população brasileira, ainda que voltado para
atender a necessidade da família real.
O ensino superior organizava-se em aulas avulsas. Eram aulas sem um
conjunto específico, sem uma unidade, voltadas para a prática profissional, o
que acontece pela primeira vez no nosso país. É um avanço; é nesse momento
que o Brasil sofre a primeira crise da falta de professores. Depois disso, instaura-
se o método Lancaster, que também foi conhecido por método de ensino mútuo.
Nesse método, um aluno que já tinha um pouco mais de estudos ensinava um
grupo de 10 ou mais alunos. Esse foi um dos meios adotados para que não
faltasse educação – um aluno ensinava outro, mas isso só ocorria no ensino
secundário, pois o ensino primário quase não existia mais. Precisamos lembrar
também que as aulas avulsas eram implementadas em alguns estados, em
alguns locais do país, mas o crescimento e o investimento sempre foram
desiguais, tendo em vista que o Brasil é um país muito grande. Nem todas as
localidades estavam colonizadas, então se criava mais educação nas
localidades de maior grau de desenvolvimento.
No momento histórico atual, se compararmos com o Brasil colônia,
facilmente percebemos a valorização da primeira infância. Podemos citar várias
questões:
3
Reconhecimento da criança como sujeito de direitos;
4
também diversos acordos internacionais; por isso, sua consonância em garantir
que todos os direitos sejam respeitados. Algumas dessas legislações:
5
que um tronco sem raiz não existe, e assim sucessivamente. Trata-se de um
todo pensado organicamente para o desenvolvimento da criança.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) aponta uma nova forma de
determinar nossas crianças, de acordo com faixa etária, nomeando-as de bebês,
crianças bem pequenas e crianças pequenas.
Crianças pequenas
(4 anos a 5 anos e 11 meses)
6
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação infantil foram
aprovadas em 1999 e foram reformuladas em 2009, com caráter mandatário,
estabelecendo, por meio do art. 3º, diretrizes, princípios, fundamentos e
procedimentos para orientar a organização, a articulação, o desenvolvimento e
a avaliação de propostas pedagógicas das instituições de Educação infantil, que
passam a ser reconhecidas como um lócus, devendo assegurar a construção da
cidadania infantil, o que requer a qualificação de seus profissionais para articular
as práticas do cuidar e educar.
As diretrizes têm como princípios norteadores o que é ético, político e
estético. Os princípios éticos são autonomia, responsabilidade e respeito. Os
políticos estão diretamente ligados aos direitos de cidadania e os estéticos ao
respeito à criatividade, sensibilidade e às mais variadas formas artísticas. Esses
princípios permeiam toda a educação básica.
Na educação infantil, os eixos de organização privilegiam a interação e a
brincadeira, e também necessitam de ambientes pedagógicos estimulantes. A
educação infantil não tem por princípio alfabetizar. A prioridade recai sobre o
estímulo ao desenvolvimento, ao lúdico e à brincadeira. A escola tem que ser
um espaço de alegria. Lembramos aqui que as diretrizes curriculares têm peso
de lei.
Já o PNE (2014-2024), Lei n. 13.005, de 2014, enfatiza a universalização
da pré-escola até 2016 (crianças de 4 a 5 anos de idade), e visa ampliar a oferta
nas creches (até 3 anos de idade) em 50% até 2024 (Meta 1).
Dentro das normativas da educação Infantil balizadas por legislações que
as precedem, como a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, estão todos os princípios para que ocorra de forma eficiente
o atendimento educacional das crianças.
Por exemplo, na Educação Infantil, quando tratamos de avaliação, há um
diferencial em relação às demais etapas. A avaliação busca observar se o aluno
tem condições de acompanhar a série seguinte; existe também a promoção
contínua, estabelecida pelos ciclos, em que o processo é contínuo. No caso da
educação infantil, nos três primeiros anos, é preferível que a criança fique com
a mesma professora, para estabelecer ligações, e para que possa trabalhar suas
dificuldades com base em uma sequência, com tempo maior e atenção especial.
As iniciativas de progressão automáticas, apesar de bastante criticadas,
são importantes, porém não podem ser utilizadas se promovem sem
7
qualificação, e nem com a intenção de desocupar uma vaga – sem falar no gasto
gerado. Outra questão fundamental é que a progressão automática foi idealizada
para alcançar os índices do Ideb. O Ideb é o Índice de Desenvolvimento de
Educação Básica. Há um índice calculado com base na nota do aluno, e também
com base no índice de aprovação e reprovação escolar. Reprovar o aluno traz
sérias consequências, e nem sempre é o melhor caminho. Portanto, a
progressão automática, se utilizada de forma correta, pode ser um benefício.
Para superar a cultura da reprovação, é preciso pensar na questão da avaliação,
que por sua vez está diretamente ligada com a forma como o currículo está
organizado.
8
O PNE (2014-2024) contempla em sua Meta 15 a garantia progressiva do
atendimento à Educação Infantil por profissionais com nível superior em cursos
de licenciatura. Porém, é notório os desafios que o sistema municipal encontra
para assegurar professores legalmente habilitados, em decorrência das
dificuldades de acesso ao ensino superior, o que precisa e pode ser superado
pela modalidade a distância (EaD), com vistas a superar a carência de formação
especializada. No tocante à avaliação na EI, ocorre mediante acompanhamento
e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo
para o acesso ao ensino fundamental (Lei n. 12.796, de 2013).
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
9
REFERÊNCIAS
10