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Sumário
Introdução 03
Anexos 59
3
INTRODUÇÃO
4
Nesse contexto, o valor da aceitação da diferença se impõe como
condição para o alcance da universalidade e a indivisibilidade dos Direitos
Humanos.
Num primeiro momento, a atenção aos Direitos Humanos foi marcada
pela tônica da proteção geral e abstrata, com base na igualdade formal; mais
recentemente, passou-se a explicitar a pessoa como sujeito de direito,
respeitado em suas peculiaridades e particularidades.
O respeito à diversidade, efetivado no respeito às diferenças,
impulsiona ações de cidadania voltadas ao reconhecimento de sujeitos de
direito, simplesmente por serem seres humanos. Suas especificidades não
devem ser elemento para a construção de desigualdades, discriminações ou
exclusões, mas sim, devem ser norteadoras de políticas afirmativas de
respeito, voltadas para a construção de contextos sociais inclusivos.
A importância de discutir esse tema, no nosso curso, se justifica pelo
fato de a verdadeira inclusão, não ser uma realidade em todas as escolas,
sejam elas particulares ou públicas. É preciso a garantia de acesso,
participação e aprendizagem de todos os alunos nas escolas.
Assim nosso material trará para a apreciação do grupo CND:
aspectos ligados à conquista gradual de direitos das pessoas que apresentam
deficiências, fará abordagem relativa à estruturação de ambientes inclusivos
na escola comum, apresentará aspectos das escolas especiais e da
preparação da escola comum para receber os alunos especiais.
Esperamos que a leitura e o estudo desse material favoreçam a
melhoria do trabalho de todos os que atuam ou vierem a atuar na escola
inclusiva, contribuindo assim para uma sociedade mais justa.
5
1. UM LONGO CAMINHO EM BUSCA DE DIREITOS
6
necessárias, com vistas à busca da igualdade. (MEC/SEESP,
2004).
CONSTITUIÇÃO, 1988).
Para que a igualdade seja real, ela tem que ser relativa. Isto significa
que as pessoas são diferentes, têm necessidades diversas e o cumprimento
da lei exige que a elas sejam garantidas as condições apropriadas de
atendimento às peculiaridades individuais, de forma que todos possam
usufruir as oportunidades existentes. Há que se enfatizar aqui, que tratamento
diferenciado não se refere à instituição de privilégios, e sim, a disponibilização
das condições exigidas, na garantia da igualdade.
7
da inclusão das pessoas com deficiência na sociedade.
Para o capitalismo, a educação tem a função de manutenção social e o
conhecimento é um produto pronto que deve garantir a continuidade de
padrões sociais. Atualmente, as políticas externas e internas procuram
estabelecer que a educação atue constantemente sobre o desenvolvimento do
ser humano, com o objetivo de integrá-lo como ser social, buscando a
realização pessoal e os fins coletivos.
8
O conceito de cidadania em sua plena abrangência engloba direitos
políticos, civis, econômicos, culturais e sociais. A exclusão ou limitação em
qualquer uma dessas esferas fragiliza a cidadania, não promove a justiça
social e impõe situações de opressão e violência.
Exercer a cidadania é conhecer direitos e deveres no exercício da
convivência coletiva, realizar a análise crítica da realidade, reconhecer as
dinâmicas sociais, participar do debate permanente sobre causas coletivas e
manifestar-se com autonomia e liberdade respeitando seus pares.
Tais práticas se contrapõem à violência, na medida que não admitem
a anulação de um sujeito pelo outro, mas fortalecem cada um, na defesa de
uma vida melhor para todos.
Uma proposta de educação para a paz deve sensibilizar os
educandos para novas formas de convivência baseadas na solidariedade e no
respeito às diferenças, valores essenciais na formação de cidadãos
conscientes de seus direitos e deveres e sensíveis para rejeitarem toda a
forma de opressão e violência.
9
pessoa para purgação dos pecados de seus semelhantes. Séculos da
Inquisição Católica e posteriormente, de rigidez moral e ética, da Reforma
Protestante, contribuíram para que as pessoas com deficiência fossem
tratadas como a personificação do mal e, portanto, passíveis de castigos,
torturas e mesmo de morte.
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decisivos para o processo de inclusão. A título de exemplo transcrevemos o
parágrafo 2 do Art.26 (outros artigos pertinentes ao tema estão em anexo 1).
A educação deve visar à plena expansão da personalidade
humana e ao reforço dos direitos do Homem e das liberdades
fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e
a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou
religiosos.
De maneira geral, esta Declaração assegura às pessoas com
deficiência os mesmos direitos à liberdade, a uma vida digna, à educação
fundamental, ao desenvolvimento pessoal e social e à livre participação na
vida da comunidade.
1 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=290&Itemid=815
12
A atuação da SECADI na área de Educação Especial envolvia várias
frentes: de adaptação de escolas à formação continuada de docentes. Neste
enfoque, uma ação de destaque era a Rede de Formação de Professores
Para Educação Continuada na Perspectiva da Educação Inclusiva, pois para
que os professores pudessem trabalhar com pessoas com deficiência, quando
não tiveram na sua formação, tinham essa possibilidade de formação
continuada.
A SECADI contava também com um programa de metas para a
realização de adequações arquitetônicas para escolas que não eram
acessíveis (como rampas e banheiros) e oferta de transporte adaptado. Outro
eixo abrangia a implementação de salas de recursos multifuncionais. Além
disto, a Secretaria fomentava pesquisas e apoiava projetos que trabalhavam
com recursos e tecnologias para pessoas com deficiência visual e com
deficiência auditiva, ações que iam desde a construção de material, ao
desenvolvimento de softwares e equipamentos como computadores
adaptados.
Tão logo assumiu o Ministério da Educação (MEC), em janeiro de
2019, o ex-ministro da educação, Ricardo Vélez Rodríguez extinguiu a
Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino (SASE) e dissolveu a
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão
(SECADI).
.
O reordenamento depende da adesão das redes de ensino e dos
responsáveis. A justificativa do governo federal é de que os alunos com
deficiência poderão ter atendimento mais especializado, de acordo com as
necessidades específicas de cada indivíduo. No entanto, a estratégia de
separar estudantes é vista como superada, tendo em vista os tratados
internacionais dos quais o Brasil é signatário.
16
Fonte da Imagem: http://slideplayer.com.br/slide/389068/2
2
O Perfil Atual da Saúde e da Educação e o Conceito de Desenvolvimento Inclusivo
Rosangela Berman Bieler Instituto Interamericano sobre Deficiência e Desenvolvimento
Inclusivo.
17
Na perspectiva da inclusão escolar, as identidades são transitórias,
instáveis, inacabadas e, portanto, os alunos não são categorizáveis, não
podem ser reunidos e fixados em categorias, grupos, conjuntos, que se
definem por certas características arbitrariamente escolhidas.
Acesse também :
http://www.inclusive.org.br/
O site oferece uma série de informações e acesso a documentos e entrevistas
19
que esclarecerão dúvidas sobre as questões relativas à inclusão.
3. A ESCOLA COMUM NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
20
3.1- O já instituído e o instituinte
Ao analisar a importância da escola inclusiva fica bem claro que ainda
há muito a ser feito e, portanto, há necessidade de muitas mudanças.
De um modo geral, cada escola precisa encontrar suas próprias
soluções. O empenho de todos vai levar à descoberta dessas soluções que
vão fazer parte do PPP – Projeto Político Pedagógico da escola.
Cada escola terá um difícil caminho a percorrer para alcançar o perfil de
escola verdadeiramente inclusiva. Os desafios das mudanças serão muitos e
precisam ser assumidos pelo coletivo escolar.
A organização da escola, os horários, o uso dos espaços da escola e
fora dela, as horas de estudo dos professores devem ser combinados e
sistematizados para que esses fins sejam alcançados.
Um conjunto de normas, regras, atividades, rituais, funções, diretrizes,
orientações curriculares e metodológicas, oriundo das diversas instâncias
burocrático-legais do sistema educacional, constitui o arcabouço pedagógico e
administrativo das escolas de uma rede de ensino. Trata-se do que está
INSTITUÍDO e do que Libâneo e outros autores (2003),citados por
Santos(2010) analisaram pormenorizadamente.
Nesse INSTITUÍDO, estão os parâmetros e diretrizes curriculares, as
leis, os documentos das políticas, os regimentos e demais normas do sistema.
Entretanto existe um espaço e um tempo a serem construídos por
todas as pessoas que fazem parte de uma instituição escolar, porque a escola
não é uma estrutura pronta e acabada a ser perpetuada e reproduzida de
geração em geração.
A equipe da escola tem autonomia para inovar, definindo horários,
criando projetos, módulos de estudo. Trata-se do INSTITUINTE Assim,
confere autonomia a toda equipe escolar, acreditando no poder criativo e
inovador dos que fazem e pensam a educação.
21
No PPP da escola inclusiva há possibilidade de se tratar sobre a
organização do Atendimento Educacional Especializado – AEE, como um
instrumento que favoreça a inclusão .
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O caráter coletivo e a necessidade de participação de todos é inerente
ao PPP, pois ele não se resume a um mero plano ou projeto burocrático, que
cumpre as exigências da lei ou do sistema de ensino. Trata-se de um
documento norteador das ações da escola que, ao mesmo tempo, cr5ia
oportunidades para um exercício reflexivo .
Há uma série de pequenos detalhes da organização da prática
pedagógica., capazes de proporcionar das atividades de forma interativa,
numa tentativa de evitar. práticas excludentes.
O salto da escola dos diferentes para a escola das diferenças
demanda conhecimento, determinação, decisão. As propostas de mudança
variam e dependerão de disposição, discussões, estudos, levantamento de
dados e iniciativas a serem compartilhadas pelos seus membros, enfim, de
gestões democráticas das escolas, que favoreçam essa mudança.
Muitas decisões precisam ser tomadas pelas escolas ao elaborarem
seus PPP, entre as quais são destacadas3
o fazer da aprendizagem o eixo das escolas, garantindo o tempo
necessário para que todos possam aprender
o abrir espaço para que a cooperação, o diálogo, a solidariedade,
a criatividade e o espírito crítico sejam praticados por seus
professores, gestores, funcionários e alunos
o valorizar e formar continuamente o professor, para que ele possa
atualizar-se e ministrar um ensino de qualidade.
No nível da sala de aula e das práticas de ensino, a mobilização do
professor e/ou de uma equipe escolar em torno de uma mudança educacional
como a inclusão não acontece de modo semelhante em todas as escolas.
Mesmo quando há um PPP que orienta as ações educativas da escola,
é necessário o empenho, uma disposição individual e grupal da equipe, para
3 Ropoli, Edilene Aparecida. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar : a escola comum
inclusiva .
23
se expor a uma experiência educacional diferente das que estão habituados a
viver. Para que qualquer transformação ou mudança seja verdadeira, as
pessoas têm de ser tocadas pela experiência. Precisam ser receptivas,
disponíveis e abertas a vivê-la, baixando suas guardas, submetendo-se,
entregando-se à experiência (BONDÍA, apud SANTOS, p.14, 2010).
24
Ao se deixar levar por uma experiência de ensinar dessa natureza,
querendo entender o que ela revela e compartilhando-a com seus colegas, o
professor poderá deduzir que certas práticas e aparatos pedagógicos, como
os métodos especiais e o ensino adaptado para alguns alunos, não
correspondem, completamente, ao que se espera deles.
Por outro lado,opor-se a inovações educacionais, resguardando-se no
despreparo para adotá-las, resistir e refutá-las simplesmente, distancia o
professor da possibilidade de se formar e de se transformar pela experiência.
Oposições e contraposições à inclusão incondicional são frequentes entre os
professores e adiam projetos do ensino comum e especial focados na
inserção das diferenças nas escolas.
A interação entre colegas de turma, a aprendizagem colaborativa, a
solidariedade entre alunos e entre estes e o professor devem ser estimuladas.
Os professores, quando buscam obter o apoio dos alunos e propõem
trabalhos diversificados e em grupo, desenvolvem formas de
compartilhamento e difusão dos conhecimentos nas salas de aula.
Muitas vezes os professores ainda rejeitam ou aceitam com restrições
práticas educacionais inclusivas que derivam dos propósitos de se ensinar à
turma toda, sem discriminações. Essa rejeição ou as restrições se devem, na
maioria das vezes à insegurança na aplicação das novas práticas e à falta de
condições para a aplicação das mesmas.
25
4. AS QUESTÕES PEDAGÓGICAS E A INCLUSÃO DOS ALUNOS
ESPECIAIS
26
De acordo com Pechi4 não existe um currículo específico para a
inclusão de alunos com deficiência, uma vez que cada criança é única em
suas possibilidades de aprendizagem. Porém, há documentos que ajudam a
orientar o planejamento dos professores.
Atendendo a Lei 9394/96 a escola deve assegurar aos alunos com
necessidades educacionais especiais currículos, métodos, recursos
educativos e organização específica para atender às suas necessidades, bem
como o documento de terminalidade específica.
Esse documento é um certificado de conclusão de escolaridade
fundamentado em avaliação pedagógica - com histórico escolar que
apresente, de forma descritiva, as habilidades e competências atingidas pelos
alunos com grave deficiência mental ou múltipla, para aqueles que não
puderem atingir o nível mínimo exigido para a conclusão do Ensino
Fundamental, em virtude da situação pessoal de desvantagem.
27
adaptados e ensino adaptado negam a aprendizagem diferenciada e
individualizada. Para a autora, ensino escolar é coletivo e deve ser o mesmo
para todos. É o aluno que se adapta ao currículo, quando se admitem e se
valorizam as diversas formas e os diferentes níveis de conhecimento de cada
um.
Para Santos .(2010) a aprovação e a certificação por terminalidade
específica, como propõe a LDB 9394/96, não faz sentido, quando se entende
que a aprendizagem é diferenciada de aluno para aluno, constituindo-se em
um processo que não pode obedecer a uma terminalidade prefixada com base
na condição intelectual de alguns.
Outra crítica feita pela autora se refere à prática usual nas escolas do
ensino dos conteúdos das áreas disciplinares (Matemática, Língua
Portuguesa, Geografia, Ciências, etc.) como fins em si mesmos e tratados de
modo fragmentado nas salas de aulas. Para a mesma, nem proposta de
interdisciplinaridade é capaz de romper a compartimentalização do saber.
A sugestão , no entender da mesma autora, seria o desenvolvimento
de um trabalho com a transversalidade. Segundo Gallo (2002),citado por
Santos ( 2010), a transversalidade em educação e currículo não disciplinar
tem a ver com processos de ensino e de aprendizagem em que o aluno
transita pelos saberes escolares, integrando-os e construindo pontes entre
eles, que podem parecer caóticas, mas que refletem o modo como
aprendemos e damos sentido ao novo.
28
Como ocorre com todas as crianças, esse procedimento ajuda a
promover a aprendizagem. Quem tem na sala um estudante com algum tipo
de deficiência geralmente conhece suas limitações, mas não tem claro o que,
de fato, ele é capaz de fazer.
Como descobrir isso? Flexibilizando as atividades e propondo situações de
aprendizagem desafiadoras. Assim, seguindo o que propõe Ramos (2011)
elabore as aulas pensando em como ele pode participar delas, sem tratá-lo
como alguém a ser posto a parte.
Para tanto é preciso adaptar as propostas para que ele seja
protagonista e possa resolvê-las individualmente ou em dupla.
A flexibilização pode se dar em diferentes dimensões: tempo, espaço,
recursos ou conteúdo.
É necessário também diferenciar os meios para garantir os mesmos
direitos e deveres para todos.
Observar os avanços de cada estudante e adaptar o planejamento são
recomendações, até porque, independentemente de ter ou não necessidade
educacional especial (NEE), um aluno nunca é igual ao outro.
flexibilizando as aulas.
29
Modelo de proposta educativa para alunos de inclusão
Fonte: http://gestaoescolar.abril.com.br/pdf/modelo-ficha-inclusao.pdf
1 – Identificação ----------------
Aqui entram os dados pessoais do aluno e os contatos da família
Nome:
Data de Nascimento:
Endereço: Telefone:
Filiação:
6 – Objetivos pedagógicos
|------ Listar, de acordo com as possibilidades do aluno, o que se espera que
ele aprenda em um determinado período em diferentes áreas do
conhecimento.
6.1 Leitura
6.2 Escrita
6.3 Matemática
6.4 Natureza e Sociedade
6.5 Psicomotricidade
6.7. Autoestima
30
6.8. Atenção e Concentração
6.9. Recursos Humanos/ Materiais
7 – Objetivos gerais
|------ Listar, de acordo com as possibilidades do aluno, as diversas
habilidades que ele pode adquirir no período e conquistas que pode atingir.
OBS: A avaliação será feita e acordo com cada objetivo.
Um estudo de caso:
Vamos relatar uma experiência que vem sendo desenvolvida, há vários
anos, num colégio da rede pública federal, situado na cidade do Rio de
Janeiro:
Alunos com deficiência visual ou com visão baixa têm um atendimento
especial. Pela manhã, assistem às aulas regulares e, à tarde, vão para uma
escola especializada, o Instituto Benjamim Constant.
Nas aulas regulares, recebem material em Braille e um atendimento
mais próximo do professor. O mais importante, porém, é a inclusão. Eles se
sentem totalmente participantes da turma, recebem o apoio, a amizade e a
ajuda dos colegas. Também costumam se deslocar, sem necessidade de
ajuda, pelo espaço do colégio.
No Benjamim Constant eles recebem o atendimento especializado que
essa instituição tem condições de dar, caracterizando assim a educação
inclusiva na sua melhor expressão.
31
Atividade:
Apresente, num pequeno texto, uma experiência semelhante que você
tenha observado ou tido conhecimento; comente o resultado dessa
experiência, com base no que você já leu neste material.
32
5. O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO - AEE.
Uma das propostas trazidas pela Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) é o Atendimento
Educacional Especializado - AEE.
Como AEE se entende: um serviço da Educação Especial que "[...]
identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que
eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando
suas necessidades específicas" (SEESP/MEC, 2008).
33
sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas (ONU, 2006).
Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles
que apresentam alterações qualitativas das interações sociais
recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e
atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse
grupo alunos com autismo, síndromes do espectro do autismo e
psicose infantil. (MEC/SEESP, 2008).
Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que
demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes
áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica,
liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar grande
criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de
tarefas em áreas de seu interesse. (MEC/SEESP, 2008).
34
apoio às escolas para a organização das salas de recursos multifuncionais e
para a formação continuada dos professores do AEE.
Há preferência pela escola comum como o local do serviço de AEE, já
definida no texto constitucional de 1988, e reafirmada pela nessa proposta.
O motivo principal do AEE ser realizado na própria escola do aluno
está na possibilidade de que suas necessidades educacionais específicas
possam ser atendidas e discutidas no dia a dia escolar e com todos os que
atuam no ensino regular e/ou na educação especial, aproximando esses
alunos dos ambientes de formação comum a todos.
Para os pais, quando o AEE ocorre nessas circunstâncias, propicia-
lhes viver uma experiência inclusiva de desenvolvimento e de escolarização
de seus filhos, sem ter de recorrer a atendimentos exteriores à escola.
35
Os professores comuns e os da Educação Especial precisam se
envolver para que seus objetivos específicos de ensino sejam alcançados,
compartilhando um trabalho interdisciplinar e colaborativo. As frentes de
trabalho de cada professor são distintas.
Ao professor da sala de aula comum é atribuído o ensino das áreas do
conhecimento, e ao professor do AEE cabe complementar/suplementar a
formação do aluno com conhecimentos e recursos específicos que eliminam
as barreiras as quais impedem ou limitam sua participação com autonomia e
independência nas turmas comuns
do ensino regular.
As funções do professor
O que é Tecnologia
de Educação Especial são abertas Assistiva?
É um termo ainda novo,
à articulação com as atividades (1988) utilizado para
desenvolvidas por professores, identificar todo o arsenal de
recursos e serviços que
coordenadores pedagógicos, contribuem para
proporcionar ou ampliar
supervisores e gestores das
habilidades funcionais de
escolas comuns, tendo em vista o pessoas com deficiência e
consequentemente
benefício dos alunos e a melhoria promover a vida
da qualidade de ensino. Independente e a inclusão.
É também definida como
É importante o uma ampla gama de
equipamentos, serviços,
desenvolvimento em parceria de estratégias e práticas
recursos e materiais didáticos para concebidas e aplicadas
para minorar os problemas
o atendimento do aluno em sala de encontrados pelos
indivíduos com deficiências.
aula e o acompanhamento Fonte:
conjunto da utilização dos recursos http://www.assistiva.com.br/
e do progresso do aluno no
processo de aprendizagem, assim
como também se torna essencial a formação continuada dos professores e
demais membros da equipe escolar, entremeando tópicos do ensino especial
36
e comum, como condição da melhoria do atendimento aos alunos em geral e
do conhecimento mais detalhado de alguns alunos em especial, por meio do
questionamento das diferenças e do conhecimento de tudo o que possa
promover a exclusão escolar.
Dentre as possibilidades de atendimento ao AEE são apresentadas:
no horário oposto ao período escolar do aluno;
projetos escolares interdisciplinares que incluam a necessidade
da tecnologia assistiva - TA;
Fonte da imagem:
http://futurotaqui.blogspot.com.br/2013/02/a-tecnologia-assistiva-faz-fazer.html
37
c) matrícula na classe comum e em centro de atendimento
educacional especializado público;
d) matrícula na classe comum e no centro de atendimento educacional
especializado privado sem fins lucrativos.
De acordo com Santos(2010) continua havendo certa dificuldade de
se articular serviços dentro da escola. O que se entende equivocadamente por
articulação entre a Educação Especial e a escola comum tem
descaracterizado a interlocução entre ambas.
5.2. Que perfil mais usuais têm os alunos assistidos pela AEE e
presentes na sala de aula da escola comum?
...
http://portalsme.prefeitura.sp.gov.br/Documentos/BibliPed/EdEspecial/Referencial_AvaliacaoAprendizag
em_NecessidadesEspeciais.pdf
38
adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam
dificuldades para o desempenho das funções (BRASIL, MEC/SEESP, 2006).
A deficiência física refere-se ao comprometimento do aparelho
locomotor
que compreende os sistemas ósteo-articular, muscular e o nervoso. As
doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou
em conjunto, podem produzir quadros de limitações físicas de grau e
gravidade variáveis, segundo o(s) segmento(s) corporais afetados e o tipo de
lesão ocorrida (<www.entreamigos.com.br>. Acesso em 2006).
A paralisia cerebral é um tipo de deficiência física definida por muitos
autores como:uma desordem do movimento e da postura devido a um defeito
ou lesão do cérebro imaturo (...). A lesão cerebral não é progressiva e provoca
debilitação variável na coordenação da ação muscular, com resultante
incapacidade da criança em manter posturas e realizar movimentos normais
(Bobath, 1984, p. 1).
Se você quiser saber mais sobre os diferentes tipos de paralisia cerebral
Acesse: Referencial sobre avaliação da aprendizagem de Alunos com
Necessidades Especiais, da PMSR(2008)
39
Mesmo quando há somente o comprometimento motor, há prejuízo no
desenvolvimento da cognição e na aquisição de mecanismos culturais
básicos, porque a dificuldade de manipular, explorar e controlar o ambiente
empobrece as experiências por ela vividas. Isso pode ser um empecilho para
o desenvolvimento da inteligência sensório-motora e, consequentemente, para
o posterior desenvolvimento do raciocínio operador e formal.
Como possibilitar a inclusão de uma criança com deficiência física na
escola?
A pessoa com deficiência física tem necessidade de conviver, interagir,
trocar, aprender, brincar e ser feliz como qualquer outra, só que, muitas vezes,
por caminhos ou formas diferentes. Há pessoas, que precisam ser mediadas
no processo de interação.
O ritmo de interação e de execução de suas ações apresenta formas
diferentes de manipulação e experimentação, pois podem ser dependentes
motoramente. Alguns , para participar, precisam de um mediador.
Ele quer participar, pois só por meio da participação poderá sentir-se
parte do grupo. A colaboração é fator fundamental para sua participação, pois
precisa de um mediador para experimentar e construir seus conceitos
proporcionando a troca entre o organismo e o meio. Só com o fortalecimento
das potencialidades da criança, que através da sua intencionalidade seja
capaz de descobrir, agir sobre, transformar o ambiente e se integrar é que ela
poderá demonstrar suas reais possibilidades.
É comum a criança muito dependente mostrar-se insegura nas relações
e apresentar comportamento de teimosia ou amuo, em função das
dificuldades normalmente apresentadas pela família e por ela própria no
reconhecimento de suas potencialidades; portanto, é fundamental que a
postura e as atitudes dos professores e pais para com a criança conduzam a
um desenvolvimento saudável em que todos cresçam juntos. A criança gosta
de ser compreendida, quer participar; contudo, desempenha tarefas e papéis
40
de acordo com suas possibilidades. A participação proporciona um sentimento
de pertencimento ao grupo, garantindo, assim, melhor interação com o grupo
e com o conteúdo trabalhado. A criança quer ser tratada da mesma forma que
os outros.
41
habilidades sociais e de comunicação, necessitando de apoio e
acompanhamento mais constante para a sua aprendizagem e
desenvolvimento, e representam um índice próximo aos 10% desta
população.
Apenas cerca de 5% apresentam significativo rebaixamento intelectual
e normalmente associado a outros comprometimentos.
Durante os primeiros anos da infância, essas crianças adquirem pouca,
ou até nenhuma, fala comunicativa e apresentam prejuízos graves no
desenvolvimento sensório-motor. Elas se beneficiam de estimulação
multissensorial, requerendo ambientes estruturados, favoráveis ao seu
desenvolvimento e aprendizagem com apoio e acompanhamento constantes
(apud MANTOAN, 1997).
Durante muito tempo acreditou-se que a aprendizagem dos deficientes
intelectuais acontecia somente pelo uso de materiais concretos. O aluno
deveria ter contato com o objeto e a partir disso iniciar os treinos insistentes,
alienantes e descontextualizados. O grande equívoco de uma pedagogia que
se baseia nessa lógica do concreto e da repetição alienante é negar o acesso
da pessoa com deficiência intelectual ao plano abstrato e simbólico da
compreensão
Ao contrário do que se acreditava no passado, o enfoque no trabalho
com essa população deve ser voltado ao desenvolvimento das funções
cognitivas superiores.
A pessoa com deficiência intelectual costuma apresentar uma
característica de recusa ou de negação do saber e dessa maneira assume
uma posição passiva e dependente do outro. Se o professor faz tudo pelo
aluno ou oferece todas as respostas, ele reforça a posição de “débil” e de
inibição não permitindo que ele construa qualquer tipo de conhecimento.
42
Hoje já existem estudos que constatam que as pessoas com deficiência
intelectual elaboram os mesmos esquemas de interpretação da linguagem e
escrita e passam pelos mesmos conflitos cognitivos das demais.
Segundo Vygotsky (1988 apud Voivodic, 2004), “para minorar a
defasagem das crianças com deficiência mental, o enfoque deve estar
apropriado ao desenvolvimento das funções cognitivas superiores, ao
contrário do que se acreditava ao se basear o ensino dessas crianças no uso
de métodos concretos” (p. 46 e 47).
Alfabetizar uma pessoa com deficiência intelectual, não é um fim em si
mesmo, mas um meio de possibilitar modificações mais amplas no seu
repertório comportamental, contribuindo ao mesmo tempo para que melhore o
que se chama a sua “autoestima” e para que o mesmo também possa ter
acesso ao conhecimento e consequentemente o desenvolvimento do seu
potencial cognitivo. Para isso é importante entender como se processa a
aquisição do conhecimento, e hoje já sabemos que ela se dá por meio das
interações do sujeito com o meio e suas experiências anteriores.
Portanto, é necessário que essa pessoa traga sua vivência e se
posicione de forma autônoma e criativa diante do conhecimento.
Em relação às atividades em sala de aula é preciso alguns cuidados.
Assim afirmamos que deixar um aluno com deficiência intelectual à margem
da aprendizagem é um grande equívoco. A escola é responsável pela
aprendizagem dos alunos com deficiência intelectual utilizando-se de alguns
procedimentos simples: realizar atividades em duplas ou grupos, em que se
garanta a participação dos alunos com necessidades educacionais especiais.
Essa estratégia contribui para que os alunos se ajudem mutuamente, trocando
informações e colaborando na execução das atividades.
43
A deficiência auditiva acontece quando há uma diminuição da audição
e produz uma redução na percepção de sons, o que dificulta a compreensão
das palavras.
As dificuldades aumentam com o grau de perda. O deficiente auditivo é
aquele que com a utilização de uma prótese auditiva (aparelho de
amplificação sonora individual poderá reconhecer os sons do meio ambiente,
inclusive os sons da fala. A surdez pode ser caracterizada pela
impossibilidade de se ouvir mesmo com a utilização de próteses.
O que significa então ter uma perda auditiva? De acordo com o
documento da PMSP ( p. 65),significa que o sujeito que a possui acaba por
não ter acesso à comunicação oral, aquela utilizada mais comumente pela
nossa sociedade, o que muitas vezes pode gerar atraso em seu
desenvolvimento, não por problemas cognitivos, mas pela impossibilidade da
participação no mundo linguístico.
Há diferentes graus de surdez que são classificadas em leve,moderada
e severa. A pessoa com esse grau de surdez, em geral, utiliza naturalmente a
Língua de Sinais.
A grande dificuldade da pessoa com surdez é poder participar do
mundo sonoro. Quando nascemos, somos colocados em um mundo que não
entendemos, mas vamos aprendendo a compreender. A criança aprenderá o
significado das palavras a partir de seu uso social.
Para a pessoa com surdez ter acesso ao mundo linguístico, precisa
vivenciar situações reais nas quais possa compreender o idioma a partir de
seu uso social. Utilizar gestos indicativos e desenhos para explicar-lhe o que
deseja ajuda.
44
Quando trabalhamos com alunos com surdez, devemos pensar que sua
memória é principalmente visual, o que significa que ele terá maior facilidade
de guardar elementos visuais; portanto, se lhe oferecermos um objeto novo,
necessitamos mostrá-lo e nomeá-lo, auxiliando-o a compreender seu
significado.
É importante também que se desenvolva em conjunto com as imagens
e gestos indicativos, a língua de sinais. Esta irá auxiliar o aluno surdo e os
outros alunos da classe a desenvolverem real comunicação, o que favorecerá
a expressão de ideias, argumentações e relatos de histórias. É importante que
o grupo turma perceba que pessoas surdas sabem se comunicar, e respeitem
sua organização linguística.
Os alunos devem ser estimulados a se comunicar através do
aprendizado gradativo da língua de sinais (sinal do nome, sinal de referência
de cada pessoa, sinais de cumprimentos, etc.). Além disso, em todas as
oportunidades possíveis, os sinais podem ser instalados na sala de aula.
...
Deficiência visual é a perda total ou parcial, congênita ou adquirida da
visão,variando de acordo com o nível ou acuidade visual da seguinte forma:
Cegueira é a perda total ou o resíduo mínimo de visão que leva a
pessoa a necessitar do sistema Braille como meio de leitura e escrita.
É considerado com baixa visão o indivíduo que apresenta alteração da
capacidade funcional da visão .Trata-se de baixa acuidade visual significativa,
e é decorrente de inúmeros fatores isolados que provocam redução
importante no campo visual, e que limitam o desempenho visual do indivíduo.
(SMSP, p.71)
Dentre os recursos e cuidados que podemos utilizar para facilitar o
aprendizado dos alunos de baixa visão são sugeridos::
45
Uma base de papel cartão preto embaixo do caderno para causar
contraste, facilitando a localização do caderno.
Outro recurso bem simples é usar caneta hidrocor preta de ponta
média ou lápis 6B para auxiliar na discriminação visual.
As cores de giz branca e amarela proporcionam melhor contraste em
relação ao fundo de lousa preto ou verde escuro, enquanto a utilização de
várias cores de giz dificulta o contraste de cores para o aluno com baixa visão.
O fato de se colocar à disposição dos alunos materiais táteis facilita a
compreensão de determinados conceitos pelos alunos com baixa visão.
46
Fonte da imagem: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf(p.23)
47
5.3. Conhecendo mais sobre as possibilidades de trabalhar com o aluno
com NEE
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Que tal conhecer uma turminha muito especial através das
histórias em quadrinho?
49
Para conhecer esses personagens vale acessar o blog do jornalista Victor
Klier, criador da turminha ou ainda acessar
http://eficienciaespecial.blogspot.com.br/2013/07/conheca-inclusiva-turma-da-
febeca.html:
50
6. TECNOLOGIAS A SERVIÇO DAS CRIANÇAS COM NECESSIDADES
ESPECIAIS.
A Educação Especial desenvolve-se em torno da igualdade de
oportunidades, em que todos os indivíduos, independentemente das suas
diferenças, deverão ter acesso a uma educação com qualidade, capaz de
responder as suas necessidades.
Ao final do estudo desse capítulo você deverá ter construído e
sistematizado aprendizagens tais como:
Identificar as características necessárias às salas de recursos
multifuncionais.
Entender as formas de apoio governamental à implantação dessas
salas.
Citar diferentes recursos acessíveis a vários tipos de deficiência.
Refletir sobre o que se pode adaptar nas escolas comuns para
facilitar a inclusão.
51
conhecimento pela tentativa de ensaio e erro.( disponível em
http://coralx.ufsm.br/revce/ceesp/2001/02/a5.htm)
52
alternativa, lupas manuais e lupa eletrônica, plano inclinado, mesas, cadeiras,
53
facilita a digitação do aluno com dificuldade motora.
54
As possibilidades aumentam não só em termos tecnológicos , mas
também e principalmente, no olhar acolhedor que a sociedade vem tendo , de
forma crescente com relação aos cidadãos que apresentam algum tipo de
dificuldade. É importante afirmar que até mesmo em termos de garantia de
emprego para as pessoas que apresentam deficiência, já há toda uma
legislação que as ampara.
Não estamos apenas apresentando sonhos, já há uma caminhada na
busca de direitos vem sendo atendida.
Lamentamos, no entanto, que a muitas barreiras sejam as
arquitetônicas , ou as de aspecto psicológico , as barreiras atitudinais ainda
precisem ser removidas. (Carvalho,1998).
Você aluno do CND - IECS, futuro professor, deve se integrar na luta
para o rompimento dessas barreiras.
Observe os quadrinhos e sinta seu potencial de ação.
Uma aluna buscou a Direção da escola que frequentava e reivindicou
uma série de alterações arquitetônicas de modo a que todos os alunos
pudessem estar bem atendidos.. Após um tempo ela, com apoio do grupo,
conseguiu::
55
Fonte da imagem: http://eficienciaespecial.blogspot.com.br/2013/07/conheca-
inclusiva-turma-da-febeca.html
56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
57
_ Ministério da Educação. Resolução nº 4, de 2 de outubro de
2009. Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado
na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Brasília : Conselho
Nacional de Educação, Câmara de Educação Básica
Disponível em : http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf.
Acesso em jan 2015
59
ANEXOS
60
ANEXO 2
Declaração de Jomtien
Na Declaração de Jomtien, os países relembram que:
A educação é um direito fundamental de todos, mulheres e homens,
de todas as idades, no mundo inteiro.
Declararam, também, entender que a educação é de fundamental
importância para o desenvolvimento das pessoas e das sociedades, sendo um
elemento que "pode contribuir para conquistar um mundo mais seguro, mais
sadio, mais próspero e ambientalmente mais puro, e que, ao mesmo tempo,
favoreça o progresso social, econômico e cultural, a tolerância e a cooperação
internacional"
Todas as crianças, de ambos os sexos, têm direito fundamental à
educação e que a elas deve ser dada a oportunidade de obter e manter um
nível aceitável de conhecimentos;
Cada criança tem características, interesses, capacidades e
necessidades de aprendizagem que lhe são próprios;
Os sistemas educativos devem ser projetados e os programas
aplicados de modo
que tenham em vista toda a gama dessas diferentes características e
necessidades;
As pessoas com necessidades educacionais especiais devem ter
acesso às escolas comuns, que deverão integrá-las numa pedagogia
centralizada na criança, capaz de atender a essas necessidades.
61
Declaração de Salamanca
Na Declaração de Salamanca, os países signatários, dos quais o
Brasil faz parte, declararam:
As escolas comuns, com essa orientação integradora, representam o
meio mais eficaz de combater atitudes discriminatórias, de criar comunidades
acolhedoras, construir uma sociedade integradora e dar educação para todos;
A Declaração se dirige a todos os governos, incitando-os a:
Dar a mais alta prioridade política e orçamentária à melhoria de seus
sistemas educativos, para que possam abranger todas as crianças,
independentemente de suas diferenças ou dificuldades individuais;
Adotar, com força de lei ou como política, o princípio da educação
integrada, que permita a matrícula de todas as crianças em escolas comuns, a
menos que haja razões convincentes para o contrário;
Criar mecanismos descentralizados e participativos, de planejamento,
supervisão e avaliação do ensino de crianças e adultos com necessidades
educacionais especiais;
Promover e facilitar a participação de pais, comunidades e
organizações de pessoas com deficiência, no planejamento e no processo de
tomada de decisões, para atender a alunos e alunas com necessidades
educacionais especiais;
Assegurar que, num contexto de mudança sistemática, os programas
de formação do professorado, tanto inicial como contínua, estejam voltados
para atender às necessidades educacionais especiais, nas escolas
integradoras.
62
ANEXO 3
Declaração da Convenção da Guatemala
63
ANEXO 4
64
V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares
disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
Art. 60- Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios
de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas
e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e
financeiro pelo poder público.
Parágrafo único. O Poder Público adotará como alternativa preferencial, a
ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na
própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às
instituições previstas nesse artigo.
65
ANEXO – 5 DECRETO Nº 10.502, DE 30 DE SETEMBRO DE 2020
70
CAPÍTULO VI
DOS ATORES
Art. 8º Atuarão, de forma colaborativa, na prestação de serviços da educação
especial:
I - equipes multiprofissionais e interdisciplinares de educação especial;
II - guias-intérpretes;
III - professores bilíngues em Libras e língua portuguesa;
IV - professores da educação especial;
V - profissionais de apoio escolar ou acompanhantes especializados, de que
tratam o inciso XIII do caput do art. 3º da Lei nº 13.146, de 2015 - Estatuto da Pessoa com
Deficiência, e o parágrafo único do art. 2º da Lei nº 12.764, de 2012; e
VI - tradutores-intérpretes de Libras e língua portuguesa.
CAPÍTULO VII
DA IMPLEMENTAÇÃO
Art. 9º A Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com
Aprendizado ao Longo da Vida será implementada por meio das seguintes ações:
I - elaboração de estratégias de gestão dos sistemas de ensino para as escolas
regulares inclusivas, as escolas especializadas e as escolas bilíngues de surdos, que
contemplarão também a orientação sobre o papel da família, do educando, da escola, dos
profissionais especializados e da comunidade, e a normatização dos procedimentos de
elaboração de material didático especializado;
II - definição de estratégias para a implementação de escolas e classes
bilíngues de surdos e o fortalecimento das escolas e classes bilíngues de surdos já
existentes;
III - definição de critérios de identificação, acolhimento e acompanhamento dos
educandos que não se beneficiam das escolas regulares inclusivas, de modo a
proporcionar o atendimento educacional mais adequado, em ambiente o menos restritivo
possível, com vistas à inclusão social, acadêmica, cultural e profissional, de forma
equitativa, inclusiva e com aprendizado ao longo da vida;
IV - definição de diretrizes da educação especial para o estabelecimento dos
serviços e dos recursos de atendimento educacional especializado aos educandos público-
alvo desta Política Nacional de Educação Especial;
V - definição de estratégias e de orientações para as instituições de ensino
superior com vistas a garantir a prestação de serviços ao público-alvo desta Política
Nacional de Educação Especial, para incentivar projetos de ensino, pesquisa e extensão
destinados à temática da educação especial e estruturar a formação de profissionais
71
especializados para cumprir os objetivos da Política Nacional de Educação Especial:
Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida; e
VI - definição de critérios objetivos, operacionalizáveis e mensuráveis, a serem
cumpridos pelos entes federativos, com vistas à obtenção de apoio técnico e financeiro da
União na implementação de ações e programas relacionados à Política Nacional de
Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida.
CAPÍTULO VIII
DA AVALIAÇÃO E DO MONITORAMENTO
Art. 10. São mecanismos de avaliação e de monitoramento da Política Nacional
de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida:
I - Censo Escolar;
II - Exame Nacional do Ensino Médio;
III - indicadores que permitam identificar os pontos estratégicos na execução da
Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo
da Vida e os seus resultados esperados e alcançados;
IV - planos de desenvolvimento individual e escolar;
V - Prova Brasil; e
VI - Sistema de Avaliação da Educação Básica.
Art. 11. Serão incorporados aos mecanismos de avaliação e de monitoramento
de que tratam os incisos II ao V docaputdo art. 10 indicadores que permitam identificar
resultados obtidos com a implementação da Política Nacional de Educação Equitativa,
Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida.
CAPÍTULO IX
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 12. Compete ao Ministério da Educação a coordenação estratégica dos
programas e das ações decorrentes da Política Nacional de Educação Especial: Equitativa,
Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida.
Art. 13. A colaboração dos entes federativos na Política Nacional de Educação
Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida ocorrerá por meio de
adesão voluntária, na forma a ser definida em instrumentos específicos dos respectivos
programas e ações do Ministério da Educação e de suas entidades vinculadas.
Art. 14. Para fins de implementação da Política Nacional de Educação Especial:
Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida, a União poderá prestar aos
entes federativos apoio técnico e assistência financeira, na forma a ser definida em
instrumento específico de cada programa ou ação.
72
Art. 15. A assistência financeira da União de que trata o art. 14 ocorrerá por
meio de dotações orçamentárias consignadas na Lei Orçamentária Anual ao Ministério da
Educação e às suas entidades vinculadas, respeitada a sua área de atuação, observados a
disponibilidade financeira e os limites de movimentação e empenho.
Art. 16. Compete ao Conselho Nacional de Educação elaborar as diretrizes
nacionais da educação especial, em conformidade com o disposto na Política Nacional de
Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida.
Parágrafo único. As diretrizes nacionais da educação especial serão
homologadas em ato do Ministro de Estado da Educação.
Art. 17. A Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com
Aprendizado ao Longo da Vida deverá ser utilizada, também, como referência para a Base
Nacional Comum Curricular, de que trata o art. 26 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
1996.
Art. 18. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 30 de setembro de 2020; 199º da Independência e 132º da República.
JAIR MESSIAS
BOLSONARO
Milton Ribeiro
Damares Regina Alves
73
ANEXO 6
74
Instituto Benjamin Constant (IBC) - é uma instituição federal de Educação
Básica que desenvolve junto com o MEC ações de apoio especializado à
educação de alunos cegos visando sua inclusão escolar.
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