Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FORTALECENDO A POLÍTICA DA
CRIANÇA, ADOLESCENTE
E JUVENTUDE
Belo Horizonte
2021
2
Ficha técnica
Coordenadora do SER-DH
Bárbara Amelize Costa
Elaboração técnica
Mariana Ferreira Bicalho
Revisão técnica
Bárbara Amelize Costa
Pâmela Guimarães Silva
3
Fortalecendo a política da
CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE
Sumário
Apresentação..............................................................................................................................5
4
Fortalecendo a política da
CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE
Apresentação
A presente apostila foi construída para ser uma ferramenta de consulta prática e,
também, um local de primeiras noções sobre as políticas de proteção e promoção
de direitos da criança, do adolescente e da juventude. Nesses termos, não preten-
de esgotar e nem, tampouco, apresentar todos os níveis de complexidades e deba-
tes dialógicos atualmente envolvidos nas políticas vinculadas a essas temáticas.
A linguagem aqui adotada priorizará a fluidez, apresentando-se menos tecnicista,
principalmente para servir como um material de apoio àquelas e aqueles que vão
se deparar com o tema pela primeira vez. Por isso, o material está organizado da
seguinte maneira: na primeira e segunda parte, serão apresentadas as principais
características das políticas de proteção e promoção dos direitos da criança e do
adolescente e da juventude. Em seguida, será detalhado o papel da escola na rede
de proteção e promoção de direitos e os benefícios do uso do SIMA pelas escolas.
Esperamos que as informações possam ser úteis e que abram caminhos para pes-
quisas cada vez mais aprofundadas sobre o assunto.
Equipe SER-DH
5
Fortalecendo a política da
CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE
6
Fortalecendo a política da
CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE
8
Fortalecendo a política da
CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE
O art. 201 do ECA dispõe de uma série ou seja, o órgão não pode ser extinto e
de atribuições judiciais e extrajudiciais não está subordinado politicamente a
para defesa dos direitos das crianças e qualquer órgão do Poder Público.
dos adolescentes pelo Ministério Públi-
co, entre elas: Ressalta-se que a autonomia do órgão
não impede a fiscalização das ativida-
• promover e acompanhar os pro- des pelo Ministério Público e/ou a análi-
cedimentos relativos às infrações se ou revisão das atividades pelo Poder
atribuídas a adolescentes; Judiciário.
• promover e acompanhar as ações
de alimentos e os procedimentos O Conselho Tutelar é formado por pes-
de suspensão e destituição do po- soas escolhidas pela sociedade e tem
der familiar, nomeação e remoção competência de adotar providências
de tutores, curadores e guardiães; concretas para defesa dos direitos in-
dividuais das crianças e dos adoles-
• promover o inquérito civil e a ação
centes. Importante destacar que é um
civil pública para a proteção dos
órgão colegiado, em que as decisões
interesses individuais, difusos ou
coletivas se sobrepõem aos interesses
coletivos relativos à infância e à
isolados de cada conselheiro tutelar.
adolescência;
• zelar pelo efetivo respeito aos di- Diferente dos Conselhos dos Direitos
reitos e garantias legais assegu- da Criança e do Adolescente, os Conse-
rados às crianças e adolescentes, lhos Tutelares não têm competência de
promovendo as medidas judiciais deliberação de políticas públicas, mas
e extrajudiciais cabíveis; de promoção de ações efetivas de pro-
• inspecionar as entidades públicas teção dos direitos das crianças e dos
e particulares de atendimento e adolescentes, em medidas não jurisdi-
os programas previstos no ECA; cionais. Diante de um caso concreto de
• requisitar força policial, bem como violação de direitos, cabe ao Conselho
a colaboração dos serviços médi- Tutelar decidir a melhor forma de prote-
cos, hospitalares, educacionais e ger a criança ou o adolescente.
de assistência social, públicos ou
privados, para o desempenho de Ressalta-se que o Conselho Tutelar é
suas atribuições. um órgão de natureza administrativa e,
por isso, não exerce jurisdição, não ten-
do competência para apreciar ou jul-
Conselho Tutelar
gar conflitos de interesse. Quando for
O Conselho Tutelar é órgão permanente o caso, compete ao Conselho Tutelar
e autônomo, não jurisdicional, encarre- encaminhar os casos para autoridade
gado pelo cumprimento dos direitos da judiciária (TAVARES, 2021B).
criança e do adolescente (art. 131, ECA),
De acordo com art. 136 do ECA, são atri-
buições do Conselho Tutelar:
9
Fortalecendo a política da
CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE
11
Fortalecendo a política da
CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE
12
Fortalecendo a política da
CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE
13
Fortalecendo a política da
CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE
14
Fortalecendo a política da
CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE
15
Fortalecendo a política da
CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE
16
Fortalecendo a política da
CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE
17
Fortalecendo a política da
CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE
18
Fortalecendo a política da
CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE
19
Fortalecendo a política da
CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE
Desde a Constituição de 1988, o papel Com o uso do SIMA, a escola poderá re-
da escola não é apenas de transmitir os gistrar e monitorar os casos de violên-
conhecimentos básicos das disciplinas, cia e de violações de direitos cadastra-
mas também de colaborar na constru- dos, possibilitando melhor integração
ção da cidadania e do respeito aos di- na rede de proteção e promoção de di-
reitos humanos. Nesse sentido, o pró- reitos e resultando no maior controle e
prio plano pedagógico deve ter como responsividade pelos órgãos e serviços
base a transmissão e conscientização do Estado.
dos direitos humanos assegurados nos
tratados internacionais e nas legisla- Além do monitoramento dos casos ca-
ções nacionais. dastrados no sistema, o SIMA possibili-
ta, através das tecnologias disponíveis,
Além disso, o papel das escolas na rede a produção de relatórios e dados que
de proteção e promoção de direitos subsidiarão as ações e as estratégias
também é preventivo. Cabe à rede de de atuação de promoção, proteção e
educação disseminar a cultura da paz defesa de direitos.
e o respeito à diversidade, bem como
orientar e atuar em conjunto com os As metodologias de colhimento, mo-
pais ou responsáveis nesse sentido. nitoramento e avaliação dos casos de
violência utilizadas são baseadas nos
Destaca-se que a escola não deve exer- parâmetros internacionais de moni-
cer suas funções de forma isolada, de- toramento em Direitos Humanos de-
vendo atuar em conjunto com a socie- finidos pela Organização das Nações
dade, com os Conselhos Municipais e Unidas (ONU) e moldados com as espe-
com os Conselhos Tutelares. As escolas cificidades da América Latina, do Brasil
podem, inclusive, mobilizar e organizar e de Minas Gerais.
a comunidade para propor pautas e de-
liberações nos Conselhos. Inicialmente, os dados socioeconômi-
cos e da violência são separados e sis-
tematizados. A partir da análise dos da-
3.1 O SIMA nas escolas dos, definiram-se os tipos de violações,
os grupos temáticos e os direitos siste-
maticamente violados.
O SIMA é uma ferramenta desenvolvida
para entidades governamentais e não Os grupos temáticos ou sistematica-
governamentais que atuam em Direi- mente vulnerabilizados são grupos e
tos Humanos que dispõe de metodo- sujeitos que historicamente foram sub-
logias de colhimento e monitoramento metidos às relações de dominação e à
de casos de violência e de violações de condição de invisibilidade e que, por
direitos e metodologias de gestão de isso, apresentam uma agenda de mobi-
projetos para ações de promoção em lização política, além de subjetividades
Direitos Humanos. e identidades que, de forma emergen-
20
Fortalecendo a política da
CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE
21
Fortalecendo a política da
CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE
22
Fortalecendo a política da
CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE
Referências bibliográficas
AMIN, Andréa Rodrigues. Doutrina da proteção integral. Em: MACIEL, Katia Regina
Ferreira Lobo Andrade (Coord.). Curso de Direito da Criança e do Adolescente - 13ª
Edição. Saraiva jur. Edição do Kindle, 2021.
BORDALLO, Galdino Augusto Coelho. Ministério Público. Em: MACIEL, Katia Regina
Ferreira Lobo Andrade (Coord.). Curso de Direito da Criança e do Adolescente - 13ª
Edição. Saraiva jur. Edição do Kindle, 2021.
BORDALLO, Galdino Augusto Coelho. O poder judiciário. Em: MACIEL, Katia Regina
Ferreira Lobo Andrade (Coord.). Curso de Direito da Criança e do Adolescente - 13ª
Edição. Saraiva jur. Edição do Kindle, 2021a.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasí-
lia, DF: Centro Gráfico, 1988.
_______. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e
do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Brasília, DF, 16 jul. 1990.
_______. Lei no 12.852, de 5 de agosto de 2013. Institui o Estatuto da Juventude e
dispõe sobre os direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas de juven-
tude e o Sistema Nacional SINAJUVE.
_______. Resolução n.o 113, de 19 de abril de 2006, dispõe sobre os parâmetros
para a institucionalização e fortalecimento do Sistema de Garantia dos Direitos da
Criança e do Adolescente, Brasília, SEDH/CONANDA, 2006.
ONU. Convenção sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas. 1989
____. Declaração Universal dos Direitos da Criança. 1959.
TAVARES, Patrícia Silveira. A política de atendimento. Em: MACIEL, Katia Regina
Ferreira Lobo Andrade (Coord.). Curso de Direito da Criança e do Adolescente - 13ª
Edição. Saraiva jur. Edição do Kindle, 2021a.
TAVARES, Patrícia Silveira. O Conselho Tutelar. Em: MACIEL, Katia Regina Ferreira
Lobo Andrade (Coord.). Curso de Direito da Criança e do Adolescente - 13ª Edição.
Saraiva jur. Edição do Kindle, 2021b.
TAVARES, Patrícia Silveira. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescen-
te. Em: MACIEL, Katia Regina Ferreira Lobo Andrade (Coord.). Curso de Direito da
Criança e do Adolescente - 13ª Edição. Saraiva jur. Edição do Kindle, 2021c.
23
Fortalecendo a política da
CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE
24