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Discente de Serviço Social, 8º período. Disciplina: Direito e Legislação – Noturno. Instituição de Filosofia,
Ciências Humanas e Sociais – UFAM, campus Manaus. E-mail: loisebarauna@gmail.com
Dados do disque denúncias de 2019 apontaram que em mais de 70% dos
casos, esses atos são praticados por familiares e em suas próprias casas. Diante
desse cenário, viu-se crescer o número de denúncias durante a pandemia, em março
de 2020, com um aumento de 85%, de 11.232 em março de 2019 para 20.771 em
março deste ano. Segundo o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, as
denúncias em abril aumentaram em relação ao mesmo período que o ano passado,
mas teve uma redução de 34% em relação a março, e a hipótese é que devido à
restrição maior por conta da pandemia, muitas crianças e adolescentes não estão
tendo a oportunidade de denunciarem seus abusadores, já que se trata de um período
de distanciamento e isolamento social, momento em que o potencial agressor está
dentro de casa.
Nesse contexto, destaca-se aqui a importância da elaboração de políticas
públicas eficazes, e ações norteadas pelo Sistema de Garantia dos Direitos da
Criança e do Adolescente (SGDCA), que possui a finalidade de promover, defender e
controlar a efetivação integral de todos os direitos da criança e adolescente (direitos
civis, políticos, econômicos, sociais, culturais, coletivos e difusos), definidas no ECA
e normatizadas pelo CONANDA na Resolução nº 113/2006. Trata-se de um sistema
estratégico, para além de um sistema de atendimento, complexo em sua estruturação,
que deve garantir de acesso à justiça e à proteção jurídico social, voltadas para o
sistema de justiça traduzidos na atuação das Varas da Infância e da Juventude e no
Conselho Tutelar, como órgão autônomo representativo da sociedade para zelar pelos
direitos da criança e do adolescente.
Na promoção dos direitos, é exigido o engajamento de órgãos públicos,
representantes da sociedade civil e pessoas da comunidade, não isolados e de forma
articulada, como bem refere o Art. 70-A do ECA, onde trata “Da Prevenção”, sendo
dever de todos promover e efetivar os direitos da população infanto-juvenil através da
elaboração e implementação da política de atendimento, que é função essencial do
Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente.
O controle da efetivação dos direitos é o espaço específico para o
acompanhamento, avaliação e monitoramento dos mecanismos de promoção e
defesa dos direitos, consistindo, portanto, em espaço de vigilância que será exercido
prioritariamente pela sociedade civil organizada, por organismos institucionais e
mistos, como o Conselho de Direitos. Tais ações efetivas e eficazes dependem da
articulação intersetorial, interinstitucional, intersecretarial e até intermunicipal,
resultando em um todo organizado e relativamente estável, norteado por finalidades.
REFERÊNCIAS