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e medidas aplicáveis
a crianças e adolescentes
Camila Bressanelli*
*
Mestre em Direitos Hu-
manos e Democracia pela
Universidade Federal do
Paraná (UFPR). Professora
do Centro Universitário
Curitiba (Unicuritiba).
Advogada.
Em suma, toda a sociedade deve estar envolvida nesse atuar, para a im-
plementação dessas políticas de atendimento de crianças e adolescentes,
através de uma integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério
Público, Defensoria, Segurança Pública, Assistência Social e sociedade.
A questão socioeducativa:
conceito do ato infracional
A disciplina jurídica do ato infracional está nos artigos 103 ao 109 do Esta-
tuto da criança e do adolescente. O ato infracional deve ser entendido como
a conduta de conteúdo delitivo, praticada por criança ou adolescente, ou
seja, é a prática de conduta penal, descrita como crime na esfera penal.
Inimputabilidade
Os menores de dezoito anos são inimputáveis, e para considerar quem
poderia ser considerado inimputável adota-se o critério do tempo do ato
infracional, para a aplicação da medida socioeducativa ao adolescente. Ou
seja, se um adolescente praticou um ato infracional quando tinha 17 anos e
364 dias, para todos os efeitos, ele ainda era adolescente quando da prática
da infração, e, por isso, é considerado como inimputável.
Garantias processuais
As garantias processuais previstas nos artigos 110 e 111 do Estatuto da
Criança e do Adolescente objetivam a proteção do devido processo legal,
conforme os artigos 5.º, LXXIV, e 134 da Constituição Federal.
Medidas socioeducativas
As medidas socioeducativas estão elencadas a partir do artigo 112,
abrangendo suas modalidades, até o artigo 125, do Estatuto da Criança e do
Adolescente.
A remissão 6
É assim o teor do artigo
129, do Estatuto da Crian-
ça e do Adolescente: “Art.
A remissão foi prevista nos artigos 126 ao 128, e 188, do Estatuto da Crian- 129. São medidas aplicá-
veis aos pais ou responsá-
ça e do Adolescente. Trata-se de uma forma de exclusão do processo, pro- vel: I - encaminhamento a
programa oficial ou comu-
posta pelo Ministério Público, antes de iniciado o procedimento judicial para nitário de proteção à famí-
lia; II - inclusão em progra-
a apuração de ato infracional. ma oficial ou comunitário
de auxílio, orientação e
tratamento a alcoólatras e
toxicômanos; III - encami-
Para tanto, levar-se-ão em conta os traços específicos da personalidade nhamento a tratamento
psicológico ou psiquiátri-
do adolescente e a sua maior ou menor participação no ato infracional. co; IV - encaminhamento
a cursos ou programas de
orientação; V - obrigação
Opera-se, na remissão, quando já iniciado o procedimento judicial, a sus- de matricular o filho ou
pupilo e acompanhar sua
pensão ou extinção do processo. freqüência e aproveita-
mento escolar; VI - obri-
gação de encaminhar a
A remissão não prevalece para efeito de antecedentes. criança ou adolescente
a tratamento especiali-
zado; VII - advertência;
VIII - perda da guarda; IX
- destituição da tutela; X -
Medidas pertinentes aos pais ou responsável suspensão ou destituição
poder familiar. Parágrafo
único. Na aplicação das
medidas previstas nos in-
As medidas pertinentes aos pais ou responsável, estão previstas no artigos cisos IX e X deste artigo,
observar-se-á o disposto
1296 e 130, do Estatuto da Criança e do Adolescente, e possuem conteúdo nos arts. 23 e 24”.
Dicas de estudo
Observar o artigo 90 do Estatuto acerca dos procedimentos e princi-
piologia de atuação das entidades de atendimento.
Observar os artigos 115 ao 125 do Estatuto sobre cada uma das medi-
das socioeducativas citadas nos incisos do artigo 112.
Referências
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