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CLAUDIA DE
FREITAS VIDIGAL
ANEXO
ORIENTAÇÕES TÉCNICAS PARA EDUCADORES SOCIAISDE RUA EM SERVIÇOS, PROGRAMAS E
PROJETOSCOM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RUA
1.APRESENTAÇÃO
Objetiva-se, com esta publicação, mostrar como a atuação deeducadores sociais pode
fortalecer o funcionamento adequado de serviços,programas e projetos para crianças e adolescentes em
situação derua e a dimensão da garantia de direitos e da proteção integral previstasna Lei nº 8.069/90, o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
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Enquanto prática, a Educação Social de Rua pressupõe relação ediálogo com o público
atendido, com o território e o Sistema de Garantiade Direitos da Criança e do Adolescente (SGD), que é
composto pela articulaçãoe integração das instâncias públicas governamentais e da sociedadecivil para a
prevenção, promoção, defesa e garantia de direitos dacriança e do adolescente nos níveis federal,
estadual, distrital e municipal.
"Compete ao Sistema de Garantia dos Direitos da Criança edo Adolescente promover, defender
e controlar a efetivação dos direitoscivis, políticos, econômicos, sociais, culturais, coletivos e difusos,em
sua integralidade, em favor de todas as crianças e adolescentes,de modo que sejam reconhecidos e
respeitados como sujeitosde direitos e pessoas em condição peculiar de desenvolvimento;colocando-os a
salvo de ameaças e violações a quaisquer de seusdireitos, além de garantir a apuração e reparação dessas
ameaças eviolações." (Art. 2° da Resolução CONANDA n°113/2006)
Crianças e adolescentes são prioridade absoluta (Art. 227 daConstituição Federal de 1988) e
estão em condição peculiar de desenvolvimento,portanto em formação. Para o entendimento das
característicasda população infanto-juvenil deve-se levar em conta ahistória e as condições de vida
oferecidas pela família, poder públicoe sociedade em geral. Assim, a criança e o adolescente devem
servistos como sujeitos de direitos, em desenvolvimento, inseridos emum dado contexto, e que
apresentam potencialidades para seu plenodesenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social, não sendo
individualmenteculpabilizados por sua situação.
Este documento reúne subsídios técnicos às políticas públicaspara a atenção às crianças e aos
adolescentes em situação derua, preservando o diálogo com as singularidades decorrentes dadiversidade
expressa na definição deste público. Esta produção decorredo conhecimento de boas práticas, a fim de
que os serviços,programas e projetos com crianças e adolescentes em situação de rua,a partir dos
princípios da educação social de rua, traduzam-se emconquistas importantes para aprimorar a atenção a
este público nonosso País.
Espera-se que as informações aqui contidas incentivem eaprimorem as práticas nos serviços,
programas e projetos da rede deproteção, promoção e defesa de direitos nos territórios, bem
comocontribua para a universalização dos direitos da criança e do adolescente,tornando-os de fato
prioridade absoluta. Assim, este documentodeve ser amplamente utilizado, discutido e aprofundado
pelosgestores, equipes técnicas, educadores sociais de rua, profissionaisda assistência social, educação,
saúde, esporte, lazer, cultura e direitoshumanos, bem como conselheiros de direitos, de políticas
setoriais,conselheiros tutelares e por diferentes atores do SGD.
2.PÚBLICO ALVO
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Utiliza-se o termo "situação" para enfatizar a possível transitoriedadee efemeridade dos perfis
desta população, podendo mudarpor completo o perfil, repentinamente ou gradativamente, em razão
deum fato novo.
I - trabalho infantil;
II - mendicância;
A proteção integral implica na atuação de uma ampla rede deserviços voltada para a garantia
dos direitos da criança e do adolescente,como versa o ECA em seu artigo 4º:
a)Conselho Tutelar;
b) Ministério Público;
c)Defensoria Pública;
e)Secretaria da Saúde;
f)Secretaria da Educação;
g)Secretaria da Cultura;
i)Universidades;
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j)Centros de Defesa; e
Os serviços, programas e projetos com crianças e adolescentesem situação de rua precisam ser
desenvolvidos por equipesprofissionais de diferentes áreas e de forma integrada. Ao mesmotempo, devido
à sua enorme diversidade, são exigidos conhecimentose saberes específicos em cada caso. Entre outros
princípios que orientama atuação do educador social de rua podemos destacar:
5.1Diretrizes metodológicas
Os educadores sociais de rua observam a dinâmica local e asrelações entre os diferentes atores
(moradores, vendedores, transeuntes,traficantes, polícia, educador social de rua, comerciantes etc.).Nesta
etapa são geradas leituras do contexto, diagnósticos e mapeamentosde demandas, fragilidades e
potencialidades locais. Paraisso devem atuar tendo em vista as seguintes orientações:
g)às vezes, ser introduzido por uma pessoa da comunidadepode ser de grande ajuda, em
territórios mais complexos.
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d)respeitar a individualidade;
g)compreender o seu papel na constituição da relação com ossujeitos, assim como os seus
limites de atuação;
i)o educador social de rua deve ir às ruas despido de preconceito,de olhares estereotipados, de
saberes prontos e sem a ansiedadede procurar soluções sem o conhecimento da realidade local;
j)despertaro interesse deste público específico por meio deatividades que considerem seu
estágio de desenvolvimento;
b)realizar ações com as crianças e os adolescentes, com asfamílias, com a rede e o território;
e)participar das avaliações em equipe sobre o resultado dasações da educação social de rua
nos âmbitos individual, coletivo ecomunitário;
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d)buscar junto ao público informações sobre a família paraarticular com a rede possibilidades
de sua localização e aproximaçãogradativa;
e)contatar com os adultos responsáveis e/ou com vínculoafetivo, com apoio da rede;
c)viabilizar encaminhamentos da família para assegurar acessose apoios que contribuam para a
(re) aproximação e fortalecimentode vínculos, considerando a opinião da criança e do adolescente;
e)em articulação com a rede, buscar fortalecer as famíliaspara o retorno da criança e/ou
adolescente ao convívio familiar, quandopossível;
a)conhecer o território, a rede de atendimento, o SGD ediagnósticos locais que possam apoiar
sua atuação;
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b)apoiar a articulação com os recursos das diversas políticaspúblicas, como assistência social,
saúde, educação, profissionalização,habitação, cultura, esporte e lazer, dentre outras, buscando a
inclusãoda criança ou adolescente em situação de rua e suas famílias nosserviços, programas, projetos e
benefícios existentes no território,para além do mero encaminhamento;
5.3.Ferramentas metodológicas
a)diagnóstico do território;
b)material informativo;
c)diário de campo;
d)registro fotográfico;
g)reunião de equipe;
h)momentos de formação;
i)visita domiciliar;
j)estudo de caso;
l)atividades de integração;
n)diário de campo;
p)kit redução
redu de danos;
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1987.
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