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Direitos reais

1. Conceito de Direito das Coisas


a. Patrimoniais
b. Trata-se de um ramo do Direito Privado que estuda os processos apropriatórios e
sua disciplina dogmática
2. Objeto das Coisas
a. Assunto: direitos subjetivos incidentes sobre coisas
b. Perspectiva: a apropriação do bem pelo ser humano de modo justo e seguro.
3. A Coisa:
a. Corporeidade: em regra geral, a coisa deve ser corpórea, ou seja, palpável.
i. Penhor de direitos
ii. Usufruto sobre universalidade
iii. Sucessão aberta

b.
Possibilidade de apropriação: extra-commercium (bens fora de comércio, que não
eram passiveis de alienação)
4. Fundamentos Teóricos:
a. Teoria Realista/Clássica: propunha a relação entre o sujeito e a coisa
b. Teoria Personalista: Bernard windscheid. Sujeito passivo universal.
c. Situação Jurídica Real:

AULA 2 – Caracterização do Direito Real

1. Característica do direito real


a. Perpetuidade
b. Taxatividade (‘numerus clasus’) e tipicidade estrita
c. Inerência e ambulatoriedade
d. Funcionalidade
e. Caráter absoluto
f. Oponibilidade a terceiros (efeito ‘erga omnes’)
2. Distinções entre os Direitos Reais (DR) e os Direitos Obrigacionais (DO)
- Em Relação ao objeto - Quanto ao sujeito passivo
DO: conduta do sujeito DO: determinado ou determinável
DR: a coisa DR: sujeito passível universal

- Quanto à Finalidade - Qnt à relação direito e objeto


DO:adimplemento DO: pluralidade de sujeitos
DR: direito ‘in re’. DR: 1 titular para cada direito

- Quanto ao tempo de duração - Garantia em hipótese de lesão


DO: transitoriedade DO: perdas e danos, a serem tiradas do patrimônio do devedor

DR: perpetuidade DR: sequela

- Número de direitos - Quanto à natureza do objeto


DO: rol aberto DO: objeto potencial
DR: rol fechado (o que não está na lei não é direito) DR: recai sempre coisa certa ou determinada

3. Direitos reais e figuras afins


a. Obrigações ‘propter rem’ - consiste em fazer ou dar (sempre será positiva).
Obrigação pessoal, e não direito real. Contrai essa obrigação quanto você contrai o direito real.
b. Obrigações com eficácia ‘erga omnes’
c. Ônus Reais:
4. Classificação dos Direitos Reais – Art. 1.225/CC
a. De gozo:
i. Sobre coisa própria (direito de propriedade), pautado no Inciso I.
ii. Sobre coisa alheia, pautado no Inciso II, III, IV, V, VI, XI, XII e XIII
b. De aquisição: Inciso VII, do compromissário comprador
c. De garantia: VIII, IX e X

AULA 3 – PROPRIEDADE E DOMINIO

1. Os sentidos da palavra propriedade


a. Sentido amplíssimo = direito subjetivo.
b. Amplo
c. “Lato Sensu”: como se fosse qualquer direito real ou possessório.
d. Analogia: Art. 2º L 9.609/98
e. Equívoco: como se fosse a “coisa”. Art. 1.331/CC. As pessoas tratam a palavra
propriedade como se fosse a coisa, mas na verdade, é o direito de ter a propriedade.
f. “Sentido Sensu/Estrito”: é um direito real pleno. (Art. 1.225, I; são direitos reais). Art.
176/CF –
2. Propriedade e Domínio
a. Art. 1.228/CC:
b. Caput: descreve os 4 elementos que compões a propriedade
i. Faculdade de satisfazer com o uso da coisa. “ius utendi”
ii. “ius fruendi” – fruir ou gozar, significa que você pode preserve/colher os
frutos da coisa. Só pode usar e fruir
iii. “ius alienandi” – dispor. Você torna-se dono da coisa. Podendo também
renunciar. Ser dono pode usar/doar, fruir/alienar e dispor/dar garantia
iv. “ius reinvindicandi” é o poder do proprietário de reaver a coisa,
independente da relação contratual e de quem esteja com ela. Ele pode
usar/doar, fruir/alienar e dispor/dar garantia e reivindicar.
c. Elasticidade da propriedade: o proprietário tem poder e faculdade de
temporariamente abrir mão de um dos elementos e reaver depois.
d. Domínio: é o proprietário que está com o direito de usar, fruie, dispor e reinvindicar.
Plena propriedade. Art. 1.231/CC.
3. Acesso VS Titularidade:
a. Direito fundamental: Art 5º, XXII e XXIII
4. Limitação, Restrição e Limite do Direito de Propriedade :
a. Limitação: diminuição do exercício do direito real pela lei. A lei impõe alguma
limitação para este direito. Ex.: som alto depois das 22h;
b. Restrição: por força de negócio jurídico.
c. Limite: projeção física.

AULA 4 – FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE

1. Noções Gerais: está relacionado com o papel social, ter as faculdades de domínio
relacionado e direito real. Arts 5º, XXIII; 179,III / CF.
a. Tem função de cláusula geral. Então mesmo que não expresso o negócio jurídico, o
juiz pode usar a função social da propriedade. Ela pressupõe todas as outras
cláusulas. Aplica-se em todos os casos.
2. Noção de Função em Direito:
a. Relação entre o exercício de um direito e algo externo a ele .
b. Finalidade: indivíduo ou titular + sociedade (Art. 1.228, §1 / CC).
c. Art. 5º, XXIII torna-o um direito fundamental.
d. Art. 170, III A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na
livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social.
É resguardo da ordem econômica.
e. Imóvel Urbano X rural – Dec. Lei 311/38: Art. 2, 3 e 12 - na prática, onde estão
cadastrados é que define a localidade, enquanto o primeiro é gera o IPTU (imposto para prefeitura)
o segundo gera ICR (imposto para a união).
f. Lei 4.504/64, Art. 4º, I – "Imóvel Rural", o prédio rústico, de área contínua qualquer que seja a sua
localização que se destina à exploração extrativa agrícola, pecuária ou agro-industrial, quer através de planos públicos de
valorização, quer através de iniciativa privada;
g. Cód. Tributário, Art. 29 – CTN estabelece critério de localização e competência da
união sobre os imóveis rurais. O que embasa essa definição é a utilidade do imóvel, a que está se
destinando o mesmo.
h. Art. 182, §2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
i. Estatuto da cidade: art. 5º imóvel subutilizado.
j. Arts. 184 e 186 – 184 pauta sobre a competência da União a desapropriação em caso
de não cumprimento da função social, e no 186 elenca os requisitos a serem cumpridos pela
propriedade rural.
3. Função Social da Propriedade no Cód. Civil.
a. Art. 1.228, §1º: é questão de cláusula geral
b. Art. 2.035, §U: questão de ordem pública. É tão importante para o código, que pode
servir para anular contratos. O abuso de direito (art. 187 diz que comete ato ilícito quando o titular
do direito de propriedade excede seus direitos).

AULA 5 – LIMITAÇÃO AO DIREITO DE PROPRIEDADE


1. CONCEITO: são limites traçados pela lei ao exercício do direito real de propriedade
pelo seu titular.
a.Art. 1.228 e §s –
i. Caput – estrutura, o que consiste o direito de propriedade.
ii. §1 – finalidade deste direito: para atender as funções sociais.
b. Art. 1.228, §2° - Espécies (atos emulativos)
i. Quanto ao grau de abstração:
1. Gerais – que estão presentes em todo o sistema civil.
2. Especiais – art. 1.336,II/CC – exemplo de limitação específica.
ii. Quanto ao Conteúdo:
1. Positivas ‘o que deve se fazer – conservar área de preservação
2. Negativas ‘o que não se pode fazer – não emitir poluentes.
iii. Quanto ao escopo:
1. Culturais: tombamento (casas em Olinda ñ mudar a fachada).
2. Defesa Nacional – faixa da fronteira
3. Urbanização – cód. Obras
4. Circulação – restrição de altura em áreas de aeroporto.
5. Segurança e Higiene – não manter água parada
6. Fiscais – impostos prediais
7. Econômico: dever de informação de produto transgênico
8. Ambiental: reserva legal
c. Limitações do Dir. Adm
i. Tombamento
ii. Servidão Administrativa – o proprietário coloca parte da propriedade a
sv da ADM PUB.
iii. Desapropriação
2. Limitação ao Direito de propriedade
a. Função social da propriedade
b. Art. 1.228, §2º: vedação aos atos emulativos ‘animus nocendi’ – vontade de
prejudicar.
c. Art. 1.228, §3º: sujeição à desapropriação. “O proprietário pode ser privado da
coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou
interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público
iminente.”
d. §4 situação de famílias que entram em posse de determinada área rural e
passam a tirar seus sustentos e moradia daquele lugar. Estes podem comprar
este imóvel. Uma compra forçada.
e. §5 – desapropriação privada, onde cidadãos comuns forçam essa
desapropriação, e não o estado. Será fixada a justa indenização ao
proprietário. É a realização de uma compra forçada. Porém na prática se dá o
usucapião.
f. Art. - 1.277/CC: Sujeição aos direitos de vizinhança. Limita em relação à
privacidade das pessoas em sua propriedade. “Os direitos reais sobre imóveis
constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o
registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a
1.247), salvo os casos expressos neste Código.”

AULA 6 – DESCOBERTA
- Invenção, trás ideia de inventar/descobrir (no sentido contemporâneo) algo.
- Descoberta/achado de coisa alheia

1. Deveres do Descobridor - Art. 1.233/CC.


a. Restituição;
b. Procurar o proprietário;
c. Entregar coisa à autoridade competente. (famoso: achados e perdidos)
2. Direito do descobridor: indenização. Tem direito à indenização (art. 1.234/CC)
a. A coisa abandonada não é coisa perdida.
b. O descobridor responde aos danos causados

AULA 7 – MODOS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE OMÓVEL: USUCAPIÃO – Arts 1.238

1. Noções gerais e conceito


a. ‘usus’ e ‘capere’ – adquirir pelo uso
b. É o modo de aquisição de um direito real pela posse qualificada e prolongada no
tempo de determinada coisa.
i. Obs.: é uma espécie de prescrição
ii. Obs.: modo de aquisição originário

c. Espécies
i. Extraordinária – art. 1.238/cc
ii. Especial rural – art. 1.239/cc
iii. Especial Urbana – art. 1.240/cc
iv. Ordinária – art. 1.242/cc

Coletiva – art. 10/ECid

2. Requisitos gerais
a. Posse: ter ligação direta com a coisa, a exemplo, o locatário toma posse/domínio do
objeto ao invés do proprietário. Posse ‘ad usucapionem’: contínua, inconteste, mansa
e pacífica (socialmente visível, as pessoas reconhecem a sua posse).
i. Elemento subjetivo: o possuidor deve estar imbuído de “animus domini” ter a
vontade de ser dono, a doutrina chama de “pro uso”.
b. Coisa: deve ter aptidão (ser apta) para usucapião, pois há coisas que não se
sujeitam a essa modalidade de aquisição
i. Como os bens públicos, exceto os bens sujeitos à declaração de
desafetação (quando um bem não está atendendo à utilidade pública), – art.
102/CC.
ii. Instituídos como bem de família por vontade do proprietário, que declara
para justiça pública uma proteção à parte de seu patrimônio que ninguém
pode alcançar (pessoas ricas de patrimônio expressivo), nem mesmo os
herdeiros. A usucapião não pode alcançar.
iii. Bens inalienáveis por ordem judicial: objetos de sequestro (congelados);
penhorados;
c. Tempo:
i. Art. 1.244/cc - Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor acerca das causas que
obstam, suspendem ou interrompem a prescrição, as quais também se aplicam à usucapião .
1. Art. 197 e 198 – prescrição. Se o proprietário é menor de 16 anos, não
há usucapião. Quando está em missão em tempo de guerra;
2. Art. 202/cc - Interromper é voltar do 0 o prazo.
3. Por ser uma prescrição, o tempo de posse é passível de
impedimento (não começa a correr o prazo), suspensão
(congelamento) ou interrupção (o prazo volta ao início).
ii. Art. 1.207 e 1.246 / CC: “acessio temporis” (somatória de posses).
3. Espécies
a. Ordinário – Art. 1.242/CC
i. Requisitos acrescentados:
1. justo título documento escrito, de não transferência mas que dá
tese para essa aptidão;
2. Boa fé: subjetiva, que crê que o doxumento ou posse se faz sua a
propriedade; e
3. 10 Na os de posse. §U reduz o prazo para 5 anos em hipótese de
nulidade de registro e exige a posse para fins de moradia ou
trabalho
b. Extraordinária – Art. 1.238/CC
i. *Apenas ter 15 anos de posse. Após esse período, apenas provando a posse,
é possível tornar-se o proprietário.
ii. §U – reduz a 10 anos de provar posse-moradia ou posse-trabalho

c. Espécie Urbana – Art. 183/CF; Art. 1.240/CC e 9º/ECid


i. 5 anos de posse.
ii. Imóvel deve ser urbano (nos critério de destinação)
iii. Área de até 250m².
iv. Destinação apenas para moradia
v. O possuidor não pode ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural, e
nem ter tido a propriedade pregressa adquirida por essa modalidade de
usucapião. Só pode ser usada uma única vez na vida.

d. Especial por abandono de lar – Art. 1.240-A/CC


i. Usado nos casos de abandono de um dos cônjuges que sai de casa e tem
uma parte em seu nome ou é dono da propriedade que fica.

e. Especial rural – Art. 191/CF e Art. 1.239/CC


i. 50 hectares;
ii. Imóvel rural (pela destinação);
iii. Área destinada a moradia e objeto de trabalho;
iv. Pode ser usado apenas uma vez.

f. Usucapião Coletiva – Art. 10/ECid

i. Núcleo urbano; iii. Área média de 250m² por possuidor.


ii. 5 anos de posse; iv. *em geral proposta pela defensoria pública.

AULA 8 – REGISTRO

1. Noções de Direito Registral


a. Cártório
i. Judiciais
ii. Extrajudiciais. Lei 6.015/73
b. Funções
i. Registro civil das pessoas naturais: nascimento, casamento e óbito
ii. Registro civil das pessoas jurídicas: sociedades simples, fundações, associações
iii. Títulos e Documentos: ata de assembleia, notificações
iv. Registro de Imóvel: transcrições e matrícula
v. Cartório de protesto: tornar público (a dívida de alguém, tal pessoa está me devendo)
vi. Tabelião de notas: reconhecimento de firma (diz que assinatura é da pessoa que assina.
Que realmente é semelhante), autenticação de cópias; escritura pública; ata notarial
(constatação de um ato que dá fé pública a este. Ex.: reunião de condomínio, o sindico não
lança na ata, você pode contratar um tabelião que irá até à reunião como uma testemunha
para dar fé pública para a reunião).
AULA 9 – ACESSÃO

1. Noção Geral:
a. É um modo de aquisição da propriedade sobre bem imóvel, que consiste na
justaposição física. Ou seja, apropriação ao seu bem de algo que ‘está nele’

2. Formação de Ilha: Art. 1.249/CC


a. Cód. Águas – Dec. 24.643/34: ilha ou açude que se forma na propriedade de alguém
acresce ao terreno do proprietário.
“Art. 1.249. As ilhas que se formarem em correntes comuns ou
particulares pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, observadas as
regras seguintes:

I - as que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobrevindos aos


terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens, na proporção de suas
testadas, até a linha que dividir o álveo em duas partes iguais;
II - as que se formarem entre a referida linha e uma das margens consideram-se
acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado;
III - as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio continuam a
pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se constituíram.

3. Aluvião – Art. 1.250/CC


Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente,
por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo
desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem
indenização.

Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de


proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada
um sobre a antiga margem.

4. Avulsão – Art. 1.251/CC


Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se
destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do
acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano,
ninguém houver reclamado. Quem perdeu parte do terreno tem até um ano para
pedir a indenização.

Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do


prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a
parte acrescida.

5. Abandono de Álveo – Art. 1.252/CC


Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários
ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos
por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se
estendem até o meio do álveo.

6. Construções e Plantações
a. Geral: Arts. 1.254 a 1.257 / CC

Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se feita pelo
proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário.

Art. 1.254. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com sementes, plantas ou
materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de
responder por perdas e danos, se agiu de má-fé.
Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do
proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização.

Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do


terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante
pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo.

Art. 1.256. Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário as sementes, plantas e
construções, devendo ressarcir o valor das acessões.

Parágrafo único. Presume-se má-fé no proprietário, quando o trabalho de construção, ou


lavoura, se fez em sua presença e sem impugnação sua.

Art. 1.257. O disposto no artigo antecedente aplica-se ao caso de não pertencerem as


sementes, plantas ou materiais a quem de boa-fé os empregou em solo alheio.

Parágrafo único. O proprietário das sementes, plantas ou materiais poderá cobrar do


proprietário do solo a indenização devida, quando não puder havê-la do plantador ou construtor.

b. Construção com invasão: Arts. 1.258 e 1.259 / CC

Art. 1.258. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio em proporção
não superior à vigésima parte deste, adquire o construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo
invadido, se o valor da construção exceder o dessa parte, e responde por indenização que
represente, também, o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente.

Parágrafo único. Pagando em décuplo as perdas e danos previstos neste artigo, o construtor
de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que invadiu, se em proporção à vigésima parte
deste e o valor da construção exceder consideravelmente o dessa parte e não se puder demolir a
porção invasora sem grave prejuízo para a construção.

Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio exceder a vigésima parte
deste, adquire a propriedade da parte do solo invadido, e responde por perdas e danos que
abranjam o valor que a invasão acrescer à construção, mais o da área perdida e o da
desvalorização da área remanescente; se de má-fé, é obrigado a demolir o que nele construiu,
pagando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro.

AULA 10 – MODOS DE AQUISIÇÃO DO DIREITO DE PROPRIEDADE SOBRE BENS MÓVEIS

1. Usucapião mobiliária
a. Tempo, posse e coisa.
b. Modalidades:
i. Ordinária – Art. 1.260/CC: justo título e boa fé + 3 anos de posse
ii. Extraordinária – Art. 1.261/CC: 5 anos de posse
2. Ocupação
a. É a aquisição do direito de propriedade sobre a “res nullius” (coisa de ninguém) – Art.
1.263/CC. Caçar, pescar animais permitidos por lei.

3. Achado de Tesouro – Arts. 1.264 a 1.266 / CC

Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória, será dividido
por igual entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente.

Art. 1.265. O tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário do prédio, se for achado por ele, ou em
pesquisa que ordenou, ou por terceiro não autorizado.

Art. 1.266. Achando-se em terreno aforado, o tesouro será dividido por igual entre o descobridor e o
enfiteuta, ou será deste por inteiro quando ele mesmo seja o descobridor.

4. Tradição
a. Ato de entregar
b. Tradens/accipiens
c. Seu efeito é a transferência do direito real de propriedade – art. 1.267/CC
d. Espécies:
i. Tradição real: importa na entrega física ou material
ii. Tradição simbólica: o ato de entrega é simbolizado por uma ação específica
iii. Tradição consensual: nasce ndo acordo de vontades – constituto
possessório
iv. Tradição ficta: “traditio longa manu” – entrega realizada por terceiros; “sine
manu” – ocorre quando a posse passa a ser por outro motivo além do
direito de propriedade.
v. Transferência “ex lege” com tradição: art. 1.268/CC

e. Pressupostos da tradição:
i. Tradens deve ter poder de disposição
ii. Negócio jurídico translativo da propriedade antecedente e válido. Exs.: nota
fiscal
5. Especificação
a. É a transformação de uma matéria prima em uma espécie nova – art. 1.269/CC
b. Efeitos: art. 1.270/CC

6. Confusão, comissão e adjunção.


a. Confusão: mistura de líquidos.
b. Comissão: mistura de sólido com líquido
c. Adjunção: mistura de sólidos
AULA 11 – PERDA DO DIREITO REAL DE PROPRIEDADE

1. O art. 1.275/CC não é rol fechado/taxativo


a. Alienação: Transferir para terceiros
b. Renuncia: é negócio jurídico unilateral não-receptício (não depende de inguém
para realiza-lo)
c. Abandono: É um ato informal – art. 1.276/CC

AULA 12 – DIREITO DE VIZINHANÇA


1. Vizinho é todo aquele que, de alguma forma, é afetado pelo uso da propriedade.
2. Fundamento: prejudicialidade ou “interferência prejudicial” – art. 1.277/CC que diz
que o possuidor da propriedade tem o direito de fazer cessar essas interferências.
3. A segurança, o sossego e a saúde são valores que dão norte à interpretação dos
direitos de vizinhança
4. O Art. 1.277/CC é cláusula geral de vizinhança

Aula 13 – Condomínio

1. Condomínio Tradicional

a. É a situação jurídica na qual há diferentes sujeitos com a titularidade de direito real


de propriedade sobre uma coisa indivisa.

b. Espécies:

i. Voluntário: quando as partes querem ou adquirem coisa juntos.

ii. Legal: que se torna patrimônio por força de lei, como bens de heranças.

c. Art. 1.314 a 1.322 / CC: regulamenta direitos e deveres.

d. Art. 1.323 a 1.326 / CC: administrador. Que é responsável pelo zelo da coisa, bem
como fazer a gestão.

e. Art. 1.327 a 1.330 / CC: condomínio necessário. ‘de muro’ relação de divisão de
pagamentos em casos de reparação de muror/divisórias.

2. Condomínio Edilício

a. Regulado pela L. 4.591/64 –

b. Dois Aspectos:

i. Exclusiva – Art. 1.331/cc: do apartamento para dentro é considerada propriedade


exclusiva.

ii. Comum – Art. 1.331/cc: todas as partes sociais e de livre acesso a todos os
proprietários daquele condomínio.

c. Entes organizacionais:

i. Síndico – art. 1.347 a 1.350/cc;

ii. Assembléia Geral – art. 1.352 a 1.355/cc (órgão consultivo e deliberativo);

iii. Conselho Fiscal – art. 1.356/cc (órgão consultivo que fiscaliza os atos do síndico.

d. Atos Normativos:

i. Convenção: é a certidão de nascimento do condomínio. Art. 1.332 a 1.334/cc.

ii. Regimento Interno: norma de disciplina e convivência básica. Art. 1.334, v/cc.
iii. Direitos e Deveres: Art. 1.335 a 1.340 e 1.344 a 1.346 / cc.

iv. Despesas com obras: art. 1.341 a 1.343 / cc.

v. Extinção do condomínio: art. 1.357 a 1.358 / cc.

3. Outras Modalidades

a. Loteamento fechado – L. 6.766/79: associação que se faz, o STF decidiu que não é necessário o
pagamento. Art. 1358-A/cc: permissão da criação do condomínio vertical. É possível vedar a entrada
de terceiros ao seu loteamento.

b. Condomínio fechado – Art. 8°, L. 4.591/64

c. Multipropriedade ou ‘time-sharing’ – é a compra do direito de usar e/ou fruir uma propriedade por
um determinado período de tempo. Vários proprietários ao ano. Que também poderá ser alugado
pelo dono desta cota de propriedade. Art. 1.358-B e seguintes.

d. Fundo de Investimentos ´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´ , e leis posteriores.

a. Art. 678 a 694 /CC16: o proprietário de um imóvel atribui à outra pessoa o domínio
útil.
b. Proprietário – senhorio
c. Quem recebe o domínio útil – enfiteuta.
d. Terra de marinha – Art. 2°, L 9.670/46: enfiteuse sobre imóveis da união.
e. Não é mais direito real.

2. Direito Real de Superfície


a. Conceito
Arts. 21 do ECid; e 1.369/CC – O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir
ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública
devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. É conceder o que a enfiteuse
chama de domínio útil. É dar o direito a alguém de fazer o que quiser por aquele
determinado período de tempo, a superfície. O negócio é ter o imóvel durante anos
será mais vantajoso que ter de alugar um estabelecimento. O proprietário atrai
investidores e para o seu terreno no futuro, pois o terreno será valorizado. Art.
1.337 institui que a união pode instruir direito de superfície.
b. Espécies
i. Gratuita
ii. Onerosa
c. Transferência
Art. 21, §4º e 5º do ECid – entra em inventário em caso de transferências.
Direito de Preferência: art. 22 do ECid; Art. 1.373/CC
d. Direitos e deveres
 O superficiário tem direito de usar o imóvel nos termos do contrato,
construindo ou plantando.
 Subsolo: art. 21, §1º do ECid; e Art. 1.369, §U / CC.
 O superficiário responde pelas obrigações ‘propter rem’ : art. 21,§3º do ECid;
e Art. 1.371/CC
 O superficiário tem o dever de pagar a obrigação pecuniária contratada,
sob pena de extinção
 Repartição da indenização em caso de desapropriação: art. 1.376/CC
e. Extinção
- Termo final: art. 23, I do ECid
- Inadimplemento: II; e Art. 1.374/CC
- Efeito: art. 24 do ECid; e Art. 1.375/CC

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