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Direito Civil IV – Direito das Coisas

PROFESSOR: NIZOMAR TOURINHO


A Importância da Disciplina: Cotidiano. OAB e Concursos Públicos.

BREVE HISTÓRICO

Direito Civil brasileiro mais influenciado pelo direito romano

Direito Romano: Estabeleceu a estrutura da Propriedade

Sistema Feudal: Aspecto nitidamente individualista

Época medieval: Disposição da terra e Poder Político  Sistema Hereditário

Revolução francesa  Liberdade burguesa e Propriedade Individualista


CC/2002  Função social da propriedade em detrimento da concepção egoística e
individualista.

FINALIDADE DA PROPRIEDADE: Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar,


gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a
possua ou detenha.

§ 1 o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades


econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o
estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o
patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.
CC/2002  Cria nova modalidade de desapropriação §4º e §5º DO ARTIGO 1.228.

§ 3o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por


necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso
de perigo público iminente.

§ 4o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir


em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de
considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou
separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico
relevante.

§ 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao


proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em
nome dos possuidores.
TEORIA DOS DIREITOS DAS COISAS: Constitucionalização do Direito Privado;

Limitações à autonomia privada;

Função social das coisas;


DIREITO DAS COISAS

Definição: Conjunto de regras que regulam as relações jurídicas concernentes a utilização


dos bens corpóreos pelo homem.

É o complexo de normas reguladoras das relações jurídicas referentes às coisas


suscetíveis de apropriação pelo homem. Tais coisas, são, ordinariamente, do mundo físico,
porque sobre elas se é possível exercer o poder de domínio. (Clóvis Beviágua)

Sujeito Ativo: Titular do bem ou possuidor do objeto


Sujeito Passivo: Aquele que deve respeitar o direito de terceiro ao objeto

FINALIDADE: Regular o poder dos homens, no aspecto jurídico, sobre a natureza física,
nas suas variadas manifestações, mais precisamente sobre os bens e os modos de
utilização econômica
CONSTITUIÇÃO E OBJETO DOS DIREITOS REAIS

Direitos Reais  Absoluto:

Bens X Coisas

Bens  coisas úteis e raras, suscetíveis de apropriação e com valor econômico.

Direito das coisas  Somente as suscetíveis de apropriação exclusiva pela pessoa, sobre
as quais possam exercer vínculo jurídico que é o domínio.

OBS. Bens Jurídicos que não são coisas

NATUREZA: É um direito social regulado por normas de direito privado

Direitos Reais X Direitos Pessoais

Polo Passivo dos direitos reais  Todos os membros da sociedade  a determinação do


sujeito.

Direito real: Sujeito ativo, a coisa e a relação da pessoa sobre a coisa.

Direito pessoal  exigência de uma prestação.


PRINCÍPIOS DOS DIREITOS REAIS:

1. Absolutismo (Eficácia absoluta): Oponibilidade erga omnes. Contra todos 


Artigos 1.226 e 1.227, CC

2. Aderência (especialização ou inerência): Vínculo entre a pessoa e a coisa.

3. Preferência: Art. 1.419, CC  Direito de preferência (jus praeferendi).

4. Taxatividade (numerus clausus). Art. 1.225, CC

5. Tipicidade  Elencados em lei.


PRINCÍPIOS DOS DIREITOS REAIS:

6. Perpetualidade: Não se perde pelo não uso. Perda: Usucapião, renúncia,


abandono, desapropriação.

7. Exclusividade: Não existe 2 direitos reais de igual conteúdo sobre a mesma


coisa. Não é possível instalar-se um direito real onde outro já exista. Ob Condomínio

8. Desmembramento: Usufruto. Aluguel

9. Publicidade ou Visibilidade: Art. 1.226,CC e Art. 1227  Imóveis: Registro

10. Direito de Sequela (jus persequendi): Arty. 1.228,CC


CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS REAIS

01. DIREITOS REAIS PLENOS - SOBRE COISA PRÓPRIA (jus in re):

Propriedade Uso, Gozar, dispor e reivindicar. Livre Disposição

02. DIREITOS REAIS LIMITADOS - SOBRE COISA ALHEIA (jus in re aliena): Art. 1.225

DIREITOS REAIS DE GOZO OU FRUIÇÃO – A superfície, a servidão, o usufruto, o uso e


a habitação.

DIREITO REAL DE AQUISIÇÃO: Promitente comprador do imóvel.

Direitos reais de aquisição são aqueles em que é conferida ao seu titular a possibilidade
de pelo seu exercício vir a adquirir um direito real sobre determinada coisa” (MENEZES
LEITÃO, Luís Manuel Teles de).

DIREITOS REAIS DE GARANTIA: Cumprimento de uma obrigação. São eles: o penhor, a


hipoteca e a Anticrese.
CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS REAIS

01. DIREITOS REAIS PLENOS - SOBRE COISA PRÓPRIA (jus in re):

Propriedade Uso, Gozar, dispor e reivindicar. Livre Disposição

Usar  Servir-se da utilidade da coisa para seu uso.

Gozar  Fruir da coisa para seu proveito econômico. Receber os frutos. Art.
1.412,CC

Dispor  Alienar. Ex. Venda, comodato, doação

Reivindicar  Reaver
MANIFESTAÇÕES ATÍPICAS DOS DIREITOS REAIS (OBRIGAÇÕES MISTAS):

a) PROPTER REM: Recai sobre uma pessoa. EX. IPTU


Devido um direito real.
Ex. Art. 1.277, CC

Obs. Responde com todos os seus bens, independente do perecimento da coisa

Caio Mário: Obrigação mista. Não considera uma obrigações e nem um Jus in re

b) ÔNUS REAIS: Limitam o uso e gozo da coisa. Gravado na coisa. Esta que deve pagar.

Recai sobre a coisa. Ex. Renda sobre um imóvel.

Diferenças entre “obrigação” Propter rem e ônus reais

Obrigações propter rem X Ônus Reais

1. Responde com todos os seus bens Somente ao bem gravado

2. Permanecem com o perecimento do objeto Seguem a sorte do objeto

3. Podem surgir de uma Prestação negativa Prestação positiva

4. Ação de natureza pessoal Ação de natureza real


c) OBRIGAÇÕES COM EFICÁCIA REAL: Direito a uma prestação. O vínculo tem caráter
pessoal, mas transmite a terceiro que adquire o bem.

Ex. art. 8º da Lei 8.245/91, in verbis :


Art. 8º . Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente poderá denunciar o
contrato, com o prazo de noventa dias para a desocupação, salvo se a locação for por
tempo determinado e o contrato contiver cláusula de vigência em caso de alienação e
estiver averbado junto à matrícula do imóvel.

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