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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DE (...

Auto de Infração nº.: 1.234.567

AÇO E FERRO S.A., pessoa jurídica de direito privado, devidamente


inscrita no CNPJ sob o nº. (...), com sede na (...), vem, por intermédio
de seu procurador constituído, à presença de V. Exa., inconformado
com a lavratura do Auto de Infração supramencionado, apresentar
IMPUGNAÇÃO ADMINISTRATIVA
com fulcro no art. 15, do Decreto n. 70.235/72, pelas razões de fato e
direito expostas a seguir:

I – DOS FATOS

A União, no dia 01/01/2011 e com base na lei vigente à época, concedeu à


impugnante isenção do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, pelo período certo de 10 (dez)
anos, mediante a elaboração e manutenção de um projeto social e de um projeto de
destinação sustentável dos resíduos da exploração e transformação de minério, sendo a
condição prontamente atendida e mantida até os dias atuais.
Ocorre que, em março de 2013, a referida lei vigente à época do fato foi revogada
e, desde então, a Receita Federal Brasileira passou a exigir o imposto que outrora fora
concedido, sendo, inclusive, lavrado o Auto de Infração nª. 1.234.567 no dia 23/04/2020,
sendo a sociedade empresária notificada eletronicamente no dia 28/04/2020.

II – DO DIREITO

Inicialmente, tem-se que a isenção do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica foi


concedida à impugnante pelo prazo de 10 (dez) anos e sob a exigência de elaboração e
manutenção de um projeto social e de um projeto de destinação sustentável dos resíduos da
exploração e transformação de minério.
Nesse sentido, prevê o art. 178, do Código Tributário Nacional, que: “A isenção,
salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada
ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. ”. Não
obstante, dispõe a Súmula nº. 544, do Supremo Tribunal Federal, que: “Isenções tributárias
concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas.”.
Assim, o cumprimento dos requisitos cumulativos de prazo certo e em função de
determinadas condições conferem à referida isenção o caráter de irrevogabilidade até o fim do
prazo estabelecido, salvo se houvesse inadimplência por parte da sociedade empresária, o que
não se mostra no presente caso, razão pela qual deve ser reconhecida a improcedência do
Auto de Infração nº. 1.234.567, sob pena de afronta ao princípio do direito adquirido, previsto
no art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal.

III – DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:


a) seja declarada a insubsistência do Auto de Infração nº. 1.234.567, em face dos
fundamentos jurídicos apresentados, sob pena de violação ao instituto do
direito adquirido (art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal).

Dá-se à presente causa o valor de R$ (...)

São José, 13 de maio de 2020.

ADVOGADO
OAB/SC Nº (...)

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