Você está na página 1de 5

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO D__ VARA CÍVEL DA

COMARCA DE__

Autos nº: xxxx

Exequente: xxxxx

Executado: João

João, brasileiro, solteiro, desempregado, já qualificados nos autos do processo em epígrafe, vem à
Vossa Excelência, JUSTIFICAR A IMPOSSIBILIDADE DO PAGAMENTO DA PENSÃO
ALIMENTÍCIAS DEVIDAS, com esteio nos artigos 528 c/c 335 e seguintes, do Código de
Processo Civil e art. 5º, inciso LXVII da Constituição Federal/88, pelo fatos e fundamentos a seguir
expostos e na melhor forma de direito, apresentar:

CONTESTAÇÃO

pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas:

TEMPESTIVIDADE:

Conforme art. 335, I, do CPC, sobre o prazo, tornando assim totalmente tempestivo, dentro das
legalidades no que se refere aos prazos.

Desta forma a presente contestação é tempestiva.

DO PEDIDO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA DO RÉU:

Requer preliminarmente o réu, com fulcro no artigo 5º, incisos XXXV e LXXIV, da CF, cominados
com os artigos 1º e seguintes da lei 1.060/50, que seja apreciado e acolhido o presente pedido do
direito constitucional à Justiça Gratuita, isentando assim a parte ré de pagamento ou aditamento de
custas processuais e dos honorários advocatícios ou periciais caso existam, tendo em vista os seus
baixos rendimentos e o fato de que ATUALMENTE PASSA POR MUITAS DIFICULDADES
FINANCEIRAS POIS ESTÁ DESEMPREGADO, ISSO SE COMPLICOU AINDA MAIS
DEVIDO AO SUSTO DO COVID-19, QUE FEZ COM QUE O MESMO PERDESSE SEU
EMPREGO, ACARRETANDO ASSIM DIVERSAS DIVIDAS.

Diante também do Código de Processo Civil de 2015, o inteligente artigo 99 assim deixou a sua
previsão:

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação,
na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa


natural.
§ 4º A assistência do requerente por advogado particular não impede a concessão de gratuidade da
justiça.

Desta forma, fica evidente que se trata de uma pessoa de pouco recursos financeiros e que vem
sendo coagida com cobranças, o mesmo é lavador de carros por esse motivo não possui se quer uma
demanda.

DOS FATOS

Tal fato ocorre em virtude de uma pandemia que vem assolando o mundo, o tão falado COVID/19,
por esse motivo o executado nessa ação deixo de cumprir com suas obrigações, de pagar a pensão
ao seu filho.

Sendo assim o representante legal ajuizou uma ação civil, onde busca o recebimento dos
vencimentos atrasados.

DA PRELIMINAR

O executado declara para todos os fins de direito e sob as penas da lei, que não possui condições de
arcar com as despesas inerentes ao presente processo, sem prejuízo do seu próprio sustento e de sua
família, necessitando, portanto, da Gratuidade da Justiça, conforme acima já exposto que esta de
acordo os art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal e da Lei nº 1.060/50.

DO MÉRITO

Segundo interpretação do artigo 1.694 do Código Civil da pensão deve ser arbitrado levando em
consideração o binômio necessidade/possibilidade. Necessidade de quem recebe os alimentos e
possibilidade de quem os prover.

Desta forma, o executado está acoberto por excludente de responsabilidade, tendo em vista que sua
capacidade econômica a impossibilita de cumprir satisfatoriamente a obrigação alimentar dos meses
vencidos, sem desfalque do necessário ao seu sustento.

Importante frisar que, a prisão do executado é medida extrema e não solucionará o problema do
débito alimentar, tendo em vista que a quantia executada jamais será paga em sua integralidade,
pois a remuneração que outrora foi perdida em virtude do surto de corona vírus, onde o mercado foi
fechado, afetando assim o emprego do executado que trabalha na limpeza de carros, sem
movimentações não se tem fluxo algum de cliente, motivo no qual o executado se encontra sem
renda financeira alguma.

O possível encarceramento ainda o privará de procurar outro trabalho e assim prejudicando ainda
mais as condições acima citadas.

DECRETO DA PREFEITURA DE BELO HORIZONTE QUE PROÍBE A ABERTURA DOS


COMÉRCIOS QUE NÃO SEJA ESSENCIAIS PARA A SOBREVIVÊNCIA

Poder Executivo
AA-Gabinete do Prefeito
DECRETO Nº 17.328, DE 8 DE ABRIL DE 2020.

Suspende por tempo indeterminado os Alvarás de Localização e Funcionamento


e autorizações emitidos para todas as atividades comerciais e dá outras providências.

O PREFEITO DE BELO HORIZONTE, no uso da atribuição que lhe confere o


inciso VII do art. 108 da Lei Orgânica e considerando a Situação de Emergência em
Saúde Pública declarada por meio do Decreto nº 17.297, de 17 de março de 2020,
DECRETA:

Art. 1º – A partir de 9 de abril, ficam suspensos, por prazo indeterminado, os


Alvarás de Localização e Funcionamento – ALFs – de todas as atividades comerciais
no âmbito do Município de Belo Horizonte, consideradas as exceções previstas neste
decreto.

Art. 2º – Além do disposto no art. 1º, ficam suspensos os ALFs e autorizações


das seguintes atividades:
I – casas de shows e espetáculos de qualquer natureza;
II – boates, danceterias, salões de dança;
III – casas de festas e eventos;
IV – feiras, exposições, congressos e seminários;
V – shoppings centers, centros de comércio e galerias de lojas;
VI – cinemas e teatros;
VII – clubes de serviço e de lazer;
VIII – academia, centro de ginástica e estabelecimentos de condicionamento
físico;
IX – clínicas de estética e salões de beleza;
X – parques de diversão e parques temáticos;
XI – bares, restaurantes e lanchonetes;
XII – autorizações para eventos em propriedades e logradouros públicos;
XIII – autorizações de feiras em propriedade;
XIV – autorizações para atividades de circos e parques de diversões.

Art. 3º – Caso tenham estrutura e logística adequadas, os estabelecimentos de


que trata este decreto poderão efetuar entrega em domicílio e disponibilizar a
retirada no local de alimentos prontos e embalados para consumo fora do
estabelecimento, desde que adotadas as medidas estabelecidas pelas autoridades de
saúde de prevenção ao contágio e contenção da propagação de infecção viral relativa
ao Coronavírus – COVID-19.

Art. 4º – O funcionamento de bares, restaurantes, lanchonetes e


estabelecimentos congêneres no interior de hotéis, pousadas e similares, poderá ser
mantido para atendimento exclusivo aos hóspedes, desde que adotadas as medidas
estabelecidas pelas autoridades de saúde de prevenção ao contágio e contenção da
propagação de infecção viral relativa ao COVID-19.

Art. 5º – As atividades administrativas e os serviços essenciais de manutenção


de equipamentos, dependências e infraestruturas referentes aos estabelecimentos cujas
atividades estão incluídas neste decreto poderão ser realizadas preferencialmente por
meio virtual ou com portas fechadas para o público externo com adoção de escala
mínima de pessoas.

Art. 6º – O disposto neste decreto não se aplica aos serviços de saúde,


farmácias, laboratórios, clínicas, hospitais, óticas, supermercados, hipermercado,
padaria, sacolão, mercearia, hortifruti, armazém, açougue, posto de combustível para
veículos automotores, lojas de materiais de construção civil, agências bancárias,
lotéricas e correios, incluindo aquelas em funcionamento no interior de shoppings
centers, centros de comércio e galerias de lojas, desde que adotadas as medidas
estabelecidas pelas autoridades de saúde de prevenção ao contágio e contenção da
propagação de infecção viral relativa ao COVID-19.

Art. 7º – As atividades não incluídas nas restrições deste decreto, deverão


funcionar com medidas de restrição e controle de público e clientes, bem como
adoção das demais medidas estabelecidas pelas autoridades de saúde de prevenção ao
contágio e contenção da propagação de infecção viral relativa ao COVID-19.

Art. 8º – Ficam suspensas enquanto perdurar a Situação de Emergência em


Saúde Pública a utilização de praças e outros locais públicos para a prática de
atividades de esporte e lazer coletivas ou individuais que gerem aglomeração de
pessoas.

Art. 9º – O descumprimento do disposto neste decreto acarretará a


responsabilização administrativa, civil e penal nos termos da legislação aplicável.
Parágrafo único – Enquanto perdurar a Situação de Emergência em Saúde
Pública, a Guarda Civil Municipal fica autorizada a recolher o ALF dos
estabelecimentos comerciais que descumprirem o disposto neste decreto.

Art. 10 – A proibição de que trata este decreto inclui as atividades dispensadas


de ALFs nos termos do Decreto nº 17.245, de 19 de dezembro de 2019.

Art. 11 – Fica revogado o Decreto nº 17.304, de 18 de março de 2020.

Art. 12 – Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Belo Horizonte, 8 de abril de 2020.


Alexandre Kalil
Prefeito de Belo Horizonte

Desta forma o réu fica impossibilitado de voltar as suas atividades normais de trabalho, mesmo que
o mesmo quiser, não poderia uma vez que o mercado continuara fechado por um bom tempo.

Ressalta-se que, apesar da impossibilidade pecuniária do pagamento da pensão alimentícia fixada, o


executado sempre auxiliou seu filho com pequena ajuda financeira, quando possuía algum dinheiro
extra.

A decretação da prisão civil serve como coação física do devedor para cumprir a sua obrigação
alimentícia. No entanto a execução deve recair sobre o valor atual da dívida, tendo em vista que o
débito em atraso perde o caráter alimentar, pois a sobrevivência de quem depende do auxílio
prometido depende de uma solução com caráter de urgência.

O encarceramento por débito alimentar corresponde a uma punição por abandono material e quando
a dívida é antiga, presume-se que o exequente não precisou de seu pagamento para substituir.

Deste modo denota-se que a prisão perdeu seu sentido efetivo, pois não busca socorrer filho que
necessita do auxilio com carácter de urgência. Com isso, caberá ao executado exigir os valores em
atraso, pelo procedimento comum, previsto no parágrafo 8º do artigo 528 do Código de Processo
Civil.

Assim, esperando a compreensão de Vossa Excelência em face da impossibilidade absoluta de


pagamento da pensão alimentícia por falta de condições financeiras, roga pela aceitação da presente
justificativa.

DOS PEDIDOS

Diante de tudo o que foi exposto, requer:

a) Que seja julgado improcedente o presente pedido executório, pois conforme decisões
jurisprudenciais, o ajuizamento da execução, no rito especial, deve suprir a necessidade atual de
alimentos, não se aplicando a execução de prestações de alimentícias de longo período;

b) Que seja acolhida a presente Justificação, levando em conta a argumentação expendida, surtindo
todos os efeitos legais da decisão, pois o executado, conforme demostrado, não possui condições
financeiras para adimplir o montante da dívida cobrada;

c) Que seja deferida a proposta de pagamento dos alimentos em execução na ordem de 30% da
renda, em parcelas mensais, levando em consideração a paralisação do comercio devido ao surto
causado pelo COVID-19, as parcelas devem ser pagas, a partir da normalização do mercado.

d) Que seja julgado improcedente o pedido de condenação do executado nos ônus da sucumbência e
honorários advocatícios, por ser este pessoa pobre nos termos da Lei 1.060/50.

No mais, requer provar o alegado por todos os meios admitidos em direito, em especial pelo
depoimento pessoal, prova testemunhal e juntada de documentos.

Termos em que,

Pede e aguarda deferimento.

Local data

Advogado OAB/nº xxxxxx

Você também pode gostar