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CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNORTE

CURSO DE GRADUAÇÃO DE DIREITO

GABRIEL RODRIGUES GOUVEIA


ÍCARO MUNIZ MOREIRA
ISABELLA POLLYANE SILVA SANTOS
LILITH POLYNNE SOUZA SILVA
THAINÁ CHRISTINE SANTOS LEAL

2º TDES DE DIREITO ECONÔMICO

MONTES CLAROS
2023
CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNORTE
CURSO DE GRADUAÇÃO DE DIREITO

GABRIEL RODRIGUES GOUVEIA


ÍCARO MUNIZ MOREIRA
ISABELLA POLLYANE SILVA SANTOS
LILITH POLYNNE SOUZA SILVA
THAINÁ CHRISTINE SANTOS LEAL

2º TDES DE DIREITO ECONÔMICO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao professor Eduardo
Ferreira do curso de graduação em
Direito do Centro Universitário
FUNORTE como requisito para
obtenção da nota de Trabalhos.

MONTES CLAROS
2023
Procon-MG multa banco em R$ 1,5 milhão por venda casada

Segundo o Ministério Público, a concessão de empréstimo consignado


pelo pelo Banco BMG era condicionada à adesão a um plano de pecúlio
oferecido pela FBPP. Instituições ainda podem recorrer.
Por g1 Minas — Belo Horizonte
14/12/2022 17h40 Atualizado há 5 meses

O Procon-MG multou o Banco BMG e a instituição financeira Família Bandeirante


Previdência Privada (FBPP) pela prática de venda casada.
De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a concessão
de empréstimo consignado pelo pelo Banco BMG era condicionada à adesão a um
plano de pecúlio (benefício pago em caso de morte) oferecido pela FBPP. O valor era
descontado mensalmente da folha de pagamento do cliente.
O Banco BMG foi multado em R$ 1,5 milhão, e a FBPP, em R$ 27 mil, valores a
serem depositados na conta do Fundo Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor.
As instituições ainda podem recorrer.
Segundo o MPMG, várias reclamações referentes à cobrança de pecúlio vinculada a
empréstimo consignado foram registradas no Procon da Assembleia e também na
internet.
Para o Procon-MG, foram cometidas práticas abusivas, como condicionar o
fornecimento de produto ou serviço ao fornecimento de outro e fornecer serviço ao
consumidor sem solicitação prévia.
O Banco BMG alegou à promotoria que o plano de pecúlio era condição essencial
para a celebração e a manutenção do contrato de assistência financeira e que poderia
ser cancelado, a pedido do associado, após a liquidação do empréstimo. Argumentou,
ainda, não praticar qualquer ingerência nos trâmites adotados pela FBPP.
Já a FBPP negou existir conduta ilegal ou irregular de sua parte e afirmou que o
ingresso dos associados é facultativo e acompanhado de material explicativo.
AO SUPERINTENDENTE GERAL DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA
ECONÔMICA

FUNDAÇÃO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR DO ESTADO DE MINAS


GERAIS - PROCON/MG, pessoa jurídica de direito público,representada pelo
coordenador Glauber Sérgio Tatagiba do Carmo nos termos do artigo 63 § 1º Lei
n°12.529/11,com sede na Rua Dias Adorno, nº 347, bairro Santo Agostinho, Belo
Horizonte/MG, CEP 30190-100, vem a presença de Vossa Excelência, por intermédio
de seus advogados devidamente constituídos por procuração anexa aos autos propor

DENÚNCIA DE INFRAÇÃO À ORDEM ECONÔMICA

em desfavor do BANCO BMG S.A,pessoa jurídica de direito privado,inscrita no CNPJ


sob nº 61.186.680/0001-74, com sede Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 1830
Torre 2 , 10º andar, Vila Nova Conceição, São Paulo/SP, CEP 04543-900; e; FAMÍLIA
BANDEIRANTE PREVIDÊNCIA PRIVADA (FBPP) , pessoa jurídica de direito privado,
inscrita no CNPJ sob o nº 62.874.219/0001-77, com sede na Rua Matias Cardoso,
63, Santo Agostinho, Belo Horizonte - MG, CEP 30170914.
Pelos fatos e fundamentos expostos à seguir.

DOS FATOS

As Reclamadas vêm produzindo atos que violam o § 3°, inciso XVIII do art. 36
da Lei 12.529/2011, através da realização de vendas casadas entre empréstimos
consignados e a adesão obrigatória a um plano de pecúlio oferecido pela instituição
financeira Família Bandeirante Previdência Privada (FBPP).
Essa prática implica que o valor correspondente ao plano de pecúlio seja
descontado mensalmente do salário do cliente, condicionando a concessão do
empréstimo à adesão a esse plano. O Banco BMG alega que a adesão ao plano de
pecúlio é um requisito essencial para a celebração e manutenção do contrato de
assistência financeira, e que o mesmo pode ser cancelado mediante solicitação do
associado após a quitação do empréstimo.
É importante destacar que nenhuma explicação foi fornecida aos consumidores,
deixa claro que, para usufruir plenamente dos serviços financeiros do banco, eles
devem adquirir esse plano adicional.
FUNDAMENTOS

A venda casada é um ato que constitui uma infração à ordem econômica,


conforme dispõe a Lei 12.529/2011 em seu artigo 36, §3º, inciso XVIII. Nesse
diapasão, o texto da lei estabelece que:

Art. 36. Constituem infração da ordem econômica,


independentemente de culpa, os atos sob qualquer forma
manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os
seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados: (...)

XVIII - subordinar a venda de um bem à aquisição de outro ou


à utilização de um serviço, ou subordinar a prestação de um
serviço à utilização de outro ou à aquisição de um bem;

Corroborando com esse entendimento, a Jurisprudência em Tese nº 74 do STJ


(enunciado nº 9), dispõe que:

“considera-se abusiva a prática de limitar a liberdade de escolha


do consumidor vinculando a compra de produto ou serviço à
aquisição concomitante de outro produto ou serviço de natureza
distinta e comercializado em separado, hipótese em que se
configura a venda casada” (Consumidor III, de 2017). Um dos
precedentes que gerou a tese diz respeito ao fato de não
poderem os cinemas obrigar os consumidores a adquirir as
suas pipocas e refrigerantes, impedindo a entrada de
telespectadores que compraram produtos de outros
fornecedores (STJ – REsp 1.331.948/SP – Terceira Turma –
Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva – j. 14.06.2016 – DJe
05.09.2016).

Ademais, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) preceitua em seu artigo 39, inciso
I que:
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre
outras práticas abusivas:

I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao


fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa
causa, a limites quantitativos;
Por essas razões fundamentadas, pede-se o deferimento da
denúncia.

Por fim, cabe destacar ainda o artigo 5º, inciso LV da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988, versa sobre a necessidade de se intimar as partes
reclamadas acerca da denúncia, de modo que tomem conhecimento dos fatos e
possam apresentar suas respectivas defesas, gozando, dessa forma, do princípio da
ampla defesa e contraditório. Assim diz o referido artigo:

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de


qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes:

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos


acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

Com base nos argumentos legais apresentados, solicita-se que o pedido de denuncia
seja acolhido e que sejam impostas sanções financeiras (multas) até que sejam fornecidas
explicações adequadas e reparações aos consumidores e à Ordem Econômica em geral.

DOS PEDIDOS

Por todo exposto, requer

1. Que seja recebida a denúncia para apurar a pratica da infração capitulada no


artigo 36, § 3° XVIII da Lei 12.529/2011 c/c artigo 39 da Lei 8.078/90.
2. Que seja instaurado inquérito administrativo para apurar possível infração à
ordem econômica, nos termos do artigo 66, § 1º da Lei 12.529/2011.
3. Que seja a reclamada notificada para apresentar defesa e especificar provas a
serem produzidas, nos termos do artigo 70 da Lei 12.529/2011 c/c artigo 5°, LV
da Constituição Federal.
4. Que seja aplicada multa no importe de 20% do faturamento da empresa, pela
infração à ordem econômica, nos termos do artigo 37, I, da Lei 12.529/2011.

Temos em que pede-se e espera deferimento.

Montes Claros/MG, 15 de maio de 2023


REFERÊNCIAS

Procon-MG multa banco em R$ 1,5 milhão por venda casada, 14 de dezembro de


2022. Disponivel em: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2022/12/14/procon-
mg-multa-banco-em-r-15-milhao-por-venda-casada.ghtml. Acesso em: 15 de maio de
2023.

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