Você está na página 1de 3

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA

COMARCA DE...

JUSTIFICATIVA

Autos nº. XXXXXXXXXXX

Exequente: MARIA DA SILVA

Executado: JOÃO FERREIRA

João Ferreira, brasileiro, casado, desempregado, portador da cédula de identidade


RG: 123, 456. 78 inscrito no CPF sob nº.123.456.789, residente e domiciliado na
Rua. Bahia, 61, Bairro, Cruzeiro, Cep: 61.505.500, Cidade, Belo Horizonte, Minas
Gerais, vem por intermédio de seu advogado e procurador, com escritório
profissional sito à Rua Alagoas, onde recebe notificações e intimações, vem
JUSTIFICAR A IMPOSSIBILIDADE DO PAGAMENTO DAS PENSÕES
ALIMENTÍCIAS DEVIDAS.

II – DOS FATOS

O Executado em audiência realizada neste juízo, firmou acordo com Exequente, e


ficou na incumbência de pagar alimentos no montante de 1/3 do salário mínimo
vigente no país, variável de acordo com as oscilações do mesmo, sendo tal acordo
devidamente homologado.

Ocorre que tais acontecimentos na data de 20 de novembro de 2019, quando a


situação econômica do Executado era muito diversa da que é hoje, posto que este,
embora não estivesse formalmente empregado, este trabalhava de maneira informal
e tinha mais rendimentos.

Tão delicada se transformou a situação econômica do Executado, pois, este hoje,


por motivo da PANDEMIA de COVID-19 que chegou ao país, encontra-se
impossibilitado de trabalhar, pelo motivo de um DECRETO PUBLICADO EM
EDIÇÃO EXTRAORDINÁRIA NO DIÁRIO OFICIAL, onde somente os serviços
essenciais poderão funcionar na cidade. João trabalha na rua como lavador de
carros, de forma informal e recebe rendimentos mensais de apenas um salário
mínimo.

Assim, pelo contexto geral atual do Executado, esse se vê impossibilitado de pagar


os alimentos em que acordou junto ao Exequente.

Importante salientar que essa circunstância chateia muito o Alimentante, que é


conhecedor de suas obrigações alimentares, de maneira que firmou o referido
acordo, e que ambiciona cooperar da mais perfeita forma que puder para com o
sustento da filha. Dá-se que, no período, verdadeiramente não pode o alimentante
pagar-lhe os alimentos em atraso, posto que a quantia de R$ 348, 33 é inteiramente
fora dos padrões financeiros em que se encontra neste momento por motivo da crise
em que se encontra no país.

III – DO DIREITO

É conhecido que o valor da pensão alimentícia deve ser fixado com esteio no
binômio necessidade-possibilidade, sendo este primeiro atinente à pessoa que vai
receber os alimentos e o último àquele que os deve prover, senão vejamos o
dispositivo legal inserto no Art. 1694, do CC – omissis; Código Civil relativo à
matéria, in verbis:

Assim, esperando a compreensão de Vossa Excelência em face da impossibilidade


absoluta do pagamento da pensão alimentícia por falta de condições financeiras,
roga pela aceitação da presente Justificativa.

IV – DO PEDIDO

Diante de todo exposto, o Executado requer que Vossa Excelência. Se digne a:

a) Julgar improcedente o presente pedido executório, pois conforme decisões do


Senado, fica proibido as prisão por dívidas alimentícias, em regime fechado ou
semiaberto, durante a pandemia do coronavirus.

b) acolher a presente Justificação, pois conforme demonstrado, o executado não


possui capacidade econômica para adimplir o montante da dívida cobrada, surtindo
da decisão todos os efeitos legais, levando-se em conta a argumentação expendida;
c) No mais, os benefícios da gratuidade da justiça, nos termos do artigo 98 do
Código de Processo Civil, uma vez que o Executado não possui condições
financeiras de custear à demanda, sem prejuízo do próprio sustento, conforme
declaração anexa, por este ser pessoa pobre nos termos da Lei 1.060/50;

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em Direito admitidas em


especial documental e pericial.

Nesses termos.

Pede deferimento.

Belo Horizonte 10 de abril de 2020

Advogado
MATHEUS LIRA
OAB/MG
50611

Você também pode gostar