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MARTHA SOLANGE SCHERER SAAD

ORGANIZADORA

PERSPECTIVAS,
POSSIBILIDADES E
DESAFIOS DO DIREITO
CIVIL
Vol. 1
COLEÇÃO
PERSPECTIVAS, POSSIBILIDADES
E DESAFIOS DO DIREITO

Londrina/PR
2023
Dados Internacionais de Catalogação na
Publicação (CIP)

Saad, Martha Solange Scherer (org.).


S112
Perspectivas, possibilidades e desafios
do direito civil / Felipe Chiarello de
Souza Pinto, Gianpaolo Poggio Smanio,
Michelle Asato Junqueira (coords.). –
Londrina: Editora Thoth, 2023.

© Direitos de Publicação Editora Thoth. 383 p. (Coleção Perspectivas, Possibilidades e


Londrina/PR. Desafios do Direito, v. 1)
www.editorathoth.com.br Vários colaboradores
contato@editorathoth.com.br
ISBN 978-65-5959-443-6

1. Direito civil. I. Título.


CDD 347
CDU 347
Diagramação e Capa: Editora Thoth
Revisão: os autores Bibliotecário: Rodrigo Alexandre
Editor chefe: Bruno Fuga Rodrigues, CRB9 / 2005

Índices para catálogo sistemático


1. Direito Civil: 347

Proibida a reprodução parcial ou total desta obra


sem autorização. A violação dos Direitos Autorais é
crime estabelecido na Lei n. 9.610/98.
Todos os direitos desta edição são reservados
pela Editora Thoth. A Editora Thoth não se
responsabiliza pelas opiniões emitidas nesta obra por
seus autores.
ORGANIZADORA

MARTHA SOLANGE SCHERER SAAD


Mestre e Bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo. Professora
de Direito de Família e Coordenadora do Núcleo de Apoio Temático em
Direito Civil da Graduação na Faculdade de Direito, UPM. Coordenadora
do GEFam-Grupo de Estudos Família e Felicidade: objeto e objetivo.
Diretora do IBDFAM-SP. Orientadora de pesquisa. Membro da Comissão
Nacional do IBDFAM. Presidente da Comissão de Estudos da Adoção e de
temas relacionados à Infância e à Juventude do IBDFAM-SP . Consultora
da Comissão Especial da Advocacia de Família e Sucessões da OAB-SP.
COORDENADORES DA
COLEÇÃO

FELIPE CHIARELLO DE SOUZA PINTO


Mestre e Doutor em Direito pela PUC/SP. Professor Titular da Faculdade
de Direito e do PPGD da Universidade Presbiteriana Mackenzie, onde foi
Diretor da Faculdade de Direito e atualmente é Pró-Reitor de Pesquisa
e Pós-Graduação. Professor Colaborador do PPGD/UPF.Coordenador
Adjunto de Programas Acadêmicos da Área de Direito da CAPES-MEC e
Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq.

GIANPAOLO POGGIO SMANIO


Mestre e doutor em direito pela PUC-SP. Diretor da Unidade de Direito
da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Coordenador do grupo de
pesquisa (CNPQ) Políticas Públicas como Instrumento para a Efetivação
da Cidadania. Procurador de Justiça em São Paulo.

MICHELLE ASATO JUNQUEIRA


Doutora e Mestre em Direito Político e Econômico pela Universidade
Presbiteriana Mackenzie. Especialista em Direito Constitucional com
Extensão em Didática do Ensino Superior também pela Universidade
Presbiteriana Mackenzie. Coordenadora do Comitê de Ética em pesquisa
envolvendo seres humanos (CEP/UPM). Coordenadora de Pesquisa
e Professora da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana
Mackenzie.
AUTORES

ALEXANDRE ALVES LAZZARINI


Mestre em Direito pela PUC/SP. Professor da Faculdade de Direito da
Universidade Presbiteriana Mackenzie. Desembargador do Tribunal de
Justiça de São Paulo. Membro da Academia Mackenzista de Letras, da
Academia Paulista de Letras Jurídicas e do Instituto dos Advogados de
São Paulo e do Fórum Nacional de Recuperação Empresarial e Falências
(FONAREF) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 1113140@mackenzie.
br

ALINE SOUSA DO NASCIMENTO


Graduada pela Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana
Mackenzie. alinesousa.nasc@outlook.com

ANA CLAUDIA SILVA SCALQUETTE


Doutora em Direito Civil pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em
Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie
(UPM). Professora de Direito Civil da Faculdade de Direito da UPM.
Pesquisadora internacional do Osservatorio sui Diritti umani, Bioetica, Salute,
Ambiente, vinculado à Università Degli Studi di Salerno/Italia. Ex-Presidente da
Comissão Especial de Biotecnologia e Biodireito da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB/SP) – triênio 2016-2018. Coordenadora do Grupo de
Pesquisa CNPq de Biodireito & Desenvolvimento Tecnológico – GBio.
Titular da cadeira n. 68 da Academia Paulista de Letras Jurídicas (APLJ).
Titular da cadeira n. 33 da Academia Mackenzista de Letras (AML).
Advogada. ana.scalquette@mackenzie.br

ANDRÉ NORBERTO CARBONE DE CARVALHO


Mestre e Doutor em Direito Político e Econômico pela Universidade
Presbiteriana Mackenzie. Especialista em Governo e Poder Legislativo pela
Universidade Estadual Paulista (UNESP). Advogado, atua como assessor
parlamentar na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e na docência
do curso de graduação em Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Membro do Grupo de Pesquisa “Mulher, Sociedade e Direitos Humanos”.
andrenorberto@uol.com.br.

BRUNNO PANDORI GIANCOLI


Consultor Jurídico e empresarial. Doutor e Mestre em Direito Político e
Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Mestre em Direito
Civil pela USP. Professor de Direito Civil, Direito do Consumidor e Carreira
& Gestão Jurídica Aplicada na Universidade Presbiteriana Mackenzie.
brunnogiancoli@gmail.com

CESAR PEGHINI
Pós-doutorando em Direito pela Università degli Studi di Messina. Doutor
em Direito Civil pela PUC/SP. Mestre em Função Social do Direito pela
Faculdade Autônoma de Direito FADISP. Especialista em Direito do
Consumidor na experiência do Tribunal de Justiça da União Européia e
na Jurisprudência Espanhola, pela Universidade de Castilla-La Mancha,
Toledo/ES. Especialista em Direito Civil pela Instituição Toledo de Ensino
ITE. Especialista em Direito Civil e Processo Civil pela Escola Paulista
de Direito - EPD. Graduado em Direito pelo Centro Universitário das
Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU. Professor Titular permanente do
Programa de Pós-graduação Stricto Sensu (mestrado) da Faculdade Escola
Paulista de Direito - EPD. Professor no curso de pós-graduação lato sensu
em Direito Civil na Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana
Mackenzie. Professor convidado no curso de pós-graduação lato sensu
em Direito Imobiliário da PUC-COGEAE. Professor visitante em cursos
de pós-graduação lato sensu. Membro Fundador e Diretor de Eventos do
Instituto Brasileiro de Direito Contratual (IBDCONT). Associado e Diretor
de Eventos do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM/SP) e
ao Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (BRASILCON).
Membro da Comissão Especial de Direito Condominial da OAB/SP.
Advogado e consultor jurídico. cesar_peghini@hotmail.com

FELIPE ASSIS DE CASTRO ALVES NAKAMOTO


Professor Assistente Mestre de Direito Civil na Universidade Presbiteriana
Mackenzie. Doutorando em Direito Civil pela Universidade de São Paulo.
LLM em Comparative Law pela UniversityCollege London. Graduado e Mestre
em Direito pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”.
felipe.nakamoto@mackenzie.br
FERNANDA PESSANHA DO AMARAL GURGEL
Doutora e Mestre em Direito Civil pela PUC/SP. Professora dos cursos
de Graduação e Pós-Graduação da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Representante da Educação Continuada da Pós-Graduação em Direito Civil
da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Membro do Instituto Brasileiro
de Direito de Família. Advogada em São Paulo. fernanda.gurgel@dl.adv.br

GABRIELA SIMIDAMORE FERREIRA


Graduada pela Faculdade de Direito pela Universidade Presbiteriana
Mackenzie. Advogada. simidamore@ymail.com

GUSTAVO FERRAZ DE CAMPOS MONACO


Livre-docente em Direito Internacional pela Universidade de São Paulo.
Doutor em Direito pela Universidade de São Paulo. Mestre em Ciências
Jurídico-Políticas pela Universidade de Coimbra. Professor Doutor da
Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie; Professor
Titular de Direito Internacional Privado da Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo. Presidente do Instituto Brasileiro de Direito
Internacional Privado (IBDIPr). Consultor em São Paulo. gustavo.
monaco@mackenzie.br

JOÃO RICARDO BRANDÃO AGUIRRE


Pós-Doutor em Direito Civil pela Universidade de São Paulo (USP).
Doutor em Direito Civil pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre
em Direito Civil pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-
SP). Professor de Direito Civil da Faculdade de Direito da Universidade
Presbiteriana Mackenzie. Foi Presidente do Instituto Brasileiro de Direito
de Família em São Paulo (IBDFAMSP). É Presidente da Comissão de
Ensino Jurídico do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM).
Foi Presidente da Comissão de Direito de Família e das Sucessões da da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SP). joao.aguirre@mackenzie.br

JOSÉ DO CARMO VEIGA DE OLIVEIRA


Pós-Doutor em Direito pela Universidade de Salamanca, Espanha. Doutor
em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie..
Mestre em Direito Processual pela Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais. Especialização em Direito Público pela Faculdade de Direito
do Vale do Rio Doce, de Governador Valadares – MG. Especialização em
Direito Público pela Faculdade de Direito de Teófilo Otoni. Graduação em
Direito pela Faculdade de Direito de Teófilo Otoni. Professor da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais e Professor e assessor jurídico da
Universidade Presbiteriana Mackenzie. Desembargador aposentado do
Tribunal de Justiça de Minas Gerais. jveigadeoliveira61@gmail.com

LETÍCIA MENEGASSI BORGES


Professora Tutora na Pós-Graduação Lato Sensu em Direito Civil na
Universidade Presbiteriana Mackenzie. Doutoranda e Mestre em Direito
Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Advogada. leticiamenegassi@gmail.com

LIA CRISTINA CAMPOS PIERSON


Mestre em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana
Mackenzie-UPM. Psicóloga pela Universidade São Marcos. Bacharel em
Direito pela Universidade de São Paulo. Professora de Psicologia Jurídica e
de Biodireito da Faculdade de Direito da UPM. Coordenadora do Grupo de
Estudos Família e Felicidade: objeto e objetivo e professora pesquisadora
do Grupo de Pesquisa CNPq CRIADIRMACK: direito à vez e à voz
de crianças e adolescentes, na mesma universidade. Diretora de estudos
interdisciplinares do IBDFAM-SP. lia.pierson@gmail.com

LÍGIA MARIA DE LIMA E FONSECA VICENTE


Graduanda em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
ligiamaria.fonseca@gmail.com

LUIZ ANTONIO SCAVONE JUNIOR


Advogado, Administrador pela Universidade Mackenzie, Mestre e Doutor
em Direito Civil pela PUC-SP, Professor e Coordenador do Curso de pós-
graduação em Direito Imobiliário da EPD. Professor Titular do Curso
de Mestrado em Direito da EPD, Professor de Direito Civil, Imobiliário
e Arbitragem nos cursos de graduação e extensão da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, autor de diversas obras e, entre elas: Direito
Imobiliário – teoria e prática. scavone@scavone.adv.br

LUIZ FERNANDO DO VALE DE ALMEIDA GUILHERME


Advogado no Brasil e advogado em Portugal. Mestre e Doutor pela PUC/
SP e Pós Doutor pela Universidade de Salamanca (Espanha). Professor
da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
luizguilherme@aglaw.com.br
LUIZ GUSTAVO DOLES SILVA
Professor Tutor na Pós-Graduação Lato Sensu em Direito Civil na
Universidade Presbiteriana Mackenzie. Mestre em Direito Político e
Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Advogado.
luizgdoles@gmail.com

MARIA RITA NEIVA


Doutora “cum laude” em Direito pela Universidad Carlos III de Madrid
(Espanha), diploma revalidado pela Universidade de São Paulo – USP,
especialista em Direito Autoral e Direito Digital, professora de Direito
Digital na Universidade Presbiteriana Mackenzie, Advogada. maria.neiva@
mackenzie.br

MARTHA SOLANGE SCHERER SAAD


Mestre e Bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo-USP.
Professora de Direito de Família e Coordenadora do Núcleo de Apoio
Temático em Direito Civil da Faculdade de Direito da Universidade
Presbiteriana Mackenzie-UPM. Coordenadora do GEFam-Grupo de
Estudos Família e Felicidade: objeto e objetivo. Orientadora de pesquisa.
Membro da Comissão Nacional do IBDFAM. Presidente da Comissão de
Estudos da Adoção e de temas relacionados à Infância e à Juventude do
IBDFAM-SP. Consultora da Comissão Especial da Advocacia de Família e
Sucessões da OAB-SP. saadmartha@gmail.com

PATRÍCIA TUMA MARTINS BERTOLIN


Mestre e Doutora em Direito do Trabalho pela Universidade de São Paulo,
com Pós-Doutorado na Superintendência de Educação e Pesquisa da
Fundação Carlos Chagas. Professora permanente do Programa de Pós-
Graduação em Direito Político e Econômico da Universidade Presbiteriana
Mackenzie. Líder do Grupo de Pesquisa “Mulher, Sociedade e Direitos
Humanos”. ptmb@uol.com.br

PEDRO HENRIQUE SILVA PINHO


Graduado em Direito na Universidade Presbiteriana Mackenzie.
pinhopedro@outlook.com

RENATA DA ROCHA
Doutora em Filosofia do Direito e do Estado pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo PUC/SP e Professora de Biodireito, Filosofia do Direito
e Linguagem Jurídica da UPM – Universidade Presbiteriana Mackenzie. São
Paulo (SP), Brasil. Orientadora de pesquisa. profrenatarocha@gmail.com

RENATA DOMINGUES BALBINO MUNHOZ SOARES


Doutora e Mestre em Direito Político e Econômico pela Universidade
Presbiteriana Mackenzie. Especialista em Direito Privado pela Escola
Paulista da Magistratura. Especialista em Fashion law pelo Milano Fashion
Institute (MFI) (Milão-Itália), com curso de extensão em Fashion Law
pelo Fashion Law Institute, na FordhamUniversity (New York-USA).
Professora de Direito Civil do Mackenzie. Coordenadora dos Grupos de
Estudo “Direito e Tabaco” e “Princípios de Direito Contratual e Fashion
law”, do Mackenzie. Representante da Educação Continuada do LLM em
Fashion Law Mackenzie. Advogada em São Paulo (RBMlaw). Pesquisadora
no Grupo CNPq “Políticas Públicas como instrumento de efetivação da
cidadania”. Membro efetivo do IBERC (Instituto Brasileiro de Estudos
de Responsabilidade Civil). Fundadora do OPIM – Observatório de
Pesquisa Internacional de Moda. Autora de obras jurídicas. renata.soares@
mackenzie.br

ROBERTO MAIA FILHO


Desembargador do TJSP, Doutor e Mestre em Direito pela PUC/SP,
Professor da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie,
da PUC/SP e da EPM - Escola Paulista da Magistratura. robertomaia@tjsp.
jus.br

RODRIGO AMARAL PAULA DE MÉO


Doutor e Mestre em Direito Civil pela Faculdade de Direito da Universidade
de São Paulo. Graduado pela Faculdade de Direito da Universidade
Presbiteriana Mackenzie. Professor da Pós Graduação Lato Sensu da
Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Advogado.
rodrigodemeo@gmail.com.

RUBENS CARMO ELIAS FILHO


Mestre e Doutor em Direito Civil pela PUC/SP. Graduado em Direito
e Especialista em Direito empresarial pela Faculdade de Direito da
Universidade Presbiteriana Mackenzie. Professor de Graduação e Pós-
Graduação em Direito Civil e Direito Notarial e Registral da Faculdade de
Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Advogado com mais de
25 anos de experiência na área imobiliária, sócio responsável pelas áreas
de direito imobiliário e contencioso cível imobiliário do escritório Elias, e
Matias Advogados. rubens.elias.filho@eliasmatias.com

SOLANO DE CAMARGO
Pós-doutorando na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
Doutor e mestre em Direito Internacional e Comparado pela Faculdade
de Direito da USP, onde se graduou. Pesquisador (split-site doctoral program)
na Faculdade de Direito da Universidade do Porto. Graduado em direito
francês e master 1 pela Université Jean Molin (Lyon 3). Presidente da Comissão
de Privacidade, Proteção de Dados e Inteligência Artificial da OAB-SP.
Encarregado Central de Proteção de Dados da OAB-SP e da CAASP.
Professor convidado dos cursos de pós-graduação da Faculdade de Direito
da Universidade Presbiteriana Mackenzie. solano.camargo@gmail.com

WASHINGTON CARLOS DE ALMEIDA


Pós-doutor em Direito pela Universidade de Salamanca - USAL. Doutor
e Mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Especialista em Processo Civil pela Pontifícia Universidade Católica de Porto
Alegre - RS . Especialista em Docência do Ensino Superior da Universidade
Federal do Rio Janeiro. Graduado em Direito pela Universidade Presbiteriana
Mackenzie e em Teologia pelo Seminário Presbiteriano Reverendo José
Manuel da Conceição. Professor da Faculdade de Direito da Universidade
Presbiteriana Mackenzie. Advogado. washington@mackenzie.br

YASMIN RAHAL DE ANDRADE


Mestranda em Direito Civil pala Universidade de São Paulo (USP). Bacharel
em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie com premiação da
monografia (2019). Advogada. yasmin.andrade27@gmail.com
APRESENTAÇÃO DA
COLEÇÃO

O ano de 2021 foi batizado como o “ano da pesquisa Mackenzie”, o


objetivo, mesmo na vivência mundial de uma pandemia que nos foi imposta
pelo vírus da COVID-19, era demonstrar que a pesquisa não parou.
Na Faculdade de Direito, a situação não foi diferente. Se, por um
lado, tivemos que permanecer em casa, afastados do contato físico com
alunos e colegas, por outro lado, a produção acadêmica e o amor à pesquisa
ecoou continuamente. Isso se justificou, especialmente, porque a pandemia
global trouxe muitas implicações de natureza jurídica e social e, diante dessa
nova realidade, a academia não pode se calar.
A pesquisa jurídica é responsável por colocar luz em diversas questões,
muitas vezes negligenciadas no contexto cotidiano e, a partir daí, busca-se
soluções e caminhos novos, criativos e complementares às demais ciências.
Esta coleção, composta por nove obras, demonstra umaparcela, mas
nem por isso irrelevante, da produção da Faculdade de Direito, no último
ano.
Há muitas ideias abordadas, muita esperança e muita busca por
respostas às perguntas, que segundo Albert Einstein, são responsáveis por
mover o mundo.
O leitor encontrará nesta coleção, uma amplitude própria do universo
do direito, há reflexões para todos os gostos e todas as angústias.
Aproveitamos a oportunidade para agradecer aos chefes de núcleo
da faculdade de Direito, que auxiliaram na organização dos volumes,
bem assim aos professores e alunos que integram as obras na condição
de autores/pesquisadores, vocês são incríveis, mas somos ainda melhores
quando estamos juntos.
Boa leitura e que, para além da pesquisa, você entenda que: Isso é
Mackenzie!

Coordenadores da Coleção Perspectivas, possibilidades e desafios do Direito


APRESENTAÇÃO DA
OBRA

O direito civil constitui uma área de grande abrangência no mundo


jurídico e pessoal dos indivíduos e das famílias brasileiras. Sua pertinência
à vida das pessoas é visível. É o direito da gente. Nasce com a concepção
do ser humano, acompanha-o durante toda a trajetória de vida e tem
incidência de efeitos para após sua morte. Nenhum ramo do Direito é tão
abrangente e regulador da vida humana, tornando efetivos direitos e deveres
e solucionando os contornos das relações privadas, quanto o direito civil.
Esta obra apresenta dezenove artigos produzidos pelo núcleo
de direito civil da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana
Mackenzie, de autoria de docentes da graduação e da pós-graduação e de
orientandos pesquisadores, que analisam e tecem ponderações relevantes
sobre alguns aspectos do direito civil: limitações da autonomia privada,
proteção da pessoa com deficiência, contrato e atualização monetária,
funções negociais, direito do consumidor e contratos imobiliários, posse e
propriedade no direito das coisas, responsabilidade civil no ambiente virtual
e na transversalidade do direito, ética nos direitos autorais e análise do
plágio, direito de família, adoção, união estável e nacionalidade portuguesa,
separação de fato do casal, alienação parental e violência de gênero, o futuro
do direito das sucessões, biodireito, planejamento familiar e saviour siblings,
reprodução assistida, identidade genética e anonimato, xenotransplante e
dignidade humana e animal.
Que a leitura seja proveitosa e conduza à reflexão e ao debate jurídico!

Martha Solange Scherer Saad


Mestre e Bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo-USP.
Professora de Direito de Família e Coordenadora do Núcleo de Apoio
Temático em Direito Civil da Faculdade de Direito da Universidade
Presbiteriana Mackenzie-UPM. Coordenadora do GEFam-Grupo de
Estudos Família e Felicidade: objeto e objetivo. Orientadora de pesquisa.
Membro da Comissão Nacional do IBDFAM. Presidente da Comissão de
Estudos da Adoção e de temas relacionados à Infância e à Juventude do
IBDFAM-SP. Consultora da Comissão Especial da Advocacia de Família e
Sucessões da OAB-SP.
SUMÁRIO

ORGANIZADORA .....................................................................................................7
COORDENADORES DA COLEÇÃO ..................................................................9
AUTORES ....................................................................................................................11
APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO.......................................................................19
APRESENTAÇÃO DA OBRA ................................................................................21

CAPÍTULO 1
Alexandre Alves Lazzarini
REFLEXÕES SOBRE O DIREITO PRIVADO: ALGUMAS LIMITAÇÕES
DA AUTONOMIA PRIVADA.................................................................................31
Introdução .....................................................................................................................31
1 O acordo de leniência ..............................................................................................33
1.1 A não submissão do acordo de leniência ao regime de recuperação judicial.35
1.2 O acordo de leniência e a imunidade de jurisdição ..........................................35
2 A publicidade da identidade dos agentes colaborativos (colaboração
premiada).......................................................................................................................38
2.1 A questão da competência para levantamento do sigilo .................................42
2.2 O colaborador e o seu crédito .............................................................................43
2.3 O administrador judicial, o dever de informar e o colaborador.....................44
Conclusão ......................................................................................................................44
Referências ....................................................................................................................45

CAPÍTULO 2
Fernanda Pessanha do Amaral Gurgel
A NOVA SISTEMÁTICA DO DIREITO CIVIL PARA A PROTEÇÃO DOS
DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA ................................................47
Introdução ....................................................................................................................47
1 A decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do estado de São Paulo em processo
de interdição..................................................................................................................49
2 A pessoa natural e sua personalidade civil ...........................................................52
3 Novos paradigmas da incapacidade civil traçados no estatuto da pessoa com
deficiência .....................................................................................................................54
4 Aspectos processuais essenciais da tomada de decisão apoiada .......................58
Conclusões ...................................................................................................................63
Referências Bibliográficas ..........................................................................................64

CAPÍTULO 3
Brunno Pandori Giancoli
“CONSIDERANDOS” CONTRATUAIS: FUNÇÕES NEGOCIAIS NAS
RELAÇÕES PRIVADAS BRASILEIRAS .............................................................67
Introdução ....................................................................................................................67
1 Considerados contratuais: Da origem à tropicalização para o direito brasileiro.69
2 Função negocial dos “considerandos” contratuais no direito brasileiro .........72
3 Interpretação contratual a partir dos “considerandos” .....................................75
Considerações Finais ..................................................................................................77
Referências ...................................................................................................................78

CAPÍTULO 4
Luiz Antonio Scavone Junior
CONTRATOS COM PREVISÃO DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA:
IMPREVISÃO, ONEROSIDADE EXCESSIVA E REVISÃO.........................81
Introdução ....................................................................................................................81
1 A atualização monetária ..........................................................................................84
2 A revisão e a resolução dos contratos por onerosidade excessiva e por
imprevisão ....................................................................................................................90
3 O dever de negociar ................................................................................................93
4 Prescrição da pretensão de revisão ou de resolução ..........................................98
Considerações Finais ............................................................................................... 100
Referências ................................................................................................................ 100

CAPÍTULO 5
Rubens Carmo Elias Filho
BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI DO SUPERENDIVIDA-
MENTO DO CONSUMIDOR E SEU IMPACTO NOS CONTRATOS
IMOBILIÁRIOS........................................................................................................103
Introdução ................................................................................................................. 103
1 Fins da norma ....................................................................................................... 105
2 Eficácia, vigência e validade ................................................................................ 105
3 Prevenção ............................................................................................................... 106
4 Tratamento ............................................................................................................. 108
5 Impacto nos contratos imobiliários ................................................................... 110
5.1 Locação Predial Urbana ................................................................................... 110
5.2 Relações jurídicas condominiais ...................................................................... 111
5.3 Compra e venda de imóveis ............................................................................. 111
Considerações finais ................................................................................................ 115
Referências ................................................................................................................ 115

CAPÍTULO 6
Roberto Maia Filho
POSSE X PROPRIEDADE ................................................................................... 117
Introdução ................................................................................................................. 117
1 Breve distinção entre posse e propriedade ....................................................... 117
2 A autonomia da proteção possessória, a exceção de domínio e as hipóteses de
prevalência da posse sobre a propriedade ............................................................. 119
3 Referências jurisprudenciais a respeito do tema aqui tratado ........................ 122
3.1 Tribunal de Justiça de São Paulo ..................................................................... 122
3.1.1 Recurso nº 1006083-35.2020.8.26.0577.........................................................122
3.1.2 Recurso nº 1000517-27.2019.8.26.0582..........................................................123
3.1.3 Recurso nº 9000001-71.2002.8.26.0223.........................................................123
3.1.4 Recurso nº 1091851-75.2015.8.26.0100.........................................................124
3.1.5 Recurso nº 1008426-18.2017.8.26.0477 ........................................................124
3.1.6 Recurso nº 9285824-09.2008.8.26.0000.........................................................125
3.1.7 Recurso nº 1001988-28.2018.8.26.0416.........................................................126
3.2 Superior Tribunal de Justiça ............................................................................. 126
3.2.1 REsp 1.204.820/MG – 2010/0131762-3......................................................126
3.2.2 REsp 1.909.196/SP – 2020/0135603-3 .......................................................127
Considerações Finais ............................................................................................... 129
Referências ................................................................................................................ 129

CAPÍTULO 7
Cesar Calo Peghini
Rodrigo Amaral Paula de Méo
CONTORNOS CONTEMPORÂNEOS DO ELEMENTO DANO FRENTE
À RESPONSABILIDADE CIVIL NO AMBIENTE VIRTUAL................... 131
Introdução ................................................................................................................. 132
1 Reflexões iniciais a propósito da dinâmica da responsabilidade civil ...... .... 132
2 Ambiente virtual e premonição sobre (mais) modalidades de danos ........... 135
3 Reflexões sobre direito contemporâneo frente ao dano no ambiente virtual .142
Considerações Finais ............................................................................................... 147
Referências ................................................................................................................ 148
CAPÍTULO 8
Renata Domingues Balbino Munhoz Soares
RESPONSABILIDADE CIVIL E CONTRATOS NA TRANSVERSALIDADE
DO DIREITO: O EXEMPLO DO FASHION LAW PARA INFLUENCERS,
BLOCKCHAIN E VISUAL LAW ........................................................................ 151
Introdução ................................................................................................................. 152
1 A transversalidade e o direito: O exemplo do fashion law ............................. 153
2 Relações jurídicas contratuais e responsabilidade civil: A figura dos
influenciadores digitais ............................................................................................ 154
3 Transparência e confiança como pressuposto das relações jurídicas: A
importância das cláusulas contratuais peculiares e do blockchain na cadeia da
moda .......................................................................................................................... 162
4 A importância do visual law nos contratos privados: quando a pessoa humana
é o foco principal ..................................................................................................... 167
Considerações Finais ............................................................................................... 168
Referências ................................................................................................................ 168

CAPÍTULO 9
Letícia Menegassi Borges
Luiz Gustavo Doles Silva
A ÉTICA DIANTE DAS NOVAS TECNOLOGIAS DE CIRCULAÇÃO DA
MÚSICA E A PERSISTÊNCIA DOS DIREITOS AUTORAIS À LUZ DO
CONSTRUCTIVISMO LÓGICO-SEMÂNTICO ............................................ 173
Introdução ................................................................................................................. 173
1 As novas tecnologias e a transparência no pagamento de direitos autorais 175
2 Esboço de uma regra-matriz de incidência da norma de proteção dos direitos
autorais patrimoniais ............................................................................................... 179
3 A ética como processo de aprendizagem .......................................................... 183
Considerações Finais ............................................................................................... 186
Referências ................................................................................................................ 187

CAPÍTULO 10
Maria Rita Neiva
O PLÁGIO COMO INFRAÇÃO AOS DIREITOS AUTORAIS: ANÁLISE
JURISPRUDENCIAL ............................................................................................. 191
Introdução ................................................................................................................. 191
1 Aproximação ao conceito de plágio ................................................................... 192
2 Requisitos para a verificação de existência de plágio ...................................... 196
2.1 Primeiro Requisito: Comprovação, na demanda, que suposto plagiário copiou
a obra ou tinha possibilidades razoáveis de acesso e conhecimento da obra . 196
2.2 Segundo Requisito: Existência de semelhanças em aspectos substanciais entre
as obras e não em aspectos secundários ou pouco relevantes .......................... 197
2.3 Terceiro Requisito: Caráter original da obra plagiada .................................. 200
Considerações Finais .......................................................................................... .... 202
Referências ................................................................................................................ 202

CAPÍTULO 11
Pedro Henrique Silva Pinho
Martha Solange Scherer Saad
AS PREFERÊNCIAS ADOTIVAS À LUZ DOS PRINCÍPIOS DA
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E DO MELHOR INTERESSE DA
CRIANÇA.................................................................................................................. 205
Introdução ................................................................................................................. 205
1 Da dignidade da pessoa humana e do melhor interesse da criança .............. 207
1.1 O melhor interesse da criança ......................................................................... 207
1.2 A dignidade da pessoa humana ....................................................................... 208
2 Das características do futuro filho no Brasil .................................................... 208
2.1 Ideias que fundamentam as escolhas de características no sistema brasileiro
de adoção .................................................................................................................. 209
2.2 As reais características das crianças e adolescentes na fila de adoção e as
escolhas dos pretendentes ...................................................................................... 210
3 Da controvérsia entre as predileções dos pretendentes e as crianças e os
adolescentes brasileiros no cadastro de adoção .................................................. 215
Considerações Finais ............................................................................................... 223
Referências ................................................................................................................ 224

CAPÍTULO 12
Gustavo Ferraz de Campos Monaco
Solano de Camargo
UNIÃO ESTÁVEL BRASILEIRA E AQUISIÇÃO DE NACIONALIDADE
PORTUGUESA: PERCURSO DE CONCILIAÇÃO ...................................... 229
Introdução ................................................................................................................. 230
1 A aquisição da nacionalidade portuguesa pela união de facto ....................... 231
2 União de facto, união estável .............................................................................. 233
2.1 Definição de união de facto e enquadramento jurídico no regime jurídico
português ................................................................................................................... 233
2.2 A união estável no regime jurídico brasileiro ................................................ 234
3 Escrituras públicas brasileiras de união estável como substitutas das sentenças
declarativas portuguesas de união de facto .......................................................... 236
4 Escritura pública de união estável: meio de prova ou sucedâneo de sentença
declarativa? ................................................................................................................ 236
5 A transmutação da escritura pública brasileira de união estável em homologaçãode
acordo extrajudicial .................................................................................................. 240
Conclusão .................................................................................................................. 242
Referências ................................................................................................................ 242

CAPÍTULO 13
Washington Carlos de Almeida
José do Carmo Veiga de Oliveira
APONTAMENTOS SOBRE A SEPARAÇÃO DE FATO E SUAS
CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS........................................................................ 245
Introdução ................................................................................................................. 246
1 A afetividade como característica principal da conjugalidade ....................... 246
2 Características da separação e fato ..................................................................... 248
3 Consequências jurídicas da separação de fato .................................................. 251
Conclusões ................................................................................................................ 256
Referências ................................................................................................................ 256

CAPÍTULO 14
Patrícia Tuma Martins Bertolin
André Norberto Carbone de Carvalho
Gabriela Simidamore Ferreira
LEI DA ALIENAÇÃO PARENTAL: UM INSTRUMENTO PARA A
PRÁTICA DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO? ................................................... 259
Introdução ................................................................................................................. 259
1 Síndrome de alienação parental e a lei de regência .......................................... 261
2 AADI 6273 ............................................................................................................ 264
3 Patriarcado e hierarquização social .................................................................... 270
4 A mulher e a lei da alienação parental ............................................................... 272
5 O protocolo do CNJ para julgamento com perspectiva de gênero .............. 276
Conclusões ................................................................................................................ 276
Referências ................................................................................................................ 279

CAPÍTULO 15
Felipe Assis de Castro Alves Nakamoto
AS DUAS FACES DE JANUS: O PASSADO E O FUTURO DO DIREITO
DAS SUCESSÕES ................................................................................................... 283
Introdução ................................................................................................................. 283
1 O direito das sucessões: Objeto, função e relevância ..................................... 285
2 Os desafios do direito das sucessões na contemporaneidade ........................ 289
3 A personalidade post mortem e os limites da transmissão do acervo digital .. 289
4 Perspectivas sobre o tratamento jurídico da sucessão de bens digitais ........ 294
Considerações Finais ............................................................................................... 295
Referências ................................................................................................................ 296

CAPÍTULO 16
Lígia Maria de Lima e Fonseca Vicente
Renata da Rocha
SAVIOUR SIBLINGS OU BEBÊ MEDICAMENTO E O DIAGNÓSTICO
GENÉTICO PRÉ-IMPLANTACIONAL (D.G.P.I.) NO PLANEJAMENTO
FAMILIAR COMO FORMA DE PRESERVAR OUTRAS VIDAS:
INSTRUMENTALIZAÇÃO, ÉTICA E DIGNIDADE .................................. 299
Introdução ................................................................................................................. 299
1 O bebê medicamento no contexto internacional e possíveis usos do DGPI e da
biotecnologia para outros fins ................................................................................. 306
2 Legislações e situação do DGPI e dos “Saviour Siblings” no Brasil ............ 309
3 O problema da possível instrumentalização do bebê-medicamento ............ 314
4 Efeitos sociais e econômicos do DGPI na sociedade brasileira ................... 319
Considerações Finais ............................................................................................... 321
Referências ................................................................................................................ 322

CAPÍTULO 17
Ana Claudia Silva Scalquette
João Ricardo Brandão Aguirre
Yasmin Rahal de Andrade
A BIOÉTICA E O BIODIREITO NA REPRODUÇÃO HUMANA
ASSISTIDA: UMA ANÁLISE CRÍTICA ............................................................ 325
Introdução ................................................................................................................. 326
1 Bioética e biodireito .............................................................................................. 327
2 Reprodução humana assistida (RHA) ................................................................ 332
3 Casos e situações polêmicas envolvendo técnicas de RHA ........................... 337
4 Limites à RHA segundo a bioética e o biodireito ............................................ 341
Considerações Finais ............................................................................................... 343
Referências Bibliográficas ....................................................................................... 343
Websites consultados ................................................................................................ 346

CAPÍTULO 18
Luiz Fernando do Vale de Almeida Guilherme
O CONFLITO ENTRE O DIREITO AO ANONIMATO NO
PROCEDIMENTO DA REPRODUÇÃO ASSISTIDA ANTE O SUPOSTO
DIREITO À IDENTIDADE GENÉTICA........................................................ 347
Introdução ................................................................................................................. 347
1 A reprodução assistida ......................................................................................... 348
2 Como a legislação brasileira lida com a matéria ............................................... 349
3 O direito ao anonimato do doador x o direito da pessoa de saber a sua linhagem
genética ...................................................................................................................... 351
3.1 O tratamento ao tema dado em alguns outros países .................................. 353
3.2A possibilidade de incesto involuntário justificaria a quebra do sigilo entre
doador e indivíduo concebido por meio da reprodução assistida? .................. 355
3.3 A quebra do anonimato a fim de supostamente se evitar doenças genéticas.357
Conclusão .................................................................................................................. 357
Referências ................................................................................................................ 358

CAPÍTULO 19
Aline Sousa do Nascimento
Lia Cristina Campos Pierson
XENOTRANSPLANTE: A VIDA HUMANA E A DIGNIDADE ANIMAL
À LUZ DO BIODIREITO .................................................................................... 361
Introdução ................................................................................................................. 361
1 Aspectos jurídicos e bioéticos ............................................................................. 363
2 Alternativas científico-tecnológicas ................................................................... 370
3 Animal não humano como sujeito de direito e sua dignidade ....................... 376
Considerações Finais ............................................................................................... 380
Referências ................................................................................................................. 381
CAPÍTULO 1
REFLEXÕES SOBRE O DIREITO PRIVADO:
ALGUMAS LIMITAÇÕES DA AUTONOMIA
PRIVADA

ALEXANDRE ALVES LAZZARINI


Mestre em Direito pela PUC/SP. Professor da Faculdade de Direito da
Universidade Presbiteriana Mackenzie. Desembargador do Tribunal de
Justiça de São Paulo. Membro da Academia Mackenzista de Letras, da
Academia Paulista de Letras Jurídicas e do Instituto dos Advogados de
São Paulo e do Fórum Nacional de Recuperação Empresarial e Falências
(FONAREF) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 1113140@
mackenzie.br

INTRODUÇÃO

A manifestação da vontade como fator de existência do ato jurídico


em seu sentido amplo e de sua de validade deve ser sempre objeto de
reflexão, pois a repercussão põe-se em amplitude muitas vezes não esperada.
A exigência atual de análise imediata dos fatos e das normas, sempre
em constantes modificações retiram da pessoa a capacidade de assimilação,
reflexão e uma adequada valoração das situações.
Celso Lafer1, em texto em homenagem à Ruy Barbosa, termina com
uma reflexão deste:
Os que madrugam no ler convém madrugar também no
pensar. Vulgar é o ler, raro o refletir. O saber não está
na ciência alheia, que se absorve, mas, principalmente,
nas ideias próprias, que se geram dos conhecimentos
absorvidos, mediante a transmutação, por que passam,
no espírito que os assimila. Um sabedor não é armário de

1. Ruy Barbosa, jornal “O Estado de S.Paulo”, dia 17/3/2019, p. A-2.


32 PERSPECTIVAS, POSSIBILIDADES E DESAFIOS DO DIREITO CIVIL

sabedoria armazenada, mas transformador reflexivo de


aquisições digeridas.
Em outro texto, Leandro Karnal2 escreve:
Aprendi tanto, especialmente sobre comunicação e a
diferença entre saber dados e interpretar culturas. A
passagem da erudição ao conhecimento necessita de um
passaporte especial. O papel do formador é mais sofisticado
do que o de informador.
Esses dois pensamentos demonstram a perenidade, ao menos para
três respeitados pensadores (Ruy, Lafer e Karnal) da questão da formação
das ideias. Ou seja, não basta saber ler; há a necessidade de saber o valor da
palavra, que se transforma em cultura, em conhecimento.
Em um momento que os ramos do Direito se transformam e se
misturam, sendo válido afirmar que muitas vezes os sistemas tem mais
semelhanças pelos pontos de convergência, do que diferenças, encontrando-
se, nas fronteiras do Direito Privado e do Direito Público, um importante
e complexo ponto de encontro e confronto, como no tema do princípio da
supremacia do interesse público, onde alguns sustentam a sua manutenção (Irene
Patrícia Nohara3)e outros a sua superação (Odete Medauar4) e que interfere,
diretamente, em questões de natureza contratual5 ou de insolvência, em
face do princípio da preservação da empresa, esculpido no art. 47 da Lei
n.11.101/2005.
Diante disso, apresento, em forma de reflexão acadêmica, casos
concretos que mostram o encontro delas, destacando, dois temas, relevantes
ao Direito Privado.
O primeiro, o acordo de leniência entre o Estado e o particular e a
sua submissão a recuperação judicial.
O segundo, envolvendo a publicidade da identidade dos agentes
colaborativos (colaboração premiada).
2. Pensamento cetáceo, jornal “O Estado de S.Paulo”, dia 10/4/2019, p. C-6.
3. Reflexões Críticas acerca da Tentativa de Desconstrução do Sentido da Supremacia
do Interesse Público no Direito Administrativo, in Supremacia do Interesse Público,
coordenadores Maria Sylvia Zanella Di Pietro e Carlos Vinícius Alves Ribeiro, São Paulo:
Atlas, 2010.
4. Direito Administrativo Moderno, 21ª ed., Belo Horizonte:Forum Editora, 2018, p. 128, item
7.9.1.
5. A respeito, veja-se a Apelação n. 1100774-27.2014.8.26.0100 (rel. Des. Carlos Dias Motta,
j. 17/6/2020, 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São
Paulo) em que se discutiu, em julgamento estendido (CPC/2015, art. 942), a natureza do
contrato de depósito tendo como sujeitos uma Prefeitura Municipal e uma massa falida
(banco), prevalecendo que “Prepondera o princípio da indisponibilidade do interesse público,
a autorizar, excepcionalmente, a restituição pretendida, afastada a submissão ao concurso
falimentar de credores, porquanto inadmissível a utilização, pela massa falida, de recursos
públicos para pagamento de credores privados”. Os votos vencidos entenderam que tais
recursos submetiam-se ao concurso de credores privados, diante da natureza do contrato.
MARTHA SOLANGE SCHERER SAAD
ORGANIZADORA 33

Nessas duas situações a vontade do agente, pessoa natural ou pessoa


jurídica, impõe limites no âmbito do Direito Privado.

1 O ACORDO DE LENIÊNCIA6

Walfrido Warde e Valdir Moysés Simão7 escrevem: “a leniência é o


alívio, é aquilo que é manso e agradável, que sugere um apaziguamento,
o apaziguamento de que desesperadamente precisa aquele que tem sobre
si a pata pesada do Estado, a pata pesada e ameaçadora, que representa
todo o aparato estatal de controle e de coerção” e que “a leniência
é a via precípua de sobrevivência empresarial diante da detecção de
uma desconformidade. É a condição, que embute um bruto incentivo
(Quer sobreviver? Então coopere!), de manutenção das vias de Direito
indispensáveis à existência de uma organização empresarial que deu causa
a um dano à Administração Púbica ou que dele se beneficiou” (capítulo I).
José Inácio F. de Almeida Prado Filho e Bruna Sellin Trevelin8, em
obra coletiva que organizam, escrevem na mesma linha:
O acordo de leniência é instituto integrante do processo
administrativo sancionador que pode ser encontrado em
alguns dispositivos da legislação brasileira. Trata-se de
acordo celebrado entre o ente administrativo titular do
poder de unir e o agente infrator.
(...)
Sob o prisma do sistema jurídico, portanto, o acordo de
leniência ‘deve ser visto como o elemento adicional à tradicional lógica
funcional da sanção’, caracterizando-se como um incentivo
negativo à ação ilícita por agentes privados, relativizando o
princípio da indisponibilidade do interesse público. (capítulo 2)
Referidos doutrinadores falam em Direito de Conformidade; Modesto
Carvalhosa9 refere-se ao Direito Penal Administrativo; Fábio Medina Osório,
diz Direito Administrativo Sancionador10.
Vale reproduzir a lição Fábio Medina Osório:

6. O presente capítulo tem como base o acórdão do Agravo de Instrumento n.2257373-


73.2020.8.26.0000 (rel. Des. Alexandre Lazzarini, j. 15/9/2021, 1ª Câmara Reservada de
Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo, v.u. – participaram do julgamento
os Desembargadores Eduardo Azuma Nishi e Marcelo Fortes Barbosa Filho)
7. Leniência – Elementos do Direito de Conformidade, São Paulo: Contracorrente, 2019,
edição digital.
8. Acordos e Políticas de Leniência: Contribuição para o diálogo e a harmonização, 1ª ed., São
Paulo: Singular, 2020, edição digital.
9. Considerações sobre a Lei Anticorrupção das Pessoas Jurídicas, São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2014, 2ª tiragem.
10. Direito Administrativo Sancionador, 7ª ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2020, edição
digital.
34 PERSPECTIVAS, POSSIBILIDADES E DESAFIOS DO DIREITO CIVIL

De modo que, na Era da Complexidade, ou na sociedade pós-


capitalista da informação, os ilícitos assumem proporções
tão agressivas que passa a exigir um Estado igualmente
mais ‘agressivo’, logicamente dentro do Direito, porém
menos burocrata, menos isolacionista, mais comunicativo e
veloz em suas decisões sempre no afã de lograr resultados.
Tais horizontes demandam posturas funcionalistas e
estratégias de aproximação das ferramentas inerentes ao
Direito Punitivo. Daí que é lógico que as pessoas jurídicas
venham a ser encaradas de modo uniforme e coerente
pelo Estado, não importa se se trata de ferramentas
penais ou administrativistas. E não deixa de ser previsível
que as pessoas jurídicas venham a ser encaradas também
como eventuais instrumentos de organizações criminosas,
para efeitos de blindagem de responsabilidades pessoais,
problema que não se resolve apenas com a desconsideração
de personalidade jurídica, mas com a concomitante
expansão dos tentáculos sancionadores estatais, de modo
a encontrar respostas cada vez mais abrangentes e eficazes.
Esse mesmo doutrinador afirma que “vale lembrar, o Direito
Administrativo Sancionador não parte da ideia de garantir direitos
individuais, e sua dogmática, se é que se poderia designar desta forma
sua normativa técnica em perspectiva história recente, parte da ideia de
interesse público e de responsabilidades balizadas por critérios até mesmo
objetivos”11.
Embora afirmando que a questão é de Direito Penal Administrativo,
que diferencia de Direito Administrativo Sancionador, Modesto
Carvalhosa12, sob outra perspectiva, analisando a Lei 12.846/2013 (Lei
Anticorrupção), destaca:
Daí o Direito Penal Administrativo, que trata da proteção
do Poder Público e não da ordem jurídica geral e coletiva
que é própria do Direito Penal em si.
(...)
E com efeito, o delito corruptivo praticado pela pessoa
jurídica em concurso com o agente público é penal,
submetido ao crivo processual administrativo. Trata o
processo penal-administrativo de um delito que atinge a
segurança do próprio Estado e sua capacidade de exercer
seu Poder de Polícia. Esse o bem jurídico protegido.
(...)
Não são relações privadas de interesse coletivo, susceptíveis
da tutela do Poder Público mediante processo administrativo
sancionador. São relações ilícitas desenvolvidas no seio do
próprio Estado, mediante o concurso de seus agentes e das

11. ob. cit., capítulo 2.4.4.4.


12. ob. cit., pp.349/351.
MARTHA SOLANGE SCHERER SAAD
ORGANIZADORA 35

pessoas jurídicas interessadas em usufruir de benefícios e


vantagens ilícitas.
Note-se, portanto, que o acordo de leniência importa em exercício
da autonomia privada, ou seja, do sujeito que, diante do seu juízo de
conveniência, pode ou não celebrar esse acordo.

1.1 A NÃO SUBMISSÃO DO ACORDO DE LENIÊNCIA AO


REGIME DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Embora decorra de um acordo em que o sujeito, no caso uma empresa,


manifeste sua concordância em pagar determinada importância pecuniária
(obrigação de dar) ao Estado, não se estabelece um negócio jurídico de
natureza privada, como uma reparação civil decorrente da obrigação de
indenizar por perdas e danos, pela prática de ato ilícito contratual ou
extracontratual entre particulares.
Ou seja, o direito objeto do acordo de leniência não tem natureza
própria de direitos pessoais (obrigacionais), pois, inclusive em patamar
superior aos próprios contratos públicos, aqui o Estado não contrata
uma prestação de serviços (obrigação de fazer) ou de fornecimento de
produtos (obrigação de dar), seja como sujeito ativo ou sujeito passivo,
mas dispõe, sob condição (e desde que a outra parte aceite), o seu direito
de punir na forma mais rigorosa estabelecida na lei.
Em outras palavras, o acordo de leniência decorre do poder de império
do Estado, do poder estatal que relativiza o princípio da indisponibilidade,
pois, como ensina Odete Medauar13, “não se mostra adequado invocar tal
princípio como impedimento à realização de acordos”.
Assim, não sendo um negócio jurídico, vinculado ao direito
obrigacional (civil, empresarial, consumidor etc), mas de natureza especial
vinculado ao direito de punir (sancionar) do Estado, não se sujeita à
recuperação judicial, sob pena de violar a finalidade do acordo de leniência.

1.2 O ACORDO DE LENIÊNCIA E A IMUNIDADE DE


JURISDIÇÃO

Outro aspecto relevante, que se debateu, pois a submissão do acordo


de leniência à recuperação judicial envolveu um Estado estrangeiro, é a
imunidade de jurisdição.
Ou seja, além de se concluir que diante da natureza desse negócio
jurídico (acordo de leniência),não há a sujeição da obrigação pecuniária

13. ob. cit., p. 129, n. .10.

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