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Íthala
T CC DEFINIT IVO
Jorge Fagundes
A JUDICIALIZAÇÃO DA POLÍT ICA PÚBLICA DE MEDICAMENT OS. O DIREIT O À SAÚDE ENT RE A DIGNIDA…
Nairo Lopes
Direito
e
Saúde
INTERSECÇÕES
CONTEMPORÂNEAS
CONSELHO EDITORIAL
Ana Claudia Santano – Professora do programa de mestra- cional pela UNIFOR-CE;. Consultora Jurídica na área de
do em Direitos Fundamentais e Democracia, do Centro Uni- Direito Urbanístico. É professora do Centro Universitário
versitário Autônomo do Brasil – Unibrasil. Pós-doutora em Di- Christus, em Fortaleza, nas disciplinas de Direito Adminis-
reito Público Econômico pela Pontifícia Universidade Católica trativo II, Coordenadora de Pesquisa da mesma Faculdade
do Paraná. Doutora e mestre em Ciências Jurídicas e Políticas e professora associada do Escritório de Direitos Humanos
pela Universidad de Salamanca, Espanha. vinculado ao Curso de Direito. É professora licenciada da
Daniel Wunder Hachem – Professor de Direito Constitu- Faculdade Paraíso - FAP, em Juazeiro do Norte-CE, de gra-
cional e Administrativo da Universidade Federal do Paraná duação e pós graduação. Presidente do Instituto Cearen-
e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Doutor e se de Direito Administrativo - ICDA desde 2014; Diretora
Mestre em Direito do Estado pela UFPR. Coordenador Exe- do Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico desde 2013;
cutivo da Rede Docente Eurolatinoamericana de Derecho É professora de Pós Graduação da Universidade Regional
Administrativo. do Cariri - URCA; Professora colaboradora do Instituto Ro-
Emerson Gabardo – Professor Titular de Direito Adminis- meu Felipe Bacellar desde 2006, em Curitiba/PR.
trativo da PUCPR. Professor de Direito Administrativo da
Luiz Fernando Casagrande Pereira – Doutor e Mestre em
UFPR. Pós-doutorado pela Fordham University School of
Direito pela Universidade Federal do Paraná. Coordenador
Law - EUA. Vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito
Administrativo. da pós-graduação em Direito Eleitoral da Universidade
Positivo. Autor de livros e artigos de processo civil e direito
Fernando Gama de Miranda Netto – Doutor em Direito eleitoral.
pela Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro. Professor
Adjunto de Direito Processual da Universidade Federal Flu- Rafael Santos de Oliveira – Doutor em Direito pela Uni-
minense e membro do corpo permanente do Programa de versidade Federal de Santa Catarina. Mestre e Graduado em
Mestrado e Doutorado em Sociologia e Direito da mesma Direito pela UFSM. Professor na graduação e na pós-gradu-
universidade. ação em Direito da Universidade Federal de Santa Maria.
Ligia Maria Silva Melo de Casimiro – Doutora em Direi- Coordenador do Curso de Direito e editor da Revista Direitos
to Econômico e Social pela PUC/PR; Mestre em Direito do Emergentes na Sociedade Global e da Revista Eletrônica
Estado pela PUC/SP; Especialista em Direito Constitu do Curso de Direito da mesma universidade.
Direito
e
Saúde
INTERSECÇÕES
CONTEMPORÂNEAS
EDITORA ÍTHALA
CURITIBA – 2019
SUMÁRIO
PREFÁCIO .................................................................................7
APRESENTAÇÃO ......................................................................9
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
REFERÊNCIAS
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1 Mestre e doutora em Direito Civil pela PUC de São Paulo. Professora dos cursos
de Graduação em Direito e Mestrado em Direito da Sociedade da Informação das
Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU. Membro da Comissão de Biodireito e
Biotecnologia da OAB/SP. Contato: aelwc@terra.com.br.
A infertilidade é tida como doença pela Organização Mundial
de Saúde - OMS e, graças às novas tecnologias pessoas com diversas for-
mas de infertilidade tem conseguido sanar seus problemas para a pro-
criação, por meio das mais diversas técnicas de reprodução medicamente
assistida. Contudo, essas técnicas ainda são de alto custo e não é qualquer
cidadão que consegue ter acesso a elas. Assim, o principal objetivo do
presente trabalho de pesquisa é analisar se o direito ao planejamento en-
globa também o uso das técnicas de reprodução humana medicamente
assistidas e se, por consequência, o fornecimento dessas técnicas deve
ser de caráter obrigatório para os Planos de Saúde, como forma de cum-
primento à legislação brasileira em vigor, possibilitando que pessoas que
possuem algum tipo de infertilidade possam exercer o seu direito ao pla-
nejamento familiar e à saúde.
2 <http://www.onumulheres.org.br/planeta5050-2030/conferencias/>. Acesso em : 29
de setembro de 2018.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Mariana B. D. Eickhoff1
Paola Naiane Sippert2
Alessandra Leves Raichle3
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
130 | Ariel Cargnelutti Goi | Bernardo Gheller Heidemann | Eloísa Nair de Andrade Argerich
Um dos méritos da Constituição Federal de 1988 foi ter acolhido
expressamente os direitos sociais, a esses dedicando todo o artigo 6º,
ademais de outros dispositivos dispersos no texto e, com isso, positi-
vando-os como autênticos direitos fundamentais. Os direitos sociais
respondem pelo fornecimento dos recursos fáticos indispensáveis ao
efetivo exercício das liberdades e dos demais direitos fundamentais,
buscando assegurar a liberdade efetiva pela igualdade material. Os
direitos sociais são tão fundamentais quanto os demais “direitos e
garantias” reconhecidos constitucionalmente.
132 | Ariel Cargnelutti Goi | Bernardo Gheller Heidemann | Eloísa Nair de Andrade Argerich
palavras, o art. 198 da CF/88 diz que: há a rede pública de saúde e a
rede privada (por contratação ou convenio). Ambas as redes formam
uma rede regional (para que sejam respeitadas as particularidades
locais) e hierárquica, que devem estrita observância aos princípios
do SUS (integralidade, igualdade e participação da comunidade).
Daí surge um Sistema Único de Saúde.
134 | Ariel Cargnelutti Goi | Bernardo Gheller Heidemann | Eloísa Nair de Andrade Argerich
tipos, baixa cobertura assistencial da população, ausência de critérios e de
transparência dos gastos públicos, etc. [...].” (FIGUEIREDO, 2007, p. 96).
Ressalta ainda a referida autora que:
136 | Ariel Cargnelutti Goi | Bernardo Gheller Heidemann | Eloísa Nair de Andrade Argerich
complementar, o que significa que dita participação somente ocorre-
rá quando o sistema não tiver os meios (físicos, humanos, financei-
ros...) para suprir as necessidades sanitárias da população (art. 24,
da Lei 8.080/90).
138 | Ariel Cargnelutti Goi | Bernardo Gheller Heidemann | Eloísa Nair de Andrade Argerich
direito. As decisões judiciais proferidas pelo Poder Judiciário represen-
tam a extensão do que é possível conseguir em juízo em relação à efeti-
vidade do direito social à saúde. Em princípio, as decisões judiciais têm
sido benéficas ao acesso à Justiça, notadamente quanto ao tratamento
aos hipossuficientes, fornecimento de medicamentos, insumos, proce-
dimentos, etc.
Em suas teses de defesa, o Poder Público sustenta que o direito
à saúde é garantido pelo Estado, porém, este direito está condicionado
aos fármacos, insumos e procedimentos contemplados pela lista do SUS.
Assim, com o aumento significativo da demanda envolvendo questões
de direito à saúde, bem como em razão da crise econômica que assola os
cofres públicos estatais em níveis nacionais, o Poder Judiciário começou
a questionar se apenas os fármacos presentes na lista do SUS seriam de
direito da população.
A partir disso, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Jus-
tiça (STJ) entendeu que o tema é repetitivo, razão pela qual formulou
o Recurso Especial n° 1.657.156 para julgamento pelo Sistema dos Re-
cursos Repetitivos. Assim, a questão submetida a julgamento trata da
“obrigatoriedade de fornecimento, pelo Estado, de medicamentos não
contemplados na Portaria 2.982/2009 do Ministério da Saúde (Programa
de Medicamentos Excepcionais).” O tema foi cadastrado no Sistema dos
Repetitivos sob o n° 106, e julgado no dia 25/04/2017 pelo STJ.
Debate-se, de maneira pontual, a forma de dispensa dos tra-
tamentos contemplados na lista do SUS, com enfoque principal para a
dispensa de medicamentos, visto que estes são os protagonistas da dis-
cussão, tanto na via administrativa, ou seja, diretamente nas farmácias
públicas, quanto na via judicial (ajuizamento de ação de fornecimento de
medicamento), abordando a celeridade e eficácia do serviço público no
que tange à prestação do direito à saúde.
O acesso a medicamentos é um direito de todos os cidadãos
brasileiros e pode se dar de duas formas: na via judicial ou na via admi-
nistrativa. A via administrativa trata das chamadas farmácias públicas,
postos de saúde, Secretarias Municipais ou Estaduais de Saúde, nos quais
há dispensação de medicamentos e/ou insumos com a simples compro-
140 | Ariel Cargnelutti Goi | Bernardo Gheller Heidemann | Eloísa Nair de Andrade Argerich
Um dos grandes problemas encontrados pelos cidadãos na hora
de retirar os fármacos na via administrativa, contudo, é o seu estoque. Em
diversas ocasiões, muitos medicamentos estiveram em falta no estoque
ou com estoque parcial, o que dificultou a dispensação dos fármacos na
proporção indicada pelo médico assistente.
A falta de estoque dos medicamentos decorre de um fator que
vem assolando os mais diversos tipos de serviços essenciais disponibili-
zados pelo Poder Público, especialmente a falta de recursos orçamentá-
rios. Desta forma, sem os repasses orçamentários, não há como realizar
a compra dos medicamentos, e sem a sua compra, não há fármacos para
dispensar na via administrativa.
Outro fator que merece ser observado com relação à dispensa
de medicamentos na via administrativa é a exclusividade dos fármacos
contemplados na lista do SUS. Ou seja, os fármacos prescritos pelos mé-
dicos assistentes que não estiverem presentes na política pública estatal
de dispensação não serão fornecidos pela via administrativa, uma vez que
não fazem parte dos medicamentos disponibilizados pelo Poder Público.
Assim, em períodos de crise do sistema econômico, ou na hi-
pótese de o fármaco prescrito não estar disponível na lista do SUS, a via
administrativa deixa de ser caracterizada como a mais breve e menos
burocrática, e passa a ser a mais lenta e menos eficaz, fazendo com que
os cidadãos encontrem meios alternativos para assegurar o seu direito,
garantido constitucionalmente. A partir do momento em que o Poder
Judiciário entra em campo por meio de ação judicial ajuizada em face do
Poder Público, o cidadão pode ter acesso ao medicamentos e/ou trata-
mento que não lhe foi fornecido na via administrativa. A decisão proferi-
da pelo Juiz dirá se o cidadão irá ou não receber a medicação/tratamento
que lhe foi prescrito.
A função do Poder Judiciário, portanto, é a prestação da tutela
jurisdicional à sociedade nos termos expressos na CF/88 e na legislação
infraconstitucional, distribuindo a justiça de forma célere e eficaz.
O Poder Judiciário tem sido um grande protagonista na efetiva-
ção de inúmeros direitos sociais. Diante da ineficiência do Poder Público
em prestar certos serviços essenciais à população, na via administrativa, a
142 | Ariel Cargnelutti Goi | Bernardo Gheller Heidemann | Eloísa Nair de Andrade Argerich
o Poder Público (União, Estados e Municípios), somente os fármacos
presentes na lista do SUS são devidos por direito à população. Ocorre
que em 70% dos casos, os profissionais médicos, inclusive os do SUS,
prescrevem medicamentos aos pacientes que não estão contemplados na
lista do SUS, de modo que ao chegar às farmácias públicas, o paciente não
encontra aquele fármaco pois não faz parte dos medicamentos adquiri-
dos pelo Poder Público.
A partir desse momento, o Judiciário passa a desempenhar um
importante papel em relação à dispensação dos medicamentos aos cida-
dãos, visto que por meio de decisões que deferem a tutela de urgência
postulado em Juízo, mais tarde confirmadas por sentenças, foi determi-
nado que o Poder Público forneça à população aqueles medicamentos
que não fazem parte da lista de suas competências, conforme indicação e
prescrição médica.
Após a enxurrada de decisões judiciais favoráveis à dispensa-
ção dos medicamentos não contemplados pela lista do SUS, bem como a
inquestionável crise econômica estatal vivida no país, surgiram questio-
namentos com relação a essa situação. Afinal, os fármacos “fora da lista”
são ou não de direito da população(?!); e a crise econômica(?!), já que
em tese, os medicamentos “fora da lista” seriam mais caros em relação
às alternativas presentes na lista do SUS(?!); e se o Estado mal conse-
gue manter os estoques dos fármacos de sua competência em dia, como
fornecer aqueles que sequer estão presentes na lista de sua competência,
justamente por serem mais onerosos para os cofres públicos(?!).
Após o significativo aumento do número de ações judiciais com
pedido de medicamentos, a maioria não contemplada pela lista do SUS,
surgiu o seguinte questionamento ao Poder Judiciário: se o medicamento
não está presente na lista do SUS, o Estado tem o dever de fornecê-lo?
Em suas teses de defesa, o Poder Público se utiliza, principal-
mente, do argumento de que se o fármaco prescrito não está presente
na lista elaborada pelo Ministério da Saúde, não é de sua competência
a dispensação. Alega, ainda, que o SUS possui um universo de mais de
800 fármacos para o tratamento de inúmeras enfermidades, motivo pelo
144 | Ariel Cargnelutti Goi | Bernardo Gheller Heidemann | Eloísa Nair de Andrade Argerich
paciente poderá proceder a retirada do medicamento, de forma gratuita,
junto aos órgãos competentes para dar início e continuidade ao trata-
mento médico que lhe foi prescrito.
Esta lista, conforme já referido, foi elaborada pelo Ministério da
Saúde, e contempla os mais diversos tipos de medicamentos. Sua elabora-
ção previu dois aspectos fundamentais, quais sejam: (1) a eficácia clínica
comprovada com posterior registro do fármaco pela Anvisa; e (2) o custo
benefício dos medicamentos para não causar prejuízo aos orçamentos
estatais e aos cofres públicos.
Os medicamentos incluídos na lista do SUS foram elaborados,
testados e aprovados pela indústria farmacêutica, com registro na Anvisa
e indicados para o tratamento das respectivas doenças. Assim, cumpre
referir que todos os medicamentos disponibilizados pelo Poder Público
já esgotaram suas fases de testes e possuem eficácia clínica devidamente
comprovada, garantindo a sua eficácia no tratamento do paciente/cida-
dão que deles fazem uso.
O Poder Público é o responsável por garantir à população o
acesso a inúmeros outros direitos além da saúde pública. Neste sentido,
precisou adequar seus orçamentos para possibilitar a promoção desse di-
reito, sem causar prejuízos aos demais direitos garantidos pela CF/88. A
partir daí surgiu a preocupação não somente com a compra de medica-
mentos que fossem clinicamente eficazes, mas também que fossem eco-
nomicamente favoráveis ao orçamento estatal. Observa-se, nesse sentido,
que os fármacos que compõem a lista do SUS não são somente os que
melhor responderam aos testes clínicos aos quais foram submetidos, mas
também os menos onerosos aos cofres públicos estatais.
Uma das questões que atualmente tem provocado aumento do
indeferimento administrativo na liberação dos medicamentos/insumos
e/ou tratamentos médicos é o fato de que muitos deles não estão presen-
tes na lista de fármacos do SUS. Nesses casos, o indeferimento adminis-
trativo pelo SUS é certo, resultando na busca da Justiça para o ingresso de
demanda judicial a fim de compelir o Poder Público a fornecer o fármaco
prescrito pelo profissional médico.
146 | Ariel Cargnelutti Goi | Bernardo Gheller Heidemann | Eloísa Nair de Andrade Argerich
1 - Comprovação, por meio de laudo médico fundamentado e cir-
cunstanciado expedido por médico que assiste o paciente, da im-
prescindibilidade ou necessidade do medicamento, assim como da
ineficácia, para o tratamento da moléstia, dos fármacos fornecidos
pelo SUS;
2 - Incapacidade financeira do paciente de arcar com o custo do me-
dicamento prescrito; e
3 - Existência de registro do medicamento na Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
148 | Ariel Cargnelutti Goi | Bernardo Gheller Heidemann | Eloísa Nair de Andrade Argerich
mente custeados pelo Estado. Na lista do SUS estão contemplados mais
de 800 fármacos utilizados em tratamentos das mais diversas enfermida-
des, os quais são distribuídos de forma gratuita à população por meio das
farmácias públicas.
Em muitas ocasiões, porém, o profissional médico que assiste
aos cidadãos prescreve determinados medicamentos que não estão pre-
sentes na lista do SUS. É a partir desse momento que inicia a participação
do Poder Judiciário e dos órgãos de acesso à Justiça nas questões que
envolvem o direito fundamental à saúde.
Ao criar a lista do SUS, o Ministério da Saúde incluiu os medi-
camentos avaliados como os melhores em termos de eficácia, mas tam-
bém os menos onerosos aos cofres públicos. Além disso, sabendo que
a indústria farmacêutica evolui constantemente, não seria viável incluir
nessa lista todo e qualquer fármaco criado pela indústria farmacêutica.
Assim, a partir do momento em que o cidadão, munido da in-
dicação médica de uso de determinado fármaco, se dirige até a farmácia
pública e verifica que aquele medicamento não se encontra na lista do
SUS, ou que está sem estoque disponível, pode acionar os órgãos de aces-
so à Justiça, quais sejam, a Defensoria Pública e/ou o Ministério Público,
para que estes lhe prestem auxílio na efetivação de seu direito. O pedido
será levado até o Poder Judiciário para que este decida pela liberação ou
não do acesso àquele medicamento.
Após a demanda excessiva de ações judiciais propostas, tendo
como pedido o fornecimento de medicamentos que não constam na lista
do SUS, ou a possibilidade de sua substituição por outro mais eficaz, o
tema chegou ao STJ como recurso repetitivo, foi cadastrado sob n° 106 e
julgado no dia 25.04.2018.
O STJ decidiu que ainda que os medicamentos postulados nas
ações judiciais posteriores à decisão proferida não estiverem presentes na
lista do SUS, é dever do Poder Público o seu fornecimento.
REFERÊNCIAS
150 | Ariel Cargnelutti Goi | Bernardo Gheller Heidemann | Eloísa Nair de Andrade Argerich
STJ. Superior Tribunal de Justiça. Primeira Seção define requisitos
para fornecimento de remédios fora da lista do SUS. 2018.
Disponível em: <http://www.stj.jus.br/sites/STJ/ default/pt_BR/Comun
ic a%C3%A7%C3%A3o/not ici as/Not%C3%AD ci as/Pr imeira-
Se%C3%A7%C3%A3o-define-requisitos-para-fornecimento-de-
rem%C3%A9dios-fora-da-lista-do-SUS>. Acesso em 17 maio 2018.
______. Obrigatoriedade de fornecimento de medicamentos
não contemplados em lista do SUS é tema de repetitivo. 2017.
Disponível em: <http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/ pt_BR/
C omunic a%C3%A7%C3%A3o/not ici as/Not%C3%AD ci as/
Obrigatoriedade-de-fornecimento-de-medicamentos-n%C3%A3o-
contemplados-em-lista-do-SUS-%C3%A9-tema-de-repetitivo>. Acesso
em: 17 maio 2018.
TJRS. Tribunal de Justiça do Estado Rio Grande do Sul. Sobre o
Tribunal de Justiça. Disponível em: <https://www.tjrs.jus.br/site/poder_
judiciario/sobre.html>. Acsso em: 17 maio 2018.
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
2. DA RESPONSABILIDADE CIVIL
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por tudo que foi exposto, percebe-se que tem prevalecido na ju-
risprudência pátria, bem como na doutrina, que o médico não poderá ser
REFERÊNCIAS
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
2. INTERNACIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO
SUPERIOR E A INFLUÊNCIA DE ORGANISMOS
MULTILATERAIS NA AFIRMAÇÃO DOS DIREITOS
HUMANOS
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS