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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZO DE DIREITO DA VARA DE

FAMILIA DA COMARCA DE PALMAS/TO

AÇÃO DE ALIMENTOS GRAVÍDICOS COM TUTELA ANTECIPADA DE


URGENCIA

EDUARDA DE MORAIS, brasileira, solteira, desempregada, CPF inscrito sob o nº


XXXXX, residente e domiciliada na cidade de Palmas/TO, através do advogado que a
esta subscreve, constituído nos termos da procuração em anexo, vem a presença de
vossa excelência, com fundamento nos artigos 2º da LEI Nº 11.804, DE  5 DE
NOVEMBRO DE 2008., propor:
AÇÃO DE ALIMENTOS GRAVÍDICOS COM TUTELA ANTECIPADA DE
URGENCIA
em desfavor de JOÃO DIAS, brasileiro, natural de São Paulo, solteiro, empresário,
devidamente inscrito no cadastro de pessoas físicas sob o número XXXX, residente e
domiciliado na cidade de São Paulo, pelos fatos e fundamentos expostos a seguir.

1. DO PEDIDO DE GRATUIDADE
A autora encontra-se desempregada, não possuindo condições financeiras de arcar com
as despesas processuais sem privar-se do sustento próprio. Assim, vem requerer o
benefício da gratuidade, nos termos assegurados pelo artigo 5º, LXXIV da Constituição
Federal, artigos 98 e seguintes do Código de Processo Civil e pela Lei 1.060/50.

2.DOS FATOS
A parte autora relata que JOÃO era um próspero empresário Paulista que visitava
Palmas e logo se conheceram no ano de 2016 e começaram a namorar publicamente,
inclusive passaram a frequentar todos os lugares com João que sempre a apresentou
como sua namorada.
Após algum tempo, Eduarda engravidou de João. Este, ao receber a notícia, se
recusou a reconhecer o filho, dizendo que o relacionamento estava acabado, que não
queria ser pai naquele momento, razão pela qual não reconheceria a paternidade da
criança, e tampouco iria contribuir economicamente para o bom curso da gestação e
subsistência da criança, que deveria ser criada por Eduarda sozinha.
Eduarda ficou desesperada com a reação de João, pois quando da descoberta da
gravidez, estava desempregada e sem condições de custear seu plano de saúde, e todas
as despesas da gestação que, conforme atestado por seu médico, era de risco.
2. DO DIREITO/DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A autora integra com esta demanda com base nos fundamentos processuais nos artigos
2º da LEI Nº 11.804, DE  5 DE NOVEMBRO DE 2008 e demais dispositivos aplicados
ao caso.
Que vão tratar dos direitos dos alimentos gravídicos dos genitores para com os filhos.
O artigo 229 da Constituição Federal define que "os pais têm o dever de assistir, criar e
educar os filhos menores.
Com base no referido artigo onde este é o caso em questão, o requerido é o genitor da
criança então tem dever de assistir com todos os meios necessários para que não falte,
alimento, saúde, educação e um lar.
De acordo com artigo 1.694 do Código Civil de 2002, alimentos é tudo aquilo que a
pessoa necessita “para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive
para atender às necessidades de sua educação,” e não apenas para garantir a sua
subsistência.
Além disso, a pensão alimentícia é devida em razão do parentesco, do casamento e da
união estável. Com a Lei nº 11.804/08, a mulher gestante faz jus à pensão, sem que
exista entre ela e o pai do nascituro casamento ou união estável.
Como eles tiveram o relacionamento e desde adveio a gestação o senhor João Dias tem
o dever de prestar pensão alimentícia para a criança.
Ademais, o artigo 2º da lei nº 11.804/2008 acrescenta;
Os alimentos de que trata esta lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as
despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção
ao parto, inclusive os referentes a alimentação especial, assistência médica e
psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais
prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras
que o juiz considere pertinentes.
3. TUTELA ANTECIPADA DE URGENCIA
O Código de Processo Civil, em seu artigo 300, previu a possibilidade de o juiz
conceder medida de urgência para antecipar os efeitos da tutela pretendida no pedido
inicial, desde que estejam presentes os requisitos autorizadores, quais sejam,
“probabilidade do direito” e “perigo de dano”. É o que ocorre no presente caso, senão
vejamos:
3.1 DA PROBABILIDADE DO DIREITO
A veracidade do direito da demandante é constatada no momento que ele está incluso
carrega em seu ventre um nascituro que foi gerado por duas pessoas, mas que uma se
recusa a assumir a criança, no caso o genitor.
3.2 PERIGO DE DANO
Como mencionado, Eduarda de Morais tem uma gravidez de risco conforme atestado
médico em anexo, e já não ver outra solução que não seja por vias judiciais uma vez,
que o João Dias alega não querer reconhecer a paternidade do nascituro alegando não
queria ser pai no momento.
Contudo, se faz necessário a prestação provisória de pensão alimentícia, uma vez não
sendo razoável admitir que as despesas vitais da gravidez sejam arcadas apenas pela
gestante.
O pleito na seguinte ação de alimentos tem por finalidade promover o sustento da
gestante na pendência da lide, tal pedido fundado no artigo o 4 da lei 5478/68, que
dispõe sobre ação de alimentos;
Art. 4º As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem
pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.
No caso em questão, resta a João Dias a fixação de tal provisão legal, face a dificuldade
financeira enfrentada por Eduarda de Morais, o que fatalmente resvala na manutenção
do nascituro.

4. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
1. concessão da gratuidade da justiça, de acordo com os termos formulados;

2. Seja deferida a TUTELA ANTECIPADA, de modo que o réu seja condenado a prestação de

3. alimentos provisórios, e após o nascimento com vida, que esses alimentos sejam
convertidos em pensão alimentícia do menor.

4. Caso V. Exa. entenda necessária, que seja designada justificação prévia, a teor do que dispõe
o artigo 300, § 2°, CPC;

5. a citação do réu para comparecer à audiência de autocomposição.

6. AO FINAL, seja o pedido julgado procedente, com a confirmação da tutela antecipada e


condenação do réu nas custas processuais e honorários advocatícios.

7. Intimação do Ministério Público com base no artigo 698 do código de processo civil
par que se manifeste em razão do interesse do menor
8. Designação de previa de audiência de conciliação, nos termos do artigo 319, VII, do
código de processo civil.

5. AUDIÊNCIA PRELIMINAR DE CONCILIAÇÃO               


Preenchido os requisitos, caso entenda conveniente ao procedimento, que seja designada
audiência prévia de conciliação nos termos do artigo 319 do Código de Processo Civil.

6. PROVAS
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova, em especial a testemunhal e
documental, bem como todas as aquelas necessárias a obtenção da justiça.
7. MINISTÉRIO PÚBLICO
Convoca Ministério público para que possa se manifestar como fiscal da lei conforme
art. 178, CPC/2015
8. DO VALOR DA CAUSA
Dá-se a esta causa o valor de 50% do salário-mínimo vigente, conforme artigo 292, III
do Código de Processo Civil, para efeitos legais.

Nestes termos, pede e espera o justo deferimento.

Palmas/TO, data ...

ADVOGADO...
OAB...

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