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    DOS REIS BRASIL & ADVOGADOS

Paulo Gilberto Batista dos Reis – OAB/RS 11.727

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA M.M. VARA DE FAMÍLIA E


SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DA TRISTEZA DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS

* Distribuição por dependência ao Processo n.º001/1.05.2018620-0


* Com Pedido de Assistência Judiciária Gratuita
* Com pedido Liminar

SÉRGIO ALVEZ TAVARES JÚNIOR, JÚNIOR brasileiro, menor impúbere,


representado neste ato por sua mãe, ANA CRISTINA ALVES FERREIRA
brasileira, separada, aposentada, inscrita no CPF sob o n.º346.327.430-20,
residente e domiciliada na Rua Pedro Rodrigues Bitencourt, n.º50, Bairro
Jardim Vila Nova, Porto Alegre/RS, vêm, respeitosamente, à presença de
Vossa Excelência, por seus procuradores signatários, ut instrumento
procuratório anexo, propor:

AÇÃO DE EXECUÇÃO DE ALIMENTOS

Contra SÉRGIO TAVARES,


TAVARES, brasileiro, separado, funcionário da empresa
DAUGE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO, residente e domiciliado Na Rua
Atílio Superte, n° 129, acesso “B”, Bairro Cavalhada, Porto Alegre/RS, com
base nos argumentos de fato e de direito a seguir aduzidos.

I – DOS FATOS

O exeqüente ajuizou Ação de Alimentos contra o executado objetivando o


recebimento de verba destinada à Pensão Alimentícia, nos termos da Lei Civil Brasileira,
eis que obrigação indiscutivelmente devida ao ora requerente.

Em audiência datada de 06/03/1998, proposta às partes a conciliação,


resultou ela inexitosa, tendo o requerido oferecido contestação.

Sobreveio parecer do Ministério Público, opinando pela procedência da ação,


coma fixação dos alimentos em 20% do salário do exeqüendo.

Coube ao Juízo julgar parcialmente procedente a ação e condenar o réu a


pagar alimentos no equivalente a 20% do seu salário líquido, mediante desconto em
folha de pagamento.

Ocorre que, o executado não alcançou ao exeqüente no período de 2004 a


2006 nenhum valor, após esta data passou a pagar a quantia de R$ 70,00 (setenta
reais), provendo assim, somente de forma parcial a obrigação alimentar devida.
.

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Importante ressaltar que a genitora enfrenta sérias dificuldades financeiras,


razão pela qual necessita do auxílio financeiro do executado para o sustento de seu filho.

Atualmente, o saldo devedor a ser executado, concernente aos 3 (três)


últimos meses, remonta a R$ 404,02 (Quatrocentos e quatro reais e dois centavos),
tendo como base de cálculo o percentual de 20% sobre a importância líquida recebida à
época em que era funcionário da Transportes Coletivos Trevo Ltda., vez que não se tem
ciência do valor percebido pelo executado atualmente.

Ante a tal panorama, somente resta ao autor ingressar com a presente


demanda a fim de compelir o réu a adimplir com sua obrigação.

II – DO DIREITO

A pretensão da exeqüente acha-se amparada pelo art. 733, do Código de


Processo Civil, in verbis:

Art. 733. Na execução de sentença ou de decisão, que fixa os alimentos provisionais, o juiz mandará
citar o devedor para, em 3 (três) dias, efetuar o pagamento, provar que o fez ou justificar a
impossibilidade de efetuá-lo.

Depreende-se, pela análise do artigo acima o direito inquestionável de a


exeqüente executar o que lhe é devido por força de sentença. Com a presente ação, busca
o requerente tão somente a tutela jurisdicional do Estado para a efetivação de seu
direito já reconhecido.

Conforme decisão do M.M. Juízo do 1º Juizado da Vara de Família e


Sucessões do Foro Regional da Tristeza da Comarca de Porto Alegre/RS, o exeqüente
deveria receber mensalmente do executado o valor correspondente a 20% de sua
remuneração mensal.

Destarte, o mesmo não está sendo cumprido a 2 anos, todavia o autor tem o
direito de pleitear na presente os 3(três) últimos meses, através da justiça, a
concretização de seu direito.

Demais disso, a presente execução tem o escopo de cobrança do valor


correspondente aos valores não pagos nos últimos três meses, a saber, junho, julho e
agosto, perfazendo um valor de R$ 404,02 (Quatrocentos e quatro reais e dois
centavos), razão pela qual merece guarida a pretensão executória aqui ventilada.

Os demais valores em atraso serão oportunamente cobrados em ação


competente, a saber, Ação Ordinária de Cobrança a ser intentada perante a Vara de
Família e Sucessões do Foro Regional da Tristeza.

Malgrado, reiteradamente instado a tal, o devedor tem-se e negado ao


pagamento, não restando outra alternativa à parte credora, se não a execução forçada

Segundo Yussef Said Cahali:

“ I- O dever de sustento diz respeito ao filho menor, e vincula-se ao pátrio poder, seu fundamento
encontra-se no art.231, III, do CC, como dever de ambos os cônjuges em relação à prole, e no
art.233, IV, como obrigação recíproca do genitor, de mantença da família; cessado o pátrio poder, pela
maioridade ou pela emancipação, cessa conseqüentemente aquele dever; termina, portanto, quando
começa a obrigação alimentar. II- A obrigação alimentar não se vincula ao pátrio poder, mas à relação

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de parentesco, representando uma obrigação mais ampla que tem seu fundamento no art.397 do CC;
tem como causa jurídica o vínculo ascendente-descendente."1

O dever do executado em prestar os alimentos já está consagrado, não


havendo discussão com relação a tal. O inadimplemento implica necessária cobrança de
valores, o que se faz na presente, tendo por parâmetro os 3 (três) últimos meses, eis que
tutelados pela executiva.

A jurisprudência assim tem-se manifestado:

“HABEAS CORPUS – EXECUÇÃO DE ALIMENTOS – ADVERTÊNCIA DE QUE O CITANDO ESTÁ


SUJEITO À PENA DE PRISÃO – A advertência de que o devedor está sujeito à pena de execução de
alimentos – com este temperamento: o de que, tratando-se de prestações vencidas, o juiz deve desde
logo esclarecer os limites da advertência, que não pode abranger todos os atrasados, limitando-a
aos débitos vencidos nos últimos três meses antes do ajuizamento da execução , segundo a
jurisprudência dominante. Hipótese em que o despacho judicial excedeu esse limite. Ordem
concedida em parte. (STJ – HC 18508 – BA – 3ª T. – Rel. Min. Ari Pergendler – DJU 18.02.2002 – P.
00404)”. – grifo nosso.

III – PRISÃO

Caso o executado não pague o valor devido constante na presente, deverá ser
decretada a sua prisão, nos termos do artigo 733, §1º, do Código de Processo Civil
Brasileiro, in verbis:

Art. 733.

§1º Se o devedor não pagar, nem se escusar, o juiz decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1(um) à 3
(três) meses.

Sobre esse assunto, a 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, manifestou-


se no seguinte sentido, conforme julgamento do Hábeas Corpus 18295 que abaixo
segue:

CIVIL – EXECUÇÃO DE ALIMENTOS – PRISÃO – DÉBITO QUE SE ESTENDE APLONGO DO


TEMPO – CONSTRIÇÃO QUE SE LIMITA AO ADIMPLEMENTO DAS PRESTAÇÕES MAIS
RECENTES – CONCESSAO DA ORDEM DE HABEAS CORPUS – I. A pena de prisão por dívida
alimentar tem como pressuposto a atualidade do débito, de sorte que determinada a constrição como
meio de coagir à quitação de prestações pretéritas inadimplidas, anteriores ao pagamento das três
últimas parcelas vencidas, cabível é a concessão da ordem. II. Ordem concedida. (STJ – HC 18295 –
SP – 4ª T. – Rel. Min. Aldir Passarinho Junior – DJU 18.02.2002 – p. 00445).

Outro não é o entendimento tido no Tribunal de Justiça do Estado do Rio


Grande do Sul, senão vejamos:

HABEAS CORPUS – PRISÃO CIVIL – DEVEDOR DE ALIMENTOS – EXECUÇÃO – Na execução


prevista no art. 733, do CPC, é legítima a ordem de prisão civil de devedor de alimentos,
relativamente as três últimas prestações, que se venderam antes do ajuizamento da ação, assim
como daquelas vencidas no curso da lide. Hábeas corpus denegada. (TJRS – HCO 70002724458 –
2ª C. Cív. Esp. – Relª Desª Lúcia de Castro Boller – J. 13.09.2001).

IV – DESCONTO DO BENEFÍCIO RECEBIDO

1
Ut Yussef Said Cahali, "Dos Alimentos", RT, 2.ªed., p.504

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Por ter sido determinado o desconto em folha da prestação alimentícia e


estando mais o pai do menor trabalhando em empresa diversa da que laborava durante
a ação de alimentos , mister determinar a expedição de ofício à empresa DAUGE
MATERIAIS DE CONSTRUÇOES para seja descontado em folha o valor correspondente
a 20 % (vinte por cento) de seus vencimentos, para fins de salvaguardar o direito do
exeqüente.

IV – DOS PEDIDOS

EX POSITIS,
POSITIS, requer se digne Vossa Excelência de:

a) LIMINARMENTE, determinar a expedição de ofício à empresa


DAUGE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO, cujo endereço é
Avenida Eduardo Prado, n° 1250, Bairro Cavalhada, nesta
capital, para que seja descontado do benefício recebido pelo
executado o valor correspondente a 20
%, consoante acordo homologado pelo M.M. Juízo da Vara de
Família e Sucessões do Foro Regional da Tristeza da Comarca
de Porto Alegre/RS, devendo tal montante ser depositado na
conta corrente da genitora (Banco: Banrisul, Agência: 0016,
Conta nº: 35.008660-00);

b) Determinar a citação do devedor, no endereço mencionado,


para, nos termos do artigo 733, do Código de Processo Civil,
pagar, no prazo de 3 (três) dias, contados da citação, o valor da
dívida exeqüenda, atualizada monetariamente, conforme
índices oficiais, a partir do cálculo anexo até o efetivo
pagamento;

c) Determinar, em caso de não pagamento do valor devido, a


prisão civil do executado, nos moldes do art. 733, §1º, CPC;

d) Condenar o executado ao pagamento de custas e honorários


advocatícios, esses fixados em 20 % (vinte por cento) sobre o
valor da causa.

e) Conceder o Benefício da Assistência Judiciária Gratuita ao


Exeqüente, por não possuir meios de arcar com as custas
processuais sem prejuízo de seu próprio sustento.

Dá-se à causa o valor de R$ 404,02 (Quatrocentos e quatro reais e dois


centavos)

Nestes termos,
Pede deferimento.

Porto Alegre, 06 de Outubro de 2008.

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