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Dentre elas, podemos citar a interpretação literal ou gramatical, lógica, sistêmica,

temporal, territorial, constitucional, histórica, teleológica, dentre outras.

literal ou gramatical, lógica, sistêmica, constitucional, histórica, teleológica, axiologica


dentre outras

E se tal previsão constasse da legislação civil? Estaríamos, então, diante de um caso


flagrante de choque de normas. De um lado uma norma infraconstitucional, contrária a
uma norma mais protetiva constitucional. Levando-se em consideração que as
normais constitucionais possuem primazia sobre as infraconstitucionais, e
considerando que as normas garantidoras de direitos fundamentais, como o direito à
vida, aí incluindo o direito a não ser torturado, um eventual permissivo
infraconstitucional à tortura seria flagrantemente inconstitucional. Estamos aqui
falando não somente em uma interpretação sistêmica, mas também em uma
interpretação hierárquica entre normais constitucionais e infraconstitucionais.

Quando falamos em hierarquia entre normas, devemos, portanto, analisar quais


normas possuem primazia sobre outras. Mas não devemos somente analisar a
hierarquia das normas, pois também estão previstas no sistema a especialidade das
normas. Isto é, existem normas gerais e específicas, que podem trazer exceções
àquilo previsto na norma hierarquicamente superior. Todavia, o fundamento de
validade de tais exceções encontra-se justamente na permissividade expressa da
norma hierarquicamente superior.

Importante frisar que, em se tratando de direitos fundamentais, não se pode nunca


permitir que normas hierarquicamente inferiores, bem como mutações constitucionais
– através de Emendas Constitucionais – permitam a sua supressão ou diminuição,
podendo, contudo, alargá-los.

A hermenêutica sob o ponto critério da temporalidade diz respeito a vigência de


determinada norma jurídica. Ao interpretar uma lei é importante saber se ela se
encontra vigente, bem como se ela não foi revogada expressamente ou tacitamente
por outra lei. Nesse ponto, segue a máxima: lei posterior revoga lei anterior - que trate
do mesmo assunto.

Levando-se em conta o critério da especialidade, temos que a lei especial derroga a lei
geral. Assim, quando exista uma lei geral, que trata de um assunto de forma
abrangente e permissiva, podemos ter, desde que haja competência legislativa para
tanto, uma lei especial, que a restrinja de acordo com as particularidades necessárias.
Importante ressaltar que o contrário não é possível. Uma lei especial não pode alargar
o espectro de uma lei geral.

Por exemplo, uma lei federal que defina o valor do salário-mínimo nacional é uma lei
geral. Uma lei estadual que determine o salário-mínimo estadual somente poderá
definir valor igual ou superior à lei geral. Outro exemplo é de lei estadual que
determine o nível de ruídos máximos em determinado estado somente poderia ser
modificada por uma lei municipal que permitisse um nível de ruídos menor, nunca
superior.

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