Você está na página 1de 11

 6A nossa interpretação muitas vezes é influenciada pelo contexto

- Para o Direito, ter muitas interpretações é um problema, uma vez que gera
insegurança jurídica

- O objetivo da hermenêutica é eliminar as divergências na interpretação

- Intérprete = aquele que fica entre as partes

- Fazer o “meio de campo” entre a lei e os destinatários

Interpretação Jurídica

“A interpretação do direito é a operação intelectiva por meio da qual a partir da


linguagem vertida em disposições (enunciados), com força normativa, o operador do
direto chega a determinado e específico conteúdo”

 “O legislador deseja fixar preceito para o futuro” e para isso, ele se vale de
experiências passadas

Constituição aberta

 Sociedade plural e Constituição eclética.


- A nossa constituição é eclética, ou seja, procura conciliar diversas ideologias no
mesmo texto.

 As normas como “janelas abertas para o futuro”

Interpretação Jurídica
 A linguagem não é um bom veículo para transportar o pensamento (o Direito
vele-se da linguagem humana, diferente da matemática, por exemplo)
- O bom de se utilizar da linguagem humana é que aumenta o alcance.

 Termos jurídicos indeterminados (ex: “interesse público”, “justa indenização”)

 Em concreto não há regra clara, há norma que parece ser clara. Como não
há regra clara, a interpretação é imprescindível.

“O que é dito” x “o que é comunicado”

 Indexicais
São expressões de não possuem um sentido claro, a interpretação varia de acordo
com o contexto

 Quantificadores
São expressões linguísticas que modificam uma referência em termos quantitativos

Imprecisões da linguagem

 Ambiguidade
Palavra com mais de um significado
Ex: manga, sanção

 Vagueza (ou vaguidade)


Imprecisão está relacionada ao alcance do significado
Zonas de certeza positiva, zonas de certeza negativa e zonas de incerteza
Ex: notável saber jurídico; amigo íntimo

Interpretação jurídica
 Inexistência da valência falso ou verdadeiro e mutação da própria
interpretação.

Nem sempre a interpretação se dá da forma que o legislador esperava

 O aspecto onomasiológico da palavra: uso corrente para a designação


Interpretada pelo senso comum

 Aspecto semasiológico da palavra: significação normativa


Interpretada pelo senso normativo

MÉTODOS CLÁSSICOS DE INTERPRETAÇÃO JURÍDICA

 Interpretação gramatical ou literal


 Interpretação histórica
 Interpretação racional ou lógica
 Interpretação sistemática
 Interpretação teleológica

Nenhum método deve ser considerado absoluto

1. Gramatical ou literal:

- O texto como ponto de partida (os significados que a palavra tem). Vale
destacar que o texto não é o ponto de chegada.
- Necessidade da leitura: em regra é utilizada a linguagem escrita.
- O intérprete deve buscar precisar a significação dos vocábulos.
- É uma interpretação “baseada nos dicionários”.

2. Histórica:

- É aquela que indaga as condições de meio e o momento de elaboração do


enunciado normativo
Ex: imunidade tributária do livro eletrônico; inviolabilidade de correspondência e e-
mails.

3. Racional ou lógica:

- O resultado da interpretação não nos pode conduzir a resultados absurdos.

4. Sistemática:

- O enunciado deve ser situado dentro do “sistema jurídico”, ou seja, a parte


deve ser vista dentro do todo

5. Teleológica

- Procura revelar o fim da norma, o valor ou bem jurídico visado pelo


ordenamento com a edição de dado enunciado normativo
Ex: “é proibida a entrada de animais domésticos no prédio”
(interpretação extensiva e restritiva)

PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL

 requer um maior cuidado pois a interpretação da constituição é a


interpretação de todo o ordenamento jurídico

- Princípio da Supremacia da Constituição: a superioridade jurídica da


Constituição sobre as demais normas.

- Controle de constitucionalidade (judicial review), feito pelo poder judiciário,


para que não existam leis que vão contra a constituição, sendo necessário
fazer alguns ajustes na interpretação da lei ou remove-la do ordenamento
jurídico.
- Devemos interpretar as leis e atos normativos de acordo com a constituição.
Em alguns casos, devemos interpretar a Constituição de acordo com as leis
(leis essas que estão de acordo com a Constituição) Ex: consumidor, a lei
explica o que é o “consumidor” presente no texto constitucional.

UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO

- Tem como suporte a interpretação sistemática


- A Constituição deve ser interpretada de forma una, sem que ocorra
contradição entre suas normas.
- Inexistência de hierarquia entre normas constitucionais
- Não há inconstitucionalidade de normas originárias (existem exceções, como
pena de morte em caso de guerra, que vai contra o direito à vida, mas não a
viola por justamente ser uma exceção).

SIMETRIA CONSTITUCIONA

- Tratamento idêntico entre os entes da federação o caso não haja norma


específica sobre a matéria
- Contraponto: autonomia dos entes da Federação
CNJ sobre o horário de funcionamento de atendimento ao público das 9 às 18, mas
cada um decide o horário de acordo com suas limitações (12 às 18)
Princípio da moralidade, impessoalidade e isonomia

PRESUNÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE

devemos presumir que as leis são constitucionais


- Presunção juris tantum ou relativa (cabe prova em contrário, ou seja, você
pode provar que a lei é inconstitucional entrando com um processo)

- Antes da manifestação do Poder Judiciário - órgão competente


- D

FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO


- Até o séc. XX a Constituição era despida de força jurídica. Hoje ela deve ser
vista como uma norma e tem que ser cumprida

MÁXIMA EFETIVIDADE

- Interpretação efetiva
- A uma norma constitucional deve ser atribuído o sentido que mais lhe dê
eficácia
Reduzir o máximo dos riscos por exemplo, em relação ao meio de trabalho seguro
(art. 7º, XXII, CF)

CONCORDÂNCIA PRÁTICA OU HARMONIZAÇÃO

- Deve-se buscar a conformação das diversas normas que se extraem do texto


constitucional que estejam em confrontação, de forma que se evite a
necessidade de exclusão (sacrifício) total de uma ou algumas delas
- Ponderação de bens no caso concreto (técnica da ponderação)

INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO

- Uma lei ou ato normativo não deve ser declarada inconstitucional quando
seja possível.

APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

- A aplicabilidade está relacionada à eficácia jurídica

Ex:
Art. 7°, XVIII, CF ---> 120 dias (não são 4 meses, não se converte data)
XIX, ---> ?

A norma de licença maternidade já é aplicada de imediato, já a de paternidade precisa de


uma lei que irá determinar.
 A classificação mais aceita e utilizada (existem também outras classificações)
Dividido em três:

 Normas de eficácia plena: (autoexecutável) (aplica-se por si só) (para os casos que
fogem da regra geral iremos usar a legislação, e isso não a faz a norma deixar de ser
plena)
- Art. 7°, XVIII, CF (licença maternidade)

 Normas de eficácia contida: (autoexecutável, mas restringível) (a própria


constituição autoriza o legislador a restringi-la)
- Art. 5°, XIII, CF (a lei 8.906/1994 determina requisitos para poder ser advogado)
- Art. 5°, LVIII, CF

 Normas de eficácia limitada: (não é autoexecutável) (não se executam por si só e


precisam que uma lei venha e complemente o que a constituição não determinou)
- Art. 7°, XIX, CF (licença paternidade)
- Art. 7°, XI, CF

o Subdivisão de normas de eficácia limitada:


- Normas obrigatórias: o legislador tem a obrigação de complementar (Art. 7°, XIX, CF;
Art. 7°, XI, CF)
Mandado de junção* serve para viabilizar o direito que está sendo perdido por conta da
ausência de uma norma regulamentadora
- Normas facultativas: é facultativo. O legislador pode criar ou não, por exemplo, a
justiça militar estadual art. 125, § 3°, CF (justiça militar estadual)

Evolução do Estado e da Democracia


o Pré-História
- Ausência de registros (escrita)

o Antiguidade
- Marco inicial: escrita (4000 a.C. a 3500 a.C.)
- Grécia antiga (de 1100 a.C. a 429 a.C.)
- Péricles – estadista
- “Polis” (cidade-Estado)
- “Politeia” (embrião da constituição)
- Direitos políticos não universais (apenas homens, nacionais, proprietários,
libertos) ; (direitos políticos como direitos não fundamentais).

o Medievo
- Marco inicial: queda do Império Romano do Ocidente (ano 476 d.C.)
- Dispersão da autoridade entre inúmeros centros de poder (igreja, reis, senhores
feudais, corporações de ofício).
- “Magna Charta”, ano 1215 (João sem terra)

o Modernidade
-Marco Inicial: tomada de Constantinopla (1453) (ou viagem de Cristóvão Colombo à
América, em 1492; ou viagem de Vasco da Gama às Índias, em 1498).
-Estado Absoluto: Teocentrismo
- “O Estado sou eu” Luís XIV, o rei Sol, 1643/1715)
- Infalibilidade do rei e irresponsabilidade jurídica).

o Contemporaneidade
- Marco inicial: Revolução Francesa (1789)
- Influência Iluminista / razão / antropocentrismo
Início do Constitucionalismo

 Estado Liberal
 Estado social
 Estado Democrático de Direito

o Estado Liberal
- Revolução francesa (17890 (burguesia)
- Direitos fundamentais de 1° geração/ dimensão:
 Direitos individuais (oponíveis em relação ao Estado) (direito a propriedade,
liberdade, vida, privacidade, sigilo).
 Direitos políticos (participações nas decisões do Estado) (votar, ser votado,
liberdade de expressão, fiscalizar)
 Caso Agnès Blanco (1873) (responsabilidade do Estado) (primeira
condenação indenizatória para um civil por parte de erro do estado)

o Estado Social
 Estado de Bem-Estar Social (primeira constituição a falar sobre isso foi
a constituição mexicana de 1917, em Querétaro)
 Direitos fundamentais de 2° geração/dimensão: direitos sociais são
prestacionais, o Estado deve promover
 Aumento do tamanho do Estado
 A crise do Estado Social - “o Estado Social como vítima do seu próprio
sucesso”.

o Estado Democrático de Direito (Estado Neoliberal)


 Direitos fundamentais de 3° geração/ dimensão:
 Direitos difusos (indivisíveis, indeterminado)
 Direitos coletivos (direito de um grupo ou classe, não sendo
individual)
 Direitos individuais homogêneos (mecanismos de proteção
coletiva)
 Ação popular, ação civil pública TAC
 Direitos fundamentais de 4°, 5°, ..., n° geração/ dimensão (novos
direitos)
 Diminuição do tamanho de Estado
 Jean-Jacques Rosseau
 Vontade Geral
 Montesquieu
 Limitação do poder

∞ Vontade da maioria com limitação de poder

Prova: enfoque na unidade IV, V e VI

13/05 – Unidade V
Restrição de Direitos Fundamentais

 O Direito não pode proteger uma vida que esteja atentando contra outra vida,
desde que não haja formas alternativas.
 A restrição de direitos fundamentais é relativa, depende da situação. Quando dois
direitos fundamentais se chocam, há a ponderação.

o Direitos Fundamentais: Conceitos

 Conjunto de direitos que, em cada momento histórico, concretizam as exigências da


dignidade humana, da liberdade e da igualdade humanas, as quais devem ser
reconhecidas positivamente pelo ordenamento jurídico e devem gozar de uma tutela
reforçada. (Pensamento de Antonio Enrique Perez Luño).
 Visão dos direitos fundamentais a partir do conceito de desigualdade
humana. É importante enfatizar que é preciso analisar o momento
histórico.

 Matrizes de todos os demais direitos, dando-lhe fundamento, e sem eles não podem
exercer muitos outros. (Conceito Joaquim Carlos Salgado).
 Direitos fundamentais como origem dos demais direitos.
 A constituição não vai dar todas as respostas, ela apresenta o direito
fundamental e a legislação infraconstitucional abordará o conceito
apresentado na constituição.

o Direitos Fundamentais: Características


 Necessidade de seu respeito (Robert Alexy)
 O Estado é obrigado a fornecer os direitos fundamentais.
 Justiciabilidade (Robert Alexy)
 É a possibilidade de judicializar uma ação para exigir o
fornecimento de direitos fundamentais.
 Indivisibilidade (Flávia Piovesan)
 É o conceito de o fornecimento de direitos fundamentais não
poder ser de forma parcial. Os direitos fundamentais devem
ser fornecidos na íntegra, todos e a todos, sem exceção.
 É preciso segurar direitos fundamentais a todos para que
 Universalidade * (Flávia Piovesan)
 O que existe na verdade é um consenso pautado em uma
universalidade relativa. Nem todos países conseguem
padronizar o fornecimento dos direitos fundamentais, isso
depende da realidade cada país. No Brasil são 12 anos de
educação obrigatória, em outro país pode ser 8 e ambos estão
cumprindo o direito fundamental de acesso à educação.

o Titulares dos Direitos Fundamentais


 Titularidade:
 Direitos individuais
o (caso United States vs. Verdugo-Urquidez)
 Direitos políticos
No Brasil, a partir dos 16.
 Direitos sociais
 Direitos metaindividuais
 Novos direitos

o Restrições aos Direitos Fundamentais


 Limites imanentes ou intrínsecos
 Fronteiras definidas pela própria constituição
 A constituição dá o direito e já declara as limitações no próprio
dispositivo.
 Restrições legislativas
 Limites para o legislador
o Conteúdo essencial
o Proporcionalidade
 Adequação – o meio utilizado deve ser
adequado para o fim colimado
 Colisões ou conflitos de direitos
 (In)existência de hierarquia de direitos fundamentais
o Hierarquia axiológica
 A depender do caso concreto é possível
declarar qual direito mais valoroso
o Hierarquia normativa
 Não existe uma hierarquia normativa, por isso é
preciso a hierarquia axiólogixa.

Você também pode gostar