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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA INFÂNCIA,

JUVENTUDE E DO IDOSO DA COMARCA DE GOYTACAZES

1º REQUERENTE: Katiuscia Gomes Fernandes, nacionalidade: brasileira, estado


civil: casada, inscrita no CPF sob o n°: 12455978322, residente e domiciliada na
Rua Jasmine, Cidade: Goytacazes, CEP: 37452-051, telefone: (11) 995631416,
email: katiuscia_goytacazes@gmail.com.
2º REQUERENTE: Thiago Barbosa Gomes, nacionalidade: brasileira, estado civil:
casado, inscrita no CPF sob o n°: 23448971166, residente e domiciliada na Rua
Renato Pacheco, Cidade: Goytacazes, CEP: 37452-067, telefone: (11) 997364161,
email: thiago_barbosa@eirelli.com.
QUALIFICADA A PARTE, VEM, ATRAVÉ S DESTA, SOLICITAR DEFERIMENTO DE
AÇÃ O DE ATO INFRACIONAL

I - DOS FATOS
No dia 20 de outubro de 2017, no município de Goytacazes, um adolescente
de 14 anos, estudante do colégio Goyazes, portando uma pistola .40, disparou 21
vezes contra colegas de classe; deixando 2 vítimas fatais e 4 feridos. De forma
impiedosa e nã o demonstrando qualquer arrependimento, o infrator já se
preparava para realizar novos disparos contra os alunos, sendo impedido pela
coordenadora ao recarregar a pistola. Filho de policiais militares, a arma de fogo
pertencia a mã e, PM de Goytacazes.
Na delegacia, o infringente alegou como motivo do crime o fato de que
supostamente sofria brincadeiras pejorativas por parte de colegas, todavia, de
acordo com pró prio depoimento do adolescente, o ato ocorreu de forma
premeditada tendo sido planejada por um período de 2 meses antecedentes ao
crime, sendo, inclusive, inspirado por outros atentados popularmente conhecidos:
Columbine e Realengo.
Além disso, excelentíssimo, segundo depoimento de colega de classe do
adolescente, ele “lia livros satâ nicos e falava que ia matar alguns dos colegas”, o
que torna evidente a natureza perturbadora do acusado. Fato é que os dois
estudantes, Joã o Pedro Calembo e Joã o Vitor Gomes, tiveram suas oportunidades e
direitos ceifados por um ato cruel e premeditado - além dos feridos e comunidade
que ainda nã o se dá pra saber quais serã o os danos físicos e psicoló gicos
resultantes da infraçã o.
Outrossim, vale salientar a negligência por parte da PM, mã e do
adolescente, ao deixar a pistola acessível, facilitando o plano do infrator. Hoje, o
que se dá pra lamentar é o fato de que Katiuscia Gomes Fernandes e Thiago
Barbosa Gomes, pais das vítimas fatais, já nã o poderã o ir buscar seus filhos no
colégio, adolescentes que tiveram seus direitos fundamentais violados.

II – DAS NORMAS VIOLADAS

Das vítimas, de acordo com artigo 7° do Estatuto da Criança e Adolescente


(ECA) todas as crianças e adolescentes têm direito a proteçã o e à saú de.
Da prá tica, considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou
contravençã o penal consoante artigo 103 do Estatuto da Criança e Adolescente.
Da negligência, considera-se o fato de o adolescente ter conseguido acesso a
arma um ato de irresponsabilidade por parte da policial militar, por nã o ter
cumprido estritamente as regras bá sicas de segurança ou nã o ter cautela na guarda
de arma pró prio, estando disposto no artigo 51 do Có digo de É tica dos policias
militares.

III – DO PEDIDO
Diante do exposto, require-se a internaçã o imediata do menor por nã o ter
acontecido o julgamento, pelo prazo má ximo de quarenta e cinco dias permitido no
artigo 104 do ECA.
Pede-se ainda mais, por ter sido pego em flagrante, confessado a
premeditaçã o da infraçã o e nã o havendo qualquer dú vida quanto a prá tica,
solicita-se o prazo de internaçã o má xima permitida em lei (três anos),
fundamentando-se no artigo 122 do ECA, no seu inciso I, por ter se trado de
violência a pessoa.
Em relaçã o a policial militar, por evidente negligência, require-se a
expulsã o da entidade, por o descuidado em relaçã o ao Có digo de É tica ter se
findado em uma atentató ria aos direitos humanos fundamentais consoante artigo
32 do Có digo de É tica dos Policiais Militares.

NESSES TERMOS, PEDE DEFERIMENTO.

23 de outubro de 2017, Goytacazes, Rio de Janeiro.


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