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Interpretação conforme a constituição: Quando há várias interpretações possíveis de

acordo com os critérios tradicionais, excluímos as interpretações que são


incompatíveis com a Constituição, escolhendo as que são conforme a Constituição, ou
seja, quando existe dúvidas na interpretação escolhemos aquela(s) que for
corresponder o sentido da norma do que está disposto na Constituição. Não ignora os
elementos interpretativos, mas cria uma regra de prioridade de interpretações sobre
aquelas que estão em conformidade com a Constituição.

Interpretação orientada com a Constituição: quando interpretamos devemos ter em


conta o que a Constituição expõe sobre a matéria que estamos a interpretar,
considerando o propósito do elemento sistemático a Constituição.

Argumento por analogia: quando numa determinada situação se prevê uma


determinada norma jurídica, para uma situação semelhante esta norma também se
deve cumprir desde que se cumpra o elemento literal. Vamos do particular para o
particular. É o oposto do elemento á contrário.

Argumento á contrário: argumento pela qual se demonstra que num caso contrário do
previsto por determinada disposição legal deve se aplicar á regra jurídica contrário
aquela. Aferimos a regra geral a partir da norma excecional. Tipo de argumento
mediante o qual se defende que a regulação de uma determinada situação de facto
por parte da lei implica uma regulação em sentido negativo da mesma, ou seja,
excluindo outras situações de facto por ela não literalmente dirigidas.

Argumento por analogia: tipo de argumento que, no quadro de desenvolvimento do


direito ou da interpretação jurídica, permite justificar extensão da regulação de uma
determinada situação a outras situações, com base na existência de semelhanças entre
ambas.

Normas corporativas: existiam em 1967 quando eram normas aprovadas por órgãos
corporativos. São normas de associações públicas ou privadas. (artigo ½ do C.C)

Costume: Parte do Direito primária, imediata, mesmo que o C.C não o diga, tendo o
mesmo valor que a lei. Não tem o mesmo relevo quantitativo e qualitativo que a lei.
Regras jurídicas que nascem da prática da sociedade.

O costume tem elementos fundamentais:

àÉ uma prática social reiterada


àConvicidade obrigatoriedade (Surge a dificuldade no requisito)
Tende a haver uma ideia de valor que justifique a prática reiterada. Se se pretender
explicar o surgimento do costume, deve-se ter em conta os 2 elementos.

Relação do costume com o código cívil

Algumas partes do código cívil fala apenas em usos, cujos a lei permitia a sua prática
(art.3 do C.c). Há uma série de disposições do código que admite a relevância dos usos.
Uma vez fala-se de usos e outra de costumes. O costume para se formar não precisa
do reconhecimento da lei. O costume é fonte imediata mesmo que o código não o
diga.
Uma coisa é aceitar o costume como uma coisa em si mesmo, outra é a lei, os tribunais
reconhecê-la. O costume é fonte de direito imediata independente do que a lei diz
sobre isso, mas os tribunais não estão vinculados, a apanhar sempre o costume.

Como se relaciona a lei e o costume?


Contrário a lei: O costume pode afastar a lei, mas deve distinguir se o costume que
afasta de uma situação em que há desuso da norma legal, mas isto não põe termo a
lei.
Conforme a lei: não há dúvida em aceitá-los.
Para além da lei: Se a lei for omissa, poderá aceitar-se

Perspetiva interna: posição assumida por um júri quando decide e fundamenta a sua
posição em que aqueles que os proferem aceitam o conteúdo do direito e das normas
por fazerem parte de uma determinada prática institucional.
Perspetiva externa: Posição assumida por um sociólogo do Direito que descreva as
regras em vigor numa determinada sociedade. O Direito é encarado como um puro
facto.

Extensão teológica: procedimento através do qual se alarga o campo de aplicação de


uma norma com fundamento na sua teleologia a casos não literalmente abrangidos
pelo texto.

Interpretação extensiva: ocorre quando o resultado da interpretação revelados pelos


elementos extra literais da interpretação é mais amplo do que aquilo que resultaria em
termos escritos do elemento literal, embora o referido resultado tenha ainda na letra
da lei um mínimo de correspondência verbal (ao contrário do que ocorre na extensão
teleológica)

Direito Público: Direito que regula as relações dos órgãos do Estado e desses com os
cidadãos.

Direito privado: ordenamento jurídico que reage aos interesses particulares.

Tanto o Direito público como o privado têm vários critérios que o explicam

Critério de interesses:
à Direito público: interesses do Estado
à Direito privado: Interesses dos próprios indivíduos

Critério da qualidade dos sujeitos:


àDireito público: pelo menos 1 dos sujeitos é público
àDireito privado: Ambos os sujeitos são particulares

Critério da posição dos sujeitos:


àDireito público: sujeito com posição de supremacia
àDireito privado: posição de igualdade

Direito público: Direito que regula as relações dos órgãos do Estado e destes como
cidadãos, ou seja, pelo menos um dos sujeitos é público, rege-se pelo interesse do
Estado, que se encontra em posição de supremacia.

Direito privado: ordenamento jurídico que rego os interesses dos indivíduos, encontra-
se em posição de igualdade, pois todos os sujeitos são particulares.

Interpretação restritiva: (O sentido literal é mais amplo que o real). Os sentidos literais
das palavras têm de ser restringidos para coincidir com os elementos extra literais,
ocorre no quadro do linguisticamente admissível.

Redução teleológica: Reduzimos o elemento literal ultrapassando o mínimo de


correspondência verbal estabelecido no art. 9 C.C. Algo que caberia na letra da lei é
excluído para salvaguardar o fim da norma. Quando interpretada uma lei dela se
retirar uma regra mais ampla o interprete atendendo á finalidade da lei, vai restringir o
sem âmbito de aplicação para além do sentido literal.

Não está em contradição com o art.9 2 C.C pois este artigo rege á interpretação e aqui
já não se trata da interpretação. Se é permita a aplicação analógica da regra, por se
entender que a intenção normativa abrange o caso omisso, também deve ser
permitida a redução teológica, que é o procedimento inverso.

Operação da interpretação: operação de determinação dos significados das


formulações normativas, cujo objeto de interpretação é uma conjugação do texto e do
problema a resolver, devendo sempre que possível resolver os 4 elementos
interpretativos, o literal (o mais importante), o teológico, histórico e sistemático.

Operação por analogia: operação de estabelecimento de semelhanças entre casos ou


situações, a qual pode ser utilizada, por exemplo, no contexto de integração de
lacunas.

Declaração ab-rogante lógica: não há norma no texto da lei, não é possível retirar um
enunciado normativo, uma norma jurídica, com sentido útil, pode acontecer nestas
situações.
*As palavras não fazem sentido gramatical
* A lei remete para outro regime que não existe
*Na mesma lei existem regimes contrários

Declaração ab-rogante valorativa: acontece em situações que o intérprete procura


resolver uma incompatibilidade valorativa entre dois preceitos. Pode acontecer nesta
situação:
*O legislador legislar duas normas sobre a mesma cujo
Analogia da lei (Analogia legis): corresponde á aplicação de uma solução normativa
contida numa disposição isolada a uma situação de facto não regulada por ela, sempre
que no caso omisso procedam as razões justificadas subjacentes ao previsto na lei, ou
seja, perante um caso omisso, existindo outro semelhante que esteja regulado pela lei,
aplicamos a sua regulamentação no caso omisso.

Analogia do direito (analogia iuris): a partir da abstração de um princípio a partir de um


conjunto de regras (método indutivo de descoberta de princípios jurídicos), através do
qual se procede á resolução do caso, ou seja, a partir de diferentes regras vamos obter
por indução o princípio jurídico depois podemos aplicar em casos omissos.

*Doutrina: Miguel Teixeira de Sousa entende que quando se consegue extrair do


ordenamento jurídico um princípio material que resolva o caso omisso não existe
qualquer lacuna, pelo que pode ser feita a sua integração.

Hierarquia das fontes de Direito: Fala-se em hierarquia das fontes e não das normas
pois, a hierarquia das normas pode dar origem a um problema de hierarquia das
fontes, como acontece quando dizemos que a norma constitucional é superior á
legislativa e esta á administrativa. Em caso de colisão de norma permanece aquela que
vem de fonte superior. Deste modo, a hierarquia das fontes é:
1* Constituição
2* Lei
3* Regulamentação
Entre a lei e o costume existe uma equiparaçãp, no sentido em que uma pode afastar a
outra. Também não existe uma hierarquia entre lei e jurisprudência, pois
jurisprudência constrói-se sobre o sistema jurídico em conjunto e, desenvolve a lei em
formas que ultrapassam o sentido literal.

Fontes mediatas do Direito: são aquelas que criam normas jurídicas, impondo direitos
e obrigações. São:
*leis
*normas corporativas

Fontes imediatas do direito: são aquelas que não criam norma jurídicas, mas
contribuem para a sua formação. São:
*jurisprudência
*doutrina
*costume

Jurisprudência: Conjunto das decisões dos tribunais.


É fonte de Direito?
Quando o juiz aplica a lei de forma objetiva e quase automática não se fala de
jurisprudência como fonte de direito. (Não é fonte)
Quando o juiz tem de acrescentar á normatividade jurídica algo que vai para além do
conteúdo da lei fala-se em fonte de direito a ideia de que os tribunais são
jurisprudência (criam normas) quando a lei preveja através de determinados
mecanismos chamados assentos.
Assentos: previstos no art. 2 C.cC, eram normas criadas pelo supremo tribunal de
justiça quando dois tribunais superiores tivessem decidido um caso semelhante em
sentido oposto havia um recurso para o supremo tribunal de justiça que imitam um
assento que dizia qual era a orientação correta, criando uma norma geral abstrata que
passava a ser uma norma para o futuro.
No passado os assentos eram lei?
Sim, porque tinham forma de uma norma jurídica e tinham uma vinculação normativa
geral, através dos assentos os tribunais resolviam um caso concreto ou a dizer que
perante duas conclusões opostas diziam qual devia ser e para o futuro deviam ser de
acordo com a norma emitida. Esta atitude não é própria do tribunal.
Não, os assentos não eram lei, porque apesar de criarem uma norma geral e abstrata o
tribunal constitucional também o pode fazer, o argumento não vale grande coisa
porque o tribunal elimina uma norma, não a cria.
O supremo tribunal de justiça não tem liberdade para criar assentos nem de haver
uma serie de sobrepostos para dar origem a um assento. O legislador pode criar uma
norma e depois eliminá-la, o tribunal podia criar assentos, mas não os podia eliminar.
Em suma, explicar jurisprudência como fonte de direito através dos assentos não é
correto. Os assentos valem como fonte de direito através dos precedentes
subsidiários, ou seja, se um tribunal indica uma decisão sobre um caso concreto em
que a lei contribui margem de decisão do juiz, os tribunais futuros vão ter de seguir
essa mesma orientação em casos futuros, devem de o fazer por uma questão de
igualdade e segurança jurídica.

A uniformidade da jurisprudência: A uniformidade da jurisprudência que recaem sobre


casos semelhante é importante para:
*Segurança jurídica: certeza jurídica e a previsibilidade das decisões jurisdicionais.
*Realização do princípio da igualdade: Tratar decisões iguais de igual maneira, os
tribunais são obrigados a decidir dessa maneira salvo justificação.
*Desenvolvimento do Direito
*Facilitar administração da justiça

As decisões não constituem lei, mas há razões para decidir igual a outro tribunal.

Precedente: Princípio de decisões dos casos concretos segundo o qual os tribunais


devem seguir as decisões. São os tribunais posteriores que vão procurar procedentes
nos anteriores. Existem 2 tipos de casos semelhantes:
*Ratio decidendi: preposições que se apresentam como necessárias para fundamentar
o resultado da decisão, são determinantes.
*Obteier dectum: considerações pouco significativas quando se trata de procurar um
precedente para decisões posteriores em virtude do seu caráter contingente na
perspetiva, não são determinantes.

Devemos aceitar a jurisprudência como fonte de Direito?


*A jurisprudência nunca pode ser fonte de direito, só a lei pode ser e tudo o reto são
aplicações da lei. O juiz é a boca que prenuncia as palavras da lei, e a fazer cair o caso
concreto sobre essas palavras atrás do silogismo judicial.
*Muitas vezes o juiz não pode aplicar a norma segundo o silogismo judicial, tendo em
conta que há coisas que não estão previstas na lei, mas é ela que tem de prever estes
casos, não o juiz, porque quem legisla é o legislador e não o juiz. Quando não existem
normas para resolver determinados casos, o juiz intervém em segundo plano para
resolver o caso em concreto, não como a intenção de criar uma norma, mas sim de
resolver o caso em concreto. Caso a decisão vire uma norma máxima não é problema
para o juiz.
*É de rejeitar que a verdadeira fonte de direito sãos os tribunais porque o torna o
legislador um meio auxiliar de tribunal e não respeita a separação de poderes. O
legislador cria a lei, o tribunal aplica a lei.

Interpretação corretiva: verifica-se quando o sentido real da lei é afastado, modificado


ou corrigido pelo intérprete, com fundamento na injustiça ou inoportunidade, ou seja,
o legislador não teria legislado aquela norma se tivesse previsto o seu resultado.

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