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AFO

NOVO ARACABOUÇO FISCAL – Parte I


DEFINIÇÕES INICIAIS
É um novo conjunto de dispositivos constitucionais, lei
complementar e regulamentos que tem como objetivo deixar
claro para investidores, sociedade em geral e agentes
internacionais como o governo vai equilibrar e manter sob
controle as contas públicas, e ainda realizar investimentos nos
próximos anos. O principal balizador dessas normas é a fixação
de uma trajetória consistente para o resultado primário do
Governo Central, que são as receitas menos as despesas deste
ente, descontadas as despesas financeiras com a dívida
pública. Prof. Leandro Ravyelle
Administração Financeira e Orçamentária
DEFINIÇÕES INICIAIS

Não significa zerar a dívida necessariamente


SER SUSTENTÁVEL

Busca ter capacidade de pagamento

Capacidade de negociar e renegociar a dívida

Capacidade de obter novos recursos com taxas razoáveis


→ fontes de financiamento
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DEFINIÇÕES INICIAIS
❑ Não foi o primeiro modelo de Regime Fiscal aplicado à União
❑ Tivemos de 1º de Janeiro de 2017 a 31/12/2023 → Teto de Gastos
Instituído pela EC nº 95/2016 (que foi atualizado pela EC nº
113/2021 e revogado pela EC nº 126/2022)
❑ Válido para a União
❑ Proposta de duração permanente
❑ Mantém a dinâmica de limites individualizados por Poder e Órgão
❑ Não afeta as despesas do Orçamento de Investimentos nem as
Receitas e Despesas Financeiras
❑ Vigência a partir de 01/01/2024 Prof. Leandro Ravyelle
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IDENTIFICADOR DE RESULTADO PRIMÁRIO
❑ As RECEITAS PRIMÁRIAS referem-se, predominantemente, às receitas correntes que
advêm dos tributos, das contribuições sociais, das concessões, dos dividendos
recebidos pela União, da cota-parte das compensações financeiras, das decorrentes do
próprio esforço de arrecadação das UOs, das provenientes de doações e convênios e
outras também consideradas primárias.
❑ As RECEITAS FINANCEIRAS são aquelas que não alteram o endividamento líquido do
Governo (setor público não financeiro) no exercício financeiro correspondente, uma
vez que criam uma obrigação ou extinguem um direito, ambos de natureza
financeira, junto ao setor privado interno e/ou externo. São adquiridas junto ao
mercado financeiro, decorrentes da emissão de títulos, da contratação de operações de
crédito por organismos oficiais, das receitas de aplicações financeiras da União (juros
recebidos, por exemplo) e outras. A exceção a essa regra é a receita advinda dos juros
de operações financeiras, que, apesar de contribuírem com a redução do
endividamento líquido, também se caracterizam como receita financeira.
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Administração Financeira e Orçamentária
IDENTIFICADOR DE RESULTADO PRIMÁRIO

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DEFINIÇÕES INICIAIS

❑ Busca garantir a estabilidade macroeconômica do País e


criar as condições adequadas ao crescimento
socioeconômico
❑ Aplica-se às receitas primárias e às despesas primárias
dos orçamentos fiscal e da seguridade social da União
(art. 1º, I)
❑ Não afasta as limitações e as condicionantes para
geração de despesa e de renúncia de receita (art. 1º, II)
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FINANÇAS NA CF
Art. 163. Lei complementar disporá sobre:
(...)
VIII - sustentabilidade da dívida, especificando:
a) indicadores de sua apuração;
b) níveis de compatibilidade dos resultados fiscais com a trajetória da dívida;
c) trajetória de convergência do montante da dívida com os limites definidos em
legislação
d) medidas de ajuste, suspensões e vedações;
e) planejamento de alienação de ativos com vistas à redução do montante da dívida.
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso VIII do caput deste artigo
pode autorizar a aplicação das vedações previstas no art. 167-A desta Constituição.
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LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS - LDO
O conceito da LDO também é fornecido pela Constituição
Federal de 1988. Segundo o art. 165, § 2º, " A lei de diretrizes
orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da
administração pública federal, estabelecerá as diretrizes de
política fiscal e respectivas metas, em consonância com
trajetória sustentável da dívida pública, orientará a
elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as
alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. ".
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DEFINIÇÕES INICIAIS

❑ Busca garantir a estabilidade macroeconômica do País e


criar as condições adequadas ao crescimento
socioeconômico
❑ Aplica-se às receitas primárias e às despesas primárias
dos orçamentos fiscal e da seguridade social da União
(art. 1º, I)
❑ Não afasta as limitações e as condicionantes para
geração de despesa e de renúncia de receita (art. 1º, II)
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FINALIDADES

deve ser conduzida de modo a manter a dívida


pública em níveis sustentáveis
FINALIDADES DO
ARCABOUÇO

prevenindo riscos e promovendo medidas de


ajuste fiscal em caso de desvios

garantindo a solvência e a sustentabilidade


intertemporal das contas públicas
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MEDIDAS DE AJUSTE FISCAL

Integram o conjunto de medidas de ajuste fiscal a


❑ obtenção de resultados fiscais compatíveis com a
sustentabilidade da dívida
❑ a adoção de limites ao crescimento da despesa
❑ a aplicação das vedações previstas nos incisos I a X do
caput do art. 167-A da Constituição Federal → Regime
de ajustes Fiscais
❑ recuperação e a gestão de receitas públicas.
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AJUSTES FISCAIS
Art. 167-A. Apurado que, no período de 12 (doze) meses, a relação entre
despesas correntes e receitas correntes supera 95% (noventa e cinco por cento),
no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, é facultado aos
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público, ao Tribunal de
Contas e à Defensoria Pública do ente, enquanto permanecer a situação, aplicar
o mecanismo de ajuste fiscal de vedação da:
I - concessão, a qualquer título, de vantagem, aumento, reajuste ou adequação
de remuneração de membros de Poder ou de órgão, de servidores e empregados
públicos e de militares, exceto dos derivados de sentença judicial transitada em
julgado ou de determinação legal anterior ao início da aplicação das medidas de
que trata este artigo;
II - criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa;
AJUSTES FISCAIS
III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
IV - admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, ressalvadas
a) as reposições de cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento
de despesa;
b) as reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios;
c) as contratações temporárias de que trata o inciso IX do caput do art. 37
desta Constituição;
d) as reposições de temporários para prestação de serviço militar e de alunos
de órgãos de formação de militares;
AJUSTES FISCAIS

V - realização de concurso público, exceto para as reposições de


vacâncias previstas no inciso IV deste caput;
VI - criação ou majoração de auxílios, vantagens, bônus, abonos,
verbas de representação ou benefícios de qualquer natureza, inclusive
os de cunho indenizatório, em favor de membros de Poder, do
Ministério Público ou da Defensoria Pública e de servidores e
empregados públicos e de militares, ou ainda de seus dependentes,
exceto quando derivados de sentença judicial transitada em julgado
ou de determinação legal anterior ao início da aplicação das medidas
de que trata este artigo;
AJUSTES FISCAIS
VII - criação de despesa obrigatória;
VIII - adoção de medida que implique reajuste de despesa obrigatória
acima da variação da inflação, observada a preservação do poder
aquisitivo referida no inciso IV do caput do art. 7º desta Constituição;
IX - criação ou expansão de programas e linhas de financiamento, bem
como remissão, renegociação ou refinanciamento de dívidas que
impliquem ampliação das despesas com subsídios e subvenções;
X - concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza
tributária.
AJUSTES FISCAIS
§ 6º Ocorrendo a hipótese de que trata o caput deste artigo, até que todas as
medidas nele previstas tenham sido adotadas por todos os Poderes e órgãos
nele mencionados, de acordo com declaração do respectivo Tribunal de Contas, é
vedada:
I - a concessão, por qualquer outro ente da Federação, de garantias ao ente
envolvido;
II - a tomada de operação de crédito por parte do ente envolvido com outro ente
da Federação, diretamente ou por intermédio de seus fundos, autarquias,
fundações ou empresas estatais dependentes, ainda que sob a forma de novação,
refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente, ressalvados
os financiamentos destinados a projetos específicos celebrados na forma de
operações típicas das agências financeiras oficiais de fomento.
1. CEBRASPE Procurador Rondônia/2022
A Emenda Constitucional n.º 109/2021 introduziu alterações no texto constitucional com a previsão de mecanismos de ajuste fiscal
destinados a todos os entes da Federação, além de conter dispositivos que orientam a sustentabilidade da dívida pública na condução
da política fiscal e que dispõem sobre o regime extraordinário fiscal, financeiro e de contratações decorrente da decretação de estado
de calamidade pública de âmbito nacional. Com relação a esse assunto, é correto afirmar que, caso seja apurado, em um estado da
Federação, que a relação entre despesas correntes e receitas correntes supera 95% no período de 12 meses, as medidas de ajuste
fiscal previstas na referida emenda constitucional serão de aplicação
A) obrigatória para o respectivo estado, além de incidirem automaticamente vedações de concessão de garantia e de tomada de
operação de crédito por qualquer outro ente federativo em relação ao estado envolvido, até que todos os seus poderes e órgãos
adotem as medidas previstas.
B) obrigatória para o respectivo estado, podendo ou não incidir vedações de concessão de garantia e de tomada de operação de
crédito por qualquer outro ente federativo em relação ao estado envolvido, até que todos os seus poderes e órgãos adotem as
medidas previstas.
C) obrigatória para o respectivo estado, sem quaisquer outras vedações de cunho facultativo ou obrigatório.
D) facultativa para o respectivo estado, podendo ou não incidir vedações de concessão de garantia e de tomada de operação de
crédito por qualquer outro ente federativo em relação ao estado envolvido, até que todos os seus poderes e órgãos adotem as
medidas previstas.
E) facultativa para o respectivo estado, além de incidirem automaticamente vedações de concessão de garantia e de tomada de
operação de crédito por qualquer outro ente federativo em relação ao estado envolvido, até que todos os seus poderes e órgãos
adotem as medidas previstas.
LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS - LDO
O conceito da LDO também é fornecido pela Constituição
Federal de 1988. Segundo o art. 165, § 2º, " A lei de diretrizes
orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da
administração pública federal, estabelecerá as diretrizes de
política fiscal e respectivas metas, em consonância com
trajetória sustentável da dívida pública, orientará a
elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as
alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. ".
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DAS METAS FISCAIS COMPATÍVEIS COM A
SUSTENTABILIDADE DA DÍVIDA
Art. 2º A lei de diretrizes orçamentárias, nos termos do § 2º do
art. 165 da Constituição Federal e do art. 4º da Lei
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de
Responsabilidade Fiscal), estabelecerá as diretrizes de política
fiscal e as respectivas metas anuais de resultado primário do
Governo Central, para o exercício a que se referir e para os 3
(três) seguintes, compatíveis com a trajetória sustentável da
dívida pública.
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DAS METAS FISCAIS COMPATÍVEIS COM A
SUSTENTABILIDADE DA DÍVIDA
estabelecimento de metas de resultados primários, nos
Compatibilidade com a
termos das leis de diretrizes orçamentárias, até a
sustentabilidade da
estabilização da relação entre a Dívida Bruta do Governo
dívida pública
Geral (DBGG) e o Produto Interno Bruto (PIB)
A trajetória de convergência do montante da dívida, os indicadores de sua apuração
e os níveis de compatibilidade dos resultados fiscais com a sustentabilidade da
dívida constarão do Anexo de Metas Fiscais da lei de diretrizes orçamentárias.
A elaboração e a aprovação do projeto de lei orçamentária anual, bem como a
execução da respectiva lei, deverão ser compatíveis com a obtenção da meta de
resultado primário estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias
A apuração do resultado primário e da relação entre a DBGG e o PIB será
realizada pelo Banco Central do Brasil.
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2. INÉDITA PROF. LEANDRO RAVYELLE
Houve recentemente a instituição do regime fiscal sustentável para garantir a
estabilidade macroeconômica do País e criar as condições adequadas ao
crescimento socioeconômico. A LDO passará a estabelecer as diretrizes de
política fiscal e as respectivas metas anuais de resultado primário do Governo
Central para um período de
a) para o exercício a que se referir e para os 2 seguintes
b) para o exercício a que se referir e para os 3 seguintes
c) para o exercício a que se referir e para os 4 seguintes
d) apenas para os 3 exercícios seguintes
e) para o exercício a que se referir e para os 6 seguintes
LIMITES INDIVIDUALIZADOS
ART. 3º LIMITES INDIVIDUALIZADOS PARA O MONTANTE GLOBAL DAS DOTAÇÕES
ORÇAMENTÁRIAS RELATIVAS A DESPESAS PRIMÁRIAS:

I - do Poder Executivo federal;

II - do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, do Conselho Nacional de


Justiça, da Justiça do Trabalho, da Justiça Federal, da Justiça Militar da União, da Justiça
Eleitoral e da Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, no âmbito do Poder Judiciário;

III - do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Tribunal de Contas da União, no âmbito
do Poder Legislativo;

IV - do Ministério Público da União e do Conselho Nacional do Ministério Público; e

V - da Defensoria Pública da União.


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METODOLOGIA

às dotações orçamentárias
Metodologia
Corrigidos pelo IPCA acumulado
primárias constantes da LOA de 01/07/2022 a 30/06/2023 +
Ano 1
2023 + créditos suplementares e Variação Real da Despesa
(2024) especiais vigentes até (mínimo de 0,6% a.a e máximo
30/08/2023 de 2,5% a.a)

Corrigidos pelo IPCA acumulado


2025 em de 01/07/2023 a 30/06/2024 +
Dotações Orçamentárias
Variação Real da Despesa
diante Primárias de 2024 (mínimo de 0,6% a.a e máximo
de 2,5% a.a)

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Administração Financeira e Orçamentária
FICAM DE FORA DA BASE DE CÁLCULO
Transferências de royalties e compensações financeiras

Simples Nacional, IOF Ouro, Imposto de Renda dos Estados e DF e Impostos Residuais

Imposto de Renda dos Municípios e os 50% do ITR

FPE, FPM, FCO, FNO E FNE

Cotas Estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do salário-educação

Despesas com a Polícia Civil, Militar e Corpo de Bombeiros Militar do DF

Complementação Fundeb

Créditos Extraordinários

Despesas nos valores custeados com recursos de doações ou com recursos decorrentes de acordos judiciais ou extrajudiciais firmados para reparação de
danos em decorrência de desastre
Despesas das universidades públicas federais, das empresas públicas da União prestadoras de serviços para hospitais universitários federais, das instituições
federais de educação, ciência e tecnologia vinculadas ao Ministério da Educação, dos estabelecimentos de ensino militares federais e das demais instituições
científicas, tecnológicas e de inovação, nos valores custeados com receitas próprias, ou de convênios, contratos ou instrumentos congêneres, celebrados com
os demais entes federativos ou entidades privadas
Despesas nos valores custeados com recursos oriundos de transferências dos demais entes federativos para a União destinados à execução direta de obras e
serviços de engenharia
Situações específicas – Precatórios (art. 100) *parágrafos específicos

Despesas não recorrentes da Justiça Eleitoral com a realização de eleições


METODOLOGIA – VARIAÇÃO DA RECEITA E DESPESA PRIMÁRIA

A variação real do limite da despesa primária


depende da variação real da receita primária
Caso a meta de resultado
primário apurada no exercício Variação real da despesa
anterior ao da elaboração da lei limitada a 70% da variação
orçamentária anual tenha sido real da receita primária
cumprida

Caso a meta de resultado


primário apurada no exercício Variação real da despesa
anterior ao da elaboração da lei limitada a 50% da variação
orçamentária anual não tenha real da receita primária
sido cumprida

O crescimento real dos limites da despesa primária não será


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inferior a 0,6% a.a. nem superior a 2,5% a.a.
RECEITAS PRIMÁRIAS EXCLUÍDAS
1 Receitas primárias de concessões e permissões
2 Receitas primárias de dividendos e participações
3 Receitas primárias de exploração de recursos naturais
4 Receitas primárias de que trata o parágrafo único do art. 121 do ato das
disposições constitucionais transitórias
5 Receitas de programas especiais de recuperação fiscal, destinados a
promover a regularização de créditos perante a união, criados a partir da
publicação desta lei complementar
6 Transferências legais e constitucionais por repartição de receitas primárias,
descontadas as decorrentes dos itens 1 a 4

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ALTERAÇÕES NA LRF (01/01/2024)
O anexo de metas fiscais passará a ter um Quadro
demonstrativo do cálculo da meta do resultado primário, que
evidencie os principais agregados de receitas e despesas, os
resultados, comparando-os com os valores programados para
o exercício em curso e os realizados nos 2 (dois) exercícios
anteriores, e as estimativas para o exercício a que se refere a
lei de diretrizes orçamentárias e para os subsequentes

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ALTERAÇÕES NA LRF (01/01/2024)
Art. 4º § 5º No caso da União, o Anexo de Metas Fiscais do projeto de lei de
diretrizes orçamentárias conterá também:
I - as metas anuais para o exercício a que se referir e para os 3 (três) seguintes,
com o objetivo de garantir sustentabilidade à trajetória da dívida pública;
II – o marco fiscal de médio prazo, com projeções para os principais agregados
fiscais que compõem os cenários de referência, distinguindo-se as despesas
primárias das financeiras e as obrigatórias daquelas discricionárias;
III - o efeito esperado e a compatibilidade, no período de 10 (dez) anos, do
cumprimento das metas de resultado primário sobre a trajetória de
convergência da dívida pública, evidenciando o nível de resultados fiscais
consistentes com a estabilização da Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) em
relação ao Produto Interno Bruto (PIB);
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ALTERAÇÕES NA LRF (01/01/2024)
IV - os intervalos de tolerância para verificação do cumprimento das metas anuais de
resultado primário, convertido em valores correntes, de menos 0,25 p.p. (vinte e cinco
centésimos ponto percentual) e de mais 0,25 p.p. (vinte e cinco centésimos ponto
percentual) do PIB previsto no respectivo projeto de lei de diretrizes orçamentárias;
V - os limites e os parâmetros orçamentários dos Poderes e órgãos autônomos
compatíveis com as disposições estabelecidas na lei complementar prevista no inciso
VIII do caput do art. 163 da Constituição Federal e no art. 6º da Emenda Constitucional
nº 126, de 21 de dezembro de 2022;
VI – a estimativa do impacto fiscal, quando couber, das recomendações resultantes da
avaliação das políticas públicas previstas no § 16 do art. 37 da Constituição Federal.
§ 6º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão adotar, total ou
parcialmente, no que couber, o disposto no § 5º deste artigo.

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ALTERAÇÕES NA LRF (01/01/2024)
Art. 9º
§ 4º Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo
demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em
audiência pública na comissão referida no § 1o do art. 166 da Constituição ou
equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais.

§ 4º Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Ministro ou Secretário de


Estado da Fazenda demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada
quadrimestre e a trajetória da dívida, em audiência pública na comissão referida no §
1º do art. 166 da Constituição Federal ou conjunta com as comissões temáticas do
Congresso Nacional ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais.
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3. INÉDITA PROF. LEANDRO RAVYELLE
O anexo de metas fiscais passará a ter um Quadro demonstrativo do cálculo da meta do resultado primário, que
evidencie os principais agregados de receitas e despesas, os resultados, comparando-os com os valores
programados para o exercício em curso e os realizados nos 2 (dois) exercícios anteriores, e as estimativas para o
exercício a que se refere a lei de diretrizes orçamentárias e para os subsequentes, bem como outros itens e
agregados, a exceção de um. Assinale-o
a) a estimativa do impacto fiscal, quando couber, das recomendações resultantes da avaliação das políticas
públicas
b) os limites e os parâmetros orçamentários dos Poderes e órgãos autônomos
c) as metas anuais para o exercício a que se referir e para os 3 (três) seguintes, com o objetivo de garantir
sustentabilidade à trajetória da dívida pública
d) o marco fiscal de longo prazo, com projeções para os principais agregados fiscais que compõem os cenários de
referência, distinguindo-se as despesas primárias das financeiras e as obrigatórias daquelas discricionárias
e) o efeito esperado e a compatibilidade, no período de 10 (dez) anos, do cumprimento das metas de resultado
primário sobre a trajetória de convergência da dívida pública, evidenciando o nível de resultados fiscais
consistentes com a estabilização da Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) em relação ao Produto Interno Bruto
(PIB);
4. INÉDITA PROF. LEANDRO RAVYELLE
Proveniente do PLP 93/2023, a recém-saída do forno Lei Complementar 200, de 30 de agosto de 2023, ficou conhecida como
novo arcabouço fiscal, tendo sido editada para substituir o regime de teto de gastos criado pela Emenda Constitucional 95/2016.
Acerca dessa temática, assinale o item incorreto.
a) Enquanto o teto de gastos limitava o crescimento das despesas anuais do governo federal apenas com base no índice oficial de
variação da inflação do ano anterior (não havendo crescimento real das despesas públicas), as regras do novo arcabouço fiscal
estabelecem que as despesas podem crescer acima da inflação, desde que cumpridos alguns requisitos
b) Foi proposto um novo regime fiscal que garante a sustentabilidade fiscal de médio e longo prazo (despesas crescendo menos
que a receita), mas com flexibilidade para se adequar a diferentes ciclos econômicos e políticos e voltada à indução de condutas,
buscando absorver o que há de fronteira nas discussões sobre regras fiscais no mundo
c) além de impor limites ao crescimento da despesa e buscar uma adequada gestão das receitas, estabelece a necessidade de se
conduzir a política fiscal com a adoção de medidas preventivas e corretivas para evitar a insustentabilidade intertemporal das
contas públicas
d) se considera compatível com a sustentabilidade da dívida pública o estabelecimento de metas de resultados primários, nos
termos das leis de diretrizes orçamentárias, até a estabilização da relação entre a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) e o
Produto Interno Bruto (PIB)
e) as despesas públicas poderão crescer acima da variação oficial da inflação, mas dentro de uma faixa que vai de 0,6% a 2,5% de
crescimento real ao ano, podendo ultrapassar caso as receitas primárias superem as despesas primárias no exercício anterior.
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5. INÉDITA PROF. LEANDRO RAVYELLE
Com o novo arcabouço fiscal não haverá congelamento de gastos de forma a permitir o funcionamento adequado
da máquina pública. O novo sistema irá, sim, limitar o crescimento de despesas, que estarão atreladas à evolução
das receitas e terão um teto para seu crescimento. Assim, está de acordo com os ditames fiscais e a política
anticíclica
a) O termo anticíclico Representa mecanismos compensatórios que permitem maior resiliência e estabilidade
ciclo orçamentário, invertendo as fases em que se processam as demandas orçamentárias
b) Quando a economia entrar em um ciclo recessivo, o crescimento real da despesa será corrigido no patamar
mínimo, ou seja, há um crescimento real de gastos garantido
c) Garantir um crescimento mínimo de despesas pouco influenciará na manutenção e a expansão de
determinadas políticas públicas acima do PIB, de modo que o gasto governamental não sofrerá grandes impactos
d) Quando o crescimento acelerar muito, e consequentemente a receita crescer na mesma proporção, a elevação
da despesa fica limitada à superação da variação da receita primária em relação à despesa primária
e) O novo Arcabouço Fiscal permite a melhora da “nota” de confiança que o Brasil tem no cenário econômico
global, ou seja, pavimenta caminho para a recuperação do grau de aplicações em gastos correntes.

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