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Art. 11: A responsabilidade na gestão fiscal requer a instituição, previsão e efetiva arrecadação de to-
dos os tributos de competência do ente da Federação. É proibida a realização de transferências voluntárias
para o ente que não cumpra essas obrigações em relação aos impostos.
Art. 12: As previsões de receita devem seguir normas técnicas e legais, considerando os efeitos de
mudanças na legislação, variação do índice de preços, crescimento econômico e outros fatores relevantes. É
necessário apresentar um demonstrativo da evolução das receitas nos últimos três anos, projeção para os dois
anos seguintes e a metodologia de cálculo e premissas utilizadas. A reestimativa de receita pelo Poder Legisla-
tivo só será permitida se houver comprovado erro ou omissão técnica ou legal. O montante previsto para re-
ceitas de operações de crédito não pode ser superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei
orçamentária.
Art. 13: No prazo estabelecido no art. 8º, as receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder Executi-
vo, em metas bimestrais de arrecadação. Quando cabível, devem ser especificadas separadamente as medidas
de combate à evasão e à sonegação, a quantidade e valores de ações judiciais para cobrança da dívida ativa,
bem como a evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa.
Com base no trecho da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000) referente à Renúncia de Receita
(Art. 14), podemos fazer o seguinte resumo:
A concessão ou ampliação de benefícios tributários que resultem em renúncia de receita deve ser
acompanhada de estimativa do impacto financeiro no exercício em que iniciar sua vigência e nos dois anos
seguintes. Para ser aprovada, essa renúncia precisa atender a pelo menos uma das seguintes condições:
Ser considerada na estimativa de receita da lei orçamentária e não afetar as metas de resultados fis-
cais previstas na lei de diretrizes orçamentárias.
Estar acompanhada de medidas de compensação, como aumento de receita por meio da elevação de
alíquotas, ampliação da base de cálculo ou criação de novos tributos ou contribuições.
A renúncia de receita compreende diversas ações, como anistia, remissão, subsídio, crédito presumi-
do, concessão de isenção não geral, alteração de alíquota ou base de cálculo que resulte em redução discrimi-
nada de tributos, além de outros benefícios que envolvam tratamento diferenciado.
No entanto, existem exceções para as alterações de alíquotas dos impostos previstos em alguns arti-
gos da Constituição e para o cancelamento de débitos de valor inferior ao dos custos de cobrança.
Essas disposições visam garantir a responsabilidade fiscal, evitando a concessão de benefícios tributá-
rios que possam comprometer o equilíbrio das contas públicas sem medidas adequadas de compensação.
Medidas de Compensação
De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000), as medidas de compensação que de-
vem acompanhar a concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária, que resulte em
renúncia de receita, são aquelas que visam aumentar a arrecadação para compensar a perda de receitas de-
corrente do benefício concedido.
1. Aumento de Alíquotas: Aumento das alíquotas dos tributos existentes para ampliar a arrecadação. Por
exemplo, aumentar a alíquota de um imposto já existente.
2. Ampliação da Base de Cálculo: Ampliar a base de cálculo dos tributos, o que resulta em mais contribu-
intes sujeitos ao pagamento. Por exemplo, aumentar o número de bens ou serviços sujeitos a impos-
tos.
Essas medidas têm o propósito de garantir que a renúncia de receita causada pelo benefício fiscal seja de-
vidamente compensada, evitando impactos negativos no equilíbrio fiscal do ente público. Vale ressaltar que a
Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece que a concessão de incentivos e benefícios tributários deve ser
acompanhada de rigorosa análise do impacto financeiro, assegurando que a renúncia de receita seja devida-
mente justificada e compatível com a sustentabilidade fiscal.
Precatórios Judiciais
De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000), os precatórios judiciais são tratados
como uma obrigação de pagamento decorrente de condenações judiciais definitivas impostas aos entes públi-
cos, sejam eles a União, os Estados, o Distrito Federal ou os Municípios.
1. Definição: Precatórios são requisições expedidas pelo Poder Judiciário para que o ente público cumpra
uma obrigação de pagamento, decorrente de uma condenação judicial definitiva em favor do credor,
geralmente em processos nos quais o ente público foi parte.
2. Obrigação Orçamentária: Os valores dos precatórios devem ser incluídos no orçamento público como
obrigação orçamentária do respectivo exercício financeiro. Dessa forma, os entes públicos devem re-
servar recursos no orçamento para o pagamento dessas obrigações.
4. Limites de Pagamento: A LRF também estabelece limites para o pagamento de precatórios, vinculan-
do-os à receita corrente líquida do ente público. O objetivo é evitar o comprometimento excessivo das
finanças públicas com o pagamento dessas obrigações.
5. Regime Especial: A LRF prevê a possibilidade de instituição de regime especial de pagamento de pre-
catórios para os entes que estiverem com dificuldades financeiras, possibilitando uma forma mais
equilibrada de cumprir com essas obrigações.
6. Vedação de Novas Obrigações: A LRF proíbe que os entes públicos assumam novas obrigações de pa-
gamento de precatórios sem que haja recursos suficientes para quitá-las, garantindo a responsabilida-
de fiscal no trato dessas questões.
Essas disposições têm o propósito de disciplinar o pagamento de precatórios judiciais pelos entes pú-
blicos, garantindo a previsibilidade e a transparência no tratamento dessas obrigações, ao mesmo tempo em
que busca proteger o equilíbrio fiscal das finanças públicas.
Divida Ativa – Conceito e limites
A Lei de Responsabilidade Fiscal não faz uma definição explícita de "dívida ativa". No entanto, pode-
mos entender que "dívida ativa" se refere às obrigações financeiras devidas ao ente da Federação (União, Es-
tados ou Municípios) por parte de contribuintes ou devedores que possuem débitos com o poder público,
geralmente relacionados a tributos, taxas ou outros valores devidos.
Quanto aos limites da dívida, a Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece diversas regras para evitar
que os entes da Federação ultrapassem limites prejudiciais à sua saúde fiscal. Por exemplo, o Artigo 29 menci-
ona a "dívida pública consolidada ou fundada", que é o montante total das obrigações financeiras assumidas
em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados, para amortização em prazo superior a doze meses. Esse
montante deve ser monitorado para não ultrapassar os limites estabelecidos em lei.
Além disso, a Lei também prevê que, caso a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapasse o
limite ao final de um quadrimestre, deve ser reconduzida até o término dos três subsequentes, reduzindo o
excedente em pelo menos 25% no primeiro quadrimestre.
A Lei de Responsabilidade Fiscal tem como objetivo promover o equilíbrio fiscal e a responsabilidade
na gestão dos recursos públicos, evitando que os entes da Federação se endividem de forma excessiva e com-
prometam a sustentabilidade financeira. Portanto, a legislação impõe limites e critérios rigorosos para contro-
le da dívida e endividamento público.
Resumo do capitulo
O Capítulo VII da Lei de Responsabilidade Fiscal trata da Dívida e do Endividamento dos entes da Fede-
ração. Ele estabelece definições básicas, como a dívida pública consolidada ou fundada, a dívida pública mobi-
liária, e operação de crédito.
A Seção I define os termos relacionados, incluindo a dívida pública consolidada e mobiliária, operações
de crédito, concessão de garantia e refinanciamento da dívida mobiliária.
A Seção II aborda os Limites da Dívida Pública e das Operações de Crédito, estipulando que o Presiden-
te da República apresente propostas de limites globais para a dívida consolidada da União, Estados e Municí-
pios ao Senado Federal e Congresso Nacional.
A Seção III trata da Recondução da Dívida aos Limites, estabelecendo que se a dívida consolidada ul-
trapassar o limite, o ente deve reduzi-la em pelo menos 25% nos três quadrimestres subsequentes.
A Seção IV aborda as Operações de Crédito e vedações, como a proibição de captação de recursos por
antecipação de receita de tributo, entre outras.
A Subseção III detalha as Operações de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária, que são des-
tinadas a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro.
A Subseção IV trata das Operações com o Banco Central do Brasil, definindo limitações para compra de
títulos e concessão de garantias.
A Seção VI aborda os Restos a Pagar, definindo regras sobre obrigações de despesa contraídas nos dois
quadrimestres finais do mandato do titular de Poder ou órgão.