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Administração Financeira e Orçamentária

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Olá! Boas-Vindas!
Cada material foi preparado com muito carinho para que você
possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de qua-
lidade!

Lembre-se: o seu sonho também é o nosso!

Bons estudos! Estamos com você até a sua aprovação!

Com carinho,

Equipe Ceisc. ♥

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Prof. Guilherme Pedrozo

Sumário

1. Lei de Responsabilidade Fiscal ............................................................................................... 4

Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
concursos e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, recomenda-
se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.

Bons estudos, Equipe Ceisc.


Atualizado em janeiro de 2023.

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1. Lei de Responsabilidade Fiscal

Prof. Guilherme Pedrozo


@prof.guilhermepedrozo

Trata-se de uma das várias leis que compõem e organizam o orçamento público. Muitas
vezes, o examinador pergunta e propõe como assertiva correta a seguinte questão: a lei de res-
ponsabilidade fiscal é a norma que vem a disciplinar as finanças públicas.
Qual é o objetivo desta lei? Ela buscará a responsabilidade na gestão fiscal, buscando o
equilíbrio com os gastos que são realizados pelos gestores com o dinheiro público. Tal preceito,
fica bastante claro pela simples leitura da lei, quando assim ela determina:

Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a
responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição.
§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em
que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas pú-
blicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a
obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas
com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações
de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em
Restos a Pagar.

Igualmente é importante referir que tal norma não busca sancionar a pessoa física do
gestor, mas sim o seu ato, sua instituição, o próprio ente e/ou o órgão que ele pertence.
Logo, é correto afirmar que a lei de responsabilidade fiscal pressupõe um conjunto de
ações planejadas e transparentes, que visa prevenir riscos, corrigir desvio com o grande objetivo
de equilibrar as contas públicas.
Para muitos doutrinadores, a referida Lei Complementar acabou por disciplinar os artigos
163 até 169 da Constituição Federal, tipificando condutas que deverão ser adotadas pelos ges-
tores, com a ideia do que pode ou não ser feito com o dinheiro público.
Ademais tal regulamentação tornou-se extremamente necessária eis que os gastos pú-
blicos tornaram-se cada vez mais frequentes, muitas vezes sendo muito superiores aos valores
arrecadados pelos gestores. Logo, como forma de compatibilizar tais receitas e despesas, tor-
nou-se necessário endividar e/ou empobrecer os cofres públicos, tudo isto com ideia de gerar
um equilíbrio, pelo menos formal, nas contas públicas (receita igual despesa).
Também nunca é demais salientar que existem despesas correntes (primárias) e aquelas
decorrentes de capital, que servem para pagar os juros de dívidas já contraídas pelo gestores

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anteriores. Estas despesas chamamos de despesas financeiras.


Entretanto, têm-se observado que as despesas primárias notadamente são maiores que
as receitas primárias, ou seja, os gestores públicos tem realizados gastos que superam e muito
suas arrecadações. Assim, para gerar uma formalidade financeira, acabam por contrair dívidas
e/ou vendendo patrimônio.
Mas afinal de contas a lei de responsabilidade fiscal foi criada para impedir à realização
de despesas e financiamentos para estas? A resposta é negativa, desde que se mantenha o
equilíbrio e controle das mesmas.
Estarão submetidos a lei de responsabilidade fiscal todos os entes, poderes, ou seja, em
geral, toda administração pública direta e/ou indireta.
Ademais, vale a atenção: empresas estatais estarão submetidas também a lei de res-
ponsabilidade fiscal? A resposta será depende, eis que as estatais dependentes do setor público
e que tenham o seu capital (maior parte do capital votante) majoritário público, estarão submeti-
dos a lei de responsabilidade fiscal.
Também a empresa estatal dependente é a empresa controlada que recebe do ente
controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em
geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação
acionária.
Já as empresas estatais independentes (só relação negocial), estas não estarão vincu-
ladas a lei de responsabilidade fiscal.
A lei de responsabilidade fiscal irá limitar gastos com base na previsão de arrecadação
prevista na PLOA, ou seja, a arrecadação é utilizada como referência para a limitação de gastos,
visando o equilíbrio das contas públicas.
Mas afinal de contas, qual será a base referencial para definir os limites para com os
gastos públicos? A base será a receita corrente líquida (RCL).
A receita corrente líquida consubstancia-se nas receitas correntes com o desconto das
deduções previstas na LRF. Ademais é importante ressaltar que as receitas de capital não farão
parte na conta da receita corrente líquida.
Logo a receita corrente líquida é a soma das receitas correntes de forma bruta, diluídas
(subtraídas) das deduções legais. Lembrando que cada ente terá suas deduções possíveis, na
forma da LRF. Sobre o tema, reza o artigo 2º da norma:

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IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimo-


niais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas
também correntes, deduzidos:
a) na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação constitu-
cional ou legal, e as contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso II do art.
195, e no art. 239 da Constituição;
b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;
c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores para o custeio
do seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compen-
sação financeira citada no § 9º do art. 201 da Constituição.
§ 1º Serão computados no cálculo da receita corrente líquida os valores pagos e recebidos
em decorrência da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996, e do fundo pre-
visto pelo art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
§ 2º Não serão considerados na receita corrente líquida do Distrito Federal e dos Estados
do Amapá e de Roraima os recursos recebidos da União para atendimento das despesas
de que trata o inciso V do § 1o do art. 19.

Por fim, é importante ressaltar que a apuração da receita corrente líquida ocorrerá da
seguinte forma: “A receita corrente líquida será apurada somando-se as receitas arrecadadas no
mês em referência e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades”.
Muito embora existam as programações necessárias, principalmente na LDO e na LOA,
será necessário que os gestores públicos, de forma transparente, trabalhem com uma ideia men-
sal de fluxo de caixa, tudo isto para corrigir eventuais equívocos e riscos.
E tal demonstrativo mensal faz nascer o princípio da programação ratificado pelo artigo
8º da Lei de Responsabilidade Fiscal. Reza o referido artigo que:

Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a
lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4o, o
Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução
mensal de desembolso.
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utiliza-
dos exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício
diverso daquele em que ocorrer o ingresso.

Entretanto, deste princípio duas perguntas são frequentes em provas:


a) A limitação de gastos e/ou movimentação financeira será realizada de forma mensal?
Não, eis que na forma do artigo 9º da LRF se verificado, ao final de um bimestre, que a realização
da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal
estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato
próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e mo-
vimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
b) Precisará de lei próprio de iniciativa do Poder Executivo o envio deste demonstrativo
mensal? Não, tal ato poderá ocorrer por simples decreto.

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Para melhor análise e interpretação do orçamento público, compreende a lei de respon-


sabilidade fiscal que os demonstrativos orçamentários deverão ser classificados, ou seja, deverá
ocorrer classificação orçamentária.
A classificação orçamentária terá por propósito clarear as fontes de financiamento com
as despesas fixadas no orçamento. Logo, esta classificação estará expressa em códigos e irá
indicar a destinação dos recursos para realização de despesas.
Importante ressaltar que tal classificação será obrigatória.
A referida classificação orçamentária será dividida portanto por fonte de recursos e será
dividida em cincos grupos.
Toda ação que vise a criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental
que acarrete aumento da despesa deverá cumprir os requisitos dispostos no artigo 16 da LRF,
quais sejam:
a) estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em
vigor e nos dois subsequentes;
b) declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária
e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei
de diretrizes orçamentárias.

E, se não cumpridos os requisitos disposto em lei, Serão consideradas não autorizadas,


irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação na
forma do artigo 15 da LRF.
Já no que tange a despesa com pessoal, é importante a leitura do artigo 18 da LRF:

Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total com pes-
soal: o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensi-
onistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de
membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e
vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões,
inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natu-
reza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de
previdência.
§ 1º Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substitui-
ção de servidores e empregados públicos serão contabilizados como "Outras Despesas
de Pessoal".
§ 2º A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em refe-
rência com as dos 11 (onze) imediatamente anteriores, adotando-se o regime de compe-
tência, independentemente de empenho.
§ 3º Para a apuração da despesa total com pessoal, será observada a remuneração bruta
do servidor, sem qualquer dedução ou retenção, ressalvada a redução para atendimento
ao disposto no art. 37, inciso XI, da Constituição Federal

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Assim, trouxe a lei de responsabilidade fiscal limitações para o gastos com pessoal, tudo
isto para que se tente evitar o acúmulo de servidores que não atenderiam os preceitos funda-
mentais.
Lembra-se ainda que os gastos com indenização igualmente não serão considerados
gastos com pessoal.
Por fim, não serão considerados como despesa com pessoal o que disposto no artigo
19º, §1º da LRF:

Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com
pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder
os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados:
I - União: 50% (cinqüenta por cento);
II - Estados: 60% (sessenta por cento);
III - Municípios: 60% (sessenta por cento).
§ 1º Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão computa-
das as despesas:
I - de indenização por demissão de servidores ou empregados;
II - relativas a incentivos à demissão voluntária;
III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II do § 6º do art. 57 da Constituição;
IV - decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da apuração
a que se refere o § 2º do art. 18;
V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima, custeadas com
recursos transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição
e do art. 31 da Emenda Constitucional no 19;
VI - com inativos e pensionistas, ainda que pagas por intermédio de unidade gestora única
ou fundo previsto no art. 249 da Constituição Federal, quanto à parcela custeada por re-
cursos provenientes:
a) da arrecadação de contribuições dos segurados;
b) da compensação financeira de que trata o § 9º do art. 201 da Constituição;
c) de transferências destinadas a promover o equilíbrio atuarial do regime de previdência,
na forma definida pelo órgão do Poder Executivo federal responsável pela orientação, pela
supervisão e pelo acompanhamento dos regimes próprios de previdência social dos ser-
vidores públicos.
§ 2º Observado o disposto no inciso IV do § 1º, as despesas com pessoal decorrentes de
sentenças judiciais serão incluídas no limite do respectivo Poder ou órgão referido no art.
20.
§ 3º Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, é vedada a dedução
da parcela custeada com recursos aportados para a cobertura do déficit financeiro dos
regimes de previdência.

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