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Receita – Arts. 11 ao 14

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RECEITA – ARTS. 11 AO 14

RECEITA PÚBLICA NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL – ARTS. 11 – 14


Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição,
previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da
Federação.

Instituir é dar toda a base normativa necessária para que o Ente tenha o direito legal de
cobra determinado tributo da população. Exemplo: o pagamento do IPVA institui esse tributo.
Além da instituição normativa, o Ente deve calcular anualmente o quanto ele espera arreca-
dar de tributo de um ano para outro, devendo isso estar disposto na LOA, para de fato rece-
ber os valores – nos estágios da receita é o que se chama de arrecadação.
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não obser-
ve o disposto no caput, no que se refere aos impostos.
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Tributo é gênero. Existem várias visões sobre o Tributos. No CTN, a visão é tripartite,
sendo ele: impostos, taxas e contribuições de melhoria. Há também a visão pentapartite,
visão mais aceita pela doutrina majoritária (visão do STF), que acrescenta as contribuições
especiais e os empréstimos compulsórios.
Tributo é gênero e imposto é uma de suas espécies. Para que o ente seja considerado
responsável, ele precisa arrecadar todos os tributos. Note ainda que o parágrafo único
acima relaciona-se apenas com os impostos.
O art. 25 anota que transferências voluntárias destinadas à área da saúde, educação e
assistência social não podem ser cortadas com sanção ao ente, ainda que o órgão deixe de
instituir, prever ou arrecadar um imposto.
Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária a entrega
de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou
assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao
Sistema Único de Saúde.
§ 1º São exigências para a realização de transferência voluntária, além das estabelecidas na lei de
diretrizes orçamentárias:

I – existência de dotação específica;


II – (VETADO)
III – observância do disposto no inciso X do art. 167 da Constituição;
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IV – comprovação, por parte do beneficiário, de:


a. que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos
devidos ao ente transferidor, bem como quanto à prestação de contas de recursos
anteriormente dele recebidos;
b. cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à saúde;
c. observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária, de operações de cré-
dito, inclusive por antecipação de receita, de inscrição em Restos a Pagar e de des-
pesa total com pessoal;
d. previsão orçamentária de contrapartida.
§ 2º É vedada a utilização de recursos transferidos em finalidade diversa da pactuada.
§ 3º Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias constantes
desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assis-
tência social.
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Deixar de instituir, prever ou arrecadar tributos: irresponsável, apenas, podendo rece-
ber transferências voluntárias para qualquer área. Todavia, em caso de impostos, corta-se
transferências voluntárias, salvo se elas forem para ações de educação, saúde e assistên-
cia social.

Obs.: cuidado, pois, em prova o examinador pode acrescentar a segurança nos ca-
sos do § 3º.
Art. 167. São vedados: (...)
X – a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipa-
ção de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamen-
to de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.

Imagine que o Ente 1 fará uma transferência voluntária (e concessão de empréstimos)


para o Ente 2. Essa transferência pode ser realizada desde que o valor não seja usado para
despesa de pessoal.

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Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos
das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de
qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últi-
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mos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de
cálculo e premissas utilizadas.

As receitas percorrem os seus estágios, entre eles: previsão, lançamento, arrecadação


e recolhimento. A previsão é algo que se realiza em momento de planejamento, enquanto
lançamento, arrecadação e recolhimento é execução (LOA).
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O art. 12 aponta que não se pode realizar estimativa da receita por meio de um chute de
valores. Sem embargo, a estimativa deve levar em consideração a economia, os últimos três
anos, mudanças na legislação (ex.: criação de tributos e alíquotas), para que assim não se
possa fantasiar valores em reais. Mesmo que o valor não seja preciso, por meio do princípio
da exatidão estima-se que os valores tanto da previsão ou estimativa da receita quanto da
fixação da despesa seja calculado de forma mais assertiva possível – ser técnico e demons-
trar cálculos, não se limitando ao ano principal da LOA.
Exemplo: em 2021 é feita a previsão da PLOA 2022, ano principal, e dos dois anos
seguintes (2023 e 2024), além de considerar os últimos três anos anteriores ao principal.
Logo, observa-se aqui uma análise temporal de 6 anos.
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§ 1º Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro
ou omissão de ordem técnica ou legal.

A previsão de receita é feita, em primeiro momento, por uma estimativa por parte do
Poder Executivo. Tanto as receitas quanto as despesas são influenciados para mais ou para
menos a depender da situação econômica (internos e externos) – e até mesmo natural.
Diante disso, o executivo estima receita até 31 de agosto, encaminhando o projeto para o
Legislativo. Passados os meses, o PLOA está em tramitação e a economia está sendo o
tempo todo alteradas. Em vista disso, os cálculos serão refeitos por meio de um Comitê de
Avaliação da Receita, a fim de demonstrar que o primeiro valor informado pelo PLOA pelo
executivo pode já estar defasado por mais ou menos, devendo comprovar o erro por omissão
ou ordem técnica ou legal.

• Quem estima: Poder Executivo.


• Quem reestima: Poder Legislativo.

Se calculado que a reestimativa for para mais, os recursos podem ser usados como fonte
de recursos para bancar emendas de parlamentares.
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Se o calor for reestimado para menos, haverá uma necessidade de adequação


das despesas.
§ 2º O montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao das
despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária. (Vide ADIN 2.238-5)

Obs.: o § 2º é uma referência a regra de ouro. E essa ADIN aqui revela-se por causa da
falta de uma exceção presente da CF, arts. 26, 167, III)
§ 3º O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos demais Poderes e do Ministério
Público, no mínimo trinta dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas or-
çamentárias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício subsequente, inclusive da
corrente líquida, e as respectivas memórias de cálculo.
Art. 13. No prazo previsto no art. 8º, as receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder Execu-
tivo, em metas bimestrais de arrecadação, com a especificação, em separado, quando cabível,
das medidas de combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas
para cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do montante dos créditos tributários passí-
veis de cobrança administrativa.

Essas metas bimestrais permitem com mais facilidade a análise dos elementos do art. 9º,
comentado em aulas anteriores.

DIRETO DO CONCURSO
27. (VUNESP/PAULIPREV-SP/CONTADOR/2018) Constituem requisitos essenciais da
responsabilidade na gestão fiscal

a. a instituição, a previsão e a efetiva arrecadação de todos os tributos da competência


constitucional do ente da Federação.
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b. as auditorias de gestão realizadas pelos Tribunais de Contas de cada ente da
Federação.
c. os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do cresci-
mento econômico ou de qualquer outro fator relevante.
d. as estimativas de receita por parte do Poder Legislativo, que só serão admitidas se
aprovadas pelo executivo e transitadas pelo senado.
e. a constituição, o registro e o recolhimento de tributos e despesas de competência de
cada órgão público de administração.
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COMENTÁRIO
Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição,
previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente
da Federação.

28. (CESPE/EBSERH/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2018) O município que deixar de ar-


recadar parcela do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana ficará proibi-
do de receber transferências voluntárias da União.

COMENTÁRIO
Como exceção, deve-se observar o § 3º, do art. 11, que anota que: para fins da aplicação
das sanções de suspensão de transferências voluntárias constantes desta Lei Complemen-
tar, excetuam-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência social

29. (CESPE/MPE-CE/ANALISTA MINISTERIAL/ADMINISTRAÇÃO/2020) Determinado es-


tado da Federação não promoveu a instituição, a previsão e a efetiva arrecadação de
todos os impostos de sua competência constitucional em 2019. A respeito dessa situa-
ção hipotética, julgue o item subsecutivo.

Nos termos da LRF, esse estado está impossibilitado de receber transferências voluntá-
rias da União em 2020.

GABARITO
27. a
28. C
29. E

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Anderson Ferreira de Oliveira.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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