Você está na página 1de 66

LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

Artigo 15º

“A Sociedade tem o direito de exigir que todo


agente público preste contas de sua
administração.”

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão

França / 1789

1
ÍNDICE

1. Contexto Histórico
2. Objetivos
3. Princípios
4. Planejamento
5. Receitas
6. Despesas
7. Dívida e Endividamento
8. Transparência
9. Fiscalização

2
CONTEXTO HISTÓRICO

• Desequilíbrio Fiscal;

• Gastos sistematicamente superiores às


receitas;

• Assunção de compromissos que sabia-se de


antemão não podiam ser honrados.

3
CONSEQÜÊNCIAS

• Endividamento crescente;

• Elevação da taxa de juros;

• Aumento da carga tributária;

• Comprometimento da capacidade de investimento


dos governos;

• Inflação.

4
INFLUÊNCIA EXTERNA

Grã-Bretanha

Estados Unidos

México

Peru

Argentina
Nova Zelândia

5
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

• Estabelece normas de finanças públicas voltadas


para a responsabilidade na Gestão Fiscal

• É um código de conduta para os administradores


públicos que passarão a obedecer normas e
limites para administrar as finanças, prestando
contas de quanto e como gastam os recursos da
sociedade

6
PRESSUPOSTOS

• Ação planejada e transparente

• Busca do equilíbrio das contas públicas

• Cumprimento de metas de resultado entre


receitas e despesas

LRF – Art. 1º, § 1º 7


PRESSUPOSTOS

• Limites e condições para:


- Renúncia de receita
- Despesas com pessoal
- Dívidas Consolidada e Mobiliária
- Operações de Crédito
- Concessão de garantias
- Inscrição em Restos a Pagar

LRF – Art. 1º, § 1º 8


OBJETIVO

Disciplinar a gestão dos recursos públicos

atrelando maior responsabilidade aos seus

gestores.

9
PRINCÍPIOS

• Planejamento

• Transparência

• Controle

• Participação popular

• Eficiência

• Legalidade

• Accountability

10
ABRANGÊNCIA

Federação

União Estados

Legislativo Legislativo
TCU TCE

Executivo Executivo

Judiciário MPF MPE Judiciário

Municípios
Legislativo Executivo
TCM
11
PLANEJAMENTO

• Plano Plurianual – PPA

• Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO

• Lei Orçamentária Anual – LOA

12
PLANO PLURIANUAL – PPA

Constituição Federal – Art. 165

• Diretrizes, objetivos e metas para o período


quadrienal;

• Despesas de capital;

• Programas de Duração Continuada (qualquer um


cuja duração ocorra por mais de um exercício);

• Prazo: entre o 2º ano de mandato até o 1º ano do


mandato subseqüente.

CF – Art. 165, § 1º 13
LEI DE DIRETRIZES
ORÇAMENTÁRIAS – LDO

• Compreenderá as metas e prioridades da


Administração Pública;

• Despesas de capital para o exercício subseqüente;

• Orientará a elaboração da Lei Orçamentária Anual;

• Disporá sobre alterações na Legislação Tributária;

• Estabelecerá a política de aplicação da agências


oficiais de fomento.

CF – Art. 165, § 2º 14
LEI DE DIRETRIZES
ORÇAMENTÁRIAS – LDO

• Disporá sobre:

- O equilíbrio entre receitas e despesas;

- Critérios e forma de Limitação de empenho;

- Controle de custos;

- Avaliação de resultado dos programas


financiados com recursos do orçamento;

- Exigências para transferências para entidades


públicas e privadas.
LRF – Art. 4º 15
LDO – ANEXO DE METAS FISCAIS

Metas para o exercício a que se referirem e para os dois


seguintes (trienal):

• Receitas;

• Despesas;

• Resultado Nominal (diferença entre todas as


receitas arrecadadas e despesas totais);

• Resultado Primário (receitas menos despesas,


excluídos os encargos);

• Montante da Dívida Pública.

LRF – Art. 4º - Munic. c/ menos de 50 mil habit: a partir de 2005 16


LDO – ANEXO DE RISCOS FISCAIS

• Avaliação dos Passivos Contingentes e outros riscos


capazes de afetar as contas públicas.

- Prováveis despesas decorrentes de decisões


judiciais pendentes

- Restrições no ambiente econômico

- Contestações judiciais sobre cobrança de


tributos

LRF – Art. 4º - Munic. c/ menos de 50 mil habit: a partir de 2005 17


LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL – LOA

O projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) para a União,

Estados, Distrito Federal e Municípios deverá ser

elaborado respeitando as diretrizes e prioridades

estabelecidas na LDO e os parâmetros e limites fixados

na Lei de Responsabilidade Fiscal.

LRF – Art. 5º 18
LOA – EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
E CUMPRIMENTO DE METAS

Mecanismos de Controle :
• Programação financeira e cronograma de
desembolso (estabelecidos pelo Poder Executivo
até 30 dias após a publicação do orçamento);
• Relatório Resumido da Execução Orçamentária
(bimestral)
• Relatório de Gestão Fiscal (quadrimestral)
• Demonstração do Poder Executivo, perante o
Legislativo do cumprimento das metas fiscais –
(fev, mai, set)

LRF – Art. 8º 19
LOA – EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
E CUMPRIMENTO DE METAS

Se ao final de um bimestre, verificar-se que a realização da


receita poderá não comportar o cumprimento das metas de
resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de
Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público,
promoverão nos 30 dias subseqüentes, limitação de
empenho segundo critérios estabelecidos na Lei de
Diretrizes Orçamentárias – LDO.

Alerta – Art. 59, inciso I

LRF – Art. 9º 20
RECEITA PÚBLICA

À União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios

cabe instituir, prever e efetivamente arrecadar todos os

tributos de sua competência constitucional.

Pena : proibição de receber transferências voluntárias.

LRF – Art. 11 21
RENÚNCIA DE RECEITAS

• Desistência do recebimento de certos tributos ou


parcela deles.

• Há renúncia se o ente concede anistia, isenta ou reduz


tributo de sua competência que deveria ser pago pelo
beneficiado.

• Requer demonstração do impacto orçamentário-


financeiro (montante de receitas que deixarão de ser
arrecadadas) em três exercícios (o de vigência e os
dois próximos).

LRF – Art. 14 22
RENÚNCIA DE RECEITAS

• Deve estar de acordo com as previsões sobre


renúncias contidas na LDO;

• Deve ser demonstrado que não afetará as metas


fiscais;

• Devem ser demonstradas medidas de compensação


(caso afetar as metas fiscais) pelo aumento das
receitas de tributos ou diminuição das despesas (ou
combinação de ambos).

LRF – Art. 14 23
DESPESA PÚBLICA

Serão consideradas não autorizadas, irregulares


e lesivas ao patrimônio público a geração de
despesa ou a assunção de obrigação que não
atenda o disposto nos artigos 16 e 17.

LRF – Art. 15 24
DESPESAS

As despesas decorrentes da criação, expansão ou


aperfeiçoamento da ação governamental serão
acompanhadas de:

• demonstração de estimativa do respectivo impacto


orçamentário-financeiro (custos) para o exercício em
vigor e nos dois seguintes;

• declaração do ordenador de despesa indicando e


identificando a existência de dotação orçamentária
suficiente.

LRF – Art. 16 25
DESPESAS

• declaração do ordenador de despesas de que o aumento


de despesas está em consonância com o PPA (quando
for o caso) e com a LDO;

• parâmetros (premissas) e metodologia de cálculo


utilizada para estimativas dos gastos com cada criação,
expansão e aperfeiçoamento de ação governamental.

 São condições prévias para empenho e licitação de


serviços, fornecimento de bens ou execução de obras e
também para a desapropriação de imóveis urbanos.

LRF – Art. 16 26
DESPESAS OBRIGATÓRIAS
DE CARÁTER CONTINUADO

• Constituem obrigações decorrentes de norma legal


específica (medida provisória ou lei diversa da lei do
orçamento) ou de ato administrativo normativo;

• As despesas devem ter natureza de despesas correntes


(manutenção dos serviços existentes);

• Os dispêndios de recursos públicos serão investidos


durante, pelo menos, dois exercícios.

LRF – Art. 17 27
DOCC - EXIGÊNCIAS

• demonstração de estimativa do respectivo impacto


orçamentário-financeiro (custos) para o exercício em
vigor e nos dois seguintes e guardar compatibilidade
com o PPA e as regras da LDO;

• demonstração da origem dos recursos para o custeio da


despesa;

• não podem afetar as metas anuais de resultados


previstas para o exercício e dois seguintes;

LRF – Art. 17 28
DOCC - EXIGÊNCIAS

• requer medidas de compensação em relação às


receitas a serem utilizadas (só podem ser executadas
quando estas medidas entrarem em vigor);

• conter as premissas e metodologia de cálculo utilizadas


para as medidas de compensação.

LRF – Art. 17 29
DESPESA COM PESSOAL

Art. 169 – “a despesa com pessoal ativo e inativo da União,

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não

poderá exceder os limites estabelecidos em lei

complementar”.

CF – Art. 169 30
DESPESAS COM PESSOAL

Somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos,


os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos,
cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros
de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais
como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis,
subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e
pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas-extras e
vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como
encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às
entidades de previdência.

LRF – Art. 18 31
DESPESAS COM PESSOAL

São nulos de pleno direito os atos que provoquem aumento


de despesa com pessoal e não atendam:

• autorização na Lei de Diretrizes Orçamentárias;

• prévia dotação orçamentária;

• a observância aos limites estabelecidos na LRF;

• estimativa de impacto financeiro-orçamentário no


exercício e nos dois seguintes;

LRF – Art. 21 32
DESPESAS COM PESSOAL

Também são nulos de pleno direito os atos que provoquem


aumento de despesa com pessoal e não atendam:

• declaração do ordenador de despesas quanto à previsão


e compatibilidade com os objetivos, diretrizes, metas e
prioridades do PPA, LDO e LOA;

• acima do limite específico, quando se tratar de despesas


com inativos;

• nos 180 dias precedentes ao final do mandato do titular


do Poder ou Órgão.

LRF – Art. 21 33
DESPESAS COM PESSOAL – LIMITES

1. Na esfera federal :

Total do Limite na Esfera Federal 50,0%

a) Legislativo, incluído o Tribunal de Contas


2,5%
da União

b) Judiciário 6,0%

c) Executivo 40,9%

d) Ministério Público da União 0,6%

LRF – Art. 20, I 34


DESPESAS COM PESSOAL – LIMITES

2. Na esfera estadual :

Total do Limite na Esfera Estadual 60,0%

a) Legislativo, incluído o Tribunal de Contas


3,0%
do Estado

b) Judiciário 6,0%

c) Executivo 49,0%

d) Ministério Público dos Estados 2,0%

LRF – Art. 20, II 35


DESPESAS COM PESSOAL – LIMITES

3. Na esfera municipal :

Total do Limite na Esfera Municipal 60,0%

a) Legislativo, incluído o Tribunal de Contas


6,0%
do Município, quando houver

b) Executivo 54,0%

LRF – Art. 20, III 36


DESPESAS COM PESSOAL
– CONTROLE

• Deve ser considerado o somatório das despesas


efetuadas nos últimos 12 meses, incluindo-se o mês de
referência;

• Devem ser consideradas as despesas empenhadas,


independentemente do pagamento (regime de
competência);

• Será apurada a cada quadrimestre (abril, agosto e


dezembro), salvo os Municípios com menos de 50 mil
habitantes que fizerem opção pela apuração semestral.

LRF – Art. 18, § 2º 37


CONSEQÜÊNCIAS DA
EXTRAPOLAÇÃO DOS LIMITES

CARACTE-
NÍVEL CONSEQÜÊNCIAS
RIZAÇÃO
90% do limite
Tribunal de Contas emitirá documento de
Alerta máximo para o
alerta.
Poder ou Órgão

LRF – Art. 59, § 1º, II 38


CONSEQÜÊNCIAS DA
EXTRAPOLAÇÃO DOS LIMITES

CARACTE-
NÍVEL CONSEQÜÊNCIAS
RIZAÇÃO
Vedações:
- concessão de aumento, reajuste,
vantagem ou qualquer outro tipo de
benefício a seus servidores, exceto revisão
anual geral e as concessões decorrentes de
95% do limite sentença judicial ou determinação legal ou
Prudência máximo para o contratual;
Poder ou Órgão - contratação de horas-extras (salvo
situações previstas na LDO);
- criação ou provimento de cargos, exceto
em casos de vacância nas áreas de
educação, saúde e segurança (atividades
essenciais).

LRF – Art. 22, § único 39


CONSEQÜÊNCIAS DA
EXTRAPOLAÇÃO DOS LIMITES

CARACTE-
NÍVEL CONSEQÜÊNCIAS
RIZAÇÃO
Conseqüências:
- imperativa adequação aos limites,
podendo o Poder ou Órgão reduzir
Despesa total temporariamente a jornada de trabalho,
com Pessoal com redução proporcional dos vencimentos
Acima do supera limite (art. 23, § 2º);
Limite máximo
- prazo de 8 meses (dois quadrimestres,
Máximo estabelecido
contados a partir daquele em que for
para o Poder ou
constatado o excesso) para retorno a
Órgão
percentual inferior ao limite máximo (ajuste).
- pelo menos 1/3 do excesso deve ser
eliminado no primeiro quadrimestre.

LRF – Art. 23 40
CONSEQÜÊNCIAS DA
EXTRAPOLAÇÃO DOS LIMITES

Ultrapassado o limite máximo sem readequação no


prazo de 8 meses, o ente fica impedido de:

• Receber transferências voluntárias;

• Obter garantias, direta ou indiretamente; de


outro ente;

• Contratar operações de crédito.

LRF – Art. 23, § 3º 41


DÍVIDA E ENDIVIDAMENTO

Dívida Pública Consolidada ou Fundada –

Montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações


financeiras, inclusive as decorrentes de emissão de títulos,
do Estado, do Distrito Federal ou do Município, assumidas
em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da
realização de operações de crédito para amortização em
prazo superior a 12 (doze) meses, dos precatórios judiciais
emitidos a partir de 5 de maio de 2000 e não pagos durante
a execução do orçamento em que houverem sido incluídos,
e das operações de crédito, que, embora de prazo inferior a
12 (doze) meses, tenham constado como receitas no
orçamento.
Resolução nº 40/2001, Art. 1º – Senado Federal 42
DÍVIDA E ENDIVIDAMENTO

Dívida Consolidada Líquida –

Dívida consolidada deduzidas as disponibilidades de caixa,


as aplicações financeiras e os demais haveres financeiros.

Dívida Pública Mobiliária –

Dívida pública representada por títulos emitidos pela União,


inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e
Municípios.

LRF – Art. 29, II 43


DÍVIDA E ENDIVIDAMENTO

Operação de Crédito –

Compromisso financeiro assumido em razão de mútuo


(empréstimo), abertura de crédito, emissão e aceite de
título, aquisição financiada de bens, recebimento
antecipado de valores provenientes da venda a termo de
bens e serviços, arrendamento mercantil e outras
operações assemelhadas, inclusive com o uso de
derivativos financeiros.

LRF – Art. 29, III 44


DÍVIDA E ENDIVIDAMENTO

Concessão de garantia –
Compromisso de adimplência de obrigação financeira ou
contratual assumida por ente da Federação ou entidade a ele
vinculada.

Refinanciamento da Dívida Mobiliária –


Emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da
atualização monetária.

Receita Corrente Líquida –


Somatório das diversas receitas e das transferências correntes,
deduzidos as parcelas previstas no art. 2º, IV da LRF.

LRF – Art. 29, IV e V 45


PRINCIPAIS VEDAÇÕES

É vedado:
• Recebimento antecipado de valores de empresas em
que o Poder Público detenha, direta ou indiretamente, a
maioria do capital social com direito a voto;

• Assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou


operação assemelhada, com fornecedor de bens,
mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou
aval de títulos de crédito;

• Assunção de obrigação, sem autorização orçamentária,


com fornecedores para pagamento a posteriori de bens e
serviços.

LRF – Art. 37 46
OPERAÇÕES DE CRÉDITO
PRINCIPAIS VEDAÇÕES

É vedada:
• a contratação de operação de crédito nos 180 dias
anteriores ao final do mandato do chefe do Poder
Executivo do Estado, do Distrito Federal ou do Município,
excetuando-se da vedação o refinanciamento da dívida
mobiliária;
• a contratação de operações de crédito por tomador que
esteja inadimplente com instituições do sistema
financeiro nacional;
• a contratação de operação de crédito em que seja
prestada garantia ao Estado, ao Distrito Federal ou ao
Município por instituição por ele controlada.

Resolução nº 43/2001, Arts. 15, 16 e 17 – Senado Federal 47


LIMITES DA DÍVIDA
E DO ENDIVIDAMENTO

ITENS ESTADOS MUNICÍPIOS

Dívida Consolidada 2,0 vezes a RCL 1,2 vezes a RCL

Operação de Crédito em
16% da RCL 16% da RCL
cada Exercício
Montante das Garantias
22% da RCL 22% da RCL
Prestadas
Comprometimento anual
com Amortização, Encargos 11,5% da RCL 11,5% da RCL
e juros
Saldo devedor com
7% da RCL 7% da RCL
Operações de ARO

Resoluções nº 40 e 43/2001 – Senado Federal 48


RECONDUÇÃO DA DÍVIDA
AOS LIMITES

Ao final do exercício de 2001 até o final do décimo quinto


exercício financeiro, ou seja, 2016, deverão ser observadas
as seguintes condições:

• o excedente em relação aos referidos limites apurado ao


final do exercício de 2001 deverá ser reduzido, no
mínimo, à proporção de 1/15 a cada exercício financeiro;

Resolução nº 40/2001, Art. 4º – Senado Federal 49


RECONDUÇÃO DA DÍVIDA
AOS LIMITES

• para fins de acompanhamento da trajetória de ajuste dos


limites, a relação entre o montante da dívida consolidada
líquida (DCL) e a receita corrente líquida (RCL) será
apurada a cada quadrimestre e consignada no Relatório
de Gestão Fiscal (municípios com menos de 50 mil
habitantes podem optar por fazê-lo semestralmente);

• o limite apurado anualmente após a aplicação da


redução de 1/15 será registrado no Relatório de Gestão
Fiscal.

Resolução nº 40/2001, Art. 4º – Senado Federal 50


RECONDUÇÃO DA DÍVIDA
AOS LIMITES

Exemplo de uma Prefeitura que apresente em 31.12.2014 a


seguinte situação :

• Dívida pública consolidada de $ 16.700.000,00

• Disponibilidade financeira de $ 2.000.000,00

• Receita corrente líquida (RCL) no período igual a


$ 7.000.000,00

Resolução nº 40/2001, Art. 4º – Senado Federal 51


RECONDUÇÃO DA DÍVIDA
AOS LIMITES

Dívida consolidada do Município $ 16.700.000,00


(-) Disponibilidades Financeiras (Ativo Financeiro) $ 2.000.000,00
(=) Dívida Consolidada Líquida (DCL) $ 14.700.000,00

Limite de Endividamento (1,2 vezes a RCL) $ 8.400.000,00

Endividamento Apurado (DCL / RCL) 2,10


Excesso de Endividamento
(2,10 – 1,20 = 0,90)
(ou 14.700.000 – 8.400.000 = 6.300.000)
Retorno ao Limite (0,90 ÷ 15 anos) sobre RCL 6 % ao ano

Amortização até 31/12/05 (0,06 x RCL) $ 420.000,00

Resolução nº 40/2001, Art. 4º – Senado Federal 52


RECONDUÇÃO DA DÍVIDA
AOS LIMITES

Enquanto perdurar o excesso, ente que nele houver


incorrido:

• Estará proibido de realizar operação de crédito, inclusive


por antecipação da receita, ressalvado o refinanciamento
do principal atualizado da dívida mobiliária;

• Obterá resultado primário necessário a recondução da


dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas,
limitação de empenho.

LRF – Art. 31, § 1º 53


IMPORTANTE

A Resolução nº 20/2003 do Senado Federal ampliou em 4


(quatro) quadrimestres o prazo estipulado para o
cumprimento dos limites para a dívida consolidada. Assim:

• de 1º de janeiro de 2003 a 30 de abril de 2005, ficou


suspensa a obrigatoriedade de cumprimento dos limites
e condições estabelecidos pela Resolução nº 40, de
2001, do Senado Federal;

• em 1º de maio de 2005, os Estados, o Distrito Federal e


os Municípios deveriam estar ajustados aos limites
fixados ou à trajetória de redução da dívida, conforme o
caso.
Resolução nº 20/2003 – Senado Federal 54
RESTOS A PAGAR

Constituem Restos a Pagar as despesas


empenhadas e não pagas até o dia 31 de
dezembro, distinguindo-se as processadas das
não processadas.

(Lei 4.320/64 – Art. 36)

Lei 4.320/64 – Art. 36 55


RESTOS A PAGAR

É vedado ao titular de Poder ou órgão, nos últimos dois


quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de
despesa que não possa ser integralmente cumprida dentro
dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício
seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa
para este feito.

Na determinação da disponibilidade de caixa serão


considerados os encargos e despesas compromissados a
pagar até o final do exercício.

LRF – Art. 42 56
TRANSPARÊNCIA

São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos


quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios
eletrônicos de acesso ao público:

• os planos, os orçamentos e Leis de Diretrizes


Orçamentárias – audiências públicas;

• as prestações de contas e o respectivo parecer prévio –


disponibilização para consulta;

LRF – Art. 48 57
TRANSPARÊNCIA

• o Relatório Resumido da Execução Orçamentária –


publicado até 30 dias após o encerramento de cada
bimestre;

• o Relatório de Gestão Fiscal – ao final de cada


quadrimestre (municípios com menos de 50 mil
habitantes podem optar pelo período semestral) ;

• as versões simplificadas desses documentos.

LRF – Art. 48 58
RELATÓRIO RESUMIDO DA
EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

Deve ser publicado até 30 dias após o encerramento de


cada bimestre e composto de :

• Balanço Orçamentário;

• Demonstrativos da execução das receitas e despesas;

• Despesas por função e subfunção.

LRF – Art. 52 59
RELATÓRIO RESUMIDO DA
EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

Acompanham o Relatório demonstrativos relativos a :


• apuração da receita corrente líquida, sua evolução,
assim como a previsão de seu desempenho até o final
do exercício;
• receitas e despesas previdenciárias;
• resultados nominal e primário;
• despesas com juros;
• restos a pagar, detalhando, por Poder e órgão, os
valores inscritos, os pagamentos realizados e o
montante a pagar.

LRF – Art. 53 - Munic. c/ menos de 50 mil habit: semestral 60


RELATÓRIO DE
GESTÃO FISCAL

Deve ser emitido ao final de cada quadrimestre pelos


titulares dos Poderes e órgãos e conterá:
I. Comparativo com os respectivos limites, dos seguintes
montantes:
• despesa total com pessoal, distinguindo a com
inativos e pensionistas;
• dívidas consolidada e mobiliária;
• concessão de garantias;
• operações de crédito, inclusive por antecipação
de receita.

LRF – Art. 54 e 55 - Munic. c/ menos de 50 mil habit: semestral 61


RELATÓRIO DE
GESTÃO FISCAL

II. indicação das medidas corretivas adotadas ou a


adotar, se ultrapassado qualquer dos limites;
III. demonstrativos, no último quadrimestre:
• do montante das disponibilidades de caixa em
trinta e um de dezembro;
• da inscrição em Restos a Pagar;
• do cumprimento das restrições impostas as
operações de crédito dispostas no inciso II e na
alínea b do inciso IV do art. 38.

LRF – Art. 54 e 55 - Munic. c/ menos de 50 mil habit: semestral 62


PRESTAÇÃO DE CONTAS

As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo


incluirão, além das suas próprias, as dos Presidentes dos
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do
Ministério Público, as quais receberão parecer prévio,
separadamente, do respectivo Tribunal de Contas no prazo
de 60 dias (se outro não estiver estabelecido na C.E. e
L.O.M.)

Importante: exceto para municípios que não sejam capitais


ou tenham menos de 200 mil habitantes (180 dias).

LRF – Art. 56 e 57 63
FISCALIZAÇÃO DA GESTÃO FISCAL

O Poder Legislativo, os Tribunais de Contas e o controle


interno de cada Poder e do Ministério Público fiscalizarão o
cumprimento da LRF com ênfase no que se refere a:
• Atendimento das metas estabelecidas na LDO;
• Limites e condições para realização de operações de
crédito e inscrições em Restos a Pagar;
• Medidas adotadas para o retorno da despesa total com
pessoal ao respectivo limite;
• Providências tomadas para recondução dos montantes
das dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos
limites.
LRF – Art. 59 64
FISCALIZAÇÃO - ALERTAS

Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos quando


constatarem:

• a possibilidade de a realização da receita poderá não


comportar o cumprimento das metas estabelecidas na LDO;

• que o montante da despesa com pessoal ultrapassou 90%


do limite;

• que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das


operações de crédito e da concessão de garantias
encontram-se acima de 90% dos respectivos limites;

LRF – Art. 59, § 1º 65


FISCALIZAÇÃO - ALERTAS

Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos quando


constatarem:
• que os gastos com inativos e pensionistas encontram-se
acima do limite definido em lei;
• fatos que comprometam os custos ou os resultados de
programas ou indícios de irregularidades na gestão
orçamentária.

LRF – Art. 59, § 1º 66

Você também pode gostar