Você está na página 1de 2

ORDEM FINANCEIRA

FINANÇAS PÚBLICAS

 CONCEITO DE FINANÇAS PÚBLICAS: correspondem à atividade


econômica do Estado responsável pela obtenção de receitas públicas, pela
realização de despesas públicas, pela gestão da dívida pública e pelo
controle da Economia pelo fluxo da moeda. O Direito se encarrega de
estudar, principalmente receita, despesa e dívida; a Economia estuda mais
o controle de Economia por meio da ação estatal.

 CLASSIFICAÇÃO DAS RECEITAS PÚBLICAS

I) Quanto à periodicidade
- Receita Ordinária: é a receita habitual do Estado e que permite ao
administrador programar uma despesa futura. Dentre as receitas do Estado, a receita
tradicional/habitual por excelência são os impostos.
- Receita Extraordinária: é a receita excepcional do Estado, eventual e
episódica, não permitindo planejamento. No caso dos tributos, o imposto extraordinário
de guerra, que somente nesse caso poderá ser instituído pela União, é uma exceção,
não permitindo que sejam programadas despesas contando com isso.

II) Quanto à origem


- Receita Originária: advém do exercício de atividade econômica pelo
Estado (ex. lucro das empresas estatais como CEF, BB, Petrobrás)
- Receita Derivada: a atividade econômica exercida pela iniciativa privada,
mas o Estado tributa e afere receita.

III) Quanto à natureza


- Receita Corrente: toda a Receita Ordinária (originária ou derivada), que
está permanentemente entrando nos cofres públicos, via tributação ou lucro de atividade
econômica desenvolvida pelo Estado por meio das estatais
- Receita de Capital: receita não natural, “forçada” pelo Estado e
relacionada ao endividamento público. Existem três receitas de capital, todas exigindo
autorização legislativa (Congresso, Assembleia Legislativa ou Câmara de Vereadores):
 Títulos da dívida pública
 Operações de crédito
 Alienação de bem público
 CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS PÚBLICAS

- Despesas Correntes: ligadas à manutenção/ custeio da máquina pública


- Despesa de Capital: ligadas à ampliação da máquina pública

 REGRAS DE EQUILÍBRIO DAS CONTAS PÚBLICAS:


Devem ser adotadas quando o cenário for de gastos maiores do que arrecadação
 proibição de aumento de impostos em caráter imediato
 identificar quais despesas públicas podem ser diminuídas
 proibição de obtenção de receita de capital mediante alienação de bem público
para saldar despesa corrente (Receita de Capital é vinculada à Despesa de
Capital)

*Observação: o chefe do Executivo faz um exercício no mês de agosto, elaborando


o projeto de lei orçamentária que vai mandar para o Poder Legislativo (Princípio da
Legalidade Orçamentária: administrador só vai poder gastar o dinheiro público naquilo
que a lei orçamentária tiver previsto). Fará uma estimativa dos impostos que serão
pagos.

 PEDALADA FISCAL E IMPEACHMENT


O TC identificou desrespeito a três regras de responsabilidade fiscal:
a) Erro de cálculo ao projetar a receita corrente (ofensa ao § 3º, do
art 2º, da LC 101/2000)
b) Realização de operação de crédito sem autorização legal
c) Utilização da receita de capital decorrente da operação de crédito
para pagar despesa corrente.

 LIMITE DE GASTOS COM O FUNCIONALISMO


Estabelecido pela EC 19/1998, conhecida como “emenda da reforma
administrativa”. Modificou o artigo 169 da CR, posteriormente regulamentado pelo artigo
18 e seguintes da Lei de Responsabilidade Fiscal LRF (LC 101/2000)
 União: máximo de 50% da receita corrente líquida
 Estados, Municípios e DF: máximo de 60% da receita corrente líquida

 LIMITE PRUDENCIAL, ESTABELECIDO PELA LRF:


Corresponde a 95% do limite total; atingido esse percentual, artigo 22, da LRF,
impõe medidas a serem tomadas, entre as quais:
 proibição de pagamento de hora extra para servidores
 proibição de concessão de aumento (é diferente de reajuste, que é reposição
da inflação do período)
 proibição de provimento de cargos públicos pela convocação dos aprovados
em um concurso público.

 LIMITE TOTAL: art. 169, § 3º, da CR, prevê medidas a serem adotadas
pelo administrador público se ultrapassado o limite total de despesas
 cortar, no mínimo, 20% das despesas com cargos de comissão e funções de
confiança
 exonerar os servidores não-estáveis (protegendo o concursado estável)
 exonerar os servidores estáveis

Você também pode gostar