PROJETO 80/20

Administração Financeira e Orçamentária

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Neste bloco, será trabalhado o conteúdo da Lei de Responsabilidade Fiscal, que é a

Lei Complementar n. 101/2000.
A LRF é bastante cobrada nas provas. Ela conta com setenta e cinco artigos, sendo
alguns deles voltados para o controle da administração, além de trazer uma outra parte
contábil, que diz respeito à escrituração. Ao relacionar o edital com a própria lei, perce-
be-se que a banca cobrou praticamente toda a lei.
No edital, são cobrados os seguintes temas: planejamento; receita pública; despesa
pública; transferências voluntárias; destinação de recursos públicos para o setor pri-
vado; dívida e endividamento; gestão patrimonial; transparência, controle e fiscalização;
disposições preliminares, finais e transitórias.
Só não são cobradas as disposições preliminares, previstas nos arts. 1º e 2º, até
porque são conceitos muito básicos. Para otimizar, além das disposições preliminares,
também não será trabalhada a parte de planejamento, que trata da LDO e LOA.
5m

1. (CESPE/EBSERH/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2018) O município que deixar de arrecadar

parcela do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana ficará proibido de
receber transferências voluntárias da União.

Está correto. Segundo o art. 11 da LRF, para que o ente seja responsável, ele precisa instituir,
prever e arrecadar todos os tributos.

Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a

instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência
constitucional do ente da Federação.
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente
que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.
Com base na Lei n. 4.320, o tributo se divide em três espécies: imposto, taxa e contribuição
de melhoria. Contudo, o parágrafo único foca em apenas uma espécie de tributo, que é o
imposto.
Quem deixar de instituir, prever e arrecadar imposto, além de não ser responsável, deixará
de receber transferências voluntárias, por isso a questão está certa.

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2. (CESPE/MPE-CE/ANALISTA MINISTERIAL/ADMINISTRAÇÃO/2020) Determinado estado

da Federação não promoveu a instituição, a previsão e a efetiva arrecadação de todos os
impostos de sua competência constitucional em 2019.

A respeito dessa situação hipotética, julgue o item subsecutivo.

Nos termos da LRF, esse estado está impossibilitado de receber transferências voluntárias
da União em 2020.

Como ele deixou de prever e arrecadar todos os impostos, além de o estado ser irresponsável,
ele fica impedido de receber transferências voluntárias, mas somente no ano em que ele
foi irresponsável, ou seja, apenas em 2019, não em 2020.
10m

3. (CESPE/CEBRASPE/PGDF/TÉCNICO JURÍDICO/ÁREA APOIO ADMINISTRATIVO/2021)

Com base nos conceitos e nas aplicações da Lei de Responsabilidade Fiscal e na Lei
Complementar de Finanças Públicas (Lei n.º 4.320/1964), julgue os itens seguintes.

Segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, uma das condições para promover renúncia de
receita é a aplicação de medidas de compensação por meio de redução de despesas.

Está incorreto. A compensação é uma possibilidade de renúncia de receita, mas não por
redução de despesa, apenas por meio de aumento de despesa.
A redução de despesa é uma condição quando se fala no art. 17 da LRF, que trata das
despesas obrigatórias de caráter continuado.
Dentre as condições para que seja possível realizá-la, é necessário indicar a fonte de receita.
Uma delas é a redução permanente de despesa. A renúncia de receita está amparada no
art. 14 e possui outros requisitos:

Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária

da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do
impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e
nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo
menos uma das seguintes condições: (Vide ADI 6357)
I – demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa
de receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas
de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;
II – estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no
caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, am-
pliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.

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Em suma, existem três requisitos: estimativa do impacto orçamentário-financeiro no

exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes; atender ao disposto na lei
de diretrizes orçamentárias e seguir pelo menos uma das condições acima.
15m
É possível ignorar todos esses requisitos quando houver uma redução de receita relacionada
a impostos sobre importação, exportação, produto industrializado ou operações financeiras.
Além dos impostos, é preciso levar em consideração quando o valor a receber é menor do
que o custo para recebê-lo. Nesse caso, o débito do terceiro é cancelado e o Estado abre
mão dessa receita sem maiores problemas.

4. (CESPE/CEBRASPE/PG-DF/ANALISTA JURÍDICO/ADMINISTRAÇÃO/2021) Em determinado

ano, a média de receita corrente líquida de determinado ente federativo municipal foi
de 1 milhão de reais, não computado o valor de indenização por demissão pago a um
dos servidores da prefeitura, no montante de 100 mil reais. No mesmo período, a média
da despesa com pessoal foi de 550 mil reais. A partir dessa situação hipotética, julgue o
próximo item, com base nas determinações da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Para fins da determinação do limite de despesa total com pessoal, o ente federativo municipal
deve determinar os mesmos percentuais da receita corrente líquida estabelecidos para os
demais entes federados.

Não, porque cada ente possui um percentual diferente. Os municípios possuem percentuais
diferentes dos estados, que, por sua vez, possuem percentuais diferentes da União.
O município pode gastar até 60% da receita corrente líquida, que é o mesmo percentual
dos estados e do DF, mas difere da União.
20m
Na União, de 50%, o Judiciário pode gastar até 6%, o Legislativo pode gastar até 2,5%, o
Ministério Público pode gastar até 0,6% e o Poder Executivo pode gastar 40,9%.
Nos estados, o Judiciário possui 6%, o Legislativo possui 3%, o Ministério Público possui
2% e o Executivo possui 48%. Por fim, nos municípios, o Legislativo pode gastar até 6% e
o Executivo pode gastar até 54%.

5. (CESPE/CEBRASPE/PG-DF/ANALISTA JURÍDICO/ADMINISTRAÇÃO/2021) Em determinado

ano, a média de receita corrente líquida de determinado ente federativo municipal foi
de 1 milhão de reais, não computado o valor de indenização por demissão pago a um
dos servidores da prefeitura, no montante de 100 mil reais. No mesmo período, a média
da despesa com pessoal foi de 550 mil reais. A partir dessa situação hipotética, julgue o
próximo item, com base nas determinações da Lei de Responsabilidade Fiscal.

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As penalidades previstas aos entes que descumprem o limite de despesa total com pessoal
incluem o impedimento para a realização de quaisquer operações de crédito.

Se a receita corrente líquida de determinado ente, como o município, for de 1 milhão, ele
pode gastar até 60% desse valor, ou seja, 600 mil. 550 mil está abaixo do limite total, então
a questão está incorreta.
O limite prudencial é de 95%. Quem ultrapassa esse limite sofre as sanções do art. 22, já
quem ultrapassa o limite legal de 100% é chamado de excedente e tem dois quadrimestres
para eliminar esse excesso e reduzir pelo menos um terço dele.
Acima dos 90%, o ente entra em um limite de alerta, que é emitido pelo Tribunal de Contas.
Quem continua excedente mesmo após o fim do prazo determinado, além das sanções do
art. 22, também sofre as sanções do art. 23.
No art. 22, estão as sanções impostos a quem ultrapassar o limite de despesa, que é o limite
prudencial de 95%.

Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20

será realizada ao final de cada quadrimestre. Parágrafo único. Se a despesa total
com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por cento) do limite, são vedados ao
Poder ou órgão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso:
I – concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a
qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal
ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição.
II – criação de cargo, emprego ou função;
III – alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
IV – provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer
título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de ser-
vidores das áreas de educação, saúde e segurança;
V – contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do § 6º do art.
57 da Constituição e as situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias.
25m Para quem ultrapassa o limite legal, ou seja, o excedente, e não alcança a redução
no prazo, as sanções são outras:
Art. 23 § 3º Não alcançada a redução no prazo estabelecido e enquanto perdurar o
excesso, o Poder ou órgão referido no art. 20 não poderá (LC 178/2021):
I – receber transferências voluntárias;
II – obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
III – contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao pagamento da
dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal (LC 178/2021).
As penalidades previstas incluem realizar operações de crédito, mas não quaisquer, pois
existem ressalvas. É possível, sim, fazer a contratação de crédito em algumas situações.

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6. (CESPE/CEBRASPE/PG-DF/ANALISTA JURÍDICO/ADMINISTRAÇÃO/2021) Em determinado

ano, a média de receita corrente líquida de determinado ente federativo municipal foi
de 1 milhão de reais, não computado o valor de indenização por demissão pago a um
dos servidores da prefeitura, no montante de 100 mil reais. No mesmo período, a média
da despesa com pessoal foi de 550 mil reais. A partir dessa situação hipotética, julgue o
próximo item, com base nas determinações da Lei de Responsabilidade Fiscal.

O município cumpriu a lei ao não computar o valor pago a título de indenizações ao servidor
demitido no cálculo da receita corrente líquida.

O município agiu corretamente. O art. 19 trata das despesas pessoais que não são computadas:
Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, NÃO serão computadas
as despesas:

I – de indenização por demissão de servidores ou empregados;

II – relativas a incentivos à demissão voluntária;
III – com “hora extra” em convocação extraordinária do CN (revogado pela
EC 50/2006)
IV – decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da
apuração a que se refere o § 2º do art. 18;
V – com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima, custeadas
com recursos transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da
Constituição e do art. 31 da Emenda Constitucional no 19;
VI – com inativos e pensionistas, ainda que pagas por intermédio de unidade ges-
tora única ou fundo previsto no art. 249 da Constituição Federal, quanto à parcela
custeada por recursos provenientes: (Redação dada pela LC n. 178, de 2021)
a. da arrecadação de contribuições dos segurados;
b. da compensação financeira de que trata o § 9º do art. 201 da Constituição;
c. de transferências destinadas a promover o equilíbrio atuarial do regime de pre-
vidência, na forma definida pelo órgão do Poder Executivo federal responsável pela
orientação, pela supervisão e pelo acompanhamento dos regimes próprios de pre-
vidência social dos servidores públicos. (Redação dada pela LC n. 178, de 2021)
O município de fato cumpriu a lei ao não computar o valor de indenização por demissão
pago ao servidor da prefeitura.

7. (CESPE/CEBRASPE/PGDF/TÉCNICO JURÍDICO/ÁREA: APOIO ADMINISTRATIVO/2021)

Com base nos conceitos e nas aplicações da Lei de Responsabilidade Fiscal e na Lei
Complementar de Finanças Públicas (Lei n.º 4.320/1964), julgue os itens seguintes.

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Se a despesa total com pessoal exceder 95% do limite de um poder ou órgão, aplica-se a
ele, como sanção, a suspensão da revisão geral anual dos servidores.

Está incorreto. Há um limite legal de 100%, um limite prudencial de 95% e um limite alerta
de 90%.
30m
Ao ultrapassar o limite prudencial, o ente sofre as penalidades do art. 22. Ao ultrapassar
o limite legal, ocorre o excesso e o ente recebe um prazo de até dois quadrimestres para
reduzi-lo. Além disso, ele se enquadra nas sanções dos arts. 22 e 23.
A suspensão da revisão geral anual dos servidores é uma ressalva, uma exceção. Essa
revisão é permitida, pois não representa um aumento efetivo, apenas uma correção para
fins de inflação.

8. (CEBRASPE/TCE RJ/TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO/2022) Quanto às transferências

voluntárias, julgue os itens seguintes.

Os recursos destinados pelo Ministério da Saúde ao Sistema Único de Saúde (SUS), a qualquer
título, integram o rol de transferências voluntárias.

Está incorreto. As transferências podem ser obrigatórias ou voluntárias. As transferências

obrigatórias são aquelas dadas por determinação constitucional ou legal ou recursos para
o Sistema Único de Saúde.
Os recursos destinados ao SUS são transferências obrigatórias, não voluntárias. Para que
sejam voluntárias, é necessário atender os requisitos do art. 25.

9. (CEBRASPE/PGDF/PROCURADOR/2022) À luz da CF e da jurisprudência do STF, julgue

os próximos itens, a respeito da Lei Complementar n.º 101/2000 – Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF).

É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que descumpra requisitos

essenciais da responsabilidade na gestão fiscal, tais quais a instituição, a previsão e a efetiva
arrecadação de todos os tributos da respectiva competência constitucional.

Não são todos os tributos, apenas os impostos.

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10. (CEBRASPE/TCE RJ/TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO/2022) Quanto às transferências

voluntárias, julgue os itens seguintes.

Caso o estado do Rio de Janeiro, por meio de convênio com um grupo de prefeituras,
comprometa-se a destinar verbas para melhoria do sistema educacional, tal destinação
de recursos, sem imposição legal, deverá ser reconhecida como uma redução da receita
estadual.
35m

Essa não deve ser considerada uma redução da receita do estado, pois não é uma dedução.
Para o estado, essa é uma despesa. Quando os recursos chegam ao grupo de prefeituras,
representam uma receita para ele.
A transferência é voluntária, já que foi feita sem imposição legal. Na transferência voluntária,
quem transfere realiza uma despesa e quem recebe registra uma receita.

GABARITO
1. C

2. E

3. E

4. E

5. E

6. C

7. E

8. E

9. E
10. E

��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Anderson Ferreira.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela
leitura exclusiva deste material.

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