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RECEITA PÚBLICA

Entende-se por Receita Pública todo e qualquer recolhimento feito aos cofres públicos,
seja em dinheiro ou em outro bem representativo de valor que o governo tem direito de
arrecadar em virtude de leis, contratos, convênios ou quaisquer outros títulos que seja
procedente de alguma finalidade específica, cuja arrecadação lhe pertença. A principal
finalidade da Receita Pública é atender as Despesas Públicas.
A Receita Pública também é entendida como o conjunto de ingressos financeiros,
provenientes de Receitas Orçamentárias ou próprias e Extra-Orçamentárias ou de terceiros,
que produzirão acréscimos ao patrimônio da instituição, seja União, Estados, Municípios ou
Distrito Federal, suas autarquias e fundações. A arrecadação da Receita Pública é feita por
várias formas: Agentes Públicos que são as repartições do governo e por Agentes Privados
que são os bancos autorizados a fazer o recolhimento. As Instituições Públicas estão
subordinadas à questão financeira, ou seja, aos recebimentos efetuados aos cofres públicos.
Portanto, a Receita Pública se sujeita ao efetivo recebimento pelos cofres públicos, isto é, para
o atendimento à disposição legal que diz: “Pertencem ao exercício financeiro: I – as receitas
nele arrecadadas.”
As Receitas Públicas por convenção contábil são vislumbradas por regime de caixa, ou
seja, será considerada receita ganha, quando for recebida. Têm sua classificação econômica
dividida em Receitas Correntes e Receitas de Capital.

RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS

Receitas Correntes

As Receitas Correntes são compostas pelas seguintes receitas: Tributária,


Contribuições, Patrimonial, Agropecuária, Industrial, Serviços e as provenientes de recursos
financeiros recebidos de outras pessoas de Direito Público ou Privado destinadas a atender as
despesas correntes. Classificação das Receitas Correntes:
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1. Receitas Tributárias;
2. Receitas de Contribuições;
3. Receita Patrimonial;
4. Receita Agropecuária;
5. Receita Industrial;
6. Receitas de Serviços;
7. Transferências Correntes e
8. Outras Receitas Correntes.

Receitas Tributárias: Trata-se de cobrança de impostos, taxas e contribuições de melhoria.


Conceitua-se como a resultante da cobrança de tributos pagos pelos contribuintes em razão de
suas atividades, rendas, propriedades e dos benefícios diretos recebidos do Estado. A respeito
de tributos podemos fazer as seguintes citações.
Art. 9 da Lei n 4.320/64.
“Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de Direito Público,
compreendendo os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria nos termos da
Constituição e das leis vigentes em matérias financeiras destinando-se o seu produto ao
custeio de atividades gerais ou específicas exercidas por essas entidades.”

Receitas de Contribuições: As cobranças de contribuições sociais e econômicas visam à


manutenção dos programas de serviços sociais, sindicais, previdenciários e outros de interesse
coletivo.

Receita Patrimonial: É decorrente do resultado financeiro obtido do patrimônio público, ou


seja, de bens móveis e imóveis ou advindas de participação societária ou de superávits
apurados das operações de alienações de bens patrimoniais. Geralmente ao classificar essas
receitas, há uma preposição em considerá-las como Receita de Capital, surgindo um misto de
dificuldade e incerteza. Para sanar esta dificuldade, precisamos estabelecer como deve ser
entendida a Receita Patrimonial. Ela classifica-se aqui como a arrecadação de renda
proveniente da utilização de bens imóveis, como por exemplo: aluguéis, arrendamentos, foros,
ou da aplicação de valores imobiliários, tais como: juros, dividendos e participações.

Receitas Agropecuárias: Provenientes das atividades ou explorações agropecuárias


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(produção vegetal, animal e derivados, beneficiamento, ou transformações desses produtos,


em instalações nos próprios estabelecimentos).

Receita Industrial: É decorrente de atividades industriais exploradas pelo Ente Público.

Receita de Serviços: Receitas Correntes que originam de serviços de comércio, transporte,


comunicação, financeiros, hospitalares, armazenagem, recreativos e culturais. Classificam as
arrecadações e as mais diversas cobranças de tarifas e taxas não tributárias.

Transferências Correntes: São as receitas recebidas de outras pessoas de direito público,


inclusive as de origem constitucional [CF, arts, 157 ao 159 e 162] ou legal [convênios e
semelhantes] ou advindas de pessoas privadas, quando destinadas a atender a despesas de
manutenção e funcionamento, nas condições estabelecidas pelos repassadores ou pela própria
administração da entidade e que se destinam a atender a despesas correntes.

Outras Receitas Correntes: São as receitas provenientes de multas, juros de mora,


indenizações, restituições e da cobrança da Dívida Ativa.

Receitas de Capital

As Receitas de Capital, também conhecidas como secundárias, resultam da efetivação


das operações de crédito, alienação de bens, amortização de empréstimos, transferências de
capital e outras receitas de capital. Destinam-se a cobertura de despesas de capital a título de
investimentos, com intitulação legal e decorrem de um fato permutativo, ou seja, que cria
acréscimo ao patrimônio público. A classificação da receita obedecerá ao seguinte esquema:

Operações de Crédito: São os recursos oriundos de contratos de constituição de dívidas, para


captação de recursos monetários, de bens ou serviços, por meio de empréstimos e
financiamentos internos ou externos, para acobertar a realização de projetos e atividades das
entidades públicas.
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Alienação de Bens: Como o próprio nome já diz, são os recursos obtidos de alienação ou
venda de bens patrimoniais móveis ou imóveis, ou seja, sua conversão em moeda corrente.

Amortização de Empréstimos concedidos: Refere-se aos valores recebidos como


pagamentos por empréstimos efetuados a outras entidades de direito público ou privado,
destinados a atender a despesas classificáveis em Despesas de Capital.

Transferências de Capital: São os recursos financeiros recebidos de outras entidades de


Direito Público ou Privado, destinados a atender a gastos classificados em despesas de capital,
ou seja, aquisição de bens.

Outras Receitas de Capital: São as receitas de capital que constituirão uma classificação
genérica que não se enquadram em nenhuma das fontes anteriores ou que não estejam
especificadas em lei. Deve-se observar que o superávit do orçamento corrente, isto é,
diferença positiva entre as receitas e despesas correntes, embora não constitua item
orçamentário, é computado com a receita de capital por ocasião da apuração do resultado
orçamentário.
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CODIFICAÇÃO DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA

A codificação existe para organizar as Receitas Públicas, tendo o objetivo de auxiliar


os gestores públicos na tomada de decisão, base para o fluxo de caixa, programação financeira
e previsão estimativa orçamentária.
Está previsto na Lei Federal N°. 4.320/64, que orienta as tabelas explicativas a serem
aprovadas pelas Leis Orçamentárias, onde se identificam as receitas na seguinte ordem:
Categoria Econômica, Fonte, Alínea e Subalínea.
“Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de
operações de crédito autorizadas em lei.”
    “ Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de
crédito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas
compensatórias, no ativo e passivo financeiros.”
“Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3. desta lei serão
classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas
arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no
Orçamento”. Art. 57 Lei Federal 4.320/64.
Discriminação
Código Orçamentário Especificação
Econômica
Categoria 1.000.00.00 Receita Corrente
Econômica
Fonte 1.100.00.00 Receita Tributária
Subfonte 1.110.00.00 Impostos
Rubrica 1.113.00.00 Impostos S/Produção e Circulação
Alínea 1.113.02.00 ICMS
Subalínea 1.113.02.01 Parte do Estado
Subalínea 1.113.02.02 Parte do Município
Quadro 1 - Sinótico da Classificação Econômica da Receita
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A discriminação da Receita Orçamentária tem como base as fontes econômicas de sua


geração, com exceção das transferências entre órgão e esfera de governo, cuja classificação é
feita atualmente conforme o destino dos recursos (para aplicações correntes ou para aplicação
de capital).

Outro Exemplo para comparar com o quadro anterior.

1 2 1 3
. . . 0.
Receita Corrente
Receita de Contribuições
Contribuições Sociais
Contribuições dos Empregados /
trabalhadores para a Seguridade Social.

O ORÇAMENTO DE MINAS GERAIS


 O Governo de Minas terá em 2011 um orçamento da ordem de R$ 45 bilhões, dos quais R$
12,27 bilhões serão aplicados na área social. Para investimentos da administração direta e das
empresas controladas pelo Estado estão previstos R$ 10,1 bilhões. Esses números constam do
projeto de lei encaminhado à Assembleia Legislativa, na última quinta-feira (30).
Segundo a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), a proposta foi elaborada
em consonância com a Revisão do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 2008-
2011 e com o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI), de forma a assegurar o
alinhamento estratégico do Governo do Estado. Os parâmetros econômicos utilizados para a
estimativa de receita e despesa para 2011 foram os mesmos utilizados pelo Governo Federal,
que consideraram crescimento do país em 5,5% e inflação (IPCA) de 4,5%.

Orçamento Fiscal

O Orçamento Fiscal do Estado de Minas Gerais proposto para 2011 estima a receita e fixa a
despesa em R$ 44.998.615.907,00. Do total da receita fiscal prevista para o exercício, 97%
correspondem às receitas correntes e 3% às receitas de capital. A estimativa de receita
tributária corresponde a 78% das receitas correntes, enquanto as operações de crédito deverão
ser responsáveis por 36% das receitas de capital.
Como principal receita estadual, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação
(ICMS) tem a arrecadação estimada em R$ 28,05 bilhões, representando crescimento de 16%
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comparado com 2010.  Já as Receitas de Capital somam R$ 1,27 bilhão, sendo que as receitas
provenientes de operações de crédito, transferências de capital e amortizações de empréstimos
são os principais componentes desta categoria.
Dos R$ 45 bilhões previstos para despesas, 87,2% são para despesas correntes, 11,8%
despesas de capital e 1% destinado à Reserva de Contingência. As despesas de pessoal e
encargos sociais correspondem a 43% do total da despesa do orçamento.
As Outras Despesas Correntes e as transferências constitucionais aos municípios participam
com 24% e 22% da despesa corrente, respectivamente. As transferências a municípios,
estimadas em R$ 8,67 bilhões, prevêem crescimento de 17%, ou R$ 1,2 bilhão a mais que o
orçado para 2010 e são decorrentes de determinação constitucional, constituídas de parcelas
do ICMS, do IPVA, do IPI, da Cide e da Dívida Ativa e Multas e Juros de Mora do ICMS e
IPVA.
Os investimentos e as inversões financeiras, no montante de R$ 4,13 bilhões, representam
78% das Despesas de Capital, e destinam-se, basicamente, aos setores de transporte, saúde,
segurança pública, educação e fundos de desenvolvimento. Os investimentos realizados por
meio do Orçamento Fiscal têm previsão de R$ 3,03 bilhões, dos quais, 59,32%, ou seja, R$
1,80 bilhão destina-se aos projetos estruturadores.  No total serão destinados aos 56 projetos
estruturadores R$ 4,86 bilhões, entre investimentos e custeio.
Investimentos na área social

Serão dedicados à área social R$12,27 bilhões, R$ 450 milhões a mais quando comparado
com o ano de 2010. Educação, saúde e segurança pública contarão com recursos da ordem de
R$10,9 bilhões.
Também houve incremento de 20% nas aplicações em saúde nas regiões
Jequitinhonha/Mucuri e Norte de Minas quando comparado a 2010. Serão investidos R$ 510
milhões.
Empresas Controladas
O Estado realizará, por meio das suas empresas controladas, investimentos da ordem de R$
6,00 bilhões oriundos de recursos decorrentes de suas atividades e de operações de crédito
contratadas diretamente pelas mesmas. Os investimentos da Companhia Energética de Minas
Gerais (Cemig), da Cemig Distribuição S/A, da Cemig Geração e Transmissão S/A e
da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) representam 91,5% do total do
orçamento de investimento, aplicando esses recursos em projetos de infraestrutura básica
como geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, abastecimento de água, sistema
de esgoto e saneamento ambiental. As demais empresas respondem por 8,5% do Orçamento
de Investimento de 2011.
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BIBLIOGRAFIA

ANGÉLICO, João. Contabilidade Pública. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1995.

KOHAMA, Heilio; Contabilidade Pública: Teoria e Prática. 10ª ed. 2006.

KOHAMA, Heilio; KOHAMA, Nellida Acconci. Balanços Públicos: Teoria e Prática.


2ª ed. 2000.

LIMA, Diana Vaz; CASTRO, Róbison Gonçalves. Contabilidade Pública: Integrando


União, Estados e Municípios. 1ª ed. 2004.

http://www.agenciaminas.mg.gov.br/, acesso em: 23/09/2011

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