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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

PROCESSO DE ARRECADAÇÃO DE RECEITAS

DOMINGOS JÚLIO FELICIANO – 708192014

Curso: Licenciatura em Administração Pública


Disciplina: Contabilidade Orçamental
Ano de Frequência: 3º Ano

Nampula, Julho, 2021


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

PROCESSO DE ARRECADAÇÃO DE RECEITAS

DOMINGOS JÚLIO FELICIANO - 708192014

Curso: Licenciatura em Administração Pública


Disciplina: Contabilidade Orçamental
Ano de Frequência: 3º Ano

Nampula, Julho, 2021


Índice

Introdução ........................................................................................................................................ 4

Conceito de Receitas Publica .......................................................................................................... 5

Tipos de Receitas Publicas .............................................................................................................. 5

Receitas Correntes ........................................................................................................................... 5

Receita Tributária ............................................................................................................................ 6

Receita de Contribuições ................................................................................................................. 6

Transferência Corrente .................................................................................................................... 7

Receitas Patrimoniais ...................................................................................................................... 7

Receitas De Capital ......................................................................................................................... 7

Venda de bens de investimento ....................................................................................................... 8

Activos Financeiros ......................................................................................................................... 8

Passivos Financeiros ........................................................................................................................ 8

Processo de Arrecadação de Receitas .............................................................................................. 8

Conclusão ...................................................................................................................................... 10

Referência bibliográfica ................................................................................................................ 11


Introdução

O presente individual da cadeira de Contabilidade Orçamental, que tem como tema: o


Processo de Arrecadação da Receita. No entanto, o trabalho, tem vista abordar sobre vários
conceitos que relacionam com o tema, na qual o Processo de Arrecadação de Receita e a única
maneira de ingressar dinheiro aos cofres do Estado para atendimento de suas finalidades é
através da arrecadação de receitas. Essa arrecadação que só é possível num ambiente de
estabilidade política, económica e social.

Para a realização do trabalho foi usada a pesquisa bibliografia, que consistia na consulta e
exploração de diferentes obras dos conteúdos que relação com o tema. O tem relevância tem
um abordagem relevante e sua aplicação na área de recursos humanos.

O trabalho, obedece a seguinte estrutura: introdução, desenvolvimento, conclusão e respectiva


referência bibliográfica.
Conceito de Receitas Publica

Segundo a Lei 9/2002, 12 de Fevereiro, são Receitas Públicas todos os recursos monetários ou
em espécie, independentemente da sua origem ou natureza, desde que esteja à disponibilidade
do Estado, com excepção daqueles recursos cujo o Estado é mero depositário temporário.

Para Pereira (2010), define a Receitas Públicas como abrangendo todas as somas em dinheiro
ou recursos equivalentes, cujos beneficiários é o Estado ou uma entidade pública
administrativa, e que tem como finalidade principal satisfazer as necessidades financeiras e
outros fins públicos relevantes.

Sousa Franco (2012), p.299) diz que as Receitas Públicas podem ser assim genericamente
definidas como qualquer recurso obtido durante um dado período financeiro, mediante o qual
o sujeito público pode satisfazer as despesas públicas que estão a seu cargo.

Portanto, se faz necessário a entrada de verba monetária junto aos cofres públicos visando
atender o cumprimento dos serviços municipais e estatais, estes que já devem estar
previamente arrolados como despesas no orçamento anual de cada ente tributante.

Tipos de Receitas Publicas

A Lei nº 4.320/64 classificou a receita pública em duas categorias econômicas: Receitas


Correntes e Receitas de Capital.

Receitas Correntes

As Receitas Publica São os ingressos de recursos financeiros oriundos das atividades


operacionais, para aplicação em despesas correspondentes, também em atividades
operacionais, correntes ou de capital, visando o atingimento dos objetivos constantes dos
programas e ações de governo.

De acordo com a Lei nº 4.320/64, as Receitas Correntes serão classificadas nos seguintes
níveis de subcategorias econômicas: (redação alterada conforme retificação publicada no
Diário Oficial da União – 29.06.2004).
Receita Tributária

Ribeiro (1997, p. 143), As Receitas Tributarias São os ingressos provenientes da arrecadação


de impostos, taxas e contribuições de melhoria. Dessa forma, é uma receita privativa das
entidades investidas do poder de tributar: União, Estados, Distrito Federal e os Municípios.

O Código Tributário Nacional define tributo no art. 3º como “toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” e
define suas espécies da seguinte forma:

 Impostos - É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente
de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
 Taxa – As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição”;
 Contribuição de Melhoria – A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos
Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra
valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite
individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado”.

Receita de Contribuições

A receita de contribuição É o ingresso proveniente de contribuições sociais, de intervenção no


domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como
instrumento de intervenção nas respectivas áreas. Suas espécies podem ser definidas da
seguinte forma:

 Contribuições sociais: são destinadas ao custeio da seguridade social,


compreendendo a previdência social, a saúde e a assistência social;
 Contribuições de Intervenção no domínio econômico: é deriva da contraprestação à
atuação estatal exercida em favor de determinado grupo ou coletividade.
 Contribuições de Interesse das categorias profissionais ou econômicas: são
destinadas ao fornecimento de recursos aos órgãos representativos de categorias
profissionais legalmente regulamentadas ou a órgãos de defesa de interesse dos
empregadores ou empregados.

Receita de Serviços

Sousa Franco (2012, p.51 ), Receitas de Serviços é o ingresso proveniente da prestação de


serviços de transporte, saúde, comunicação, portuário, armazenagem, de inspeção e
fiscalização, judiciário, processamento de dados, vendas de mercadorias e produtos inerentes
à atividade da entidade e outros serviços.

Transferência Corrente

Ribeiro (1997, p. 253), Transferência Corrente é o ingresso proveniente de outros entes ou


entidades, referentes a recursos pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou
entidade transferidora, efetivados mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem
qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas correntes.

Receitas Patrimoniais

Ribeiro (1997, p.246), as Receitas Patrimoniais podem ainda provir das explorações
industriais ou comerciais do Estado. Efectivamente, o estado explora certas indústrias e
comércios, uma vez em que o monopolio outras em concorências com os pariculares.

Pereira (2010, p.214), por sua vez definem as receitas patrimoniais como recitas efectivas
provenientes do património mobiliário e imobiliário do estado, podendo assumir carácter
corrente ou extraordinário.

Receitas De Capital

Receita de Capital São os ingressos de recursos financeiros oriundos de atividades


operacionais ou não operacionais para aplicação em despesas operacionais, correntes ou de
capital, visando ao atingimento dos objetivos traçados nos programas e ações de governo.

Na qual, são denominados Receita de Capital porque são derivados da obtenção de recursos
mediante a constituição de dívidas, amortização de empréstimos e financiamentos e/ou
alienação de componentes do ativo permanente, constituindo-se em meios para atingir a
finalidade fundamental do órgão ou entidade, ou mesmo, atividades não operacionais visando
estímulo às atividades operacionais do ente.
Venda de bens de investimento

A Venda de Bens de Investimento Compreende os rendimentos provenientes da alienação, a


título oneroso, de bens de capital que, na aquisição ou construção, tenham sido contabilizados
como investimento. Consideram-se neste capítulo as vendas de bens de capital em qualquer
estado, inclusive os que tenham ultrapassado o período máximo de vida útil. Este capítulo
desagrega-se em quatro grupos:

 Terrenos;
 Habitações;
 Edifícios;

Activos Financeiros

Compreende as receitas provenientes da venda e amortização de títulos do crédito,


designadamente obrigações e acções ou outras formas de participação, assim como as
resultantes do reembolso, a favor da autarquia, do valor da amortização de empréstimos
afectos aos serviços municipalizados ou subsídios reembolsáveis concedidos nos termos da
lei.

Passivos Financeiros

Como “Passivos Financeiros” consideram-se as receitas provenientes da emissão de


obrigações e de empréstimos contraídos a curto e a médio e longo prazo.

Processo de Arrecadação de Receitas

Segundo a Circular nº 01/GAB-MF/2010, para Arrecadação de Receitas, desde o agente


arrecadados, até os valores entrarem, nos cofres do estado obedecem o seguinte fluxograma:

 Registo da legislação que estabelece a receita no Modelo de elaboração Orçamental e


criação dos classificadores orçamentais que individualiza cada receita;
 Publicidade adequada a legislação que fixa o tarifário para a cobrança de cada receita;
 Previsão de recolha de receita e sua inscrição no Modelo de Elaboração Orçamental no
processo de elaboração do orçamento;
 Alinhamento das classificações da célula orçamental de receita no sistema de
administração financeira do estado com a classificação;
 Aprovação do Orçamento do Estado e sua disponibilização no modelo de execução
orçamental;
 Cobrança de receita e sua canalização individualizada pelo órgão ou instituição
gerador da receita;
 Entrega da receita cobrada através da guia do modelo B devidamente preenchido pelo
órgão ou instituição gestora de facto gerador na Direcção da Área Fiscal/Unidade
Gestora Competente;
 Registo da receita da Direcção da Área Fiscal/ Unidade Gestora Competente e
certificação da entrega;
 Transferência da receita da conta bancária da Direcção da Área Fiscal/ Unidade
Gestora Competente para a conta única do tesouro;
 Emissão do Modelo 51 e verificação rigorosa da exactidão das classificações e
valores, digitados no Modelo 51, pelo funcionário diferente daquele que os digitou,
confrontandoos com os dados do relatório de receitas que lhe deu origem;
 Envio do modelo 51 a Direcção Provincial de Plano e Finanças/ Direcção Nacional do
Tesouro;
 Emissão e envio de Memorando comprovativo do montante recolhido pela Direcção
Geral de Administração Tributária para órgão ou instituição gestora do facto gerador
da receita para efeito de monitoria das classificações e valores restado;
 Registo da receita no Modelo de Execução Orçamental pela direcção Provincial de
Plano e Finanças/ Direcção Nacional do Tesouro e emissão da Guia Recolhimento
com a copia para o Departamento de Administração e Finanças/ Unidade Grandes
Contribuinte, para efeitos de monitoria das classificações e valores registados;
 Monitoria diária do modelo de execução orçamental pelo órgão ou instituição gestor
do facto gerador para efeitos de certificação da correcta classificação, da data do
registo e da
 exactidão dos valores registados. Em caso de inexactidão, ou atraso no registo,
contactar a respectiva Direcção da Área Fiscal.

Para além dos donativos e financiamentos externos, a única maneira de ingressar dinheiro aos
cofres do Estado para atendimento de suas finalidades é através da arrecadação de receitas.
Essa arrecadação que só é possível num ambiente de estabilidade política, económica e social.
Conclusão

Após a conclusão do trabalho, conclui que a única maneira de ingressar dinheiro aos cofres do
Estado para atendimento de suas finalidades é através da arrecadação de receitas. Essa
arrecadação que só é possível num ambiente de estabilidade política, económica e social.
Deste modo, desde a independência nacional em 1975 o país vem encarrando vários desafios,
principalmente com a guerra civil dos 16 anos que veio negativar o processo de tributação e o
consequente desenvolvimento económico com a instabilidade instalada. Foi assim que o
Governo implementou uma série de reformas no sector económico e posteriormente no sector
administrativo que visavam maximizar e adequar a arrecadação da receita pela eficiente
tributação ao contexto actual da economia. Portanto, a receita pública teve um impacto
catalisador à mudança e ao sucesso na colecta dos dinheiros para os cofres do Estado
moçambicano.
Referência bibliográfica

FRANCO, Erima. Biblioteca do Contador: Contabilidade Geral. Rio de Janeiro. Financeiras.


Rio de Janeiro: 1989. v. 1. 265 p.

PEREIA P. T. et al (2010), Economia e Finanças Públicas. 3ª ed. Escolar. Editora. Lisboa.

Decreto nº 3.589, de 6 de setembro de 2000. Dispõe sobre o sistema de contabilidade federal e


dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder
Executivo, Brasília, DF, 8 set. 2000, Seção 1 , p. 1 1 2.

Lei nº 4.320, de 1 7 de março de 1 964. Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para
elaboração e contrôle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do
Distrito Federal. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Legislativo,
Brasília, DF, 23 mar. 1 964, Seção 1 , p. 2745. Retificação Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Poder Legislativo, Brasília, DF, 9 abr. 1 964, p. 31 95.

Lei Complementar nº 1 01, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças públicas


voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providencias. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 maio 2000, Seção 1, p. 1
.

República de Moçambique, Circular nº 01/Gab-MF (2010), Conceitos e Procedimentos


Relativos a Inscrição no Orçamento do Estado, Cobrança, Contabilização e Recolha de
receitas consignadas e próprias.

República de Moçambique, Constituição da República (2008) Lei nº 6/2008 3º Suplemento,


Série I, Número 39 de 29 de Setembro. Edicao Impressa Nacional de Moçambique (Maputo),
Regulamentado pelo Decreto Nº 23/2004 (SISTAFE).

República de Moçambique, Constituição da República, (2007), in Boletim da República, Lei


nº 169/2007, 9º Suplemento, Série I, Número 52 de 31 de Dezembro. Edição Impressa
Nacional de Moçambique(Maputo), Regulamentado pelo Decreto Nº 23/2004 (SISTAFE).

República de Moçambique, Constituição da República, (2013), in Boletim da República, Lei


nº 181/2013, Suplemento, Série I, Número 52 de 31 de Dezembro. Edição Impressa Nacional
de Moçambique (Maputo), Regulamentado pelo Decreto Nº 23/2004 (SISTAFE).

RIBEIRO, J.J.P (1997), Lições de Finanças Públicas. 5ª ed. Editora Coimbra.

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