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ORÇAMENTO

PÚBLICO

Professora: Clara Monise


Receita Pública
A receita pública classifica-se em dois grupos:

 Receitas Orçamentária;

 Receitas Extraorçamentárias.
RECEITAS
ORÇAMENTÁRIAS

São ingressos que estão


previstos no orçamento anual.
As receitas orçamentárias são os
recursos financeiros que o
governo tem a sua disposição
para pagar as despesas públicas.
Em geral, esses recursos vêm de
cinco origens principais. 
RECEITAS
ORÇAMENTÁRIAS
 Arrecadação própria de receitas tributárias,
de contribuições sociais e econômicas e de
receitas patrimoniais, agropecuárias,
industriais e de serviços.
 Receitas oriundas de operações de crédito;
 Receitas de transferências constitucionais.
 Receitas de transferências legais.
 Receitas de transferências voluntárias.
RECEITAS
ORÇAMENTÁRIAS
Cabe destacarmos que as receitas de
transferências constitucionais
correspondem às parcelas de receitas
federais ou estaduais repassados aos
Estados e municípios por mandamento
da Constituição Federal. A principal
transferência constitucional é a que
ocorre pelo chamado Fundo de
Participação – Fundo de Participação dos
Estados (FPE) e Fundo de Participação
do Municípios (FPM).
RECEITAS
ORÇAMENTÁRIAS
• Além do Fundo de Participação, os Estados e
municípios recebem outras transferências
constitucionais, como o Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (FUNDEB), do Imposto sobre
Operações Financeiras – Ouro (IOF – Ouro) e
do Imposto sobre Propriedade Territorial
Rural (ITR).

• Há, por fim, as transferências constitucionais


estaduais, que destinam parcelas de receitas
estaduais aos municípios do Estado.
RECEITAS
ORÇAMENTÁRIAS
• As receitas de transferências legais são os
repasses feitos aos Estados e municípios por
determinação de leis específicas e que não
requerem a celebração de convênios.

• As receitas de transferências voluntárias são os


repasses que os governos fazem mediante
convênio ou contrato de repasse, para a prestação
de determinados serviços ou realização de obras.
Classificação da
Receita Orçamentária
• No orçamento a receita apresenta menor quantidade
de quadros e demonstrativos do que a despesa, por
ser menos rígido seu controle.

• Não se exige prévia autorização orçamentária para


arrecadação das receitas tributárias e outras, basta
que estas tenham sido criadas por legislação
específica e serem estimadas no orçamento.

• É necessário ordená-las segundo classificações, por


serem os recursos orçamentários de variada natureza
e origem.
Classificação da Receita Orçamentária

NATUREZA DA RECEITA ORIGEM


(1) TRIBUTÁRIA
(2) DE CONTRIBUIÇÕES
(3) PATRIMONIAL
(4) AGROPECUÁRIA
CORRENTE (1)
(5) INDUSTRIAL
(6) DE SERVIÇOS
(7) TRANSFERÊNCIAS CORRENTES
(9)OUTRAS RECEITAS CORRENTES
(1) OPERAÇÕES DE CRÉDITO
(2) ALIENAÇÃO DE BENS
DE CAPITAL (2) (3) AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS
(4) TRANSFERÊNCIA DE CAPITAL
(5) OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL
Receitas
Correntes
São Receitas Correntes as receitas
tributárias, de contribuições,
patrimonial, agropecuária, industrial,
de serviços e outras e , ainda, as
provenientes de recursos financeiros
recebidos de outras pessoas “de
direito público e privado, quando
destinadas a atender despesas
classificáveis em Despesas
Correntes.” (§1º do art. 11, da Lei
Federal 4.320/64)
Receitas Correntes
Receita Tributária

Receita de Contribuições

Receita Patrimonial

Receita Agropecuária
RECEITA CORRENTE
Receita Industrial

Receita de Serviços

Transferências Correntes

Outras Receitas Correntes


Receitas Correntes
• Conceitua-se como resultante da cobrança de tributos pagos pelos contribuintes em
razão de suas atividades, suas rendas, suas propriedades e dos benefícios diretos e
Receita
Tributária
imediatos recebidos do Estado.

• é também uma fonte das receitas correntes, destinada a arrecadar receitas relativas a
Receita de contribuições sociais e econômica.
Contribuiçõe

• são fontes que se compõem de rendas provenientes, respectivamente, da utilização


de bens pertencentes ao Estado, como aluguéis, arrendamentos, foros, laudêmios,
Receitas
Patrimonial
juros, participações e dividendos.
Receitas Correntes
• são fontes que se compõem de rendas provenientes da produção vegetal,
Agropecuária
animal e de derivados

• são fontes que se compõem de rendas provenientes da indústria extrativa


Industrial mineral, de transformação e de construção

• são outra fonte das receitas correntes e se originam da prestação de serviços


comerciais, financeiros, de transporte, de comunicação e de outros serviços
Receitas de
Serviços diversos, bem como tarifa de utilização de faróis, aeroportuárias, de pedágio.
Receitas Correntes

• são outra fonte oriunda de recursos financeiros recebidos de


outras entidades de direito público ou privado e destinados ao
Transferências atendimento de gastos, classificáveis em despesas correntes.
Correntes

• também são fonte de receitas correntes originárias da cobrança


de multas e juros de mora, indenizações e restituições, receita da
Outras Receitas
correntes dívida ativa e receitas diversas.
Receitas de
Capital
“São Receitas de Capital as provenientes
da realização de recursos financeiros
oriundos da constituição de dívidas, da
alienação de bens e direitos, bem como
recursos recebidos de outras pessoas de
direito público ou privado, quando
destinadas a atender despesas
classificáveis em Despesas de Capital e,
ainda, o superávit do orçamento
corrente.” (§2º do art. 11, da Lei Federal
4.320/64)
Receitas de Capital
Operações de Crédito

Alienação de Bens

Amortização de Empréstimos
RECEITA DE CAPITAL
Transferências de Capital

Outras receitas de Capital


Receitas de Capital
• são fontes oriundas da realização de recursos financeiros advindos da constituição
de dívidas, através de empréstimos e financiamentos, que podem ser internas ou
Operações
de Crédito
externas.

• são outra fonte de receitas de capital, captadas através da venda de bens


Alienações patrimoniais móveis ou imóveis,
de Bens

• são fontes das receitas de capital, através das quais se recebem valores dados
Amortizações
de anteriormente por empréstimos a outras entidades de direito público.
Empréstimos
Receitas de Capital
• são outra fonte de recursos recebidos de outras entidades
de direito público ou privado, destinados a atender as
Transferências
de Capital
despesas classificáveis em Despesas de Capital.

• é uma fonte de receitas de capital destinada a arrecadar


outras receitas de capital que constituirão uma classificação
Outras Receitas
de Capital
genérica não enquadrável nas fontes anteriores.
Natureza da Receita A B C D. EF. GH

A B C D EF GH

Cat. Econ.

Origem

Espécie

RUBRICA

ALÍNEA

SUBALÍNEA
Classificação da
Receita Pública
• Origem – é a origem ou o fato gerador da receita:
tributária, de contribuições, patrimoniais, agropecuária,
de transferências, etc..
• Espécie – é o detalhamento da origem: se for tributária,
por exemplo, esse dígito esclarece se é de imposto, de
taxa ou de contribuição de melhoria.
• Rubrica – é o detalhamento da espécie: por exemplo, se
for receita de impostos, detalha se é o imposto sobre o
patrimônio e a renda, imposto sobre a circulação de
mercadorias, etc..
Classificação da
Receita Pública
• Alínea – é o detalhamento da rubrica: por
exemplo, se for receita de imposto sobre o
comércio exterior, esse código esclarece se é
imposto sobre a exportação ou sobre a importação,
etc..
• Subalínea – dá maior nível de detalhamento da
receita especificando aspectos relativos à entrada
do valor financeiro.
EX: CLASSIFICAÇÃO ORÇAMENTÁRIA DA RECEITA

1 1 1 2 04 10

CATEGORIA ECONÔMICA
Receita Corrente
ORIGEM
Receita Tributária
ESPÉCIE
Impostos
RUBRICA
Imposto Sobre Patrimônio Renda
ALÍNEA
Imp. S/ Renda e Prov. Qualquer Natureza
SUBALÍNEA
Pessoas Físicas

Fonte: STN
RECEITA
EXTRAORÇAMENTÁRIA

• A Receita Extraorçamentária, segundo


grupo da receita pública, compreende
os recolhimentos feitos que
constituirão compromissos exigíveis,
cujo pagamento independe de
autorização orçamentária e por
conseguinte, o Estado é obrigado a
arrecadar valores que, em princípio,
não lhe pertencem.
• Ex. : as cauções, as fianças, as
consignações e outras
ESTÁGIOS DA
RECEITA
a)Previsão;
b)Lançamento; e
c)Arrecadação e Recolhimento.
Previsão
Corresponde aos valores que a lei do
orçamento consignar, pois são
estimativas de receitas que se
originam de estudos de previsão,
antes de comporem o projeto de lei
orçamentária. É a inclusão na Lei
Orçamentária da previsão do
montante a ser arrecadado.
Lançamento
É o ato administrativo que Poder
Executivo utiliza, visando identificar e
individualizar o contribuinte ou o
devedor e os respectivos valores,
espécies e vencimentos.

Nessa fase o Estado constitui (lança) o


crédito tributário
• Por declaração
• De ofício
• Por homologação
Arrecadação e
Recolhimento
• Arrecadação é o ato em que são pagos os
tributos ou as diversas receitas ao agente
arrecadador. Entende-se como agentes
arrecadadores todas as repartições
competentes, na forma da lei, como:
delegacias fiscais, alfândegas, mesas de
rendas, coletorias, tesourarias e outras.

• O recolhimento é o ato que se relaciona


com a entrega dos valores arrecadados
pelos agentes arrecadadores ao Tesouro
Público.
Estágios da receita orçamentária

PREVISÃO

LANÇAMENTO

METODOLOGIA
ARRECADAÇÃO

UNIDADE DE
CAIXAS BANCOS RECOLHIMENTO
CAIXA

Fonte: STN
RECEITA PÚBLICA -
PARTICULARIDADES

Deduções da Receita Orçamentária

No âmbito da administração pública, a


dedução de receita orçamentária é utilizada
nas seguinte situações, entre outras:
 Recursos que o ente tenha a competência de
arrecadar, mas que pertencem a outro ente,
de acordo com legislação vigente;
 Restituição de tributos recebidos a maior ou
indevidamente.
RECEITA PÚBLICA -
PARTICULARIDADES

Renúncia de receita

O art. 14 da LRF trata especialmente da renúncia


de receitas.

§1º “A renúncia compreende anistia, remissão,


subsídio, crédito presumido, concessão de
isenção em caráter não geral, alteração de
alíquota ou modificação de base de cálculo que
implique redução discriminada de tributos ou
contribuições, e outros benefícios que
correspondam a tratamento diferenciado.”
RECEITA PÚBLICA -
PARTICULARIDADES

Renúncia de receita

Anistia – é o perdão da multa, que


visa excluir o crédito tributário na
parte relativa à multa aplicada pelo
sujeito ativo ao sujeito passivo, por
infrações cometidas anteriormente. A
anistia não abrange o crédito
tributário já em cobrança, em débito
para com a Fazenda, cuja incidência
também já havia ocorrido.
RECEITA PÚBLICA -
PARTICULARIDADES

Renúncia de receita

Remissão – é o perdão da dívida que se


dá em determinadas circunstâncias
previstas na lei, situação difícil que torna
impossível ao sujeito passivo solver o
débito, inconveniência do
processamento da cobrança dado o alto
custo não compensável com a quantia
em cobrança, probabilidade de não
receber.
RECEITA PÚBLICA -
PARTICULARIDADES

Renúncia de receita

Crédito Presumido – é aquele que


representa o montante do imposto
cobrado na operação anterior e objetiva
neutralizar o efeito de recuperação dos
impostos não cumulativos, pelo qual o
Estado se apropria do valor da isenção
na etapa subsequentes da circulação de
mercadorias.
RECEITA PÚBLICA -
PARTICULARIDADES

Renúncia de receita

Isenção – é a espécie mais usual de


renúncia e define-se como a dispensa legal,
pelo Estado, do débito tributário devido.

Modificação da base de cálculo – é o


incentivo fiscal por meio da qual a lei
modifica para menos sua base tributável
pela exclusão de quaisquer de seus
elementos constitutivos.
RECEITA PÚBLICA -
PARTICULARIDADES

Imposto de Renda Retido na Fonte

• A Constituição Federal, nos arts. 157, inciso I e 158,


inciso I, determina que pertençam aos Estados, Distrito
Federal e aos municípios o imposto de renda e
proventos de qualquer natureza, incidentes na fonte,
pagos por eles, suas autarquias e pelas fundações que
instituírem ou mantiverem.
• Desse modo, a contabilidade espelha o fato
efetivamente ocorrido: mesmo correspondendo à
arrecadação de um tributo de competência da União,
tais recursos não transitam por ela, ficando diretamente
com o ente arrecadador.
RECEITA PÚBLICA -
PARTICULARIDADES

FPM - Fundo de Participação dos Municípios

• O Fundo de Participação dos Municípios é uma


transferência constitucional (CF, Art. 159, I, b), da União
para os Estados e o Distrito Federal, composto de 22,5%
da arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI). A distribuição
dos recursos aos Municípios é feita de acordo com o
número de habitantes, onde são fixadas faixas
populacionais, cabendo a cada uma delas um
coeficiente individual.
• A Lei Complementar 62/89 determina que os recursos
do FPM serão transferidos nos dia 10, 20 e 30 de cada
mês sempre sobre a arrecadação do IR e IPI do decêndio
anterior ao repasse.
RECEITA PÚBLICA -
PARTICULARIDADES
REFERÊNCIAS
• BEZERRA FILHO, João Eudes. Orçamento Aplicado ao Setor Público: abordagem simples e
objetiva. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2013.
• SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL. Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor
Público. Ed. 9. Brasília, 2021.
• SANTOS, Rita de Cássia. Plano plurianual e orçamento público / Rita de Cássia Santos. –
Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES :
UAB, 2010.

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