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Olá! Boas-Vindas!
Cada material foi preparado com muito carinho para que você
possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de qua-
lidade!

Lembre-se: o seu sonho também é o nosso!

Bons estudos! Estamos com você até a sua aprovação!

Com carinho,

Equipe Ceisc. ♥

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Prof. Douglas Azevedo

Sumário

1. Conceitos básicos e definições sobre economia do trabalho e mercado de trabalho.............. 4


1.1. População ocupada .............................................................................................................. 5
1.2. Trabalho profissional e trabalho doméstico .......................................................................... 7
1.3. Orientação, formação e qualificação profissional ................................................................. 7
1.4. Atores no mercado de trabalho............................................................................................. 9
1.5. Mercado de trabalho formal e informal ................................................................................. 9
1.6. Agentes econômicos .......................................................................................................... 10
1.7. Trabalho e empresa............................................................................................................ 10

Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
concursos e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, recomenda-
se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.

Bons estudos, Equipe Ceisc.


Atualizado em fevereiro de 2024.

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1. Conceitos básicos e definições sobre economia do


trabalho e mercado de trabalho

Prof. Douglas Azevedo


@prof.douglasazevedo

Economia do trabalho refere-se ao estudo do mercado de trabalho e de suas dinâmicas.


Vale ressaltar que os conceitos e elementos deste estudo são históricos, ou seja, conforme as
sociedades vão evoluindo, novas demandas e particularidades surgem. Algumas questões atuais
são impensáveis para o contexto da Revolução Industrial, por exemplo. Em outras palavras, por
se tratar de um tema inserido em um sistema social e político, os elementos variáveis da socie-
dade, cultura e política sempre devem ser sempre analisados.
Neste universo, encontramos uma relação interessante entre três agentes distintos.
1. os trabalhadores - aqueles que vendem sua força de trabalho/tempo, buscando
sempre melhores condições (salariais e também de trabalho);
2. empresas - aquelas que, mediante atividade profissional organizada, produzem ou
circulam bens ou serviços visando obter lucros - são as responsáveis por contratar
os trabalhadores, direta ou indiretamente (terceirizações).
3. governo - terceiro agente na relação, o governo atua de diversas formas no mundo
do trabalho, seja por regulamentações legislativas, tributação, subsídios, interfe-
rência direta no mercado etc.

Assim, nesse tópico estudaremos questões como a distribuição de renda, a lógica da


oferta/demanda de trabalho, os efeitos do desemprego, qualificação e capacitação para ingresso
no mercado de trabalho etc.
Também cabe aqui destacar os setores do mercado:
Setor primário: agricultura, pesca etc.
Setor secundário: atividades de transformação de bens, logo, industrial.
Setor terciário: atividades voltadas para satisfazer necessidades de serviços que não se
transformam em algo material.

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1.1. População ocupada


O próprio IBGE fornece algumas definições importantes para o estudo do tema. Abaixo,
temos os conceitos e sua explicação:
População total: população residente no país
População em idade ativa (PIA) ou em idade para trabalhar: aqueles com 14 anos ou
mais. Há também a População em Idade Não Ativa (PINA).
População na força de trabalho (ou População Economicamente Ativa - PEA): São
pessoas ocupadas e as pessoas desocupadas no período de análise do IBGE. Trata-se do po-
tencial de mão de obra. A PEA é composta pela População Ocupada e População Desocupada.
População ocupada: pessoas que durante o período de análise do IBGE, tenham traba-
lhado ao menos uma hora completa em trabalhos remunerados ou não, seja em dinheiro ou em
mercadorias ou benefícios (roupas, aluguel, moradia etc.), e em não havendo remuneração, que
tenha contribuído com a atividade econômica de outra pessoa do mesmo domicílio.
• Aqui não se inclui aqueles que produzem ou prestam serviços para o próprio domi-
cílio; atividades de voluntariado; afazeres domésticos etc. - são os chamados tra-
balhadores invisíveis.

População temporariamente afastada: aqueles que não estão exercendo as atividades


acima narradas por motivos de férias, folha, licença maternidade etc.
População desocupada: pessoas que não estavam ocupadas durante o período de aná-
lise do IBGE, mas que tomaram alguma providência para tentar conseguir trabalho.
População fora da força de trabalho: aqueles em idade ativa que não estavam ocupa-
dos nem desocupados no momento da pesquisa (estudantes, presos etc.) ou aqueles que exer-
cem atividade por menos de uma hora na semana.
Taxa de participação na força de trabalho: Percentual de pessoas na força de trabalho
em relação às pessoas em idade de trabalhar. Aqui cabem algumas ressalvas interessantes
dentro da questão do gênero:
• a taxa de participação de homens é maior do que a feminina, isso por uma questão
cultural e estatística (atividades domésticas não são contabilizadas), muito embora
esse cenário esteja mudando;
• idosos enfrentam grandes estigmas caso tenham de retornar ao mundo do trabalho;

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Nível de ocupação: Percentual de pessoas ocupadas na semana de referência em rela-


ção às pessoas em idade de trabalhar.
Nível de desocupação: Percentual de pessoas desocupadas em relação às pessoas em
idade de trabalhar.
Taxa de desocupação: Percentual de pessoas desocupadas em relação às pessoas na
força de trabalho.
Para aprofundar o tema, vamos fazer uma análise dos tipos de desemprego:
Desemprego natural: quando a oferta e demanda de vagas de emprego encontram-se
alinhadas, contudo, não há interesse dos trabalhadores em preencher as vagas.
Existe ainda o chamado desemprego estrutural: aquele que costuma aumentar em épo-
cas de modernização da economia (novas tecnologias ou hábitos de consumo, por exemplo),
como por exemplo máquinas tornando a mão de obra humana obsoleta. Assim, existem vagas
(demanda), mas os trabalhadores (oferta) não possuem as habilidades necessárias para atuar.
O desemprego conjuntural (ou cíclico) é aquele associado a um momento específico
de uma sociedade (instabilidade política, crise econômica, guerra etc.). Não confundir com o
desemprego sazonal, que se refere àqueles segmentos que oferecem vagas somente em al-
guns meses (ou semanas do ano), como colheita de safras, por exemplo.
Vale destacar que é praticamente impossível existir uma população 100% empregada,
mesmo durante um período de grande crescimento econômico, pois sempre haverá aqueles
transitando entre empregos. Fala-se, portanto, na taxa natural de desemprego, a qual consiste
em indivíduos desempregados, seja temporariamente (mudança de emprego, pós-demissão
etc.) ou por estarem buscando o primeiro emprego.
O desemprego que ocorre quando um trabalhador está buscando outro emprego é cha-
mado de desemprego friccional. É visto como uma espécie de desemprego “saudável”. Aqui é
interessante notar como a ação governamental influencia as taxas de desemprego friccional, a
depender de políticas públicas (seguro-desemprego, capacitação profissional etc.).
Por sua vez, fala-se em pleno emprego quando todos aqueles aptos a trabalhar que es-
tejam buscando uma ocupação o encontram rapidamente, ou seja, a taxa de desemprego efetiva
é praticamente igual à taxa natural de desemprego.
Outra categoria interessante é a do subemprego, ou seja, a subutilização da mão de
obra. Pode ocorrer em virtude da insuficiência de demanda (como os mercados sazonais acima
mencionados). Conforme o IBGE, o subemprego pode ser por:

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1) pessoas subocupadas em virtude da trabalharem menos de 40 horas em uma se-


mana, mas que gostariam de trabalhar mais tempo;
2) pessoas sub-remuneradas em virtude de receberem menos do que um salário-mí-
nimo.

1.2. Trabalho profissional e trabalho doméstico


Trabalho profissional consiste nas atividades remuneradas por indivíduos em diversos se-
tores econômicos, sejam eles formais ou informais, remunerada ou não. É uma atividade mais
visível, pois tende a ocorrer em âmbito público.
Trabalho doméstico: é aquele realizado no âmbito residencial da pessoa ou da família e
que não gera lucro algum ao empregador. Temos como exemplo as faxineiras(os), cozinhei-
ras(os), cuidadores de idosos ou de crianças etc.
É uma atividade invisibilizada e desvalorizada, pois feita no âmbito privado, o que faz
pensar que não contribui para a economia. Isso sem contar com os demais problemas, como as
longas jornadas, ausência de reconhecimento, falta de proteção legal etc.
Vale lembrar que a atividade doméstica, segundo os critérios do IBGE, consiste em traba-
lho informal, caso não haja carteira assinada. Em havendo vínculo trabalhista, ou ainda caso a
pessoa exerça a atividade de forma habitual por mais de dois dias por semana, restará configu-
rado o vínculo, passando a se tratar de atividade formal (ou passível de formalização).

Atenção!
Neste tópico analisamos aqueles que exercem atividade doméstica para outros. Não resta
incluso no conceito de ocupação aquele trabalho (tanto formal como informal) realizado na pró-
pria casa da pessoa.

1.3. Orientação, formação e qualificação profissional


A economia e o mercado de trabalho estão interconectados com a orientação, formação
e qualificação profissional, pois referem-se aos processos pelos quais os trabalhadores adquirem
suas habilidades e competências para participação no mercado de trabalho. Naturalmente esse
aperfeiçoamento gera uma maior concorrência entre os trabalhadores, buscando sempre as me-
lhores vagas, e o tema também perpassa questões socioeconômicas como a desigualdade, mas
também reflete de forma contundente na economia, proporcionando crescimento econômico.

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Passemos a analisar os itens deste tópico.


Orientação profissional: refere-se ao processo de auxiliar indivíduos na identificação de
suas aptidões, interesses, valores e metas de carreira para uma melhor escolha de profissão ou
transição de carreiras. Processo muito importante para uma boa tomada de decisões, reduzindo
a incompatibilidade entre as necessidades das empresas com as habilidades de cada trabalha-
dor.
Formação profissional: processo que prepara indivíduos para desempenho de ativida-
des específicas em determinadas profissões. Este processo se inicia na educação básica e vai
sendo ampliado ao longo da vida do trabalhador, conforme estes buscam novas formações, no
intuito de melhorar sua empregabilidade.
A formação profissional busca desenvolver habilidades necessárias para o mercado de
trabalho, seja para o ingresso em uma vaga como também para a atualização do trabalhador,
em especial nos setores mais tecnológicos. É importante que a formação profissional esteja
acompanhando os avanços tecnológicos, para que o aprendizado se mantenha relevante.
Qualificação profissional: relacionada às competências que o indivíduo adquire ao longo
da formação e experiência profissional. Incluem conhecimentos técnicos, habilidades práticas,
soft skills e adaptação aos mais diversos contextos. Essencial para que os trabalhadores não se
tornem obsoletos em suas funções.
As formações e qualificações costumam ser comprovadas mediante certificações feitas
pelas instituições de ensino ou instituições técnicas responsáveis pelos cursos. Como mencio-
nado, são um fator essencial na empregabilidade, bem como aumenta a competitividade no
mercado de trabalho e influência progressão na carreira.
O principal problema, contudo, são as barreiras que impossibilitam muitos trabalhadores
de adquirirem as qualificações e formações, sejam elas financeiras ou culturais. Ressalta-se aqui
a importância de políticas públicas inclusivas.
Por fim, cabe ressaltar a influência da globalização no processo de aperfeiçoamento dos
trabalhadores, pois agora se exigem habilidades cada vez mais específicas, como a compreen-
são de outros idiomas e até mesmo de outras culturas.
Através da formação e qualificação é possível de se observar um impacto econômico po-
sitivo, com o aumento da produtividade e redução de desemprego, sobretudo o estrutural, reco-
locando trabalhadores em cargos mais tecnológicos.

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1.4. Atores no mercado de trabalho


Trabalhadores individuais - atores centrais - oferta de mão de obra: buscam condições
ideais no mercado de trabalho.
Empresas - empregadores no mercado de trabalho: influenciam dinâmicas salariais, con-
dições de trabalho, moldam demanda etc.
Sindicatos e associações: representam os interesses coletivos dos trabalhadores, nego-
ciam condições, salários e benefícios.
Governo e suas instituições: legislação trabalhista, programas de formação e educação e
políticas de segurança social.
Agências de contratação: auxiliam os trabalhadores a encontrarem empregos.
Mídia: molda a opinião pública.
Instituições de ensino: preparação do indivíduo para o mercado de trabalho. Escola, gra-
duações, cursos técnicos etc. Influenciam a empregabilidade.
ONG’s dedicadas a questões trabalhistas, direitos humanos: militam nessas pautas.

1.5. Mercado de trabalho formal e informal


Dentro da população ocupada, temos aqueles que exercem atividades, sejam elas formais
ou informais.
Mercado formal: empregos regulamentados pela legislação trabalhista - direitos, contra-
tos e benefícios assegurados. Ambiente mais estruturado, garantindo maior estabilidade para o
trabalhador, previdência, estabilidade etc. Contudo, há menos flexibilidade e maior rigidez estru-
tural.
Mercado informal: atividades fora do âmbito regulatório, sem contratos ou proteções le-
gislativas. Trabalhadores autônomos - como vendedores ambulantes, motoristas de aplicativos
etc.
É marcado pela ausência de benefícios trabalhistas e sociais, insegurança, precariedade,
possível sazonalidade. Nem sempre o salário é em dinheiro. Apesar dos problemas, é um mer-
cado que tende a se adaptar com mais velocidade às mudanças econômicas.
O mercado informal exerce um papel muito importante para a garantia de renda de milha-
res de pessoas. Pelo lado negativo, é mais difícil que o governo proteja estes trabalhadores. No
intuito de tentar regularizar a situação de diversos trabalhadores, o governo busca criar legisla-
ções que visem a regularização das atividades, como por exemplo o MEI.

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1.6. Agentes econômicos


Entidades que participam das atividades econômicas.
Empresas/empreendedores: papel central na produção de bens e serviços. Assumem ris-
cos na criação de novos negócios, criando novos empregos. Contratam as famílias, mediante
remuneração.
Famílias (consumidores): donas dos fatores de produção, e a vendem para as empresas;
também são responsáveis pelas escolhas de consumo que afetam decisões da empresa, influ-
enciando a oferta/demanda.
Governos: agente econômico que elabora políticas fiscais, regulamentações e interven-
ções diretas na economia. Aqui existem também as agências reguladoras e órgãos de controle
(ANVISA e CADE, por exemplo).
Em síntese, as empresas ofertam bens e serviços; as famílias ofertam mão de obra (tra-
balho); as empresas recebem pagamento pelos bens ou serviços, e pagam salário pela mão de
obra. Por sua vez, o governo busca estabilizar a economia, mediante fiscalização e controle,
bem como distribuir renda.

1.7. Trabalho e empresa


As relações entre empresa e trabalho vêm se transformando com o tempo, passando por
diversas fases históricas. Tal relação, contudo, sempre foi fundamental na definição das estrutu-
ras econômicas de uma sociedade.
Na antiguidade clássica, o trabalho era visto como algo ruim, com maior ênfase às ativi-
dades intelectuais e sociais. Tal concepção permanece por muito tempo, cabendo a alguns o
trabalho braçal, e aos outros (minoria) atividades voltadas a governar. Essa visão se modifica já
na era contemporânea. Max Weber, por exemplo, apresenta uma relação entre a ética protes-
tante e o trabalho, o qual passa a receber uma conotação espiritual, passando a ser uma forma
de louvar a Deus.
Dentro da lógica capitalista, o trabalho passa a ser um valor de troca, ou seja, o trabalha-
dor vende sua força de trabalho visando o intercâmbio de bens ou serviços. Como vimos, con-
tudo, nem todo trabalho é assalariado, podendo este receber outros bens.
A empresa, por sua vez, é o agente econômico que demanda trabalho para a realização
de sua atividade fim e com isso obter lucro. Normalmente, a relação entre empresa e trabalho é

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marcada pela celebração de um contrato de trabalho, no qual restam estabelecidos direitos e


deveres de ambas as partes.
O trabalho realizado dentro de uma empresa costuma obedecer uma organização hierár-
quica com diferentes níveis de gestão, que vão do trabalhador até o executivo. Para além da
produção ou circulação de bens e serviços, as empresas modernas também precisam se preo-
cupar com outras questões, como por exemplo a sua cultura organizacional, visando criar uma
atmosfera agradável e estabelecendo valores morais que servem como elemento de motivação
de seus trabalhadores.
Como já exploramos nos tópicos anteriores, a globalização vem acelerando os processos
tecnológicos dentro das relações laborais, com novas formas de automação, inteligência artificial
etc. Dessa forma, é importante que as empresas realizem atividades de treinamento e análise
de desempenho para melhor capacitar seus funcionários, bem como busquem, mediante o re-
crutamento, trabalhadores aptos para tais demandas.
Outro tema que ganha destaque na relação é o da responsabilidade social corporativa das
empresas. As empresas modernas, por mais que tenham como objetivo final o lucro, precisam
pensar e adotar políticas internas visando reduzir o impacto social e ambiental de suas práticas.
De igual sorte, as empresas precisam buscar diversidade e inclusão entre seus funcionários,
buscando tornar as equipes cada vez mais diversificadas.
Entre os principais desafios das empresas, podemos destacar os recentes problemas
mentais e psicológicos dos trabalhadores, como estresse, ansiedade, burnout etc. Ainda, novas
dinâmicas como trabalho remoto, terceirização e um cenário que busca cada vez mais flexibili-
dade exigem ações eficientes das empresas.

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