Você está na página 1de 81

A Sociologia do Trabalho e seu

objeto de estudo

Rodrigo de Medeiros Silva @concursoceisc


O que é trabalho?

O trabalho é qualquer atividade física ou intelectual, realizada pelo ser humano,


cujo objetivo é fazer, transformar ou obter algo para realização pessoal e
desenvolvimento econômico (SEEDPR, 2024, s/p).
O Contrato de Trabalho envolve uma série de informações que
definem os direitos e deveres do empregado e empregador no
vínculo ali constituído. Para caracterizar vínculo de trabalho,
alguns requisitos são necessários constarem em tal
documento. Assinale a alternativa que dispões de tais
vínculos.

A) Onerosidade, exclusividade, subordinação jurídica e alteridade

B) Eventualidade, pessoalidade, onerosidade e subordinação jurídica

C) Dependência econômica, continuidade, subordinação e alteridade

D) Subordinação, não eventualidade, onerosidade e pessoalidade

E) Eventualidade, subordinação jurídica, dependência econômica e continuidade

Gabarito: C
Ano: 2024 Banca: IBFC Órgão: RECIPREV - PE Prova: IBFC - 2024 - RECIPREV - PE - Analista de Previdência e Assistência à Saúde - Ciência Atuarial
O trabalho na antiguidade
Dizia Aristóteles, sobre o trabalho: “Todos aqueles que nada tem de melhor
para nos oferecer que o uso de seu corpo e dos seus membros são condenados
pela natureza à escravidão. É melhor para eles servir que serem abandonados a
si próprios. Numa Palavra, é naturalmente escravo quem tem tão pouca alma e
tão poucos meios que deve resolver-se a depender de outrem […] O uso dos
escravos e dos animais é aproximadamente o mesmo.”(RIBEIRO, L. p.196).

Na cultura grega, cabiam aos cidadãos a organização e o comando da polis. As


funções dos escravos eram restritas à atividades inferior de transformação da
natureza em um bem determinado pelas camadas superiores.

Em Roma, permaneceu a divisão entre a arte de governar e o trabalho braçal.


Sendo o império fundado na escravidão, o trabalho braçal era visto como
degradante e destinados aos povos dominados, tidos como seres inferiores
(SEEDPR, 2024, s/p)
Quanto à importância da escravidão nas
sociedades da Antiguidade Clássica, é correto
afirmar que
A) embora a escravidão fosse o modelo de trabalho mais disseminado no mundo antigo, a sofisticada e diversa
economia romana podia prescindir dela, uma vez que o sucesso nas conquistas garantia consumidores para as
mercadorias do império, que eram produzidas por trabalho assalariado.

B) apesar de seu uso difundido, economicamente, esse modelo de trabalho era de menor relevância quando comparado
a outras formas de exploração de mão de obra, como a servidão, muito mais difundida.

C) desde os primórdios a escravidão manifestou um caráter étnico e cultural, sendo que os povos africanos visavam à
captura exclusiva de prisioneiros brancos e os indo-europeus exploravam unicamente povos negros.

D) sua relevância social não costumava estar relacionada diretamente a uma questão racial, mas de sucesso militar,
como pode se observar pela grande utilização de escravos de distintas origens, tanto no mundo grego quanto no romano.

E) a despeito da grande afluência de trabalhadores de diversas procedências em sociedades como a egípcia, a persa e a
grega, o monoteísmo ético desenvolvido pelos hebreus colocava-se em oposição a qualquer tipo de exploração do ser
humano, como fica evidente nos relatos bíblicos do Velho Testamento.

Gabrito D

Ano: 2016 Banca: IF Sul Rio-Grandense Órgão: IF Sul Rio-Grandense Provas: IF Sul Rio-Grandense - 2016 - IF Sul Rio-Grandense - Vestibular Segundo Semestre Língua Inglesa
Os impactos da escravidão no Brasil

[...]a atividade escravista era lucrativa em todas suas etapas, e como tal lucro foi essencial para a manutenção da colônia
por parte de Portugal. A mão de obra escrava se mostrou fator determinante na exploração da cana-de-açúcar, o que
possibilitou a defesa do território por parte dos portugueses. Outra fonte de lucro era o próprio tráfico negreiro, que
possibilitou enormes ganhos à Coroa portuguesa. Naquele momento, a mão de obra escrava era utilizada não só para o
plantio e cultivo da cana, mas também para atividades necessárias à subsistência no Brasil, como pecuária para
fornecimento de alimentos e tração animal. Posteriormente, com a descoberta e a exploração do ouro na região das
Minas Gerais, o trabalho escravo entra como um fator importante para a lucratividade da atividade de mineração. Embora
a dinâmica da escravidão tenha mudado um pouco, e o ouro tenha atraído mais pessoas, a escravidão ainda se mostrou
fundamental no processo de exploração e rentabilidade da atividade. Por fim, do período da produção cafeeira até a
abolição, para De Castro (1973), foi a atividade cafeeira que sustentou a continuidade da escravidão no Brasil, a despeito
da escravidão ter trazido lucros até sua abolição em 1888 (PORFÍRIO; BLULM; SILVA; 2021, p.44).
Com relação à escravidão negra no Brasil,
assinale a opção correta.

A adaptação dos escravos africanos ao Brasil foi dificultada pelo fato de eles virem de regiões onde a criação de animais
era desconhecida e não se lidava com metalurgia e outras tecnologias.

B A expectativa de vida do escravo no Brasil era muito alta, razão pela qual a importação de escravos se manteve em
níveis muito baixos.

C Devido ao isolamento e à distância em relação a sua terra de origem, os escravos tinham, no território brasileiro, a fuga
como única forma de resistência à escravidão.

D Os inúmeros quilombos existentes durante o período colonial no Brasil eram refúgios de negros que escapavam da
escravidão.

E Os escravos trazidos da África para o Brasil eram de uma mesma região, Angola, em virtude de os colonizadores
portugueses buscarem instalar um grupo homogêneo de escravos, de mesma língua e com os mesmos hábitos.

Gabarito: D

Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SEDUC-CE Prova: CESPE - 2013 - SEDUC-CE - Professor Pleno I - História
A servidão feudal
Os servos compunham a sociedade feudal, eram responsáveis pelo sustento de
todas as ordens feudais e deviam subordinação ao seu senhor.
[...]
É importante salientar que os servos não podem ser confundidos com escravos.
Apesar de estarem subordinados ao trabalho imposto pelo seu senhor, um servo
não poderia ser comercializado como um escravo. Além disso, vale destacar que
o senhor feudal, por outro lado, tinha por obrigação garantir a eles proteção
militar e o oferecimento de terras para a agricultura.

Do ponto de vista social, podemos observar que a força de trabalho destes


camponeses era sistematicamente explorada pelos senhores feudais. Essa
relação desigual pode ser justificada pelo fato do servo, além de ceder parte de
seu tempo no cultivo das terras de seu senhor, também devia oferecer uma
parte de sua produção para o pagamento das chamadas obrigações feudais.
(MUNDO EDUCAÇÃO, 2024, s/p)
Na Europa feudal, o trabalho estava fundado na servidão, relação
que mantinha os trabalhadores subordinados à camada senhorial
por uma série de obrigações. Sobre as relações servis nesse
período, é correto afirmar que

A o servo feudal era considerado apenas um “instrumento falante", sem alma, sem individualidade ou
direitos perante a lei, assim como ocorria na Antiguidade.

B a condição servil era estabelecida através da cerimônia de vassalagem, quando o camponês jurava
fidelidade pessoal a seu senhor, colocando-se a seu serviço.

C o trabalho compulsório e gratuito, na Reserva, era uma das obrigações devidas pelo servo em troca
do direito de explorar uma parcela das terras detidas pelo senhor.

D a condição servil era apenas o resultado de uma relação de produção, não acarretando perda de
status social ou limitação das liberdades individuais do camponês.

E a servidão feudal baseava-se na reciprocidade de direitos e de obrigações: o servo devia serviço


militar a seu suserano, mas tinha o direito de receber um feudo em retribuição.

Gabarito C
FATEC
Alienação do trabalho

No sentido em que lhe é dado por Marx, [alienação é a] ação pela qual (ou
estado no qual) um indivíduo, um grupo, uma instituição ou uma sociedade se
tornam (ou permanecem) alheios, estranhos, enfim, alienados [1] aos resultados
ou produtos de sua própria atividade (e à atividade ela mesma), e/ou [2] à
natureza na qual vivem, e/ ou [3] a outros seres humanos, e – além de, através
de, [1], [2] e [3] – também [4] a si mesmos (às suas possibilidades humanas
constituídas historicamente) (BOTTOMORE, 2002, p.5)
Questão de fixação

“A noção de alienação é fundamental no pensamento marxista, pois apresenta o


estado psicossocial primordial ao qual o indivíduo é submetido no modo de
produção capitalista. Além disso, Marx não vê no trabalho uma expressão
qualquer da vida. Para Marx, o trabalho tem uma localização especial, até
mesmo privilegiada, por ser a exteriorização do ser. Por ser a objetificação da
essência humana, por ser o processo de colocar para fora a mais pura
humanidade, o esforço material da transformação do mundo e satisfação das
necessidades.” (Disponível em: http://colunastortas.com.br/2014/02/05/o-
que-e-alienacao-em-marx/.)
No que diz respeito à alienação, Karl Marx considera que:
Alternativas

A É a constatação básica de que o trabalhador está alienado em relação ao produto de seu trabalho
que gera a revolta de classe, cerne da revolução em massa.

B Construir as próprias ferramentas é exercer uma dominação impossível a qualquer outro animal, o
que já elimina para o homem a possibilidade de total alienação.

C Uma das formas de reconhecer a alienação é quando, no fim do processo de trabalho, o produto feito
se transforma em algo estranho, independente do ser que o produziu.

D É o estranhamento em não se reconhecer num produto a essência da pobreza e da alienação gerada


pela substituição progressiva e inexorável do homem pela máquina.

Gabarito B

Ano: 2018 Banca: CONSULPLAN Órgão: SEDUC-PA Prova: CONSULPLAN - 2018 - SEDUC-PA -
Professor Classe I - Sociologia
Progresso técnico

A profunda mudança no ambiente econômico brasileiro ao longo da década de


1990 suscitou diversas alterações nas relações produtivas e econômicas,
modificando os parâmetros decisórios dos agentes econômicos. Um dos
resultados deste processo foi a profunda reestruturação produtiva, incitada a fim
de restabelecer a capacidade competitiva da economia brasileira, bem como a
alteração das relações comercias e financeiras do país com o resto do mundo.
Isto, por conseguinte, provocou mudanças no mercado de bens e de trabalho,
impactando na evolução de diversas variáveis chaves da economia, entre as
quais, o nível de emprego, a produtividade dos fatores, salário real, e também as
exportações líquidas (SELAN; GARCIA; KANNEBLEY JÚNIOR, 2009, p.278).
Impactos do progresso técnico

Notadamente os impactos do progresso técnico sobre o mercado de trabalho


são temas extensamente debatidos na literatura econômica, sendo o estudo
dessa relação extremamente pertinente em um período histórico em que os
ganhos de produtividade e competitividade são determinantes.
Internacionalmente, alguns trabalhos mostram que o progresso tecnológico e a
sua relação com o mercado de trabalho podem gerar efeitos contrários, seja na
destruição de alguns postos de trabalho, seja na criação de outros, dependendo
prioritariamente do tipo de inovação tecnológica realizada pela firma (García et
alii 2002; Peters 2004; Piva e Vivarelli 2003) (SELAN; GARCIA; KANNEBLEY
JÚNIOR, 2009, p.278 2 279)
O progresso técnico é resultado dos
investimentos em ciência e tecnologia, o que
justifica adotar políticas públicas de incentivo ao
desenvolvimento científico e tecnológico, a
exemplo da Lei de Inovação.

C Certo
E Errado

Ano: 2014
Banca: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE CEBRASPE
Prova: CESPE/CEBRASPE - CD - Analista Legislativo - Área Consultor Legislativo - 2014
O que é a Sociologia do Trabalho?

A Sociologia, como sabemos, encontra-se subdividida em diversas áreas, que


embora tenham princípios muito semelhantes diferem especialmente em
seu objeto central de estudo. Se a Sociologia volta-se para análises
da sociedade, da vida em sociedade e das relações sociais, a especificidade
do ramo da Sociologia do Trabalho está no fato de esta voltar-se mais
particularmente para a busca da compreensão da organização e evolução do
mundo do trabalho na sociedade, as relações de trabalho e as implicações
sociais dos mesmos.

(PORTAL SOCIOLOGIA, 2024, s/p)


O trabalho dignifica?

Historicamente sabe-se que o trabalho já foi considerado uma atividade


extremamente depreciável. Os gregos da antiguidade clássica consideravam
que o ócio criativo era digno apenas de homens livres, e também somente
esses homens livres estariam aptos para dedicar-se a vida pública e a erudição.
De outro lado estavam os escravos, que se dedicavam as atividades cotidianas,
aos cuidados com afazeres domésticos e etc. Assim foi durante muito tempo,
visto que se considerava a escravidão como a mais adequada relação laboral.
(PORTAL DA SOCIOLOGIA, 2024, s/p)
O trabalho dignifica o homem?
E as mulheres? E o racismo?

Segundo o IPEA (2019), a presença feminina no mercado de trabalho brasileiro, ou


seja, a quantidade de mulheres entre 17 e 70 anos empregadas no país passou de
56.1% em 1992 para 61,6% em 2015, com projeção para atingir 64,3% no ano de
2030, ou seja, 8.2 pontos percentuais acima da taxa em 1992. Enquanto isso, o
mesmo estudo indica que a taxa de participação masculina no mercado de trabalho
tende a cair, projetando que em 2030 ela será de 82,7%, inferior aos 89,6%
observados em 1992.

Além de menor participação, retornando ao dado do Global Gender Gap Report, a


diferença salarial entre gêneros ainda é significativa no Brasil, fazendo o país
integrar a 130º posição em igualdade de salário. Conforme dados do IBGE (2019),
atualmente uma mulher negra recebe em média cerca de 44,4% da renda média
dos homens brancos, que estão no topo da escala de remuneração no Brasil.
(POLITIZE, 2021, s/p)
E a LGBTfobia?

Apenas 15% dos participantes da pesquisa relataram ter um trabalho com


carteira assinada, enquanto 15,6% têm trabalho autônomo formal e 27,2%,
trabalho autônomo informal. Considerado último recurso de sobrevivência da
população trans em muitos casos, a prostituição era a atividade remunerada de
14,3% dos entrevistados (LISBOA, 2022, s/p).
Foto: Cristiano Rangel
Questões postas para a Sociologia do Trabalho

Diante desse quadro, a Sociologia deve enfrentar uma nova agenda de questões. A primeira delas é a de
como situar as alterações que ora ocorrem no mundo do trabalho em um quadro
mais geral de mudanças sociais na família, na cultura e na política. Seja como locus privilegiado da
mudança ou como um sintoma dela, em nenhum dos casos o trabalho pode ser estudado por si só. A
segunda refere-se à maneira pela qual as identidades das pessoas vêm sendo afetadas. Se a flexibilidade
do trabalho requer identidades menos atadas, por exemplo, às empresas ou às ocupações, que
identidades ou comunidades imaginárias, internas ou externas à produção, se desenvolvem e como elas
moldam as percepções e as chances que se tem no mercado? A terceira questão que se coloca é: que
funções o sindicalismo irá assumir em um contexto em que contratos de trabalho são cada vez mais
negociados individualmente, as relações entre os empregados são mais amorfas e em que não há mais
uma clara correspondência entre o trabalho e o espaço da empresa? Considerando que na emergente
economia flexível alguns são mais vulneráveis do que outros, outra questão a ser examinada é como os
menos vulneráveis exercem seu poder sobre os mais vulneráveis e que tipos de novos conflitos
emergem. Como os excluídos reagem à exclusão? E, finalmente, que impactos a constante perda de
direitos sociais e trabalhistas terá sobre a política, a cidadania e a democracia?

(BRIDI; BRAGA; SANTANA, 2018, s/p)

4
O debate sobre a crise e o fim do trabalho
A partir dos anos 1980, as profundas transformações econômicas, políticas, sociais, tecnológicas e
culturais impactaram o mundo do trabalho provocando mudanças nos sistemas produtivos e nas
configurações do trabalho. As leituras e interpretações sobre tais mudanças foram divergentes e
antagônicas, emergindo, desse contexto, as teses de crise terminal do trabalho e das organizações dos
trabalhadores (BRIDI, 2009). A partir de análises e perspectivas distintas, Gorz (1982), Offe
(1986), Habermas (1987), Touraine (1998), entre outros, colocaram a centralidade do trabalho em
xeque, questionando seu papel na criação de valor, de identidade e também como categoria chave
explicativa da realidade social[2]. Este conjunto de visões refletiu com intensidade no debate acadêmico
brasileiro.
Na literatura sobre o tema no Brasil, ainda que por meio de diferentes posições analíticas, autores
como Ianni (l994), Antunes (1999) e Leite (2003), apenas para citar alguns, rebateram as teses do fim
da centralidade do trabalho. Na mesma direção, inúmeras pesquisas empíricas realizadas contribuíram
para reafirmar a centralidade do trabalho, da teoria do valor trabalho e afirmar os limites das teses da
“sociedade pós-industrial”, da “sociedade da informação”, e/ou da prevalência do trabalho imaterial
(BRAGA, 2009; AMORIM, 2009; BRIDI; BRAUNERT, 2017).

(BRIDI; BRAGA; SANTANA, 2018, s/p)


A origem da Sociologia do Trabalho no Brasil

Na origem da Sociologia do Trabalho no Brasil, segundo Guimarães (2004), impuseram-se dois


desafios: a necessidade de explicar, tomando-se por base o impulso industrializante dos anos
1950, o perfil do novo operariado e sua relação com os sindicatos e com o Estado; e a
institucionalização do discurso sociológico frente às análises predominantes de militantes e
memorialistas (OLIVEIRA; RAMALHO; ROSENFIELD, 2029, s/p).

4
A origem da Sociologia do Trabalho no Brasil

Na virada para os anos 1980, o contexto político de luta contra o Regime Militar motivou uma
reorientação nos estudos do trabalho e dos trabalhadores. Críticas às perspectivas
estruturalistas, funcionalistas, deterministas, economicistas ganharam particular evidência.
Sader e Paoli (1986) identificaram uma ruptura com a representação de “classe atrasada”,
contrastada pela experiência dos movimentos sociais emergentes. Para alguns autores, tais
como Weffort (1972; 1979), Moisés (1982), entre outros, foi incorporada uma noção
ressignificada da política, evidenciando o poder instituinte da ação dos trabalhadores frente à
estrutura social; com Lopes (1976), Durham (1973) e outros, ganhou destaque o lugar
simbólico dos conflitos do trabalho e a experiência dos trabalhadores como classe; Leite Lopes
(1976) e Humphrey (1982) estiveram entre os que priorizaram a abordagem do processo de
trabalho, quando o espaço fabril voltou ao centro da atenção, agora como espaço de
enfrentamentos cotidianos; e, finalmente, pela História Social e Política, com Visentini e De
Decca (1976), De Decca (1981), Hall (1984) e outros, a volta ao passado visou apurar os
movimentos de enfretamento de classes. A irrupção do movimento grevista no ABC Paulista,
em 1978, teria, na visão dos autores, “consagrado as novas interpretações”(OLIVEIRA;
RAMALHO; ROSENFIELD, 2029, s/p).
4
Para entender a Sociologia do Trabalho

Karl Marx
Émile Durkheim
Max Weber

4
Karl Marx

"O materialismo histórico dialético de Marx compreende que a história da humanidade é baseada numa
relação dialética entre classes sociais. No caso do capitalismo, a divisão dá-se entre burguesia e
proletariado. A produção material, resultado do trabalho, é o principal elemento constitutivo da
sociedade.

Para Marx, a relação entre as duas classes é injusta, e é necessário, em sua visão, que haja uma
revolução da classe proletária para dominar os meios de produção por meio do estabelecimento de uma
ditadura do proletariado. Essa ditadura, de cunho socialista, tenderia a eliminar de vez a diferenciação
de classes sociais, resultando no comunismo. Para saber mais sobre esse teórico e sua teoria, acesse:
Karl Marx."

Veja mais sobre "Pensadores clássicos da sociologia" em:


https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/pensadores-classicos-sociologia.htm
4
A relação trabalho e capitalismo

Ao pensar as bases das estruturas sociais e políticas da sociedade moderna, o Karl Marx
(1985a, 1985b) nos oferece — discutindo as formas de relações de trabalho no capitalismo —
uma análise desse modo de produção[3]. Marx (1985a) entendia que, para realizar uma análise social
efetiva, é preciso superar as concepções abstratas dos estudos que isolam as partes do todo e negar o
conhecimento dedutivo das investigações que prezam por leis gerais abstratas. Para conhecer a
realidade social, o todo concreto, deve-se buscar relações recíprocas entre o todo e as partes. Nesse
sentido, para compreensão dos problemas da economia política, procura-se abstrair as partes do
todo e analisar suas articulações e leis internas; depois, reconstruir esse todo pelo pensamento, isto
é, reproduzir conceitualmente o todo concreto. Para ele, a realidade social não é apenas um
conglomerado de partes isoladas, mas forma uma totalidade histórico-social, contraditória e
dialética (FERNANDES, 2021, p.124).

4
Karl Max e a Mais Valia

"O conceito de mais-valia insere-se na relação entre produção de mercadoria, valor de uso, valor de
troca e o valor do trabalho aplicado na produção. Para exemplificar, suponhamos que um trabalhador
trabalhe 10 dias para produzir 10 quilos de tecido. Cada quilo de tecido custa para o capitalista 10 reais,
e cada dia de trabalho do trabalhador é remunerado com 20 reais. Ao final dos 10 dias, os custos de
produção de 10 quilos de tecidos somados ao custo do tempo do trabalho aplicado em sua produção
serão de 300 reais, e esse é o valor de troca justo do produto final. Sendo assim, Marx mostra que os 10
dias de trabalho produzem riquezas suficientes para pagar pela força de trabalho utilizada no processo
de produção. No entanto, nesse processo, o capitalista, que é dono dos meios de produção (o
maquinário), não consegue transformar seu investimento em capital, uma vez que o custo de produção
é exatamente o mesmo do valor de troca."

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/conceito-mais-valia.htm

4
Mais Valia

4
Reflexões

4
Karl Marx (1818-1883) foi, sem dúvida, quem melhor explicou o funcionamento
do capitalismo e as consequências deste modo de produção para os
trabalhadores. Marx distingue nas relações de produção, o valor de uso e o
valor de troca das mercadorias. Sobre essa relação, assinale a afirmativa
correta.

A O valor de troca é definido pela capacidade de satisfazer necessidades humanas.

B A diferença entre o valor de uso do trabalho e o valor de troca do mesmo constitui a mais-valia.

C O trabalhador consegue medir o valor de seu trabalho, pois conhecer todas as etapas do processo
produtivo.

D O valor de uso representa a quantidade de trabalho necessária para produzir um produto qualquer a
ser trocado pelo valor de troca.

Gabarito B

Ano: 2022
Banca: Instituto Consulplan
Prova: Instituto Consulplan - SEED PR - Professor - Área: Sociologia - 2022
Ócio criativo- Sociólogo italiano Domenico De Masi

Na teoria do sociólogo, o ócio não significa 'não fazer nada', mas representa a necessidade de tempo
dedicado a aspectos culturais, relacionais e de entretenimento, seja consumindo ou produzindo
conteúdo. Segundo ele, o tempo livre se faz necessário para estimular a criatividade, o que também
aprimora a relação entre a sociedade.

Fonte: https://exame.com/negocios/ocio-criativo-como-domenico-de-masi-mudou-o-mundo-do-
trabalho/

4
Émile Durkheim

"A sociedade é um todo complexo ordenado por fatos e regido por funções que são os motes para
entendê-la. Segundo Durkheim, além da compreensão das funções, deveria haver, por parte do
sociólogo, uma compreensão dos fatos que regem as diferentes sociedades, pois eles são fixos. Nas suas
palavras, tais fatos são externos ao indivíduo, coercitivos e generalizantes, o que faz com que sejam a
única opção de entendimento concreto e científico da sociedade. "

Veja mais sobre "Pensadores clássicos da sociologia" em:


https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/pensadores-classicos-sociologia.htm

4
Fato social

"É fato social toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção
exterior; ou então ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando existência
própria, independente das manifestações individuais que possa ter."

Veja mais sobre "Émile Durkheim" em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/emile-durkheim.htm

4
Uma das importantes contribuições de Émile Durkheim foi sua teoria sobre
o fato social. Buscando uma relação entre o diálogo apresentado na tirinha
e o conceito de fato social, é correto afirmar que o diálogo apresentado na
tirinha

A) se relaciona com o fato social porque, apesar da filha querer expressar sua individualidade, ela acaba agindo como todo mundo e, segundo a definição
de Durkheim, fato social seria toda maneira de agir, pensar e sentir exterior ao indivíduo, dotada de um poder de coerção.

B) não se relaciona com o fato social porque, apesar da filha querer expressar sua individualidade, ela acaba agindo como todo mundo e, segundo a
definição de Durkheim, fato social seria toda maneira de agir, pensar e sentir exterior ao indivíduo, dotada de um poder de coerção.

C) se relaciona com o fato social porque, apesar da filha querer expressar sua individualidade, ela acaba agindo como todo mundo e, segundo a definição
de Durkheim, fato social seria o somatório dos indivíduos vivos que a compõem ou de uma mera justaposição de suas consciências.

D)se relaciona com o fato social porque a filha pretende agir a partir da sua individualidade e, segundo a definição de Durkheim, fato social seria toda
maneira de fazer ou de pensar, reconhecível pela particularidade de ser suscetível de exercer influência coercitiva sobre as consciências particulares.

Ano: 2019 Banca: CONSULPLAN Órgão: MPE-PA Prova: CONSULPLAN - 2019 - MPE-PA - Estagiário - Ciências Sociais

4
A divisão social do trabalho- premissa

A única força capaz de servir de


moderadora para o egoísmo individual é
o do grupo; a única que pode servir de
moderadora para o egoísmo dos grupos
é a de outro grupo que os englobe (
DURCKHEIM, 1999, p.428)
4
A divisão social do trabalho promove o desenvolvimento
das sociedades

Ora, sabemos que sociedades mais vastas não se podem formar sem que a
divisão do trabalho se desenvolva, porque não apenas elas poderiam
manter-se em equilíbrio sem uma maior especialização das funções, como,
além disso, o aumento do número de concorrentes bastaria para produzir
mecanicamente o resultado; e isso tanto mais que o aumento de volume é,
em geral, acompanhado de um aumento de densidade. Portanto, podemos
formular a seguinte proposição: o ideal da fraternidade humana só se pode
realizar na medida em que a divisão do trabalho progride. É preciso
escolher: ou renunciar aos nossos sonhos, se nos recusamos a
circunscrever ainda mais a nossa atividade, ou então buscar a sua
realização, mas sob a condição que acabamos de assinalar (DURKHEIM,
1999, p.429). 4
A divisão social do trabalho promove o desenvolvimento
das sociedades

Ora, sabemos que sociedades mais vastas não se podem formar sem que a
divisão do trabalho se desenvolva, porque não apenas elas poderiam
manter-se em equilíbrio sem uma maior especialização das funções, como,
além disso, o aumento do número de concorrentes bastaria para produzir
mecanicamente o resultado; e isso tanto mais que o aumento de volume é,
em geral, acompanhado de um aumento de densidade. Portanto, podemos
formular a seguinte proposição: o ideal da fraternidade humana só se pode
realizar na medida em que a divisão do trabalho progride. É preciso
escolher: ou renunciar aos nossos sonhos, se nos recusamos a
circunscrever ainda mais a nossa atividade, ou então buscar a sua
realização, mas sob a condição que acabamos de assinalar (DURKHEIM,
p.429). 4
A Função da Divisão do Trabalho em
Emile Durkheim tem como pressuposto
que:
A nas sociedades modernas, em que predomina urna solidariedade orgânica, a Divisão do trabalho tem a função de
anter o equilíbrio da sociedade, diante das diferenças existentes na mesma.

B a solidariedade mecânica contribui para a função social do trabalho com o objetivo de aproximar os diferentes.

C nas sociedades Modernas, prevalece uma consciência moral em relação aos indivíduos e aos fatos sociais.

D a função da divisão do trabalho é apenas de organizar as sociedades tradicionais.

E a divisão do trabalho é algo específico do mundo econômico, que foi estruturado conceitualmente por Emile Durkheim,
tendo como principal característica a multifuncionalidade do trabalhador.

Gabarito A

Ano: 2023
Banca: Centro de Extensão, Treinamento e Aperfeiçoamento Profissional Ltda - CETAP
Prova: CETAP - SEMAS PA - Técnico - Área Ciências Sociais - 2023
Max Weber

"O sociólogo alemão Max Weber discordou de maneira veemente da teoria sociológica de Durkheim.
Para aquele, não existem fatos sociais, mas ações sociais que são individuais. O papel do sociólogo é
compreender o funcionamento da sociedade pelo entendimento das ações sociais individuais via
método compreensivo."

"Para que não houvesse uma falta de rigor científico na análise, seria necessário compreender uma
espécie de padrão esperado de comportamento social. A esses padrões, Weber chamou de tipos ideais,
que são o padrão de entendimento social. "

Veja mais sobre "Pensadores clássicos da sociologia" em:


https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/pensadores-classicos-sociologia.htm

4
Divergência com Karl Max

"Os principais objetos de estudo de Weber na sociologia foram o capitalismo e o protestantismo, levando o
sociólogo a desenvolver uma sociologia da teologia. A visão weberiana do capitalismo era diferente da visão
marxista. Enquanto Marx via no capitalismo a exploração do proletariado pela burguesia, Weber encara-o
como o fruto de um ideal, o ideal do capitalismo. Como um ideal, o capitalismo promovia uma espécie de
racionalização do trabalho e do dinheiro, sendo sustentado pela prosperidade e pela capacidade cada vez
maior de gerar dinheiro.

Max Weber foi profundamente influenciado pela filosofia de Immanuel Kant sustentada pelo idealismo. Para
Kant, o plano das ideias e conceitos deveria pautar todo o trabalho filosófico, que partiria da prática para
chegar aos conceitos mais puros e a priori (anteriores a qualquer vivência material). Weber acreditava que o
capitalismo originava-se com um ideal, com um espírito, e a partir disso, esse sistema ia sendo construído na
prática. Com base nesse ideal, surgiu a noção de administração como ciência capaz de promover o crescimento
do capital."

Veja mais sobre "Max Weber" em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/max-weber.htm

4
Divergência com Karl Max

"Os principais objetos de estudo de Weber na sociologia foram o capitalismo e o protestantismo, levando o
sociólogo a desenvolver uma sociologia da teologia. A visão weberiana do capitalismo era diferente da visão
marxista. Enquanto Marx via no capitalismo a exploração do proletariado pela burguesia, Weber encara-o
como o fruto de um ideal, o ideal do capitalismo. Como um ideal, o capitalismo promovia uma espécie de
racionalização do trabalho e do dinheiro, sendo sustentado pela prosperidade e pela capacidade cada vez
maior de gerar dinheiro.

Max Weber foi profundamente influenciado pela filosofia de Immanuel Kant sustentada pelo idealismo. Para
Kant, o plano das ideias e conceitos deveria pautar todo o trabalho filosófico, que partiria da prática para
chegar aos conceitos mais puros e a priori (anteriores a qualquer vivência material). Weber acreditava que o
capitalismo originava-se com um ideal, com um espírito, e a partir disso, esse sistema ia sendo construído na
prática. Com base nesse ideal, surgiu a noção de administração como ciência capaz de promover o crescimento
do capital."

Veja mais sobre "Max Weber" em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/max-weber.htm

4
4
Ação Social de Max Weber
"Para a metodologia sociológica, Weber contribuiu formulando a sua teoria da ação social. Segundo o
sociólogo, era necessário que o pesquisador fosse dotado de uma neutralidade axiológica, ou seja, de uma
neutralidade em relação ao seu objeto de estudo. Com base em uma análise neutra e imparcial, o sociólogo
deveria identificar as ações sociais dos sujeitos e classificá-las. Nisso, Weber discorda do método de Durkheim,
que visa buscar fatos sociais que se repetem em todas as sociedades e são invariáveis.

Para Weber, as ações individuais é que forneciam o material necessário para chegar-se a um estudo válido. No
entanto, por serem as ações sociais tão vastas e diversas, o sociólogo deveria buscar um padrão de correção
para que o seu trabalho tivesse uma validade científica e um respaldo metodológico.

Esse padrão de correção estava localizado no que Weber chamou de tipos ideais, que eram balizas para
estabelecer-se qualquer comportamento padrão. Como ideais, esses tipos são perfeitos e imutáveis, não
existindo na prática. Nessa se encontram as ações que poderiam afastar-se ou aproximar-se dos tipos ideais."

Veja mais sobre "Max Weber" em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/max-weber.htm

4
Ação Social de Max Weber
"Para a metodologia sociológica, Weber contribuiu formulando a sua teoria da ação social. Segundo o
sociólogo, era necessário que o pesquisador fosse dotado de uma neutralidade axiológica, ou seja, de uma
neutralidade em relação ao seu objeto de estudo. Com base em uma análise neutra e imparcial, o sociólogo
deveria identificar as ações sociais dos sujeitos e classificá-las. Nisso, Weber discorda do método de Durkheim,
que visa buscar fatos sociais que se repetem em todas as sociedades e são invariáveis.

Para Weber, as ações individuais é que forneciam o material necessário para chegar-se a um estudo válido. No
entanto, por serem as ações sociais tão vastas e diversas, o sociólogo deveria buscar um padrão de correção
para que o seu trabalho tivesse uma validade científica e um respaldo metodológico.

Esse padrão de correção estava localizado no que Weber chamou de tipos ideais, que eram balizas para
estabelecer-se qualquer comportamento padrão. Como ideais, esses tipos são perfeitos e imutáveis, não
existindo na prática. Nessa se encontram as ações que poderiam afastar-se ou aproximar-se dos tipos ideais."

Veja mais sobre "Max Weber" em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/max-weber.htm

4
Classificação das ações sociais
"Ação social racional com relação a fins: é um tipo de ação pensada e calculada para atingir alguma finalidade.
Por exemplo, casar-se para constituir uma família. A ação social é o matrimônio e a finalidade dessa ação é a
constituição da família.

Ação social racional com relação a valores: é um tipo de ação social pensada e calculada para atingir algum tipo
de valor moral, ou visando como fundo a moralidade. Por exemplo, fazer o que a moral considera certo, como
não roubar.

Ação social tradicional: não é racional e nem calculada. Consiste numa forma de agir de acordo com a tradição,
respeitando o que a sociedade considera como o que deve ser feito. Retomando o exemplo do matrimônio,
seria casar-se porque a sociedade impõe o casamento como uma tradição que deve ser seguida.

Ação social afetiva: não é racional. Ela segue os afetos e as paixões, os sentimentos e as afecções. É o tipo de
ação motivada por sentimentos, como amor, paixão, medo."

Veja mais sobre "Max Weber" em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/max-weber.htm

4
Teoria da dominação
"No campo da teoria da sociologia política, Weber contribuiu com uma teoria da dominação, que fala dos
modos de poder existentes. Para o pensador, existem três tipos de poder ou dominação exercidos que lhes
conferem alguma legitimidade:

A dominação legal: ocorre por meio das leis. É o poder exercido por aqueles que a lei permitiu exercê-lo, como
os representantes dos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo, no caso de nossa República.

A dominação tradicional: justifica-se pela tradição. Por exemplo, em uma sociedade patriarcal, o pai exerce o
poder autoritário dentro da família e respalda-se na tradição para exercitá-lo.

A dominação carismática: é exercida por lideranças carismáticas, que têm o dom de atrair o apoio das massas
com seus discursos, como de maneira mágica. Temos vários exemplos desse tipo de liderança na história
mundial, como Hitler, Mussolini, Getúlio Vargas e Fidel Castro."

Veja mais sobre "Max Weber" em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/max-weber.htm

4
Para elucidar o fenômeno do poder nas sociedades
humanas, Max Weber estabeleceu relações entre as noções
de dominação, legitimidade, obediência e coerção (uso da
força). Segundo sua teoria sociológica,

A não há dominação que seja legítima.

B um poder se torna dominação quando há o emprego do uso da força.

C um poder, quando legítimo, se torna dominação.

D quanto maior o uso da força, maior a legitimidade de um poder.

E a dominação, quando exercida mediante obediência, se torna um poder.

Gabarito C
Ano: 2024 Banca: CESGRANRIO Órgão: IPEA Prova: CESGRANRIO - 2024 - IPEA - Técnico de Planejamento e
Pesquisa - Políticas Públicas e Sociedade
Sobre o capitalismo

Para Weber, uma unidade, como o capitalismo, não é um todo indistinto a ser equiparado a “um instinto
aquisitivo” ou à “sociedade pecuniária”. É antes, tal como para Marx e Sorel, uma escala de tipos, cada qual
com características institucionais peculiares. Quanto mais Weber recua historicamente, tanto mais se inclina a
ver o capitalismo como uma característica de uma situação histórica; quanto mais se aproxima do moderno
capitalismo industrial, tanto mais se dispõe a vê-lo como um elemento penetrante e unificador. O alto
capitalismo absorve outras instituições em sua própria imagem, e o padrão institucional entre - cruzado dá
lugar a um quadro de forças paralelas que seguem no mesmo sentido, ou seja, para a racionalização de todas as
esferas de vida. N um a construção cada vez mais unilinear da História, podemos discernir uma concepção
sublimada da noção liberal de “progresso” (GERTH; MILLS, 1982, p.85).

4
Determinação da Situação de Classe pela Situação
de Mercado

Os que não têm propriedade mas oferecem serviços são distinguidos tanto pelos tipos de serviços que prestam
como pela forma pela qual fazem uso desses serviços, numa relação contínua ou descontínua com um
recipiendário. Mas essa é sempre a conotação genérica do conceito de classe: que o tipo de oportunidade no
mercado é o momento decisivo que apresenta condição comum para a sorte individual. “Situação de classe”,
nesse sentido, é, em última análise, “situação de mercado”. (GERTH; MILLS, 1982, p.214).

4
A racionalidade de Weber

Max Weber demonstrou como o progresso da civilização no Ocidente foi regido por uma redução à lógica da
vida social. Explicou que a modernidade não só deriva da diferenciação da economia capitalista e do Estado,
mas também de uma reordenação racional da cultura e da sociedade (THIRY-CHERQUES, 2009, p.898).

4
O trabalho ascético

Weber concebeu o desencanto religioso e o cientificismo como causa eficiente do processo de racionalização no Ocidente. Mas
o efeito sobre a vida econômica foi involuntário. Não foi o protestantismo que causou o capitalismo. As consequências da
Reforma eram imprevistas: o que ocorreu foi uma dupla implicação, uma coincidência espaço-temporal entre a cultura do
ascetismo religioso e as condições objetivas das transformações do capitalismo. O efeito da dupla implicação sobre o trabalho é
evidente no ethos da empresa burguesa racional e da organização do trabalho, que são puritanos na origem. Não no sentido de
que uma e outra sejam exclusivas do capitalismo moderno, mas no de que são as suas condições de possibilidade.

A desumanidade extrema da doutrina protestante levou a um individualismo religioso. O crente estava só: nem a Igreja, simples
congregação, nem a comunidade religiosa, em que os pares concorriam pelos poucos lugares no céu, podiam socorrê-lo. Ele não
podia esperar nada, nenhum auxílio, nem mesmo de Deus, uma divindade oculta e enigmática (absconditus). Cada um devia
acreditar ter sido escolhido por Deus, uma vez que quem não crê em si mesmo não pode acreditar que Deus creia nele.
Acreditando em si, cada um devia dedicar-se ao máximo ao trabalho, o meio para adquirir a independência e o sucesso na vida
terrestre, que não é, certamente, garantia de salvação, mas um signo promissor da mercê celeste(THIRY-CHERQUES, 2009,
p.908).

4
O trabalho burguês

Com o aburguesamento, a vida de trabalho perdeu a memória de vocação: deixou de ser um mandamento
divino. Não há uma estrutura racional preexistente, natural. O trabalhador é forçado a uma escolha que, no
mundo desencantado, nem a religião nem a ciência podem informar.

A responsabilidade deriva da consciência sobre a necessidade da escolha entre valores últimos e da própria
possibilidade de escolha entre meios alternativos para os fins perseguidos, consideradas suas consequências. A
escolha entre valores implica uma renúncia, num mundo onde nenhuma esfera de valores pode,
justificadamente, legitimamente, se impor sobre outra. Em um mundo onde inexiste uma esfera superior —
religiosa, científica, filosófica — que possa arbitrar os conflitos valorativos(THIRY-CHERQUES, 2009, p.908).

4
O trabalho desencantado

Por desencantamento do mundo, Weber entende o longo processo de abandono do pensamento mágico, a
dessacralização, a racionalização promovida pelo cristianismo e levada a termo pela ciência. O
desencantamento corresponde a uma regulação da vida cotidiana fundada no compromisso dos indivíduos com
seus valores. Desemboca em uma tensão entre a perda da liberdade da submissão aos valores mundanos e os
valores últimos da moralidade. Fragmentada, a vida consciente, presa entre a responsabilidade e a convicção,
entre o justo e o sagrado, perde sentido, torna-se paradoxal.
[…]
Na perspectiva weberiana, o fenômeno do trabalho se coloca aquém da discussão filosófica. A compreensão do
que vem a ser o trabalho deve considerar a sua racionalização em três chaves distintas. De um lado, a
racionalidade econômica impõe uma eficácia produtiva que desconhece os limites do sentimento e da
integração social. De outro, a racionalidade social impele para uma pauta de coexistência. Por fim, a
racionalidade privada clama pela possibilidade, ainda que limitada, de autorrealização (THIRY-CHERQUES, 2009,
p.912).

4
Como o mundo do trabalho hoje se encontra?

4
O que é a uberização do trabalho

O conceito de uberização do trabalho pode ser definido como um novo modelo


de trabalho, que, na teoria, se coloca como mais flexível, no qual o profissional
presta serviços conforme a demanda. Ele próprio faz o seu horário e pode
trabalhar até 12 horas por dia, sem nenhuma regalia. Esse modelo é defendido
por algumas empresas, especialmente as de tecnologia.

O argumento é que ele oferece mais flexibilidade para ambas as partes. Nesse
contexto, o profissional seria “o seu próprio chefe” e responsável pelo
gerenciamento do seu tempo (ou seja, ele é quem define quantas horas irá
trabalhar), diz Ludmila Abílio, pesquisadora do Instituto de Estudos Avançados
da USP e do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho.
(BORTOLON, 2023, s/p).
4
Perfil dos uberizados

O dado é de uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Mobilidade


e Tecnologia. O estudo mapeou o perfil desses trabalhadores, levando em
conta questões como raça, renda e tempo de jornada, com base em
informações cedidas pelos próprios apps – 99, Uber, iFood, Zé Delivery e
Amazon. Entre os motoristas, 95% são homens, dos quais 62% declaram-se
negros ou pardos, e têm em média 39 anos. Já entre os entregadores, 97% são
homens, dos quais 68% se declaram negros ou pardos, com idade média de 33
anos (BORTOLON, 2023, s/p).

4
Jornada de trabalho dos uberizados

Quanto à jornada, a maioria dos motoristas trabalha em média entre 22 e 31


horas semanais, enquanto entregadores acumulam entre 13 e 17 horas por
semana – há variação porque muitos utilizam os apps como complemento de
renda. Alguns trabalham mais porque dependem disso para sobreviver e outros
nem tanto. Para os que trabalham 40 horas semanais, o estudo estimou a
renda entre R$ 2,9 mil e R$ 4,7 mil para os motoristas e entre R$ 1,9 mil e R$ 3
mil para os entregadores. Este novo mercado de trabalho, com todas as suas
particularidades – raros direitos, muitos deveres, excesso de jornadas de
trabalho – (BORTOLON, 2023, s/p).

4
O debate no Judiciário

Grande parte das decisões legais que negam o vínculo empregatício de


trabalhadores uberizados com as empresas-aplicativo apoia-se na
possibilidade de o trabalhador determinar sua própria jornada de trabalho e na
ausência de exclusividade, que permite a adesão a mais de uma empresa-
aplicativo. Podemos olhar para essa suposta autonomia por uma perspectiva
inversa: a ausência de qualquer garantia ou obrigação por parte das empresas
quanto à remuneração e à carga de trabalho oferecida vem obrigando o
trabalhador a exercer jornadas extensas, a abolir dias de descanso, além de ter
de aderir a mais de uma empresa-aplicativo para poder garantir sua
remuneração – ao passo que o poder de definir o valor da remuneração, a
distribuição do trabalho, as regras e critérios de distribuição e remuneração é
de total propriedade das empresas (ABÍLIO, 2020, p.116).

4
STF decide padronizar entendimento sobre
casos de “uberização”

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu unificar o entendimento sobre o


vínculo de emprego entre motoristas e aplicativos. Por unanimidade (11 votos a
0), os ministros decidiram que há repercussão geral em um recurso que julga
caso da chamada “uberização”. A análise foi finalizada no plenário virtual na 6ª
feira (1º.mar.2024). Com a decisão, o julgamento sobre o tema – que ainda não
tem data – deve guiar os processos que tramitam na Justiça do
Trabalho....(VELOSO, 2024, s/p)
Questão de fixação

A tecnologia tem moldado novas formas de emprego e comportamentos de


consumo nos últimos anos. O processo de “uberização” representa a
transformação das relações trabalhistas. A principal distorção aparece na
maneira como são feitos os contratos. [...] esses contratos invertem o ônus entre
funcionário e empresa.
O TEMPO. 21 nov. 2019. p. 8.

A distorção no sistema de contrato entre funcionário e empresa, no processo de


“uberização”, está corretamente apresentado em:
Ano: 2020 Banca: Prefeitura de Catas Altas - MG Órgão: Prefeitura de Catas Altas -
MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2020 - Prefeitura de Catas Altas - MG -
Assistente Social

A A relação de trabalho é livre, pois o funcionário torna-se o seu próprio chefe.

B As despesas de manutenção do sistema são divididas entre empresa e


funcionário.

C O motorista, ou seja, o funcionário, é quem contrata a empresa, nesse caso, o


aplicativo.

D Os tributos trabalhistas são assumidos apenas pelos administradores do


aplicativo.

Gabarito C
Passam de 20 milhões os terceirizados no país

Conforme o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos


Socioeconômicos (Dieese) havia 1,8 milhão de terceirizados formais no Brasil
em 1995, número que chegou a 4,1 milhões em 2005 e a 12,5 milhões em
2014. Hoje passam de 20 milhões.

“O mais grave de tudo é a terceirização da atividade-fim. Ela potencializa o


trabalho escravo, a exploração da mão de obra e a precarização […] De cada
dez trabalhadores resgatados em condição análoga à escravidão, nove são
terceirizados”(BORTOLON, 2023, s/p).

4
O que é precarização do trabalho?

Primeiro, precisamos conceituar as coisas: emprego mal remunerado, inseguro,


que gera renda incapaz de sustentar o indivíduo ou sua família, nada mais é do
que um trabalho precário.

A precarização, da forma descrita acima, é fruto do processo de globalização.


Em análise às formas como a industria se desenvolveu tão rapidamente e os
postos de trabalho mudaram menos de cem anos, é perceptível que a classe
trabalhadora foi diretamente afetada (PESSINI, 2022, s/p).

4
Trabalhadores sem carteira assinada no Brasil

A média anual de trabalhadores sem carteira de trabalho assinada atingiu 12,9


milhões em 2022. O número é recorde para o indicador desde o início da série
histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad), em
2012. O número de pessoas nessa situação aumentou 14,9% em relação a
2021, quando havia 11,2 milhões de trabalhadores sem carteira assinada. Os
dados foram divulgados nesta terça-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).

Os trabalhadores por conta própria - formais ou informais - somaram 25,5


milhões no ano, altas de 2,6% em relação ao ano anterior e de 27,3% na
comparação com 2012 - o menor patamar da série histórica (AGÊNCIA
BRASIL, 2023, s/p).

4
A informalidade no Brasil

O país registrou uma taxa de informalidade de 39,1% no mercado de trabalho no trimestre até agosto de
2023. Havia 38,933 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período, segundo os dados da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo Instituto Brasileiro de
Economia e Estatística (IBGE).

Em um trimestre, mais 613 mil pessoas passaram a atuar como trabalhadores informais. A geração de vagas
no mercado de trabalho como um todo no período totalizou 1,254 milhão.
[…]
Em um trimestre, na informalidade, houve elevação de 266 mil empregos sem carteira assinada no setor
privado, de 176 mil trabalhadores domésticos sem carteira assinada, de 129 mil pessoas no trabalho por
conta própria sem CNPJ, de 34 mil empregadores sem CNPJ e de 7 mil de pessoas no trabalho familiar
auxiliar.

A população ocupada atuando na informalidade cresceu 1,6% em um trimestre. Em relação a um ano antes, o
contingente de trabalhadores informais recuou em 374 mil pessoas, queda de 1,0%.
(AMORIM, 2023, s/p)

4
Trabalho escravo contemporâneo

Na legislação brasileira, o artigo 149 do Código Penal prevê os elementos que


caracterizam a redução de um ser humano à condição análoga à de escravo.
São eles: a submissão a trabalhos forçados ou a jornadas exaustivas, a
sujeição a condições degradantes de trabalho e a restrição de locomoção do
trabalhador (CNMP, 2024, s/p).

4
A histórica prática do barracão

[...] exploração econômica pelo empregador ou por terceiros (truck-system ou


“barracão” – venda de gêneros alimentícios e de primeira necessidade,
ferramentas, etc., ao trabalhador) (D’AMBROSO, 2012, S/P)
Compromissos internacionais do Brasil para o
combate ao trabalho escravo contemporâneo

Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU);


Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) ;
Convenção das Nações Unidas sobre Escravatura de 1926, emendada pelo Protocolo de 1953 e a
Convenção Suplementar sobre a Abolição da Escravatura de 1956;
Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos das Nações Unidas de 1966;
Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais das Nações Unidas de 1966;
Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano ou Declaração de
Estocolmo de 1972;
Convenção sobre Trabalho Forçado, 1930 (Nº 29), da OIT;
Convenção sobre a Abolição do Trabalho Forçado, de 1957 (nº 105), da OIT;
Convenção nº 169, da OIT
Protocolo à Convenção sobre o Trabalho Forçado, de 2014, da OIT;
Recomendação sobre Trabalho Forçado (medidas complementares), de 2014, da OIT;

4
Compromissos internacionais do Brasil para o
combate ao trabalho escravo contemporâneo

4
Repercussões nas esferas penal e trabalhista

4
Como denunciar

4
A desaceleração da economia mundial agrava

A situação dos trabalhadores de Bento Gonçalves vai ao encontro das


observações feitas pelo novo relatório da Organização Internacional do
Trabalho (OIT), lançado no início deste ano. De acordo com o documento, a
atual desaceleração econômica mundial vai forçar cada vez mais
trabalhadores e trabalhadoras a aceitar empregos precários, de baixa
remuneração e sem proteção social, reforçando ainda mais as
desigualdades expostas pela pandemia. Precarização do trabalho é uma
série de ações que fere os direitos e a dignidade da pessoa trabalhadora,
que pode incluir, entre outras coisas, jornadas longas, remuneração
indevida ou ausente, instabilidade e falta de proteção social e laboral
(CONECTAS, 2023, s/p).

4
Brasil resgatou 3,1 mil trabalhadores escravizados
em 2023

O Brasil resgatou, em 2023, 3.151 trabalhadores em condições análogas à


escravidão. O número é o maior desde 2009, quando 3.765 pessoas foram
resgatadas. Apesar dessa alta, o dado mostra como o país regrediu no período
recente porque o número de auditores fiscais do trabalho está no menor nível em 30
anos.

Com esses dados, subiu para 63,4 mil o número de trabalhadores flagrados em
situação análoga à escravidão desde que foram criados os grupos de fiscalização
móvel, em 1995.

O trabalho no campo ainda lidera o número de resgates. A atividade com maior


número de trabalhadores libertados foi o cultivo de café (300 pessoas), seguida pelo
plantio de cana-de-açúcar (258 pessoas). Entre os estados, Goiás teve o maior
número de resgatados (735), seguido por Minas Gerais (643), São Paulo (387) e Rio
Grande do Sul (333).
4
(MÁXIMO, 2024, s/p)
Racismo e precarização do trabalho

Existe ainda um componente racial central nesta discussão. No caso das


vinícolas do RS, por exemplo,dos 207 trabalhadores resgatados, 95% se
declaram negros (64% pardos e 31%, pretos), revela dados do governo
federal, divulgados pelo UOL. “A precarização do trabalho é mais uma
consequência cruel do nosso passado escravocrata, que se atualiza com o
tempo. Ofertar trabalho digno para a população é também uma forma de
enfrentar o racismo estrutural e sistêmico”, afirma Júlia Neiva, diretora de
Fortalecimento do Movimento de Direitos Humanos e coordenadora do
programa de Defesa dos Direitos Socioambientais da
Conectas.(CONECTAS, 2023, s/p).

4
Racismo e trabalho escravo

Ao sair em defesa das vinícolas após o caso do resgate dos 207


trabalhadores em situação análoga a escravidão, Fantinel sugeriu que
produtores e agricultores da região "não contratem mais aquela gente lá de
cima", em referência ao estado da Bahia.

Prosseguiu dizendo que "a única cultura que eles têm é viver na praia
tocando tambor" e ainda que "deixem de lado aquele povo que é
acostumado com Carnaval e festa pra vocês não se incomodarem
novamente" (BRASIL DE FATO, 2023, s/p).

4
Questão de fixação

Acerca do trabalho em condições análogas às de escravo, julgue os seguintes


itens considerando, o entendimento adotado pelo STF.

I O trabalho em condições análogas às de escravo pode ser configurado pela


submissão do trabalhador a jornada exaustiva e a condições degradantes de
trabalho.
II É necessária a restrição da liberdade de ir e vir do trabalhador para que haja
a configuração do trabalho em condições análogas às de escravo.
III Na configuração do trabalho em condições análogas às de escravo, o
cerceamento de liberdade pode decorrer de constrangimentos econômicos e
não necessariamente físicos.
Assinale a opção correta.

A Apenas o item II está certo.


B Apenas o item III está certo.
C Apenas os itens I e II estão certos.
D Apenas os itens I e III estão certos.
E Todos os itens estão certos.

Gabarito D

Ano: 2023
Banca: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE CEBRASPE
Prova: CESPE/CEBRASPE - AGU - Advogado da União - 2023
Referências
⚫ ABÍLIO, Ludmila Costhek. Uberização: a era do trabalhador just-in-time?. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ea/a/VHXmNyKzQLzMyHbgcGMNNwv/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 15 mar 2024. Publicado em: 2020.
⚫ AGÊNCIA BRASIL. Trabalhador sem carteira assinada atingiu número recorde em 2022: Média anual chegou a 12,9 milhões em 2022.
Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2023-02/trabalhador-sem-carteira-assinada-atingiu-numero-recorde-em-2022.
Acesso em: 15 mar 2024. Publicado em: 28 fev 2023.
⚫ AMORIM, Daniela. Quase 39 milhões de brasileiros estão na informalidade, aponta IBGE. Disponível em:
https://www.cnnbrasil.com.br/economia/quase-39-milhoes-de-brasileiros-estao-na-informalidade-aponta-
ibge/#:~:text=Havia%2038%2C933%20milh%C3%B5es%20de%20trabalhadores,Economia%20e%20Estat%C3%ADstica%20(IBGE). Acesso em:
15 mar 2024. Publicado em: 29 set 2023.
⚫ BOTTOMORE, T. Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
⚫ BRASIL DE FATO. Trabalho escravo: Câmara de Caxias do Sul abre processo para cassar vereador por fala racista. Disponível em:
https://www.brasildefato.com.br/2023/03/02/trabalho-escravo-camara-de-caxias-do-sul-abre-processo-para-cacar-vereador-por-fala-
racista#:~:text=A%20C%C3%A2mara%20de%20Vereadores%20de,em%20situa%C3%A7%C3%A3o%20an%C3%A1loga%20%C3%A0%20escra
vid%C3%A3o. Acesso em: 15 mar 2024. Publicado em: 02 mar 2023.
⚫ BRIDI, Maria Aparecida; BRAGA, Ruy; SANTANA, Marco Aurélio. Sociologia do Trabalho no Brasil hoje: balanço e perspectivas.
Disponíveis em: https://www.redalyc.org/journal/5957/595765252003/html/. Acesso em: 15 mar 2024. Publicado em: 2018.
⚫ BORTOLON, Eugênio. Como a terceirização e a uberização precarizam as condições de vida dos trabalhadores. Disponível em:
https://www.brasildefato.com.br/2023/07/24/como-a-terceirizacao-e-a-uberizacao-precarizam-as-condicoes-de-vida-dos-
trabalhadores#:~:text=O%20mercado%20de%20trabalho%20por,em%20terras%20brasileiras%20em%202014. Acesso em: 15 mar 2024.
Publicado em: 24 jul 2023.
⚫ CNMP. Trabalho Escravo. Disponível em: https://www.cnmp.mp.br/portal/institucional/conatetrap/trabalho-escravo. Acesso em: 15 mar2024.
⚫ CONECTAS. Trabalhadores em situação vulnerável expõem a precarização dos direitos trabalhistas no Brasil. Disponível em:
https://www.conectas.org/noticias/trabalhadores-em-situacao-vulneravel-expoem-a-precarizacao-dos-direitos-trabalhistas-no-brasil/. Acesso em:
15 mar 2024. Publicado em: 09 mar 2023.

1
Referências

D’AMBROSO, Marcelo José Ferlin . Características do Trabalho Escravo Contemporâneo . Disponível em:
https://www.trt4.jus.br/portais/trt4/modulos/noticias/115632. Acesso em: 15 mar 2024. Publicado em: 11 set 2012.
DURKHEIM, Émile. Da divisão do trabalho social. 2ª ed. São Paulo: Martins Fones, 1999.
⚫ FERNANDES, Rhuann. Sociologia e trabalho: clássicas concepções. Revista Textos Graduados - Número 1, volume 7,
Janeiro de 2021. Disponível em: 15 mar 2024. Publicado em: 2021.
⚫ GERTH, H.H.; MILLS, C. WRIGHT. Max Weber: Ensaios de Sociologia. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1982.
⚫ LISBOA, Vinicius. Pesquisa descreve barreiras para acesso de pessoas trans ao emprego. Disponível em:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2022-12/pesquisa-descreve-barreiras-para-acesso-de-pessoas-
trans-ao-emprego. Acesso em: 15 mar 2024. Publicado em: 31 dez 2022.
⚫ MÁXIMO, Wellton. Brasil resgatou 3,1 mil trabalhadores escravizados em 2023: Apesar de falta de fiscais, essa é a maior
marca anual desde 2009. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2024-01/brasil-
resgatou-31-mil-trabalhadores-escravizados-em-2023. Acesso em: 15 mar 2024. Publicado em: 03 jan 2024.
⚫ MUNDO EDUCAÇÃO. Servos. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/servos.htm. Acesso em:
15 mar 2024.
⚫ OLIVEIRA, Roberto Véras de; RAMALHO, José Ricardo; ROSENFIELD, Cinara. A Sociologia do Trabalho e suas
interfaces: trajetória e tendências atuais. Disponível em:
https://bibanpocs.emnuvens.com.br/revista/article/view/486/567. Acesso em: 15 mar 2024. Publicado em: 2019.
⚫ PESSINI, Maria Helena. Informalidade: analisando a origem do trabalho precarizado. Disponível em:
https://www.politize.com.br/trabalho-
precarizado/#:~:text=Dados%20Estat%C3%ADsticos%20do%20Trabalho%20Precarizado,7%20milh%C3%B5es%20de%
20trabalhadores%20informais. Acesso em: 15 mar 2024. Publicado em: 28 dez 2022.
1
Referências
⚫ POLITIZE. As mulheres e o mercado de trabalho brasileiro. Disponível em:
https://www.politize.com.br/equidade/mulheres-e-o-mercado-de-
trabalho/?https://www.politize.com.br/&gad_source=1&gclid=EAIaIQobChMIrZDmnuj2hAMVLWFIAB23Mgl4EAAYASAAE
gIWXvD_BwE. Acesso em: 15 mar 2024. Publicado em: 12 maio 2021)
⚫ PORFÍRIO, Fernando Matozinhos; BLULM, Luiz Felipe Magnago; SILVA. Ruth Stein. Os lucros da escravidão no
Brasil e seu impacto: econômico: uma abordagem histórica dos séculos XVI ao XIX. Revista Pet Economia Ufes. Vol.
2. Agosto, 2021. Disponível em: file:///C:/Users/User/Downloads/Artigo+Atualizado%20(1).pdf. Acesso em: 15 mar 2024.
Publicado em: 2021.
⚫ PORTAL DA SOCIOLOGIA. Sociologia do Trabalho. Disponível em: https://www.sociologia.com.br/sociologia-do-
trabalho/. Acesso em: 15 mar 2024.
⚫ SEEDPR. Trabalho, Realização e consumo. Disponível em:
http://www.sociologia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=334#Trabalho%20na%20antiguidade.
Acesso em: 15 mar 2024.
⚫ SELAN, Beatriz; GARCIA, Danilo César Cascaldi; KANNEBLEY JÚNIOR, Sérgio Kannebley . Trabalho e Progresso
Técnico: Uma Análise nos Níveis de Emprego, Renda e Qualificação na Indústria Paulista . Revista EconomiA.
Disponível em: https://anpec.org.br/revista/vol10/vol10n2p277_297.pdf. Acesso em: 15 mar 2024. Publicado em: 2009.
⚫ THIRY-CHERQUES, Hermano Roberto. Max Weber: o processo de racionalização e o desencantamento do trabalho nas
organizações contemporâneas. Disponível
em:https://www.scielo.br/j/rap/a/rFvYFthDCqtFKqPZVBydTsH/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 15 mar 2024. Publicado
em: 2009.
⚫ VELOSO, Natália. STF decide padronizar entendimento sobre casos de “uberização”. Disponível em:
https://www.poder360.com.br/justica/stf-decide-padronizar-entendimento-sobre-casos-de-uberizacao/. Acesso em: 15
mar 2024. Publicado em: 02 mar 2024.
1

Você também pode gostar