E.E.E.
M
RIBEIRO DE
SOUZA GILBERTO LIMA
A DIVISÃO DO TRABALHO E AS VÁRIAS FORMAS DE
TRABALHO: ESCRAVO, SERVIL E ASSALARIADO.
Para analisar o mundo do trabalho é fundamental não
se restringir ao trabalho assalariado desenvolvido na
sociedade capitalista da forma conhecida na atualidade,
se assim o for, se deixará de analisar as diversas culturas
ou sociedades que antecederam o modo de produção
capitalista. Para começar tal análise partiremos da
sociedade tribal:
De forma bem sucinta a sociedade tribal é aquela que
tem diretamente laços de parentescos, traços culturais,
ritos e cultos religiosos próprios, construindo a sua
hierarquia. Consequentemente todos os homens, as
mulheres e as crianças têm suas funções nas relações de
trabalho, compreendendo que o trabalho na sociedade
tribal é uma condição de sobrevivência à tribo.
Algumas tribos tinham o trabalho baseado na divisão do
sexo, desempenhando tarefas diferentes, seja na caça ou
na ornamentação corporal, ou em apresentações de ritos.
Assim como nesta sociedade o trabalho está relacionado
com todos elementos organizacionais da sociedade tribal,
sejam eles culturais, religiosos, hierárquicos... Em
conseqüência de sua organização os trabalhadores de
uma determinada tribo não se preocupavam em acumular
trabalho ou produzir excedente na maioria das vezes;
tiravam da terra somente o necessário para a sua
alimentação consequenciando um horário de trabalho em
torno de 3 horas por dia, em algumas tribos não se
trabalhava todos os dias, o resto dos dias e das horas
eram disponibilizados para ações culturais, religiosas...É
importante ressaltar que a forma de produção (Homem x
natureza) era efetivada através da retirada direta da
natureza: caça, pesca, raízes, ervas medicinais, sem
depredação ou devastação do meio ambiente...Assim
como nenhum trabalhador se escora ou se oportuniza do
trabalho do outro todos contribuem da forma necessária. É
bem verdade que alguns guerreiros caçadores, mulheres
recebem homenagens honrosas pelos seus feitos.
A produção do trabalho é dividido para toda comunidade tribal que
se integrou no processo. Não buscam o excedente
Cada parte representa uma necessidade preenchida por um membro
da tribo
O trabalho é considerado parte integrante de toda a
sociedade juntamente com a política, com os ritos culturais,
cultos religiosos. Logo a Divisão do Trabalho era considerada
de acordo com a necessidade da comunidade tribal e da
divisão do sexo. A preocupação em não acumular excedentes
proporcionava aos integrantes da tribo uma vida de trabalho
mais amena com jornada de 3 horas diárias. Concebendo que
existiam exceções.
Trabalho na Sociedade Escrava:
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Esta forma de trabalho não é nova assim como, é
considerada a forma mais terrível de desenvolver o
trabalho que está vinculado diretamente a terra. A vida do
escravo pertence a um senhor ou amo, que pode fazer o
que bem entender com ela, vender, alugar, emprestar,
não só a vida do escravo como toda a família deste ou
algum bem que por ventura pertença ao escravo; foi a
principal fonte de riqueza para a nobreza,. Na sociedade
greco-romana o trabalho era visto com uma certa
distinção: trabalho braçal desenvolvido por escravos, por
serem o povo mais desintelectualizado, inferior e por não
entenderem de assuntos concernentes a cidade deveriam
efetivar este tipo de trabalho, o trabalho artesanal e
campesino que era desenvolvido por trabalhadores que
não eram escravos no entanto, desenvolviam atividades
lado a lado com os escravos eram tão oprimidos quanto
eles. O trabalho braçal, especificamente na terra era que
dava a maior sustentabilidade a esta sociedade e não
eram desenvolvido por nobres por decorrência destes
afirmarem que para a nobreza e intelectualidade o
assunto público era mais valorativo e de maior qualidade,
própria aos que não são escravos, desqualificando
completamente o trabalho braçal. Através do trabalho
escravo e de tamanha opressão os nobres, senhores, não
viviam do suor do seu rosto e sim do suor e do sangue
dos trabalhadores escravos que é a principal fonte de
produção, explorados até a alma. Por tanta exploração o
trabalhador escravo tinha um período muito curto de vida
em torno de 15 a 20 anos.
Esta realidade não é muito diferente da realidade
brasileira. É importante ressaltar que os escravos ou
povos escravizados ao longo da história não ficavam de
braços cruzados ao verem os seus filho e mulheres serem
açoitadas ou morrerem num canavial de tanto trabalho ou
espancamento em vários momentos se rebelaram mesmo
em uma terra distante de sua cultura de sua religião, e
construíram resistência através de movimentos sociais,
dos quilombos dentre os mais famosos o de Palmares que
perdurou por muitos anos, enfrentaram ousadamente a
nobreza brasileira, os senhores de engenhos, e todos os
que ceifavam a vida do trabalhador escravo. É importante
ressaltar que era considerado trabalho escravo em virtude
da maioria dos trabalhadores, no caso do Brasil, viverem
em grande sistema de opressão, de miséria, sem direitos
de reivindicarem, caso isto acontecesse o preço era a
venda e a separação de sua família na melhor das
hipóteses em outras circunstâncias a morte era certa.
Trabalho na Sociedade Feudal:
A sociedade feudal é uma grande celeuma de trabalhos,
escravo, assalariado, artesão e servil, este último vai
preponderar, por isso, o trabalho servil terá o maior
enfoque nesta análise.
Esta sociedade diretamente comandada pela igreja
católica e a nobreza feudal constituindo neste período de
1.º e 2.º estados, assim como a produção será
diretamente obra do terceiro estado que é composto pela
grande maioria da população. Os servos se diferenciavam
dos escravos, pois eles tinham alguns direitos como o
usufruto e ocupação da terra, mas nunca a propriedade

delas e também o servo (enquanto pessoa) não
proprietário.
Algumas características predominantes da sociedade
feudal que podemos citar são
 A terra: era o principal meio de
produção e pertencia aos
senhores feudais e não aos
trabalhadores diretos
(trabalhadores e aldeões). A
economia era a agricultura.
 Os trabalhadores diretos e o
senhor feudal: os primeiros
tinham o direito a ocupação a
ocupação e o usufruto da terra e
o segundo tinha direitos de cobrar
tributos e o direito a terra.
 As relações sociais havia uma
rede de direitos e deveres e de honra entre os senhores
feudais e entre eles e os servos. O sistema de deveres
Senhor – Servo, Servo – Senhor.
Podemos perceber então que nessa sociedade, os
seres humanos não eram considerados, como escravos,
mas, mesmo assim, ainda encontramos nela formas de
dominação e exploração. Como? A terra por ser fonte de
riqueza (produzia alimentos), estava na mão dos senhores
feudais; estes por sua vez permitiam que outras pessoas
(servos) a cultivassem. Os Servos estavam presos a terra
e quando um feudo era subdividido os servos passavam a
pertencer a outro senhor juntamente com a terra.
Os senhores feudais, no entanto, exigiam que seus
servos pagassem diversos impostos pelo uso da terra, o
que tornavam os miseráveis, trabalhando apenas para
acumulação de riqueza do senhor feudal.
A organização social definia e ordenava o trabalho da
propriedade feudal.
 Corvéia: os servos, além de trabalharem em suas
terras, eram também obrigados a trabalhar a terra do
senhor, e fazer a manutenção de estradas e pontes.
 Censo: imposto que era pago somente pelos homens
livres (camponeses e aldeões).
 Talha: taxa que se pagava sobre tudo o que se
produzia, na terra e atingia todas as categorias
dependentes.
 Banalidades: consistia em outra obrigação devida ao
senhor, e eram pagas pelos servos e camponeses, pelo
uso do moinho, do forno, dos tonéis de cerveja e pelo fato
de, simplesmente residirem na aldeia.
Para nos entendermos como se sustentou por tanto
tempo essa situação de servidão na sociedade feudal, em
termos gerais, se caracterizava pela solidariedade entre
as famílias senhoriais e pela presença da Igreja definindo
claramente o lugar das classes servis nessa sociedade.
No século XIV inicia a grande crise da sociedade feudal
com a Fome generalizada, a Peste Negra e as Guerras.
Com a desagregação da estrutura feudal, surgem os
primeiros sinais de constituição lenta, e permanente, de
um novo modo de produção em desenvolvimento: O modo
de produção Capitalista e, consequentemente, de uma
nova relação de trabalho.
Trabalho na Sociedade Capitalista:
Nas sociedades modernas predomina o modo de
produção capitalista que se caracterizam pelas relações
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Prof. Gilberto Lima
assalariadas de produção (trabalho assalariado). As
relações de produções capitalistas baseiam-se na
propriedade privada dos meios de produção pela
burguesia que vem substituir a propriedade feudal e no
trabalho assalariado que vem substituir o trabalho servil
do feudalismo.
A burguesia possui as fabricas e os meios de transporte,
as terras, os bancos e etc. como os trabalhadores não são
proprietários dos meios de produção, são obrigados a
trabalhar para os proprietários do capital.
Assim sendo, os trabalhadores trocam com os
empresários a sua capacidade de trabalhar por um
salário. Nessa sociedade o trabalho industrial aparece
como uma forma básica de produção de bens de
consumo.
EXERCÍCIO
1. Assinale a alternativa correta
Em relação às formas de trabalho (tribal, escravo, servil e
assalariado) nas sociedades Tribal, Escrava, Servil e
Assalariada:
I- Na sociedade tribal os homens trabalhavam em conjunto.
Os meios de produção e os frutos do trabalho eram voltados
para o coletivo, isto é, para todos. O trabalho está
relacionado com os elementos culturais, religiosos,
hierárquicos.
II- Na sociedade escrava (essa forma de trabalho que existiu
somente na Antiguidade), os senhores eram proprietários da
força de trabalho (os escravos), dos meios de produção
(terras, minas, instrumentos de produção) e do produto de
trabalho.
III- Na sociedade feudal o servo diferenciava-se do escravo
por: enquanto pessoa não era propriedade de seu senhor;
ele cultivava um pedaço de terra cedido pelo senhor (pagava
impostos, renda) e trabalhava as terras que o senhor
conservava para si.
IV- Na sociedade capitalista as relações de produção
baseiam-se na propriedade privada dos meios de produção e
no trabalho assalariado. O desenvolvimento da produção do
capitalismo é movido pelo desejo de lucro.
V- Em todas essas sociedades acima vivenciaram outras
formas de trabalho (escravo, camponês, aldeões, assalariado
etc), porém em cada uma delas existiram a predominância de
formas específicas de trabalho.
A) I, II e III. B) II, III e IV. C) I, III e V.
D) I, III e IV. E) Todas as alternativas estão corretas.
2. (UFPA/2005) Nas sociedades tribais o trabalho não está
isolado de todas as outras atividades. Assim, é correto
afirmar que o trabalho
(A) é organizado economicamente para produzir lucro.
(B) é resultado do esforço isolado do indivíduo.
(C) faz parte do conjunto da vida social, econômica, política e
religiosa.
(D) é uma atividade politicamente correta e visa ao lucro.
(E) é uma atividade que ocupa os indivíduos por muitas
horas do dia.
3. (Pref. Tucuruí / 2006) Nas sociedades simples, a divisão
do trabalho é definida a partir das seguintes categorias
sociológicas:
A) relações de gênero e participação política.
B) faixa etária e nível econômico.
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C) participação política e nível econômico.
D) relações de gênero e faixa etária.