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COLÉGIO JOÃO D’ABREU

LUCAS IURI MONTEIRO NUNES

O TRABALHO NA SOCIEDADE PRÉ - INDUSTRIAL

Dianópolis

2023
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LUCAS IURI MONTEIRO NUNES

O TRABALHO NA SOCIEDADE PRÉ - INDUSTRIAL

Trabalho desenvolvido para


obtenção de nota parcial da
disciplina de História, no Colégio
João de A’breu com a Professora:
Keline Oliveira

Dianópolis

2023
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1. INTRODUÇÃO

A Revolução Industrial constituiu um importante episódio da história da


humanidade, caracterizado basicamente pela transformação da sociedade feudal
para a sociedade capitalista, alterou a forma de produção e a relação de trabalho.

Pré-industrial se diz da época histórica que procede o surgimento da indústria,


uma sociedade agrária, onde sua economia era baseada na produção agrícola e
manutenção da cultura estrutura em moldes tradicionais, onde o poder estava
associado a propriedade de terra; o início desta revolução foi uma transformação
social, econômica, política e cultural radical e díspar, que ocorreu gradativamente,
com início no século XVIII, na Grã-Bretanha e se espalhou posteriormente por toda a
Europa, trazendo transformações importantes e sofisticadas nos processos produtivos
e forma de trabalho, e este processo só foi desencadeado em função das
necessidades evidentes e latentes da sociedade e da vinculação, a partir desse
momento histórico, da vida humana ao trabalho assalariado.

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2. DESENVOLVIMENTO

Na sociedade pré-industrial as relações de trabalho predominantes foram:


a escravidão, a servidão e a locação.

2.1 Escravidão

A primeira forma de trabalho foi a escravidão, em que o escravo era


considerado apenas uma coisa, não tendo qualquer direito, muito menos trabalhista,
o escravo, portanto, não era considerado sujeito de direito, pois era propriedade
do dominus. Nesse período, constatamos que o trabalho do escravo continuava no
tempo, até de modo indefinido, ou mais precisamente até o momento em que o
escravo vivesse ou deixasse de ter essa condição, entretanto, não tinha nenhum
direito, apenas o de trabalhar.

2.2 Servidão

No modo de produção feudal (ou feudalismo) era uma forma de vida sustentada
pela produção camponesa, baseava-se em grandes propriedades de terra,
pertencentes aos senhores feudais, onde os camponeses eram a maioria da
população e originários daqueles que fugiram das invasões dos bárbaros e se
abrigaram nos feudos, e a terra dos nobres foram valorizadas pela mão de obra servil
desses fugitivos, sendo assim os camponeses presos às glebas que cultivavam,
pesava-lhes a obrigação de entregar parte da produção rural como preço pela fixação
na terra, pela defesa que recebiam, para a sobrevivência deles mesmos e de suas
famílias, os camponeses não eram os donos da terra que viviam e cultivavam e eram
impedidos de compra-las dos seus senhores, e tinham que pagar tributos obrigatórios,
porém, a sua dívida com o senhor feudal não o possibilitava de se desvencilhar da
terra, também estavam submetidos a pressão religiosa da igreja católica que era
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formada pelo clero (clero seria “aqueles que fazem a intermediação entre os homens
e Deus) pregando que o camponês que descumpria com sua obrigação de serventia
estavam condenados ao inferno.

2.3 Locação

Locação ou seja, a prestação de serviço ou da construção de uma obra


mediante remuneração, algo similar com o prestador de serviço autônomo dos dias
de hoje, esse trabalhador não possuía direitos trabalhistas, havia três diferentes
operações: a locatio rei, a locatio operarum e a locatio operis faciendi, tinha por
objetivo regular a atividade de quem se comprometia a locar suas energias ou
resultado de trabalho em troca de pagamento, assim, estabelecia a organização do
trabalho do homem livre.

• A locatio rei era o aluguel (arrendamento) de coisas.


• A locatio operarum (locação de serviços) é a prestação de serviços, os
serviços eram locados mediante pagamento, tinham por objeto os serviços
manuais não especializados, de homens livres, corresponde ao contrato de
prestação de serviços, é apontada como precedente da relação de emprego
moderna.
• A locatio operis faciendi (locação de obra ou empreitada) era a execução de
uma obra, na qual o conductor se comprometia a trabalhar sobre uma coisa
que lhe confiava o locator, sobre promessa de retribuição.

As corporações de ofício eram organizações que reuniam pessoas que


compartilhavam interesses econômicos ou político-sociais d idade média, com este
órgão de autoridade as características das relações de trabalho ainda não permitiram
a existência de uma ordem jurídica nos moldes com que mais tarde surgiria o direito
do trabalho. Houve, no entanto, uma transformação: a maior liberdade do trabalhador.
Nas corporações de artesãos, agrupavam-se todos os artesãos do mesmo ramo em
uma localidade. Cada corporação tinha um estatuto com algumas normas
disciplinando as relações de trabalho, dividiam as categorias entre:
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• Os mestres eram os proprietários de oficinas, que chegavam a essa
condição depois de aprovados, segundo os regulamentos da corporação, na
confecção de uma “obra mestra”. (equivalem aos empregadores de hoje).
• Os companheiros eram trabalhadores livres que ganhavam salários dos
mestres, (equivale a homens livres, como empregados).
• Os aprendizes eram menores que recebiam dos mestres os ensinamentos
metódicos de um ofício ou profissão.

Dentro desta lógica, os membros das corporações estavam distribuídos da


seguinte forma: aprendizes, jovens que aprendiam o ofício com o mestre e recebiam
moradia e comida dos seus mestres; após a aprendizagem podiam trabalhar para um
mestre e receber salário, podendo mais tarde abrir a sua própria oficina; finalmente,
os mestres donos das oficinas e dos equipamentos, geralmente pequenas unidades,
que controlavam todo o processo produtivo, Assim, apesar de possuir um caráter
autoritário preocupar mais com seus próprios interesses do que com os dos
trabalhadores, as corporações apresentaram um avanço às questões trabalhistas. A
clientela das oficinas eram os poucos habitantes de uma cidade e de seus arredores,
ainda não existia máquina e sim oficina com trabalhos manuais, mão de obra do
artesão era especializado, as profissões eram reguladas por estatutos próprios muito
rígidos: corporações de ofícios, através deles, estas instituições garantiam aos seus
membros ajuda em momentos de dificuldades econômicas, estabeleciam regras que
evitavam a concorrência e asseguravam padrões de qualidade, preservando desta
forma o prestígio das profissões.

Segundo Paul Sweezy (1983), o “modo de produção pré-capitalista de


mercadorias”, prevaleceu na Europa ocidental durante os séculos XV e XVI. O declínio
do sistema feudal não pode ser considerado com sendo resultante de um único fator,
mas sim, da somatória de uma série de fatores, que juntos determinaram o declínio
do sistema feudal, enquanto sistema de produção, e o nascimento do sistema
capitalista. O processo de declínio do sistema feudal ocorreu de forma lenta e
gradativamente e foi resultante da ineficiência do feudalismo enquanto sistema de
produção capaz de satisfazer as necessidades de uma sociedade crescente, com
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“novas” necessidades, pela cobiça cada vez maior dos setores dominante, pelos
conflitos internos no antigo modo de produção e pelo crescimento das cidades
mercantis. Foi um período de transição entre o declínio de uma sociedade e o
nascimento de uma “nova sociedade”, verifica-se, assim, que a forma de viver, pensar
e agir dos homens começam a se transformar, não sendo mais a mesma, ou seja, a
prática social que sustentava a sociedade feudal está em declínio, não sendo mais
aceita pela sociedade. O surgimento de novas carências e a incapacidade do sistema
feudal em satisfazer as exigências produtivas dessa sociedade em crescimento
contribuiu para seu fracasso.

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3. CONCLUSÃO

A história da sociedade pré-industrial é marcada pela falta de legislação


trabalhista, o trabalho escravo, predominantemente nessa época, não há um sistema
de normas jurídicas de direito do trabalho. O escravo é encarado como uma coisa, em
propriedade de seus senhores, não sendo assegurado ao escravo qualquer direito,
sendo o mesmo comercializado em praça pública e assim como o escravo, o servo
apesar da mudança do sistema escravo para o servil, não temos propriamente direitos
trabalhistas, uma vez que apesar da proteção militar e política prestada pelo senhor
feudal dono das terras, os trabalhadores não tinham uma condição livre, estes
trabalhadores de mão de obra camponesa estavam presos aos seus senhores e
devido a não existência da legislação trabalhista eram forçados a trabalhar desta
forma por não existir direitos e somente obrigações. tinha pequenos artesões livre que
também dependiam também dos feudais oferecia serviços em troca de proteção, a
forma de trabalho era manufatureira, o trabalhador realizava seu trabalho por meio
de sua capacidade artesanal, foi por aqui que se iniciou uma maior liberdade do
trabalhador.

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REFERÊNCIAS

Escola Judicial do TRT da 4º Região. A história do direito do trabalho a evolução do


direito do trabalho do brasil. Disponível em:
https://www.trt4.jus.br/portais/escola/modulos/noticias/415206. Acessado em
25/03/2023 ás 13:26

Trabalhos Feitos. Sociedade industrial Disponível em:


https://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Sociedade-Pre-Industrial/32419705.html.
Acessado em 25/03/2023 ás 13:40
Neto, Alexandre Shigunov; Marciel, Lizete Shizue Bomura. Do sistema pré-industrial
ao sistema capitalista de produção. Disponível em:
http://www.gestaoemacao.ufba.br/revistas/rgav9n3alexandreneto.pdf. Acessado em
25/03/2023 ás 14:06

Siviero, Filipe. História do direito do trabalho - estudo dirigido. Disponível em:


https://investidura.com.br/biblioteca-juridica/resumos/direito-do-trabalho/317-historia-
do-direito-do-trabalho-estudo-dirigido. Acessado em 25/03/2023 ás 14:23
Nascimento, Amauri Mascaro ; Nascimento, Sônia Mascaro. História Geral do Direito
do Trabalho. Disponível em: https://vlex.com.br/vid/historia-geral-do-direito-
717855297. Acessado em: 26/03/2023 ás 14:00
Associação dos Professores de História/ Nuno Pousinho. As mudanças na produção
e nas relações de trabalho. Disponível em: https://ensina.rtp.pt/explicador/as-
mudancas-na-producao-e-nas-relacoes-de-trabalho-h69/. Acessado em: 26/03/203
ás 14:17

Marchi, Guilherme Sávio. O trabalho na sociedade industrial: um breve


entendimento da racionalização do modo de produção capitalista. Disponível em:
https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/aurora/article/view/3417. Acessado em:
26/03/2023 ás 14:38

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