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RESUMO
Este trabalho objetiva compreender o debate trazido pela obra “Jurema” de autoria de
Grünewald (2020), com vistas a discutir acerca da polissemia que envolve a história e os
significados da Jurema em seus aspectos culturais, espirituais e sociais. A leitura da obra
se deu por indicação da disciplina Estudos Avançados em Ecologia Humana, cursada no
segundo semestre do ano de 2021 no Programa de Doutorado em Ecologia Humana e
Gestão Socioambiental da Universidade do Estado da Bahia – Uneb. Após a leitura recorreu-
se a construção de uma resenha crítica, visando compreender o rico universo da Jurema.
Após a leitura chegou-se à conclusão de que o estudo da Jurema (Mimosa tenuiflora) é
um fenômeno cultural que tem suas raízes na história do Brasil, e que, ainda hoje, possui
grande relevância para diversos grupos étnicos e religiosos no país. Desde os tempos pré-
coloniais, os povos indígenas já utilizavam a Jurema em rituais e práticas terapêuticas, o que
se ampliou com a chegada dos colonizadores e a mistura de elementos culturais africanos
e europeus. A partir disso, a Jurema se transformou em uma prática religiosa e cultural que
envolve indígenas, quilombolas, brancos e caboclos, e que se tornou uma das expressões
mais marcantes da formação cultural do Brasil.
A Jurema (Mimosa tenuiflora) é uma planta sagrada que possui um papel importante
na cultura e na religiosidade de diversos grupos étnicos no Brasil. A sua história remonta aos
tempos pré-coloniais, quando, povos indígenas já utilizavam as suas propriedades medicinais
e psicoativas para fins terapêuticos e ritualísticos. Com a chegada dos colonizadores, a
Jurema passou a ser utilizada em rituais que mesclavam elementos indígenas, africanos e
europeus, e que hoje são conhecidos como Jurema Sagrada.
Nesse contexto, a planta se tornou um elemento fundamental de diversas práticas
religiosas e culturais, que são transmitidas de geração em geração. Utilizada no Nordeste em
seus rituais místicos, e posteriormente, incorporada dentro do processo de fusão de culturas
e raças para as comunidades indígenas, quilombolas, e consequentemente, chegando ao
branco nas cidades do interior e das capitais do Brasil, a Jurema é cultuada ao longo dos
séculos em nosso país. Neste sentido, Santiago (2008) menciona que:
Deste modo, percebeu-se, que o culto da Jurema mesmo sendo um rito religioso
indígena, ainda hoje, faz parte da cultura indígena nordestina. No referencial teórico descreve-
se os tópicos e seus respectivos conteúdos, essencialmente, os que mais provocaram
reflexão e satisfação na leitura deste referencial teórico denominado.
Apesar de ser uma prática religiosa tradicional e valorizada pelas tribos indígenas
do Nordeste do Brasil, o culto da Jurema também tem sido criticado por alguns setores da
sociedade. Algumas pessoas argumentam que a religião é baseada em crenças infundadas
e supersticiosas, e que, a veneração da árvore Jurema é apenas um ritual sem sentido. Além
disso, algumas críticas se concentram na apropriação cultural da prática religiosa pelos não-
indígenas, que muitas vezes, ignoram as tradições e o significado simbólico existente por
trás do culto da Jurema. Essas críticas destacam a importância do respeito e da valorização
às práticas culturais e religiosas de diferentes grupos, enquanto também, se mantém uma
perspectiva crítica e aberta ao debate e à reflexão.
Portanto, o trabalho em questão, teve como objetivo discutir o papel da Jurema como
planta sagrada, sua relação com a espiritualidade e suas influências na cultura brasileira,
bem como, reflexionar acerca das questões históricas e sociais que envolvem o seu culto
e a sua conservação.
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DESENVOLVIMENTO
Soou interessante a ideia do autor, quando logo no início desta obra, relacionou a
ligação da planta Jurema com a indianidade, ou seja, com os povos tradicionais do nosso
país, numa perspectiva ontológica1 no campo da mistificação do homem com a natureza,
desde o início da colonização brasileira. “Jurema é um pau encantado. É um pau de ciência,
que todos querem saber. Mas se você quiser Jurema, eu dou Jurema a você. Mas se você
quiser ciência, José dá ciência a você” (DOMÍNIO PÚBLICO, s.d.).
Nesse sentido, Grünewald citando Bairrão (2003), tenta sintetizar os múltiplos sentidos
da Jurema dentro de sua vasta polissemia. [...] “Jurema é uma árvore, mas são várias as
espécies. Jurema é uma bebida, mas são várias as bebidas – e, como eu vejo, não interessa
saber qual foi uma suposta bebida original, mas percebe que ela passa incessantemente
por diversas transmutações. Jurema é uma variedade de cerimônias religiosas. Jurema é
uma “entidade espiritual” diversamente caracterizada. Jurema são distintos locais de culto e
oração. Conforme o contexto, Jurema é “muito espiritual” ou “plano espiritual”. Ainda, “Jurema
é uma índia metafísica. Atende pelo nome de Jurema uma apresentação antropomórfica do
sagrado florestal”. [...] Assim, habita o sertão, as florestas e até o mar” (BAIRRÃO, 2003, p.
163, apud GRÜNEWALD, 2020, p. 23-24).
Dessa forma, fica evidente a riqueza do campo de estudo da Jurema e sua diversidade
de possibilidades de pesquisas e conhecimentos sobre esta planta. Isso permite pensar que
o estudo da Jurema não se limita a uma determinada área do saber, pelo contrário, é um
tema transversal que ultrapassa os limites de uma só área. É um tema vasto, plural.
Destarte que Grünewald citando Saniotis (2010), resgata evidências arqueológicas,
quando afirma que:
[...] Sugerindo que o Homo Sapiens tem usado “substâncias psicoativas” desde
a pré-história, quando esses “seres humanos” têm tido uma íntima associação
com vários tipos de substâncias psicotrópicas e alteradoras de humor. Tais
substâncias tem servido a vários propósitos, tal como induzir EAC (estados
alterados de consciência) para fins religiosos ou recreativos, melhora cognitiva,
fortalecimento da identidade do grupo, sucesso reprodutivo e alimentação.
Dada sua atual preponderância, as substâncias psicotrópicas e alteradoras do
humor continuam a ter um considerável impacto sobre o futuro das sociedades
(SANIOTIS, 2010, p. 482, apud GRÜNEWALD, 2020, p. 28).
1 Para Lukács (2018), a ontologia estuda a natureza da existência, a realidade e a existência do ser. Ela se concentra em responder à
pergunta “o que é?” e busca entender a natureza fundamental da realidade, do ser e do conhecimento. A ontologia considera ques-
tões como o que existe, o que é real, o que é possível, a natureza da existência e a relação entre o ser e o mundo.
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Deste modo, fica ainda mais evidente que o ser humano utiliza as plantas para os mais
diversos propósitos, desde o início dos tempos.
Apesar de haver evidências de que o uso de substâncias psicoativas tem sido praticado
desde a pré-história, não podemos ignorar os riscos e consequências negativas associados
a esse comportamento. O abuso de substâncias pode levar a problemas de saúde física e
mental, dependência química, perda de produtividade e danos sociais. Ademais, muitas das
substâncias psicoativas utilizadas na pré-história eram extraídas diretamente da natureza e,
portanto, havia uma limitação em termos de disponibilidade e controle de qualidade.
Neste ponto do livro, destaca-se o aspecto histórico da pesquisa do autor, quando ele
nos brinda com uma informação, no mínimo, muito interessante. A de que o povo AZTECA
já conhecia a árvore da Jurema durante o período pré-colonial. “Conhecida com o nome
científico de Tepescobuite, deriva do termo Azteca tepus-cabuilt, ‘árvore-metal’, uma
referência à madeira extremamente dura da árvore” (GRÜNEWALD, 2020, p. 36).
Aprofundando cada vez mais na sua pesquisa sobre as origens da Jurema, o Dr.
Grünewald revela em sua obra, que a Jurema consegue sobreviver em outras regiões bem
distantes do Nordeste brasileiro.
Citando Gaujac (2013), Grünewald revela que a Jurema é “nativa de ‘regiões de baixo
índice pluviométrico e sujeitas as secas periódicas, sendo esta planta, encontrada em
abundância no Nordeste do Brasil, sul do México, no norte da Venezuela e da Colômbia, bem
como, em Honduras e El Salvador’” (GAUJAC, 2013, p. 17, apud GRÜNEWALD, 2020, p. 38).
Destarte que, as condições climáticas e a disponibilidade de uma planta podem mudar
ao longo do tempo e, portanto, seu uso pode se tornar cada vez mais restrito ou até mesmo
desaparecer. Dependendo do modo de cultivo, o uso excessivo de uma planta também pode
levar à sua extinção ou a problemas ecológicos.
Todavia, há uma grande distinção de uso da referida planta no Brasil, em relação a
outras partes do mundo onde encontra-se esta espécie, como fica evidente na pesquisa
do Dr. Grünewald. Segundo ele, no México onde a Mimosa tenuiflora é conhecida como
tepescobuite, “suas cascas secas e moídas são muito utilizadas para cura de feridas e
no tratamento de queimaduras, uma vez que promove rápida cicatrização da pele”. Sua
madeira pode ser usada no México, Honduras, Guatemala, El Salvador, Nicarágua,
Colômbia, Venezuela e Panamá “para se obter um carvão altamente calórico, além da
gestão agroflorestal, construção de cercas etc.” (GAUJAC, 2013; SOUZA, 2008 et al., apud
GRÜNEWALD, 2020, p. 42).
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A Jurema, suas propriedades psicoativas e propensões místicas
Identificamos neste item da leitura uma “conexão” (pelo menos, no Brasil, que
independentemente do culto ou o contexto da utilização, seja no Catimbó, Candomblé,
Umbanda, Xangô, Toré ou Maracatu) mística que deriva entre as propriedades psicoativas,
buscando uma sincronia espiritual na “ciência da Jurema”.
Para Pires (2010), a Jurema é uma planta e culto presente em diversas variações
religiosas, tais como, o catimbó e a umbanda. Entre suas principais características está
tomada do corpo por entidades espirituais como mestres e caboclos. Sua tradição vem de
origens indígenas e sua difusão se deu juntamente com o estabelecimento de outras práticas
e religiões, como a umbanda. Das raízes e casca da planta é produzida uma bebida, o vinho
da Jurema, que é consumido ritualmente durante o culto.
De acordo com Schultes (1976), [...] “referindo-se as raízes da Jurema preta (Mimosa
hostilis) como provedora de uma bebida miraculosa, pouco conhecida e própria das regiões
secas do Nordeste do Brasil” e que teria sido usada por tribos extintas para “navegar em
sonos profundos e se preparar para batalhas, e ainda, por outros povos indígenas não
instintos, mas que, mais recentemente teriam deixado de usar o alucinógeno” (SCHULTES,
1976, apud GRÜNEWALD, 2020, p. 46).
Nesse contexto, tem-se a percepção de que, a utilização da Jurema permeia sempre o
místico e o sobrenatural para amenizar as dores e inquietações da alma humana. Por isso,
“O cosmo da Jurema Sagrada é amplo, complexo e profundo, tal qual a experiência humana
com a vida em seu sentido polissêmico e holístico” (L’ODÒ, 2017, p. 28).
Um outro aspecto interessante neste tópico da pesquisa do Dr. Grünewald, [...]
“foi a criação da bebida que o autor denomina de análogo da ayahuasca, extraída de
entrecascas da jurema preta com as sementes da Pegamum hamala (Arruda da Síria)”
(GRÜNEWALD, 2020, p. 49). Contudo, segundo o autor, foram encontradas variações da
mesma espécie (com os mesmos princípios ativos e alucinógenos) em plantas similares à
Pegamum hamala (Arruda da Síria) no mar Mediterrâneo, Norte da África, Oriente Médio,
Índia, Mongólia, península do Sinai, região meridional de Israel, além, de Síria e Egito. Essas
são algumas das localidades em que se tem relatos históricos da presença desta planta,
embora a utilização nessas regiões quanto ao “uso” da planta não é muito clara, carecendo,
sobretudo, de mais estudos e pesquisas, além de dados históricos para fins de comprovação
da sua utilização e em que contexto. (...) “todas as populações (grupos sociais, espirituais,
religiões) que utilizam a Jurema, veem nela um veículo divino de contato com o sobrenatural”
(GRÜNEWALD, 2020, p. 52).
Conforme Grünewald (2020), a relação da Jurema com a espiritualidade e o sobrenatural
é destacado, visto que todas as populações que utilizam a planta entendem-na como um fio
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condutor divino para contato com o mundo espiritual. Essa visão está presente em diversos
contextos, como em práticas xamânicas, religiões afro-brasileiras, entre outras. No entanto,
é importante destacar que a utilização da Jurema com fins espirituais e religiosos deve ser
feita com cautela e responsabilidade, respeitando as tradições e rituais envolvidos, e não
deve ser vista como uma forma de mero entretenimento ou experimentação.
Além disso, é necessário que haja mais estudos e pesquisas que aprofundem a relação
entre a Jurema e o mundo espiritual, de forma a compreender melhor o seu uso e seus
efeitos sobre a mente e o corpo humano.
Arqueologia e História
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grande probabilidade, relatada por Grünewald (2020), que (...) “nas cavernas, os nossos
ancestrais utilizassem dessa planta para realizarem rituais-cerimoniais, entrelaçando
representações e jornadas visionárias a partir de estados alterados de consciência”
(GRÜNEWALD, 2020, p. 65). Existe a possibilidade que algumas pinturas rupestres tenham
sido influenciadas pelo uso de substâncias psicoativas em rituais cerimoniais.
Embora algumas culturas tradicionais tenham usado plantas sagradas em seus rituais,
isso não significa, necessariamente, que essas práticas sejam seguras ou benéficas para
todos os indivíduos da comunidade.
Segundo Grünewald (2020), o Santo Ofício em Portugal foi criado em 1536. Existem
relatos históricos que apontam centenas de brasileiros que foram condenados e dezenas
queimados em Lisboa (Portugal). Com o advento da colonização e a integração entre jesuítas
e nativos brasileiros, o culto a Jurema permaneceu, durante todo esse tempo, dentro desse
processo no qual as pessoas que faziam uso dessa substância, “recebiam entidades” que,
para os ditos cristãos, eram entidades diabólicas ou espíritos malignos que destoavam do
conceito cristão da época, e quando os jesuítas identificavam essas “pessoas possuídas por
essas substâncias”, depressa julgavam e condenavam dentro de um processo inquisitório.
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Logo, os Juremeiros estavam entre esses indivíduos caracterizados “impuros” em função
de suas práticas ritualistas com a Jurema. Nesse sentido, pode-se afirmar que a Jurema foi
alvo de um processo inquisitório no Brasil.
Outro ponto de destaque na obra de Grünewald (2020), é a integração entre as raças
negra e indígena a partir do culto a Jurema, como destaca Wadsworth (2006), que discorre que
foi a partir do convívio entre “indígenas de diversos povos nativos, somando-se a portugueses
e africanos, que foi se construindo e se dando feição a uma nova forma de expressão religiosa
fundada na Jurema, e que vai posteriormente ser geneticamente chamada de Catimbó ou
simplesmente Jurema” (WADSWORTH, 2006, apud GRÜNEWALD, 2020, p. 82).
Embora a integração entre raças e culturas possa ser vista como uma coisa positiva, é
importante reconhecer que nem sempre é uma relação igualitária ou justa. O contato entre
diferentes grupos pode envolver violência, opressão e apropriação cultural, além, de criar
hierarquias e desigualdades que persistem até hoje.
Além disso, ao valorizarmos a integração cultural como um objetivo em si mesmo,
corremos o risco de homogeneizar e simplificar a diversidade cultural e histórica de
diferentes grupos. É importante entender que diferentes culturas e tradições têm sua própria
complexidade e nuances, e que, a mistura de diferentes práticas e crenças pode ser um
processo complexo, e muitas vezes conflituoso.
Por fim, é importante lembrar que a religião e a espiritualidade são áreas extremamente
pessoais e sensíveis, e que o culto a Jurema é uma prática sagrada para muitas
pessoas. Ao explorar essa tradição, devemos respeitar a diversidade de experiências e
perspectivas dentro e fora da comunidade em questão, e evitar romantizar ou estereotipar
suas práticas. Segundo Grünewald (2020):
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A Jurema entre os indígenas do interior do Nordeste
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A Jurema entre os indígenas do interior do Nordeste e suas misturas entre indígenas
e regionais
Nesta parte do livro, o autor evidencia as religiosidades que dialogam com os ritos da
Jurema dentro da cultura indígena no Nordeste brasileiro, tendo, em seus rituais, influências
do catolicismo, umbanda, espiritismo, bem como o catimbó.
Enxerga-se aqui uma profunda conexão entre estas duas culturas tão distintas (na qual
provavelmente nunca se conheceram) no que diz respeito, ao rito de preparação da Jurema
pelos Kapinawá (povo indígena da cidade de Buíque no estado de Pernambuco – Brasil),
como descreve Grünewald (2020), “A raiz, como em Atikum, deve ser retirada do lado que
o sol nasce (que traz a “ciência”) e não do lado do poente (que “leva o mal”)”, semelhante
com o rito de passagem para o além descrito no Livro dos Mortos2 do povo egípcio, no qual
Ferreira (1992) descreve que [...] “O ritual de passagem deve seguir uma sequência de
procedimentos, passando desde o pôr do sol (pelas horas mais escuras e sombrias) até o
nascer do sol (nas horas de iluminação e despertar para a eternidade), percorrendo assim,
todo um caminho espiritual de purificação e passagem do mundo dos vivos para o mundo
dos mortos)” (FERREIRA, 1992, p. 36).
Mais uma vez, faz-se necessário destacar a polissemia do termo Jurema, pois, como
trata Grünewald (2022), a Jurema é muito mais do que uma simples planta do Nordeste
brasileiro. Deste modo, neste tópico do livro, o autor explora a multissemântica da Jurema
nos contextos do catimbó e da umbanda.
Dentro de sua polissemia, é possível destacar a beleza da árvore nos períodos de seca,
a bebida que é extraída de suas raízes, as cidades Encantadas, aos Mestres que conhecem
sua ciência sagrada, dentre outros. Ainda dentro deste contexto polissêmico, Coelho (2016,
p 16), revela que: “Enquanto religião, a Jurema Sagrada não apresenta consenso quanto
a isso, podemos sintetizá-la a partir de autores pertinentes ao tema que vão conceituá-la
a priori como sendo de origem indígena, mas que, no processo de secularização e trocas
culturais apresenta conexões com a Umbanda, obtendo assim traços das religiões afro, do
catolicismo e da magia europeia”.
2 O Livro dos Mortos dos egípcios remonta ao período do Novo Império. Seus textos foram produzidos em rolos de papiro, os quais
eram envolvidos em pedaços do material de que eram elaboradas as múmias. Este livro continha principalmente preceitos mágicos e
ladainhas que versavam sobre o destino dos que morreram. Ele orientava as pessoas quanto aos caminhos a seguir para se atingir
o reino de Osíris (a principal divindade cultuada pelos egípcios, símbolo do renascimento da alma, de sua imortalidade), aos campos
da bem-aventurança. Ao obedecer às instruções contidas neste sagrado manual, o homem tinha condições de atingir um estágio
elevado que o habilitava a se tornar um Espírito Santificado.
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Apesar da polissemia e da riqueza cultural que envolve a Jurema Sagrada, é importante
lembrar que muitas vezes essa diversidade cultural pode ser reduzida e apropriada por
interesses comerciais ou turísticos, sem levar em conta as crenças e práticas sagradas das
comunidades envolvidas.
Todavia, destacamos que a secularização e as trocas culturais mencionadas por Coelho
(2016) nem sempre ocorrem de forma respeitosa e equilibrada.
Muitas vezes, práticas culturais são tomadas de seus contextos originais e transformadas
em produtos de consumo para turistas, ou para a indústria cultural, sem levar em conta as
implicações para as comunidades envolvidas.
Portanto, é importante lembrar que a diversidade cultural não deve ser vista apenas
como uma curiosidade exótica, ou como um objeto de estudo acadêmico. As crenças e
práticas culturais são fundamentais para a identidade e o bem-estar das comunidades, e
devem ser respeitadas e valorizadas como tal.
Na perspectiva histórica, segundo os relatos dos cronistas e missionários do século
XVIII, o Catimbó chamado por eles de “adjunto de jurema” era uma espécie de reunião
entre os índios, realizada em segredo, e que envolvia uma dança com fins religiosos e
curativos, com o uso de bebida preparada com a Jurema e fumo. Também é possível
encontrar estes elementos na pajelança amazônica, “a cerimônia gira em torno do Pajé, que
invoca os mestres com um pequeno maracá, e que é ajudado por pessoa de sua família
que acende os cigarros, ferve a bebida ou defuma o ambiente.” (FIGUEIREDO, 1976, p. 44
apud ASSUNÇÃO, 2010, p. 20).
Importante destacar que, para os povos tradicionais e muitas comunidades espalhadas
pelo Brasil, o culto a Jurema é uma prática viva e em constante transformação, envolvendo
ancestralidade, saberes, religiosidade, cultura, tradição e interação com cada comunidade
que vivencia seus ritos.
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Ainda na perspectiva histórica, Santiago (2008), destaca que: “O culto da jurema
difundiu-se dos sertões e agreste nordestinos em direção às grandes cidades do litoral,
tendo o símbolo sagrado da árvore da jurema, originado na cultura indígena, sincretizando-
se com elementos da magia europeia, do catolicismo e da matriz africana”, conforme já
apontava Cascudo (1978) e Bastide (1985). A partir desse amálgama de tradições, formou-
se o Catimbó na Paraíba, no Recife, em Maceió e em Natal.
De acordo com Nascimento (1994), o Catimbó é considerado “como variante de práticas
mágico-religiosas, cuja origem, se localizaria em processos de transformação cultural,
experimentados por populações indígenas em contato secular com a sociedade envolvente.
Fernandes (1938), tratando sobre a gênesis do Catimbó, evidencia a existência na Paraíba
de práticas feiticeiras de 1740, através de uma ordem régia endereçada ao governador da
capitania, informando que feiticeiros e índios foram presos e mortos por praticarem magias
condenadas pela Igreja Católica”.
Bastide (1985), [...] “destaca que para além da influência indígena, também a influência
negra no catimbó”, tendo assinalado o antagonismo dos negros bantos na Paraíba e em
Pernambuco, que se ambientaram à religiosidade indígena em decorrência da centralização,
como a sua, na descida do deus ao corpo humano e imediata transformação da sua
originalidade. Cascudo (1978), [...] “trata o catimbó como o mais nítido exemplo do processo
de convergência afro-branco-ameríndia”. Destarte que foi esse autor quem assinalou a
influência da bruxaria europeia na religiosidade popular brasileira, perseguida pela inquisição,
tendo aqui encontrado canais de assimilação principalmente junto às populações negras e
índias que também possuíam seus rituais mágicos. Em suas pesquisas, [...] “na descrição
de uma cerimônia de Catimbó, ocorrida na festa do Dia de Reis na Paraíba, Bastide (1985),
faz referência ao uso da jurema (palmeira tóxica do Nordeste) tanto através do chá de sua
raiz - ajuá - como do fumo de suas folhas e raiz dentro de um cachimbo, usado para incensar
os fiéis. Segundo ele, utilizavam o cachimbo ao contrário, isto é, colocavam a parte em que
se põe o fumo na boca, e pelo tubo soprava-se a fumaça em direção ao que se desejava
defumar (a fumaça usada como defumador). Registra, também, o uso do maracá para ritmar
as canções, a aguardente e o fumo, ofertados para os espíritos encarnados nos fiéis, os
quais, eram vistos como entidades caboclas, índias e negras.
Outro marco histórico importante no processo de evidências da difusão do catimbó
foi a missão de pesquisas folclóricas de 1938, organizada por Mário de Andrade, então
chefe do departamento de cultura do município de São Paulo, que possuía uma equipe de
pesquisadores que tinha como objetivo coletar dados sobre a cultura popular no Norte e
Nordeste do país. Essa equipe encontrou na Paraíba um número expressivo de catimbós,
relatando nos seus diários a existência de um forte núcleo catimbozeiro no município de
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Alhandra/PB (CARLINI, 1994). Dentro desse contexto, a nossa hipótese é de que houve um
processo de “migração” do catimbó do interior no Brasil para as cidades litorâneas.
Ademais, o processo de escravização dos indígenas, no qual, foram expulsos de suas
aldeias próximas ao litoral, dado ao processo de expansão colonial. [...] “isso se deu quando
os indígenas do interior sobreviviam ao extermínio, sendo escravizados e levados para tais
aldeias (como a de Alhandra) para servirem de mão-de-obra na atividade canavieira” (LIMA
SEGUNDO, 2015, p. 48, apud GRÜNEWALD, 2020, p. 147).
Ademais, os indígenas foram escravizados e expulsos de suas aldeias próximas ao
litoral durante o processo de expansão colonial, gerando impactos profundos na economia,
sociedade e cultura das Américas.
O catimbó
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consulta para pesquisadores, estudantes e praticantes do catimbó, o que mostra a importância
de se preservar e valorizar o patrimônio cultural imaterial do país.
Para Neto (2007), “o catimbó é originado de uma mistura de cultos
degenerados. As degenerações da pajelança associadas aos rituais Congo-Angolanas,
aliadas às práticas de bruxaria e feitiçaria de todos os tempos, compõem o dito catimbó.
Sofreu também fortes influências do catolicismo e kadercismo. Embora suas finalidades
sejam a cura dos males físicos e os de ordem astral, há também os trabalhos para o bem e
para o mal, todos debaixo de uma grosseira e violenta corrente vibratória. Seus sacerdotes,
quase sempre homens, são chamados de Mestres e as Entidades evocadas são os Mestres
de Linhas” (NETO, 2007, p. 262-263).
Ampliando um pouco mais a discussão, destacamos aqui algumas considerações
de Neto (2007) sobre as origens do catimbó que geram divergências entre estudiosos do
assunto. Para alguns pesquisadores, o catimbó não pode ser caracterizado como uma
prática religiosa degenerada, mas sim, como uma manifestação cultural e religiosa legítima,
que tem raízes históricas e culturais profundas na sociedade brasileira. Contudo, muitos
afirmam que a influência do catolicismo e do candomblé no catimbó não deve ser vista
como uma degeneração, mas sim, como uma forma de sincretismo religioso que ocorre em
muitas culturas e épocas diferentes. Enquanto para outros pesquisadores, o catimbó deve
ser estudado em sua complexidade, levando em consideração as diversas dimensões que
envolvem essa prática religiosa, tais como, sua origem histórica, seus aspectos culturais e
sociais, suas relações com outras práticas religiosas, e assim por diante.
A Jurema de umbanda
Nesse questão do livro, o professor Dr. Rodrigo Grünewald, traz uma abordagem
histórica também sobre a religião denominada umbanda e suas relações com os rituais
da Jurema. Segundo o referido autor, “as relações sociais da época (século XIX), eram
muito tensas e complicadas com o negro, sua cultura e seus cultos marginalizados pela
sociedade da época”, como por exemplo, o registro em jornais e ou matérias dedicadas,
chamando a atenção da população branca para com os negros escravos. “Também não
faltavam acusações de crimes de feitiçaria, curandeirismo, charlatanismo e exercício ilegal da
medicina, acrescido das denúncias de práticas de espiritismo e cartomancia” que perduraram
no período da República no Brasil, entrando as primeiras décadas do século XX. Destarte
a grande influência do espiritismo europeu branco e com proposta de ciência positiva de
Allan Kardec, que predominaria sobre os mitos populares (GRÜNEWALD, 2020, p. 160-161).
Ainda segundo Grünewald, [...] “foi justamente na passagem do século XIX para o
século XX que, segundo Fry (1982), ‘grupos religiosos afro-brasileiros’ foram primeiramente
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descritos. Embora com diferenças essas ‘pequenas comunidades’ constituídas ‘por negros
sob a liderança de um pai ou mãe-de-santo’, eram chamadas de candomblé em Salvador e
macumba no Rio de Janeiro” (Fry, 1982, p. 23). A formação desses líderes religiosos requeria
vários ritos de passagem. Devido a conflitos, novas lideranças foram se estabelecendo, sem
necessariamente, passarem por tais ritos e dando maior fluidez e plasticidade aos cultos.
Além dos elementos de origem africana, surgiram também os caboclos, representando os
espíritos dos indígenas brasileiros, ou os pretos ou pretas-velhas, que passariam a representar
os espíritos dos negros que, em vida, passaram pela escravidão no Brasil. A aproximação
desses elementos ao kardecismo – ou seja, à doutrina espírita cristã reencarnacionista
formulada no século XIX por Allan Kardec, teria dado origem à umbanda, nascida com
esse nome na cidade do Rio de Janeiro (RJ)” (FRY, 1982, p. 23, apud GRÜNEWALD,
2020, p. 160-161).
Foi justamente desta “fusão” de religiosidades que nasceu a umbanda no Brasil. Em 1939
foi fundada a primeira federação de umbanda e, em 1941, foi realizado o Primeiro Congresso
do Espiritismo de Umbanda em nosso país.
Segundo Ortiz (1991), precisamos entender que a umbanda – diferentemente do
candomblé, kardecismo, catolicismo ou protestantismo – “tem consciência de sua brasilidade,
ela se quer brasileira” (ORTIZ, 1991, p. 17). Ou seja, quando falamos em umbanda, “não nos
encontramos mais na presença de um sincretismo afro-brasileiro, mas diante de uma síntese
brasileira, de uma religião endógena” (ORTIZ, 1991, p. 17, apud GRÜNEWALD, 2020, p. 162).
Ainda segundo Grünewald (2020), “foi o pesquisador Vandezande (1975) quem situou
Alhandra-PB como o local de surgimento de nova religiosidade então conhecida como
catimbó, foi ele também quem primeiro mostrou seu processo de umbandização. Além disso,
esse pesquisador também explorou como o catimbó (tido como feitiço) foi deixando de ser
considerado crime e, em processo de umbandização, foi tornando-se legal” (VANDEZANDE,
1975, apud GRÜNEWALD, 2020, p. 163).
Grünewald relata em sua obra que a “adesão dos juremeiros à umbanda só teria se dado
com avanço da umbanda no Nordeste, quando os catimbozeiros (imaginados como feiticeiros)
se beneficiariam da legalidade da umbanda para, dentro dela, continuarem praticando seus
ritos”. Contudo, como em todos os outros lugares desde o Rio Grande do Norte a Alagoas,
“o catimbó incorporou os elementos da umbanda, sem, no entanto, deixar de praticar uma
tradição de jurema, que ganharia lugar entre os orixás e demais entidades da umbanda”.
Muitas dessas casas religiosas guardam lugares distintos para os ritos da umbanda e da
jurema (GRÜNEWALD, 2020, p. 165).
Por fim, a jurema de umbanda se faz presente nos mais diversos rituais das mais distintas
matizes religiosas/culturais, passando desde o Xangô, Cavalo Marinho, Caboclinho, Maracatu
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Rural, sem obviamente, esquecer do Catimbó, Candomblé, Umbanda, Espiritismo e claro, da
Jurema. O professor Dr. Grünewald, (...) “destaca que em função do processo de migração
dos nordestinos, a jurema se difundiu para vários estados do país, mas principalmente, para
o sudeste. No Rio de Janeiro, por exemplo, se registram casas de umbanda com jurema
umas mais ou menos fiéis ao catimbó jurema originário” (GRÜNEWALD, 2020, p. 187).
A Jurema sagrada
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se restringe somente aos Caboclos, Boiadeiros, Ciganos e Exus que foram reagrupados
como Mestre (SANTIAGO, 2008).
Desse modo, percebe-se que para “quase todos os lados”, da religiosidade
brasileira, tem-se a Jurema Sagrada como um dos pontos de referência, evidenciando
dessa maneira sua importância em diversas manifestações e cultos religiosos
espalhados pelo Brasil (grifo nosso).
Neste tópico do livro, o autor destaca a perspectiva alucinógena e/ou psicotrópica das
plantas na história do homem, e correlaciona estas características à jurema, bem como, as
plantas similares a ela.
Desse modo, objetivando dar conta dessas questões, o autor cita Mckenna (1995a),
quando este pesquisador sustenta a tese que [...] o papel dos alucinógenos foi fundamental
na evolução da consciência humana. Para ele, “a espécie humana atingiu a sua condição de
domínio através do uso de alucinógenos que ocorreu naturalmente em nosso mundo, e não
ultrapassará o seu atual primitivismo nem atingirá novas dimensões de consciência evoluída
sem o uso adicional desses meios naturais de expansão da consciência” (MCKENNA, 1995
b, p. 24, apud GRÜNEWALD, 2020, p. 209).
O termo psiconauta, inaugurado por Ernst Jünger (1970), tem sua origem do grego
(psiché e naútés) e significa literalmente, viajante da alma ou mente (JÜNGER, 1970, apud
GRÜNEWALD, 2020, p. 211).
Destarte também o aparecimento de “novas variações da jurema” em outras
regiões (como por exemplo na região Amazônica), como é o caso da juremahuasca
que é consumida em rituais dentro de comunidades cristãs no estado brasileiro do
Acre no norte do Brasil (grifo nosso).
Uma outra variação da jurema é conhecida como “judaime”, consumida no “santuário
ecológico” Vale da Esperança e Lua em Alto Paraíso no estado de Goiás – Brasil.
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Figura 1. Instrumentos e oferendas utilizados para o ritual da jurema.
Portanto, o autor no final do seu livro, faz um alerta sobre os riscos de pessoas “sem
nenhuma preparação”, manipular e até comercializar a jurema e suas misturas na internet,
movimentando um “comércio” clandestino e extremamente perigoso para os potenciais
consumidores desavisados, e que querem a praticidade da rede mundial de computadores,
bem como, as redes sociais para adquirirem este tipo de produto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Hoje em dia o pensamento do mundo moderno tem suas raízes fortemente ligadas a
todo um passado de reflexão que precisa ser revivido na conexão com a natureza, desde os
tempos mais remotos da humanidade. O homem precisa voltar a se conectar com a natureza
urgentemente! Essa conexão é fruto de todas as referências do pensar, do pesquisar, do
questionar que guiaram desde sempre o homem na busca do sentido da vida e do universo.
Somente desta maneira, aos poucos, podemos juntar os tesouros das experiências
vividas e de novas descobertas em comunhão com a natureza, tendo consciência de sua
pequenez enquanto espécie e finitude dos recursos naturais que o cercam.
Finalmente, diante das reflexões que são proporcionadas nesta obra denominada
“JUREMA”, recomendamos sua leitura para a ampliação da percepção sobre o ser
humano e suas relações com a natureza, bem como, com sua ancestralidade, fazendo
uma verdadeira imersão na cultura dos povos originários do Brasil, seus saberes e sua
cultura, dentro dos mistérios de suas crenças e religiosidade que os acompanham desde
os primórdios da humanidade.
Sugerimos esta prazerosa leitura da Jurema e seus mistérios para todas as pessoas
e ou profissionais que estão ligados direta ou indiretamente com a Ecologia Humana, bem
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como, com a agricultura e a botânica, ao tempo em que, esperamos que esta obra possa
ampliar a visão do leitor sobre a vida do homem e sua relação com os mistérios que o cercam
em sua comunhão com a natureza.
Agradecimentos
REFERÊNCIAS
______. Catimbó. In: PRANDI, Reginaldo (Org.). Encantaria Brasileira. Rio de Janeiro:
Pallas. (2004 [1985]).
CARLINI, A. Cachimbo e maracá: o catimbó da Missão (1938). São Paulo: CCSP. 1993.
FERREIRA, O. L. Egito: Terra dos faraós. São Paulo, SP: Editora Moderna, 1992.
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L’ODÒ, A. L. Juremologia: uma busca etnográfica para a sistematização de princípios
da cosmovisão da Jurema Sagrada. Dissertação (Mestrado em Ciência das Religiões).
Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões. Recife-PE: Universidade Católica
de Pernambuco, 2017. Disponível em: http://tede2.unicap.br:8080/bitstream/tede/933/2/
Ok_alexandre_lomi_lodo.pdf Acesso em: 14 dez., 2021.
LUKÁCS, G. Para uma ontologia do ser social I / György Lukács; tradução Carlos
Nelson Coutinho, Mario Duayer, Nélio Schneider. – 2. Ed. – São Paulo: Boitempo, 2018.:
il. (Biblioteca Lukács; 1)
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