Você está na página 1de 17

IX Congresso Brasileiro de Administração e Contabilidade - AdCont 2018

24 a 26 de outubro de 2018 - Rio de Janeiro, RJ


Um estudo sobre Evidenciação Ambiental e práticas de Governança Corporativa dos
setores de Petróleo, Gás e Biocombustíveis; Consumo não Cíclico, e Utilidade Pública de
empresas listadas na B3 (brasil, bolsa e balcão)

Ms. Elvis Antônio Bim –


Universidade Estadual de Londrina – UEL
elvis@bim.cnt.br
Murillo Hernandes Faune Laranjeira
Universidade Estadual de Londrina – UEL
murillo.laranjeira@hotmail.com
Victor Ignácio
Universidade Estadual de Londrina – UEL
ignacio.victor01@gmail.com
Vinícius Rodrigues Benevides
Universidade Estadual de Londrina – UEL
vinicius.r.benevides22@gmail.com

Resumo
A ligação das empresas com questões ambientais estão cada vez mais presentes no
nosso cotidiano, pois os impactos de suas atividades estão comprometendo o futuro do
planeta, fazendo com que todos os setores divulguem mais informações em prol da
responsabilidade ambiental, visando integrar dentro das organizações desenvolvimento
econômico, preservação do meio ambiente e governança corporativa. Nesse sentido a
pesquisa teve por objetivo coletar dados de natureza ambiental e de governança corporativa,
tendo como foco específico organizações do setor de Petróleo, gás e Biocombustíveis;
Consumo não Cíclico, e Utilidade Pública de capital aberto que publicam suas demonstrações
contábeis, por se tratar de setores relativamente impactantes ao meio ambiente e a sociedade.
Utilizou uma abordagem descritiva por meio da análise documental, com abordagem
quantitativa dos dados, sendo possível cumprir os objetivos deste artigo. A pesquisa foi
classificada como documental porque utilizaram informações das notas explicativas,
relatórios da administração e relatórios de referência como fonte de dados para análise do
período de 2016, coletadas nos endereços eletrônicos da B3 – Brasil, Bolsa e Balcão, e nos
sites das empresas. Os resultados encontrados permitem afirmar que, no período analisado, as
empresas do setor de Utilidade Pública apresentaram as melhores médias de atendimento aos
itens analisados tanto de evidenciação ambiental quanto de governança corporativa. E que
correlacionando as variáveis dentro de cada setor, temos destaque apenas para as empresas
pertencentes ao setor Consumo não Cíclico, ou seja, nesse setor as empresas que
evidenciaram mais informações ambientais foram as que apresentaram melhores práticas de
governança corporativa.

Palavras-chave: Evidenciação Ambiental; Governança Corporativa; Empresas


listadas na B3.
3
IX Congresso Brasileiro de Administração e Contabilidade - AdCont 2018
24 a 26 de outubro de 2018 - Rio de Janeiro, RJ
1. INTRODUÇÃO

A ação do homem sobre o meio ambiente tem feito com que se discuta cada vez mais a
questão ambiental, buscando não comprometer tanto a qualidade de vida da atual população e
também a das próximas gerações (TINOCO; ROBLES, 2006). Nos anos 70, com a
Conferência de Estocolmo, organizada pelas Nações Unidas (ONU), marcou-se o início da
busca por equilíbrio entre desenvolvimento econômico e a redução da degradação ambiental.
Desde então outras reuniões aconteceram como a ECO-92, a qual gerou um importante
documento, a Agenda 21, que é um programa de ação que viabiliza o novo padrão de
desenvolvimento ambientalmente racional, que concilia métodos de proteção ambiental,
justiça social e eficiência econômica (UNITED NATIONS, 1997).
Problemas ambientais geraram uma grande pressão por uma postura ambientalmente
correta da sociedade e das empresas, as quais possuem um papel relevante a ser cumprido no
sentido de preservar o meio ambiente e buscar novas tecnologias sustentáveis (MUSSOI;
BELLEN, 2010).
Na visão de Rover et al. (2012) dentro dessas empresas, a contabilidade, mais
especificamente, a contabilidade ambiental, tem um papel de destaque na organização e na
evidenciação das informações relativas ao meio ambiente nos relatórios empresariais, apesar
de não obrigatórias. Não evidenciá-las tornou-se uma desvantagem competitiva. Os relatórios
contábeis transmitem as informações necessárias para a tomada de decisões de diversos tipos
de usuários internos e externos à organização, dentre eles investidores e gestores que cada vez
mais se utilizam de mecanismos de gestão corporativa para expor tais informações
ambientais.
Por isso as evidenciações ambientais tal como a governança corporativa estão
correlacionadas e norteiam a base para responder o seguinte problema de pesquisa: Qual o
nível de evidenciação ambiental voluntária correlacionado com as práticas de Governança
Corporativa das dez maiores empresas dos setores de Petróleo, gás e biocombustíveis;
Consumo não Cíclico; e Utilidade Pública, listadas na B3 (Brasil, Bolsa e Balcão)?
Para responder a questão descrita acima, a presente pesquisa objetiva analisar a relação
entre a evidenciação ambiental voluntária e a adoção de práticas de governança corporativa
nas dez maiores empresas desses três setores econômicos da B3, as quais publicam suas
demonstrações contábeis, coletadas nos endereços eletrônicos da B3, referente ao ano base de
2016, e também nos sites das empresas que compõem a amostra.
O estudo pode ser comparado com o de Macêdo et al. (2013), os quais investigaram a
divulgação das práticas de Evidenciação Ambiental e também de Governança Corporativa das
cinco maiores empresas de todos os setores da BM & FBOVESPA no ano de 2009. Ou seja,
há a possibilidade de aprofundar os resultados em cada setor escolhido para a análise, devido
a presença de 10 maiores empresas de cada setor, e saber se houve ou não melhora nos
índices apresentados.
A motivação para este estudo decorre da crescente visibilidade e do interesse que a
evidenciação ambiental vem despertando no meio empresarial e acadêmico, como se vê em
pesquisas realizadas ao longo do tempo em diferentes países, com enfoque nos estudos da
área contábil, e também por ser um tema contemporâneo, estando presente na agenda de
governos, organizações não governamentais e por provocarem impacto direto nas atividades
empresariais (RIBEIRO; CARMO; CARVALHO, 2013).
E também o objeto da governança corporativa se faz relevante principalmente dentro
das empresas, uma vez que mesmo nas economias mais avançadas há uma grande
4
IX Congresso Brasileiro de Administração e Contabilidade - AdCont 2018
24 a 26 de outubro de 2018 - Rio de Janeiro, RJ
preocupação em se desenvolver mecanismos que protejam os proprietários do capital
(PEREIRA; VILASCHI, 2006).
Nesse aspecto, os relatórios contábeis com teor ambientais, publicados pelas maiores
empresas brasileiras, atrelado com as boas práticas de governança corporativa, possuem o
objetivo de aumentar o valor da sociedade, facilitar o acesso ao capital e contribuir para a sua
continuidade, sendo de fundamental importância para análise de seus usuários e para a
sociedade. No entanto, no Brasil, pouco se estuda as práticas de governança corporativa;
assim, torna-se necessária a realização de pesquisas nessa área, conforme sugerem Murcia et
al. (2008) e Rover et al. (2012).

2. REVISÃO DE LITERATURA

No âmbito nacional, o conceito de governança corporativa, entendido pelo IBGC –


Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (2017) é: o sistema pelo qual as empresas e
organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre
sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes
interessadas.
As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em
recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o
valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e
contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum.
A governança é entendida, em alguns casos, como protetora dos direitos das partes
envolvidas em um jogo. Nessa concepção, Monks e Minow (2004) entendem que a
governança corporativa trata do conjunto de leis e regulamentos que visam:

a) assegurar os direitos dos acionistas das empresas, controladores ou minoritários;


b) disponibilizar informações que permitam aos acionistas acompanhar decisões
empresariais impactantes, avaliando o quanto elas interferem em seus direitos;
c) possibilitar aos diferentes públicos alcançados pelos atos das empresas o emprego
de instrumentos que assegurem a observância de seus direitos;
d) promover a interação dos acionistas, dos conselhos de administração e da direção
executiva das empresas.

Diante da importância que se dá na governança corporativa em acompanhar


informações empresariais que possam impactar a sociedade, os acionistas e seus direitos, as
informações ambientais se fazem relevantes, pois eventos ambientais podem impactar na
situação econômica e financeira de uma entidade.
A evidenciação no meio corporativo vai desde informações tipicamente financeiras até
aquelas de cunho ambiental, emergindo assim a evidenciação ambiental (BUHR;
FREEDMAN, 2001; GRAY et al., 2001; CAMPBELL, 2004). Para Campbell (2004), a
evidenciação ambiental tem como objetivo compreender a divulgação relacionada com as
atitudes, políticas ou comportamentos da empresa em direção ao seu impacto ambiental,
emissões, poluição, tratamento, paisagismo ou a eficiência energética.
A evidenciação ambiental em relatórios corporativos pode aparecer de forma
voluntária por meio da carta do presidente e narrativa geral da administração, como de

5
IX Congresso Brasileiro de Administração e Contabilidade - AdCont 2018
24 a 26 de outubro de 2018 - Rio de Janeiro, RJ
maneira obrigatória, incorporada dentro da discussão da gestão e em notas explicativas
(HUGHES; SANDER; REIER, 2000).
Diante da importância dos impactos dos diferentes setores no meio ambiente e da
necessidade em se publicar informações de natureza ambiental, a área contábil criou relatórios
que sintetizem e disponibilizam informações socioambientais, os quais se tornaram uma
importante ferramenta, para tomadores de decisões nas empresas e para os stakeholders
(OLIVEIRA, 2005).
Na visão de Paiva (2003), a contabilidade é uma ciência que tem por objeto o
patrimônio, incluindo o meio ambiente visto que esse patrimônio é de interesse de toda
população, desdobrando-se em mais uma ramificação: a contabilidade ambiental.
A Contabilidade Ambiental surge para auferir resultados das atividades das empresas
que se relacionam com o meio ambiente, juntamente com uma gestão ambiental adequada,
podendo incrementar soluções para facilitar o planejamento estratégico de políticas que visam
o desenvolvimento sustentável (MARTENDAL et al., 2013, p. 9).
O conceito de desenvolvimento sustentável desde então adentrou as empresas; para
Barbieri (2007), as empresas além de gerar renda e riqueza, devem minimizar impactos
ambientais, maximizar benefícios e contribuir para tornar a sociedade mais justa.
De acordo com a pesquisa de Layrargues (2000), a certificação ambiental tem relação
direta com pressões externas ao invés de consciência ambiental. Com os importantes avanços
na lei de crimes ambientais (Lei n. 9.605, de 1998 e posteriores), ampliou-se o foco de
atenção dos consumidores, investidores e da sociedade em geral em relação à
responsabilidade ambiental das empresas. Lei essa que dispõe sobre sanções penais e
administrativas derivadas de atividades e condutas lesivas ao meio ambiente.
No Brasil, mesmo com as alterações na legislação contábil efetuadas a partir da Lei nº
11.638/2007, ainda não há a obrigação de divulgação de informações do relacionamento da
empresa com o meio ambiente (MARQUEZAN et al., 2015). As empresas brasileiras que
adotam o disclosure ambiental, o fazem de maneira voluntária.
Nos setores analisados, no presente trabalho, o disclosure ambiental e as práticas de
governança corporativa são importantes devido ao impacto ambiental que suas atividades
causam. Para Sánchez (2015), impacto ambiental pode ser entendido como uma “alteração da
qualidade ambiental que resulta da modificação de processos naturais ou sociais provocada
por ação humana”.
Hoje, no Brasil, cerca de 40% da energia consumida é proveniente do petróleo e seus
derivados (BRASIL/MME, 2007), o que mostra a relevância desse recurso ao país. Segundo
Rios (2006), os principais tipos de poluição são causados pelo uso exagerado de energia
exossomática, como o petróleo.
Já no setor de consumo não cíclico, atualmente há uma preocupação relativa ao uso de
agrotóxicos, discutindo-se a respeito do uso dessas substâncias em alimentos e seus impactos
tanto na natureza quanto aos seres humanos. Pois o crescimento populacional e a tentativa de
elevar a qualidade e a quantidade de alimentos promoveu transformações no uso de recursos
para a produção, dentre eles destaca-se o uso de agrotóxicos para controlar plantas que
competem com as culturas, microrganismos e insetos. Entretanto, esses compostos não são
inócuos para a natureza e os seres humanos, e o contato com eles ou ingestão deles promove
graves intoxicações (TEIXEIRA, 2017).
E também ligado ao meio ambiente e ao uso de seus recursos, o setor de Utilidade
Pública se preocupa com as questões ambientais, já que desde a antiguidade aprendemos que
6
IX Congresso Brasileiro de Administração e Contabilidade - AdCont 2018
24 a 26 de outubro de 2018 - Rio de Janeiro, RJ
a água poluída por resíduos e dejetos pode transmitir doenças. Por isso para Cavinatto (1992),
evitar a disseminação de doenças advindas do esgoto e lixo é uma das principais funções do
saneamento básico. Sendo importante que as instalações não só de saneamento básico, mas
também de eletricidade, sejam feitas com cautela e com respeito ao meio ambiente.
Para o total entendimento e compreensão dos impactos ambientais, tanto positivos
como negativos, se faz necessário a mensuração, contabilização e evidenciação das
informações ambientais nas empresas, através da contabilidade ambiental juntamente com as
boas práticas de governança corporativa, pois em todo processo de gestão também deve estar
implícita a responsabilidade social corporativa, que significa entender e agir em resposta a
nova demanda do mercado pelos chamados ‘produtos verdes’, pautados na ética e
transparência. Portanto, a gestão ambiental, concomitante ao processo de planejamento, tem
por objetivos principais minimizar os danos ambientais, assegurar o desenvolvimento
econômico e social, conciliando a sustentabilidade dos recursos, a qualidade de vida da
população envolvida e o crescimento econômico almejado pelas empresas. (ACRE;
CASTILHO, 2013).

3. ASPECTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa objetivou analisar a relação entre a evidenciação ambiental voluntária e a


adoção de práticas de governança corporativa das dez maiores empresas de três setores
econômicos (Petróleo, gás e biocombustíveis; Consumo não Cíclico; e Utilidade Pública) da
B3; para tal, realizou-se uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa, realizada por
meio de análise documental.
Segundo Gil (2002), o objetivo principal da pesquisa descritiva é descrever as
características de determinada população utilizando-se de técnicas padronizadas de coleta de
dados, estando assim em concordância com os objetivos da análise.
A abordagem do problema da pesquisa foi predominantemente quantitativa, tendo em
vista que foram empregadas técnicas de estatísticas descritivas na coleta e análise dos dados.
Raupp e Beuren (2006) dizem que é bastante comum a utilização da pesquisa quantitativa em
estudos de levantamento ou survey, numa tentativa de entender por meio de uma amostra o
comportamento de uma população. Visando essa melhor compreensão dos dados coletados,
segundo Richardson (1999), esse modelo de abordagem quantitativa representa, em princípio,
a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de análise e interpretação,
possibilitando, consequentemente, uma margem de segurança maior quanto às inferências.
A pesquisa foi documental porque se utilizou de informações das notas explicativas,
relatórios da administração e relatórios de referência como fonte de dados para análise do
período de 2016, coletadas nos endereços eletrônicos da B3 – Brasil, Bolsa e Balcão, e nos
sites das empresas que compuseram a amostra.
De acordo com Bardin (2011), a técnica de análise documental tem por objetivo dar
forma conveniente e representar de outro modo a informação contida nos documentos
originais, por intermédio de procedimentos de transformação. Segundo Calado e Ferreira
(2004), a técnica se justifica pela utilização de documentos que, geralmente, podem ser
obtidos gratuitamente ou a um baixo custo e servem para consulta, para comprovação de algo,
ou para a identificação de ocorrências em que o pesquisador não pôde observar ou assistir.

7
IX Congresso Brasileiro de Administração e Contabilidade - AdCont 2018
24 a 26 de outubro de 2018 - Rio de Janeiro, RJ
A amostra foi considerada intencional não probabilística e compreendeu as dez
maiores empresas dos setores de Petróleo, gás e biocombustíveis; Consumo não Cíclico e
Utilidade Públicada B3, usando como critério o ativo total.
Portanto, a amostra final compreendeu 30 empresas: Petróleo, gás e biocombustíveis
(10); Consumo não Cíclico (10); e Utilidade Pública (10). A justificativa para a escolha das
maiores empresas de cada setor recai na representatividade que possuem em seus respectivos
setores econômicos.
Inicialmente, se calculou o índice de evidenciação ambiental voluntária de acordo com
o estudo de Murcia et al. (2008). O índice possui oito dimensões e objetiva avaliar as práticas
ambientais, entre elas: políticas ambientais; sistemas de gerenciamento ambiental; impactos
dos produtos e processos no meio ambiente; energia; informações financeiras ambientais;
educação, treinamento e pesquisa; mercado de créditos de carbono; outras informações
ambientais.
O índice foi elaborado, segundo Murcia et al. (2008), baseado nos trabalhos de Gray,
Lehman e Nasir (2006), e Lima (2007). O Quadro 1 contempla as referidas dimensões e as 36
perguntas que formam o índice e que deveriam ser divulgadas no site das empresas, nos
relatórios de referência, notas explicativas e relatórios da administração do ano de 2016.
Na formação do índice, as respostas foram binárias (0 e 1), sendo 1 para as
informações evidenciadas pelas empresas da amostra e 0 para aquelas não evidenciadas.
Todas as questões receberam o mesmo peso e, ao final, cada empresa obteve uma pontuação
que variou de 0% (pior) a 100% (melhor).

Quadro 1 - Dimensões do índice de evidenciação ambiental voluntária


Categorias # Subcategorias
1 Declaração das políticas/práticas/ ações atuais e futuras
2 Estabelecimento de metas e objetivos ambientais
Declaração indicando que a empresa está em obediência (compliance) com
3 as leis, licenças, normas e órgãos ambientais.
Políticas Ambientais
4 Parcerias ambientais
5 Prêmios e participações em índices ambientais
6 ISOs 9000 e/ou 14.000
7 Auditoria ambiental
8 Gestão ambiental
Sistemas de Gerenciamento
9 Desperdícios/ Resíduos
Ambiental
10 Processo de acondicionamento (Embalagem)
11 Reciclagem
12 Desenvolvimento de produtos ecológicos
13 Impacto na área de terra utilizada
Impactos dos produtos e 14 Uso eficiente/ Reutilização de água
Processos no Meio
15 Vazamentos e derramamentos
Ambiente
16 Reparos aos danos ambientais
17 Conservação e/ou utilização mais eficiente nas operações
18 Utilização de materiais desperdiçados na produção de energia
19 Discussão sobre a preocupação com a possível falta de energia
Energia 20 Desenvolvimento/ exploração de novas fontes de energia
21 Investimentos ambientais
22 Custos / despesas ambientais

8
IX Congresso Brasileiro de Administração e Contabilidade - AdCont 2018
24 a 26 de outubro de 2018 - Rio de Janeiro, RJ
23 Passivos/Provisões ambientais
Informações Financeiras 24 Práticas contábeis de itens ambientais
Ambientais 25 Seguro ambiental
26 Ativos ambientais tangíveis e intangíveis
Educação, Treinamento e 27 Educação Ambiental (internamente e/ou comunidade)
Pesquisas 28 Pesquisas relacionadas ao meio ambiente
29 Projetos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL)
Mercado de Créditos de 30 Créditos de carbono
Carbono 31 Emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE)
32 Certificados de Emissões Reduzidas (CER)
33 Qualquer menção sobre sustentabilidade/ desenvolvimento Sustentável
Outras Informações 34 Gerenciamento de florestas/ Reflorestamento
Ambientais
35 Conservação da biodiversidade
36 Stakeholders
Fonte: Adaptado de Murcia et al. (2008)

Em seguida, se calculou o índice de governança corporativa, elaborado de acordo com


o estudo de Silveira (2004). O índice apresenta quatro dimensões, que têm como objetivo
avaliar as práticas de governança corporativa, entre elas: acesso às informações; conteúdo das
informações; estrutura do conselho de administração; e estrutura de propriedade e controle.
Destaca-se ainda que foi elaborado com base nas recomendações constantes no código de
melhores práticas de governança do IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e
da CVM - Comissão de Valores Mobiliários, além de aspectos descritos na obra de Jensen
(2003).
No Quadro 2 são apresentadas as referidas dimensões da governança corporativa e as
19 perguntas que formam o índice e que, também, deveriam ter sido divulgadas no site das
empresas, nos relatórios de referência, notas explicativas e relatórios da administração, do ano
de 2016.
Na formação do índice de governança corporativa, novamente as respostas foram
binárias (0 e 1), sendo 1 para as informações que representam práticas de governança
corporativa e 0 para aquelas que não possuem. Todas as questões receberam o mesmo peso e,
ao final, cada empresa obteve uma pontuação que variou de 0% (pior) a 100% (melhor).

Quadro 2 – Dimensões de Governança Corporativa

Dimensão de Governança Pergunta para construção do Índice de Governança


# Corporativa
Corporativa
É possível obter o relatório de administração (RA) da companhia
1
via Internet?
O website dispõe de documentos relativos à governança
2
corporativa?
Acesso às Informações O website dispõe de apresentações para analistas ou dados que
3 possibilitem projeções operacionais e financeiras da empresa?

O website é bilíngue e possui uma seção de Relações com os


4
Investidores?

9
IX Congresso Brasileiro de Administração e Contabilidade - AdCont 2018
24 a 26 de outubro de 2018 - Rio de Janeiro, RJ
Não houve necessidade de contato direto com a companhia para
5 obtenção de informações sobre a empresa?
O RA inclui uma seção específica dedicada à implementação de
6
princípios de Governança Corporativa?
O RA ou outro documento explica a remuneração global dos
7
executivos?
Os demonstrativos são apresentados em US-GAAP; IAS-GAAP;
8
Conteúdo das Informações CPC e Lei 11.638/07?
Públicas O RA, website ou algum outro documento inclui uma seção com
9 estimativas de lucros ou projeções de retornos financeiros (ROA,
ROE, EBITDA, etc.)?
O RA, website ou algum outro documento corporativo apresenta
10 o valor adicionado/destruído pelo negócio no período com base
em alguma medida de lucro econômico?
Os cargos de diretor executivo e presidente do conselho de
11
administração são ocupados por pessoas diferentes?
A empresa possui um conselho de administração com 5 a 9
12
membros?
Estrutura do Conselho de
Mais do que 80% do conselho de administração é composto por
Administração 13
conselheiros externos?
O conselho de administração possui mandato unificado não
14
superior a 2 anos?
15 A empresa possui acordo de acionistas?
16 A empresa emite apenas ações com direito a voto (ON)?
As ações preferenciais correspondem a menos que 50% do total
17
de ações?
Estrutura de Propriedade e
Controle O controlador possui menos que 70% do total de ações
18
ordinárias?
A empresa concede tagalong aos detentores de ações
19
preferenciais?
Fonte: Adaptado de Silveira (2004, p. 99-100)

Objetivando facilitar o processo de coleta, foram utilizadas planilhas do Microsoft


Excel para calcular os índices analisados na pesquisa.
Em seguida, para atingir o objetivo do estudo, foi utilizado na análise estatística o teste
de Shapiro-Wilk para avaliar se as variáveis contínuas em estudo apresentam ou não
distribuição Normal. As variáveis contínuas foram analisadas pela Análise de Variância
(ANOVA) quando os valores apresentaram distribuição normal. Quando houve o caso de
presença de diferenças estatisticamente significativas entre os grupos, foi aplicado o teste de
Tukey. Também foi realizada a correlação linear de Pearson para verificar a correlação entre
essas variáveis e os índices da pesquisa, tanto por setor quanto de forma geral.
Para as variáveis que não apresentarem distribuição normal, foi empregado o teste de
Kruskal-Wallis, seguido pelo teste de Fisher (LSD), quando encontradas diferenças
significativas. O nível de significância adotado foi igual a 0,05, ou seja, caso o p-valor seja
menor do que 0,05 este será considerado estatisticamente significativo.
Foram utilizadas de forma complementar planilhas eletrônicas e o software SPSS para
a realização da análise Estatística.

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

10
IX Congresso Brasileiro de Administração e Contabilidade - AdCont 2018
24 a 26 de outubro de 2018 - Rio de Janeiro, RJ
Esta seção contém a descrição e análise dos dados coletados. Primeiramente,
apresentam-se as estatísticas descritivas do índice de evidenciação ambiental voluntária, na
sequência, o índice de governança corporativa e, por último, demonstram-se os resultados da
correlação de Pearson que possibilitou alcançar o objetivo do estudo.
A seguir, na Tabela 1, apresentam-se as estatísticas descritivas do índice de
evidenciação ambiental voluntária das companhias, no ano de 2016.

Tabela 1 – Estudo descritivo dos índices de Evidenciação Ambiental por setor, do ano de
2016
Setor N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Utilidade Pública 10 0,58 0,78 0,68 0,07
Petróleo, Gás e 10 0,42 0,75 0,60 0,11
Biocombustíveis
Consumo não cíclico 10 0,53 0,89 0,66 0,10
Geral 30 0,42 0,89 0,65 0,10
Fonte: dados da pesquisa

Observa-se que a média do índice de Evidenciação Ambiental das empresas analisadas


é de 65% com desvio padrão de 10%, sendo que o setor de Petróleo, Gás e Combustível é o
que apresentou o menor índice (42%), enquanto que o setor de Consumo não cíclico é o que
apresentou o maior índice em relação a evidenciação ambiental (89%). De acordo com o teste
de Shapiro-Wilk, a variável segue uma distribuição Normal (p-valor =0,941). Nesse caso, foi
aplicada a Análise de variância.
O baixo índice de desvio padrão de 7% no setor de Utilidade Pública demonstra a
homogeneidade encontrada entre as empresas do ramo, em relação à Evidenciação Ambiental.
De forma geral, tem-se um índice médio de evidenciação ambiental voluntária de
65%, muito distante de 100%. A empresa com menor índice alcançou somente 42% de um
total de 36 itens analisados, enquanto que o máximo atingindo foi de 89%. Cabe destacar que
nenhuma empresa atingiu 100% das informações consultadas.
Comparando-se aos estudos de Macêdo et al. (2013), os quais investigaram a
divulgação das práticas de Evidenciação Ambiental de todos os setores da BM & FBOVESPA
no ano de 2009, obtiveram um índice médio nos setores de Utilidade Pública de 66% e no de
Consumo não cíclico 64%, ou seja é possível constatar um aumento de 2% de divulgação em
ambos os setores, atingindo-se 68% e 66%, respectivamente. Entretanto o setor de Petróleo,
Gás e Biocombustíveis a média era de 66% e caiu para 60%, 7 anos depois em 2016.

Tabela 2 – Estudo descritivo dos índices de Governança Corporativa por setor, do ano de
2016
Setor N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Utilidade Pública 10 0,68 0,89 0,78 0,07
Petróleo, Gás e 10 0,32 0,84 0,71 0,15
Biocombustíveis
Consumo não cíclico 10 0,68 0,89 0,76 0,07

11
IX Congresso Brasileiro de Administração e Contabilidade - AdCont 2018
24 a 26 de outubro de 2018 - Rio de Janeiro, RJ
Geral 30 0,32 0,89 0,75 0,11
Fonte: dados da pesquisa
Em relação à análise a respeito de governança corporativa, nota-se que a média do
índice de das empresas dos setores escolhidos é de 75% com desvio padrão de 11%, sendo
que o setor de Petróleo, Gás e Biocombustível é o que apresentou o menor índice (32%),
enquanto que os setores de Consumo não cíclico e utilidade pública apresentaram o maior
índice em relação a Governança Corporativa (89%). De acordo com o teste de Shapiro-Wilk,
a variável não segue uma distribuição Normal (p-valor < 0,05). Nesse caso, foi aplicado o
teste de Kruskal-Wallis, como alternativa para a análise de variância.
O baixo índice de desvio padrão de 7% nos setores de Utilidade Pública e Consumo
não Cíclico demonstram a homogeneidade encontrada entre as empresas do ramo, em relação
à Governança Corporativa.
Ao comparar os resultados desta pesquisa com os de Lopes e Walker (2008), que
investigaram a qualidade das práticas de governança corporativa das companhias abertas
brasileiras nos anos de 1998, 2000, 2002, 2004 e obtiveram um índice médio no período de
26% (de um total de 24), com os de Silveira et al. (2010), no mesmo período pesquisado por
Lopes e Walker (2008), encontraram um índice médio de 41,6% (de um total de 24), e ainda
com os resultados de Moura (2011), que investigou uma amostra de 260 empresas de seis
setores econômicos da BM&FBOVESPA, no ano de 2009, e encontrou um índice médio de
55% (de um total de 24), percebe-se que as empresas da amostra atual apresentaram melhores
práticas de governança corporativa do que as empresas analisadas nesses três estudos.
Também é possível comparar aos estudos de Macêdo et al. (2013), os quais
investigaram a divulgação das práticas de Governança Corporativa de todos os setores da
BM&FBOVESPA no ano de 2009, obtiveram um índice médio nos setores de Utilidade
Pública de 75% e de Consumo não cíclico 71%, ou seja é possível constatar um aumento de
divulgação em ambos os setores, atingindo-se 78% e 76%, respectivamente. Porém o setor de
Petróleo, Gás e Biocombustíveis a média era de 75%, caiu para 71%, 7 anos depois em 2016.

Tabela 3 – Resultado da análise de variância para a variável Evidenciação Ambiental, de


2016
Anova
Soma dos quadrados gl Quadrado Médio F Sig.
Entre Grupos 0,031 2 0,016
Nos Grupos 1,686 0,204
0,25 27 0,009

Total 0,281 29 - - -
Fonte: os próprios autores
De acordo com a ANOVA, não houve diferença estatisticamente significativa entre os
setores avaliados (p-valor = 0,204), ou seja, as empresas em estudo apresentam o mesmo
desempenho em relação a evidenciação ambiental (65%).
Em relação a variável Governança Corporativa foi aplicado o teste de Kruskall-Wallis
como alternativa ao teste da ANOVA. De acordo com o teste aplicado, também não houve
diferença estatisticamente significativa (p-valor = 0,401), ou seja, os setores também
obtiveram o mesmo desempenho em relação a Governança Corporativa (75%).

12
IX Congresso Brasileiro de Administração e Contabilidade - AdCont 2018
24 a 26 de outubro de 2018 - Rio de Janeiro, RJ
Para verificar se existe correlação entre as variáveis em estudo dentro de cada setor e
também de forma geral, foi aplicada a correlação linear de Pearson (r). Os resultados se
encontram na tabela a seguir.

Tabela 4 – Matriz de correlação entre as variáveis Evidenciação Ambiental e Governança


Corporativa, de 2016
Governança Corporativa
Utilidade Petróleo, Gás e Consumo não
Geral
Pública Biocombustíveis Cíclico
Geral 0,47
p-valor 0,009
Utilidade Pública 0,24
p-valor 0,498
Evidenciação
Ambiental Petróleo, Gás e
0,39
Biocombustíveis
0,273
p-valor
Consumo não Cíclico 0,675
p-valor 0,032
Fonte: os próprios autores

De acordo com o teste de correlação de Pearson, o Consumo Não-Cíclico foi o único


setor que obteve uma correlação significativa (p-valor < 0,05) e positiva (r = 0,675). Quando
correlacionamos as empresas, independente do setor, observamos que existe também uma
correlação significativa (p-valor < 0,05) e positiva (r = 0,47). Por outro lado, as correlações
existentes nos outros setores do estudo não apresentaram uma correlação estatisticamente
significativa: Petróleo, Gás e Biocombustível (p-valor =0,273) e Utilidade Pública (p-valor =
0,498).
Com base nos dados analisados, podemos concluir que as empresas avaliadas em cada
setor apresentam o mesmo desempenho tanto em relação a evidenciação ambiental voluntária
como também em relação a sua Governança Corporativa. Por outro lado, quando
correlacionamos essas variáveis dentro de cada setor, temos destaque apenas para as empresas
pertencentes ao setor consumo não cíclico, ou seja, nesse setor as empresas que evidenciaram
mais informações ambientais voluntárias foram as que apresentaram melhores práticas de
governança corporativa. Fato que ocorre quando comparamos as empresas de forma geral,
desconsiderando o setor o qual atuam.
E ainda, descritivamente uma das empresas do setor de Consumo não Cíclico
apresenta o maior índice de atendimento na avaliação da Evidenciação Ambiental voluntaria
(89%). Esse índice também ocorre com duas empresas na variável Governança Corporativa:
uma do setor de Consumo não Cíclico e outra de Utilidade Pública. Porém, destaca-se nessa
variável uma das empresas do setor de Petróleo, Gás e Biocombustível pelo seu baixo índice
de atendimento aos índices avaliados (32%). Sendo necessário um estudo pontual para
entender o porquê do baixo rendimento.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

13
IX Congresso Brasileiro de Administração e Contabilidade - AdCont 2018
24 a 26 de outubro de 2018 - Rio de Janeiro, RJ
O estudo objetivou analisar a relação entre a evidenciação ambiental voluntária e a
adoção de práticas de governança corporativa nas dez maiores empresas de três setores
econômicos (Petróleo, gás e biocombustíveis; Consumo não Cíclico; e Utilidade Pública) da
B3. Para tal, realizou-se pesquisa descritiva, conduzida por meio de análise documental, com
consulta ao balanço patrimonial, notas explicativas, relatórios de administração e relatórios de
referência disponíveis no site da B3 e websites das organizações. A amostra compreendeu as
dez maiores empresas de cada setor econômico escolhido, totalizando 30 empresas.
Em relação ao índice de evidenciação ambiental, os resultados demonstraram que o
setor econômico de Utilidade Pública foi o que obteve maior média entre os três, 68%. De
forma geral, encontrou-se um índice médio de evidenciação ambiental de 65%, muito distante
de 100%. A empresa com menor índice alcançou somente 42% de um total de 36 itens
analisados.
Destaque de evidenciação ambiental para a empresa NATURA COSMÉTICOS S. A.,
do setor de Consumo não cíclico, a qual atingiu o melhor índice de atendimento da pesquisa,
de 89%. Nenhuma empresa atingiu 100% das informações consultadas, portanto, ficou
evidente a necessidade do aumento do nível de evidenciação ambiental, para que as
informações relativas a tais eventos cheguem aos diversos tomadores de decisão e possam
contribuir para a redução da assimetria existente em torno das práticas ambientais e diversos
stakeholders.
Quanto às práticas de governança corporativa, verificou-se que a melhor média foi
obtida pelo setor de Utilidade Pública em virtude do baixo desvio padrão, demonstrou
homogeneidade entre as práticas. De modo geral, as empresas apresentaram um índice médio
de governança de 75%, também muito distante de 100%. A empresa com menor índice
alcançou somente 32% de um total de 19 itens analisados, enquanto a empresa NATURA
COSMÉTICOS S. A., do setor de Consumo não Cíclico e a empresa NEOENERGIA S. A.,
do setor de Utilidade Pública, atingiram os melhores índices de atendimento da pesquisa, de
89% e, novamente, nenhuma empresa atingiu 100% de adesão às práticas de governança
corporativa analisadas.
No entanto, ao comparar os resultados desta pesquisa com os de Lopes e Walker
(2008), Silveira et al. (2010) e ainda com os resultados de Moura (2011), percebeu-se que as
empresas da amostra atual apresentaram melhores práticas de governança corporativa do que
as empresas analisadas nesses três estudos. Por fim, utilizou-se na análise estatística o
coeficiente de correlação de Pearson e os resultados demonstraram que quando
correlacionamos essas variáveis dentro de cada setor, temos destaque apenas para as empresas
pertencentes ao setor consumo não cíclico, ou seja, nesse setor as empresas que evidenciaram
mais informações ambientais voluntárias foram as que apresentaram melhores práticas de
governança corporativa.
Diante do estudo, nota-se a necessidade do aumento do nível de evidenciação
ambiental para que as informações relativas a tais eventos e transações ambientais cheguem
aos diversos tomadores de decisão com o grau de detalhamento necessário, ou seja, para que
contribua para a redução da assimetria de informações no tocante às práticas ambientais. Pois,
empresas que dispõem de um conjunto maior de práticas de governança corporativa, como as
analisadas nesta pesquisa, tendem a divulgar mais informações e a serem mais transparentes,
pois a divulgação é uma das características da governança corporativa nas empresas.
E também conclui-se que o objetivo do estudo foi alcançado quando comparado com
os estudos de Macêdo et al. (2013), observa-se que os setores de Utilidade Pública e Consumo
Não Cíclico os índices de governança corporativa e evidenciação ambiental evoluíram de
14
IX Congresso Brasileiro de Administração e Contabilidade - AdCont 2018
24 a 26 de outubro de 2018 - Rio de Janeiro, RJ
2009 até 2016, entretanto o setor de Petróleo, Gás e Biocombustíveis ambos os índices caíram
de 2009 até 2016.
Diante de tais informações, pode-se concluir que o estudo contribui para enriquecer os
estudos sobre evidenciação ambiental voluntária e governança corporativa, considerando a
carência de pesquisas no mercado brasileiro relacionando os temas.
Como sugestões para estudos futuros, recomendam-se pesquisas que tenham por
objeto outros setores de atividade, além do pesquisado neste artigo, bem como uma
comparação entre setores de diferentes países, visando observar se as legislações nacionais
podem influenciar no nível de divulgação de informações de natureza ambiental, por parte das
organizações.

REFERÊNCIAS

ACRE, D. M.; CASTILHO, F. R. Gestão Ambiental Aplicada ao Setor Gastronômico:


Proposta para Dourados-MS. Rosa dos Ventos, v. 5, n. 2, 2013.

BARBIERI, J. C. Gestão Ambiental Empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. 2. ed.


São Paulo: Saraiva, 2007.

Bardin, L. Análise de conteúdo. Edições 70, p. 280. São Paulo: SP, 2011

BRASIL, MME. Balanço Energético Nacional 2007: Ano Base 2006. Rio de Janeiro: EPE,
2007. 48p.

BUHR, N.; FREEDMAN, M. Culture, institutional factors end differences in environmental


disclosure between Canada end the United States. Critical Perspectives on Accounting. v.
12, n. 3, p. 293–322, 2001.

CALADO, S. dos S.; FERREIRA, SC dos R. Análise de documentos: método de recolha e


análise de dados. Disciplina Metodologia da Investigação I–Mestrado em
Educação/Universidade de Lisboa. Retirado em, v. 23, n. 05, p. 2009, 2004.

CAMPBELL, D. A longitudinal and cross-sectional analysis of environmental disclosure in


UK companies — a research note. The British Accounting Review. v. 36, n. 1, p. 107–117,
2004.

CAVINATTO, V. M. Saneamento básico: fonte de saúde e bem-estar. São Paulo: Moderna,


1992.

15
IX Congresso Brasileiro de Administração e Contabilidade - AdCont 2018
24 a 26 de outubro de 2018 - Rio de Janeiro, RJ
COUTO, R. E.; SILVA, C. C. M. F.; RAMOS JUNIOR, R.; BEIRIZ, F. A. S.; LIMA, G. B.
A. Impacto dos sistemas de telecomunicações sobre o meio ambiente. Caderno de Estudos
e Pesquisas: Meio Ambiente, p. 91-103, 2004(a).

Gil, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

GRAY, Rob; KOUHY, Reza; LAVERS, Simon. Constructing a research database of social
and environmental reporting by UK companies. Accounting, Auditing & Accountability
Journal, v. 8, n. 2, p. 78-101, 1995.

GRAY, R.; JAVAD, M.; POWER, D. M.; SINCLAIR, C. D. Social and environmental
disclosure and corporate characteristics: A research note and extension. Journal of Business
Finance & Accounting. v. 28, n. 3-4, p. 327-356, 2001.

Hackston, D., & Milne, M. Some determinants of social and environmental disclosure
in New Zealand companies. Accounting, Auditing and Accountability Journal, 9, (1), 77-
108, 1996.

HUGHES, S. B.; SANDER, J. F.; REIER, J. C. Do environmental disclosures in U. S. annual


reports differ by environmental performance? Advances in Environmental Accounting &
Management. v. 1, p. 141–161, 2000.

IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Governança corporativa. São


Paulo: IBGC, 2017.

JENSEN, Michael C. A theory of the firm: governance, residual claims, and


organizational forms. Harvard University Press, 2003.

LAYRARGUES, P. P. Sistemas de gerenciamento ambiental, tecnologia limpa e consumidor


verde: a delicada relação empresa-meio ambiente no ecocapitalismo. Revista de
Administração de Empresas, São Paulo, v. 40, n. 02, p. 80-88, abr./jun. 2000.

LIMA, Gerlando Augusto Sampaio Franco de. Utilização da teoria da divulgação para
avaliação da relação do nível de disclosure com o custo da dívida das empresas
brasileiras. 2007. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

LOPES, A. B.; WALKER, M. Firm lavel inventives and the informativeness of


accounting reports: an expreriment in Brazil. Working Paper, 2008.

16
IX Congresso Brasileiro de Administração e Contabilidade - AdCont 2018
24 a 26 de outubro de 2018 - Rio de Janeiro, RJ
MACÊDO, F. F. R. R. et al. Evidenciação ambiental voluntária e as práticas de governança
corporativa de empresas listadas na BM&Fbovespa. Contabilidade, Gestão e Governança,
v. 16, n. 1, 2013.

MARQUEZAN, L. H. F.; SEIBERT, R. M.; BARTZ, D.; BARBOSA, M. A. G.; ALVES, T.


W. Análise dos determinantes do disclosure verde em relatórios anuais de empresas listadas
na BM&FBovespa. Contabilidade, Gestão e Governança, v. 18, p. 127-150, 2015.

MARTENDAL, A. et al. Contabilidade Ambiental: nível de conhecimento dos profissionais


contábeis da grande Florianópolis. Enfoque: Reflexão Contábil, Paraná, v. 32, n. 1, p. 29-47,
2013.

MONKS, R. A. G.; MINOW, N. Corporate governance. 3. ed. Oxford: Black-well, 2004.

MONTGOMERY, D. C.; RUNGER, G. C; HUBELE, N. F. Estatística aplicada à


engenharia. Rio de Janeiro: LTC, 2004.

MORETTIN, L. G. Estatística básica: inferência. São Paulo: Makron Books, 2000.

MOURA, G. D. Conformidade do disclosure obrigatório dos ativos intangíveis e práticas


de governança corporativa: Uma análise de empresas listadas na Bovespa. 2011.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Regional de Blumenau, Blumenau.

MURCIA, F. D.; ROVER, S.; FÁVERO, L. P. L.; LIMA, G. A. S. F. Disclosure verde nas
demonstrações contábeis: Características da informação ambiental e possíveis explicações
para a divulgação voluntária. Contabilidade, Gestão e Governança, v. 11, n. 1-2, p. 260–
278, 2008.

MUSSOI, A.; VAN BELLEN, H. M. Evidenciação ambiental: uma comparação do nível de


evidenciação entre os relatórios de empresas brasileiras. Revista de Contabilidade e
Organizações, v. 4, n. 9, 2010.

NOSSA, Valcemiro. Disclosure ambiental: uma análise do conteúdo dos relatórios


ambientais de empresas do setor de papel e celulose em nível internacional. 2002. Tese de
Doutorado. Universidade de São Paulo.

OLIVEIRA, J. A. P. Uma avaliação dos balanços sociais das 500 maiores. RAE-eletrônica,
v. 4, n. 1, p. 1-19, 2005.

17
IX Congresso Brasileiro de Administração e Contabilidade - AdCont 2018
24 a 26 de outubro de 2018 - Rio de Janeiro, RJ
PAIVA, P. R. Contabilidade ambiental: Evidenciação dos gastos ambientais com
transparência e focada na preservação. São Paulo: Atlas, 2003.

PEREIRA, A. N.; VILASCHI, A. Governança Corporativa e Contabilidade: explorando


noções e conexões. In: Simpósio FUCAPE de Produção Científica, 4., 2006, Vitória. Anais...
Vitória, 2006. p. 102-117.

RAUPP, F. M.; BEUREN, I. M. Metodologia da Pesquisa Aplicável às Ciências. ______


Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. São Paulo:
Atlas, 2006.

RIBEIRO, A. M.; CARMO, C. H. S.; CARVALHO, L. N. G. Evidenciação ambiental:


regulamentar é a solução para falta de comparabilidade e objetividade? Revista de
Contabilidade e Organizações, v. 7, n. 17, 2013.

RICHARDSON, Roberto. Jarry e colaboradores. Pesquisa social: métodos e técnicas, v. 3,


1999.

RIOS, A. W. S. TEIXEIRA, R. C. AKAMATSU, J. I. Educação em energia: fator essencial


de mudança comportamental para o uso racional de energia. Revista Ciências Exatas. v.12,
n. 2, p. 57 – 61. Taubaté, 2006.

ROVER, S.; TOMAZIA, E. C.; MURCIA, F. D. R.; BORBA, J. A. Explicações para a


divulgação voluntária ambiental no Brasil utilizando a análise de regressão em painel. Revista
de Administração, v. 47, n. 2, p. 217-230, 2012.

SÁNCHEZ, Luis Enrique. Avaliação de impacto ambiental. Oficina de Textos, 2015.

SILVEIRA, A. D. M. Governança corporativa e estrutura de propriedade: determinantes


e relação com o desempenho das empresas no Brasil. 2004. Tese (Doutorado em
Administração) – Universidade de São Paulo, São Paulo.

SILVEIRA, A. D. M.; LEAL, R. P. C.; SILVA, A. L. C.; BARROS, L. A. B. C. Endogeneity


of Brazilian corporate governance quality determinants. Journal of Corporate Governance,
v. 10, n. 2, p. 191-202, 2010.

TEIXEIRA, T. M. Saúde e direito à informação: o problema dos agrotóxicos nos alimentos.


Revista de Direito Sanitário, v. 17, n. 3, p. 134-159, 2017.

18
IX Congresso Brasileiro de Administração e Contabilidade - AdCont 2018
24 a 26 de outubro de 2018 - Rio de Janeiro, RJ
TINOCO, J. E. P.; ROBLES, L. T. Contribuição ao desenvolvimento da contabilidade da
gestão ambiental e da sua divulgação: estudo de casos de três empresas brasileiras com
atuação global. Revista Cent. Cienc. Admin, Fortaleza, v. 12, n. 1, p. 115-129, 2006.

UN CONFERENCE ON ENVIRONMENT AND DEVELOPMENT (1992). Disponível em:


<http://www.un.org/geninfo/bp/enviro.html>. Acesso em: 13 jan. 2018.

VERRECCHIA, R. Discretionary disclosure. Journal of accounting and economics, v. 5, p.


179-194, 1983.

VIEIRA, S. Bioestatística: Tópicos avançados. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus Elsevier, 2004.

19

Você também pode gostar