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Traduzido do original em Inglês

Covenant Theology From Adam to Christ


Contendo
A Discourse of the Covenants
Por Nehemiah Coxe
e
An Exposition of Hebrews 8:6-13.
Wherein, the nature and differences between
the Old and New Covenants is discovered.
Por John Owen

O texto deste eBook consiste em um trecho do capítulo 1 da parte 2


da tradução do livro supracitado, Teologia Pactual: De Adão a Cristo.

Editado por Ronald D. Miller, James M. Renihan


e Francisco Orozco

Publicado em português pela editora


O Estandarte de Cristo

Tradução: Camila Rebeca Teixeira e William Teixeira


Revisão: William Teixeira e Joerley Cruz
Capa: William Teixeira

1ª Edição: Agosto de 2020

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Al-
meida Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinita-
riana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, sob a licença


Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public Li-
cense.

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer
formato, desde que informe o autor, as fontes originais e o(s) tradutor(es), e que também
não altere o seu conteúdo nem o utilize para quaisquer fins comerciais.
17 Diferenças entre
a Antiga e a Nova Aliança
Por John Owen

(O texto deste eBook foi retirado do livro

Teologia Pactual: De Adão a Cristo, por Nehemiah Coxe e John Owen


Parte 2, Capítulo 1).

Segundo as Escrituras, as diferenças entre a Antiga e a Nova Aliança são


em parte circunstanciais e em parte substanciais e podem ser resumidas nos se-
guintes pontos:
1. Essas duas alianças diferem em circunstâncias de tempo quanto à sua
promulgação, declaração e estabelecimento. Essa diferença que é citada pelo
apóstolo a partir do profeta Jeremias em Hebreus 8:9 será tratada mais detalha-
damente adiante. Em resumo, a primeira aliança foi feita no tempo em que
Deus tirou os filhos de Israel do Egito, e no terceiro mês após chegarem ao pé
do Sinai (Êxodo 19, 24). Desde o tempo do que é registrado na última passa-
gem, no qual o povo dá seu consentimento real aos termos dela, começou sua
obrigação formal como uma aliança. Depois iremos inquirir quando ela foi re-
vogada e deixou de ser obrigatória para a igreja. Já a Nova Aliança foi declarada
e se tornou conhecida “nos últimos dias” (Hebreus 1:1-2), “na dispensação da
plenitude dos tempos” (Efésios 1:10). A data de seu início, como uma aliança
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formalmente obrigatória para toda a igreja, se dá por ocasião da morte, ressur-


reição, ascensão de Cristo e o envio do Espírito Santo. Eu cito todos esses even-
tos como o início da Nova Aliança porque embora principalmente ela tenha
sido estabelecida pela morte de Cristo, contudo ela não era absolutamente obri-
gatória como uma aliança até depois da vinda do Espírito Santo.
2. Elas diferem na circunstância do lugar quanto à sua promulgação; o que
também é registrado pelas Escrituras. A primeira foi declarada no monte Sinai;
na primeira parte dessa exposição eu já declarei amplamente a forma e o tempo
em que as pessoas receberam a lei, e agora eu direciono o leitor para aquele lugar1
(Êxodo 19:18). A Nova Aliança foi declarada no Monte Sião, e a lei dela saiu
de Jerusalém (Isaías 2:3). Nosso apóstolo insiste nessa diferença e dá vários
exemplos notáveis dela em Gálatas 4:24-26: “Ora, esta Agar é Sinai, um monte
da Arábia, que corresponde à Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus
filhos”. Agar, era a escrava que Abraão tomou antes que o herdeiro da promessa
houvesse nascido, sendo que ela era um tipo da Antiga Aliança dada no Sinai,
antes da introdução na Nova Aliança ou Aliança da Promessa; por isso, ele acres-
centa: “Ora, esta Agar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde à Jerusa-
lém que agora existe, pois é escrava com seus filhos”. Esse Monte Sinai, onde a
Antiga Aliança foi dada, e que foi representada por Agar, está na Arábia, lançado
fora das fronteiras e limites da igreja. E “corresponde” ou “é colocado na mesma
série, posição e ordem que Jerusalém”, ou seja, nesse contraste entre as duas
alianças. Assim como a Nova Aliança, a Aliança da Promessa, a qual concede
liberação e liberdade, foi dada em Jerusalém, através da morte e ressurreição de
Cristo, e da pregação do Evangelho que se seguiu em razão disso; assim também,

1
[Veja o volume 1, da Exposição da Epístola aos Hebreus, p. 446, editado e publicado pela
editora Banner of Truth.]

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a Antiga Aliança, que levou o povo à escravidão, foi dada no Monte Sinai, na
Arábia.
3. Elas diferem na maneira de sua promulgação e estabelecimento. Duas
coisas notáveis acompanharam a declaração solene da primeira aliança:
(1.) O pavor e terror da aparência externa no Monte Sinai, que se apoderou
de todo o povo, e até mesmo o próprio Moisés, que temeu e tremeu (Hebreus
12:18-21; Êxodo 19:16, 20:18-19). Por meio disso, um espírito de medo e es-
cravidão foi incutido em todas as pessoas, de modo que elas escolheram manter
distância e não se aproximarem de Deus (Deuteronômio 5:23-27).
(2.) Ela foi dada pelo ministério e “ordenação dos anjos” (Atos 7:53; Gá-
latas 3:19). Portanto, as pessoas estavam, em certo sentido, “submetidas aos an-
jos”, os quais possuíam um ministério de autoridade nessa aliança. A igreja da-
quele tempo, foi colocada em algum tipo de sujeição aos anjos, como o apóstolo
claramente sugere em Hebreus 2:5. Foi muito por causa disso que o culto ou
adoração de anjos começou a ser praticado entre esse povo (Colossenses 2:18);
o mesmo culto aos anjos, com um acréscimo à sua loucura e superstição, foi
introduzido por alguns na igreja cristã, na qual os anjos não possuem tal minis-
tério de autoridade como o faziam sob a Antiga Aliança.
As coisas são bem diferentes no que diz respeito à promulgação da Nova
Aliança. O Filho de Deus em sua própria pessoa declarou isso. Ele “falou do
céu”, como o apóstolo observa; em oposição à lei “sobre a terra” (Hebreus
12:25). No entanto, ele falou na terra também, e ele declara esse mistério acerca
de si mesmo em João 3:13. E ele realizou todas as coisas que pertenciam ao
estabelecimento dessa aliança em um espírito de mansidão e condescendência,
com a mais alta evidência de amor, graça e compaixão, encorajando e convi-
dando os cansados e sobrecarregados a virem a Ele. E por meio de seu Espírito,
ele fez com que seus discípulos continuassem a mesma obra até que a aliança
fosse plenamente declarada (Hebreus 2:3; veja João 1:17-18).

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E todo o ministério de anjos, na entrega dessa aliança, era meramente uma


maneira de servir e obedecer a Cristo; e, em si mesmos, os anjos eram apenas
“conservos” daqueles que têm “o testemunho de Jesus” (Apocalipse 19:10). De
modo que esse “mundo por vir”, como era chamado antigamente, não foi posto
em sujeição a eles.
4. As duas alianças diferem em seus mediadores. O mediador da primeira
aliança foi Moisés. “Foi posta pelos anjos na mão de um mediador” (Gálatas
3:19), esse mediador não era outro senão Moisés, que era servo na casa de Deus
(Hebreus 3:5). E ele era um mediador, conforme designado por Deus, que havia
sido escolhido pelo povo, na ocasião em que experimentaram aquele pavor e
consternação durante a terrível promulgação da lei. Pois eles viram que não po-
diam suportar a presença imediata de Deus, nem tratar com ele pessoalmente.
Para esse fim, eles desejaram um intermediário, um mediador entre Deus e eles,
e que Moisés fosse essa pessoa (Deuteronômio 5:24-27). Mas o Mediador da
Nova Aliança é o próprio Filho de Deus. Pois “há um só Deus, e um só Medi-
ador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1 Timóteo 2:5). Aquele
que é o Filho e o Senhor sobre a sua própria casa, graciosamente empreendeu
em sua própria pessoa ser o Mediador dessa aliança; e nisso a Nova Aliança é
indescritivelmente superior à Antiga.
5. Elas diferem em sua constituição, tanto em relação aos preceitos quando
em relação às promessas; e os maiores privilégios pertencem à Nova Aliança.
Pois,
(1.) A Antiga Aliança, no que diz respeito à sua parte preceptiva, renovou
os mandamentos do Pacto das Obras, e isso com base em seus termos originais.
O pecado foi proibido, isto é, todo e qualquer pecado, em seu conteúdo e forma,
com base na dor da morte; e a promessa de vida foi dada somente em caso de
uma obediência perfeita e impecável — por causa disso o próprio Decálogo, que
é uma transcrição da lei das obras, é chamado de “aliança” em Êxodo 34:28. E,

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além disso, como observamos anteriormente, havia outros preceitos inumerá-


veis, acomodados à condição atual do povo e impostos a eles com rigor. Mas no
que diz respeito à Nova Aliança, a primeira coisa que ela se propõe é a realização
e o estabelecimento do Pacto de Obras, tanto em relação aos seus comandos
quanto em relação às suas sanções, com base na obediência e sofrimento do
Mediador. Nisso os mandamentos dessa aliança, em relação aos que participam
dela, não são penosos; o jugo de Cristo é suave e seu fardo é leve.
(2.) O Antigo Testamento, absolutamente considerado: [1.] Não continha
nenhuma promessa de graça, para comunicar a força espiritual, ou para nos au-
xiliar em nossa obediência; [2.] nem continha a promessa da vida eterna, nem
de qualquer outra vida senão daquela que estava contida na promessa do Pacto
das Obras, “o homem, que fizer estas coisas, por elas viverá”; 2 e [3.] Continha
promessas de coisas temporais na terra de Canaã que são inseparáveis dele pró-
prio. Na Nova Aliança todas as coisas são de outro modo, como será declarado
na exposição dos versículos seguintes.
6. Elas diferem, principalmente, quanto ao modo de sua dedicação e san-
ção. É isso que confere uma natureza formal a uma aliança ou testamento. Pode
haver uma promessa, pode haver um acordo em geral, e ainda assim não termos
a natureza formal de uma aliança, ou testamento, e foi isso que aconteceu com
o Pacto da Graça antes da morte de Cristo, mas é a solenidade e o modo da
confirmação, dedicação e sanção de qualquer promessa ou acordo que lhe dá a
natureza formal de um pacto ou testamento. E isso é realizado por meio de um
sacrifício, no qual há derramamento de sangue e morte, em razão disso. A Antiga
Aliança foi confirmada apenas com o sacrifício de animais, cujo sangue foi as-
pergido sobre todo o povo (Êxodo 24:5-8). Mas o Novo Testamento foi sole-
nemente confirmado pelo sacrifício e pelo sangue do próprio Cristo (Zacarias

2
{Cf. Gálatas 3:12; Romanos 10:5 citando Levítico 18:5.}

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9:11; Hebreus 10:29, 13:20). E o Senhor Jesus Cristo, ao morrer como Media-
dor e Fiador dessa aliança, comprou todas as coisas boas para a igreja; e como
um testador as legou para ela. Portanto, ele diz a respeito do cálice sacramental:
“Isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento” (Marcos 14:24), ou seja, o
penhor de que será legado à igreja todas as promessas e misericórdias da aliança;
a qual é o Novo Testamento, ou a disposição de seus bens para seus filhos. Mas
porque o apóstolo trata expressamente dessa diferença entre as duas Alianças em
Hebreus 9:18-23, direcionamos o leitor para lá para obter uma consideração
completa desse assunto.
7. Elas são diferentes quanto aos sacerdotes que deveriam oficiar perante
Deus em favor do povo. Na Antiga Aliança, somente Arão e sua posteridade
poderiam desempenhar esse ofício; na Nova, o próprio Filho de Deus é o único
sacerdote da igreja. Lidamos amplamente com essa diferença e com a vantagem
da atual dispensação evangélica, na exposição do capítulo anterior, Hebreus 7.
8. Elas são diferentes quanto aos sacrifícios dos quais depende a paz e a
reconciliação com Deus. E isso também será tratado, se Deus permitir, no capí-
tulo seguinte, Hebreus 9.
9. Elas são diferentes em relação a forma e a maneira em que foram escritas.
Todas as alianças no passado eram solenemente escritas em placas de latão ou
tábuas de pedra, onde pudessem ser fielmente preservados para o uso das partes
interessadas. Assim, a Antiga Aliança, quanto à sua parte principal e fundamen-
tal, estava “gravada em tábuas de pedra”, que eram preservadas dentro da arca
(Êxodo 31:18; Deuteronômio 9:10; 2 Coríntios 3:7). E Deus fez isso em sua
providência, pois as primeiras tábuas foram quebradas, para dar a entender que
a aliança contida nelas não era eterna ou inalterável. Mas a Nova Aliança está
escrita nas “tábuas de carne do coração” daqueles que creem (2 Coríntios 3:3;
Jeremias 31:33).

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10. Elas são diferentes em relação aos seus fins. O principal fim da primeira
aliança era revelar o pecado, condená-lo e estabelecer limites para ele. Assim diz
o apóstolo: “Foi ordenada por causa das transgressões” (Gálatas 3:19). E isso foi
feito através de várias maneiras:
(1.) Através da convicção: porque “pela lei vem o conhecimento do pe-
cado” (Romanos 3:20); ela convenceu os pecadores e fez com que toda a boca
fosse fechada diante de Deus (Romanos 3:19).
(2.) Condenando o pecador, ao aplicar a sanção da lei à sua consciência.
(3.) Através dos juízos e castigos pelos quais, em todas as ocasiões, ela foi
acompanhada. Em tudo isso ela manifestou e representou a justiça e severidade
de Deus.
Já o fim da Nova Aliança é declarar o amor, a graça e a misericórdia de
Deus; e, portanto, conceder arrependimento, remissão de pecados e vida eterna.
11. Elas eram diferentes quanto aos seus efeitos. Pois a primeira aliança era
o “ministério da morte” e da “condenação”, e isso levou as mentes e os espíritos
dos que estavam sob ela a um espírito de servidão e escravidão; por outro lado,
o efeito imediato do Novo Testamento é a liberdade. E não há nada em que o
Espírito de Deus mais insista para nos mostrar a diferença entre essas duas ali-
anças do que nessa liberdade de uma, e na escravidão da outra (Veja Romanos
8:15; 2 Coríntios 3:17; Gálatas 4:1-7, 24, 26, 30, 31; Hebreus 2:14-15). Por-
tanto, explicaremos um pouco mais sobre isso. Para esse fim, a escravidão, que
era o efeito da Antiga Aliança, surgiu de várias causas que contribuíram para a
sua efetivação:
(1.) A renovação dos termos e sanções do Pacto de Obras contribuiu muito
para isso. Pois as pessoas não enxergavam como os mandamentos daquela ali-
ança poderiam ser observados, nem como sua maldição poderia ser evitada.
Quero dizer que elas não viram como poderiam fazer essas coisas por meio de

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algo que houvesse na aliança do Sinai; e nisso portanto, essa aliança, “gerou
filhos para a servidão” (Gálatas 4:24). Toda a perspectiva que eles tinham de se
libertarem dela vinha a partir da promessa.
(2.) Surgiu a partir da maneira como a lei foi entregue, e foi por essa razão
que Deus entrou em aliança com eles. Essa aliança foi ordenada com o propósito
de enchê-los de pavor e medo. E ela não podia deixar de fazer isso sempre que
eles recordavam dela.
(3.) Surgiu a partir da severidade das penas anexadas à transgressão da lei.
E Deus os havia convencido que onde a punição não fosse exigida de acordo
com a lei, ele mesmo agiria e os “extirparia”. Isso os mantinha sempre ansiosos
e preocupados, pois não sabiam quando estavam seguros ou protegidos.
(4.) Surgiu a partir da natureza de todo o ministério da lei, que era o “mi-
nistério da morte” e da “condenação” (2 Coríntios 3:7, 9); o qual declarou a
punição de todo pecado com a morte, e denunciou a morte a todo pecador; nem
o ministério da lei administrava, por si só, alívio para as mentes e consciências
dos homens. Assim ele se tornou a “letra que matou” os que estavam sob seu
poder.
(5.) Surgiu a partir da escuridão de suas próprias mentes, quanto aos meios,
caminhos e causas de libertação de todas essas coisas. É verdade que eles já ha-
viam recebido uma promessa de vida e salvação, que não foi abolida por essa
aliança, nem mesmo pela promessa feita a Abraão; mas isso não pertencia a essa
aliança, e o caminho de sua realização, pela encarnação e mediação do Filho de
Deus, estava muito obscuro para eles, sim, e até mesmo para os próprios profetas
que fizeram tais predições. Isso os deixava sob grande escravidão. Porque a prin-
cipal causa e meio da liberdade dos crentes sob o Evangelho surge da luz clara
que eles têm sobre o mistério do amor e da graça de Deus em Cristo. Esse co-
nhecimento de e fé em sua encarnação, humilhação, sofrimentos e sacrifícios,
de acordo com os quais ele fez expiação pelo pecado e operou uma justiça eterna,

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é o que lhes dá liberdade e ousadia em obediência (2 Coríntios 3:17-18). En-


quanto no passado, o povo estava em escuridão, no que se refere a essas coisas,
eles necessariamente estavam mantidos sob grande escravidão.
(6.) Isso era aumentado pelo jugo de uma multidão de leis, ritos e cerimô-
nias, impostos sobre eles; o que fazia de toda a sua adoração um fardo insupor-
tável para eles (Atos 15:10).
Através de todas essas formas um espírito de escravidão e temor foi admi-
nistrado a eles. E Deus lidou com eles desse modo para que não descansassem
naquele estado, mas continuamente anelassem por libertação.
Por outro lado, a Nova Aliança dá liberdade e ousadia, a liberdade e ousa-
dia de filhos, a todos os crentes. É o Espírito do Filho que nos liberta, ou nos
dá universalmente toda a liberdade que é de alguma forma necessária ou útil
para nós. Pois “onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Coríntios
3:17), ou seja, servir a Deus “em novidade de espírito, e não na velhice da letra”
(Romanos 7:6). E é declarado que essa era a grande finalidade da introdução da
Nova Aliança, em cumprimento da promessa feita a Abraão, a saber, “que, li-
bertados da mão de nossos inimigos, o servíssemos sem temor... todos os dias
da nossa vida” (Lucas 1:74-75, ARA). E podemos considerar brevemente no que
essa libertação e liberdade pela Nova Aliança consistem:
(1.) Em nossa liberdade do poder de comando da lei, à medida que exigia
obediência sem pecado e perfeita, a fim de obter retidão e justificação diante de
Deus. Seus comandos ainda estão válidos, mas não para a vida e salvação; pois
para esses fins estão cumpridos no e pelo Mediador da Nova Aliança, que é “o
fim da lei para justificar a todo aquele que crê” (Romanos 10:4)
(2.) Em nossa liberdade em relação ao poder de condenação da lei, e a
sanção dela na maldição. Isso foi sofrido e suportado por aquele que foi “feito
maldição por nós”, logo estamos livres disso (Romanos 7:6; Gálatas 3:13, 14).

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E, nesse aspecto, também somos “libertos do medo da morte” (Hebreus 2:15),


enquanto uma penalidade e entrada em juízo ou condenação (João 5:24)
(3.) Em nossa liberdade de consciência quanto ao pecado (Hebreus 10:2),
isto é, a consciência inquieta, perturbada e que condena; sendo os corações de
todos os que creem “purificados da má consciência” (Hebreus 10:22)” pelo san-
gue de Cristo.
(4.) Em nossa liberdade de todo o sistema da adoração mosaica, em todos
os ritos, cerimônias e ordenanças dela; que os apóstolos declaram ser um fardo
(Atos 15), e nosso apóstolo faz o mesmo amplamente em sua epístola aos Gála-
tas.
(5.) De todas as leis dos homens nas coisas referentes ao culto a Deus (1
Coríntios 7:23).
E por todas esses e outros exemplos de liberdade espiritual, o Evangelho
livra os crentes daquele “espírito de escravidão e medo” que era administrado
sob a Antiga Aliança.
Resta apenas que apontemos aqueles caminhos de acordo com os quais essa
liberdade nos é comunicada sob a Nova Aliança. Isso é feito:
(1.) Principalmente pela concessão e comunicação do Espírito do Filho
como um Espírito de adoção, o Qual concede a liberdade, ousadia e confiança
de filhos (João 1:12; Romanos 8:15-17; Gálatas 4:6, 7). A partir dessa passagem
o apóstolo estabelece como uma regra certa que, “onde está o Espírito do Se-
nhor, aí há liberdade” (2 Coríntios 3:17). Que os homens finjam o que quise-
rem, que se gabem da liberdade de suas condições exteriores neste mundo, e da
liberdade interior ou liberdade de suas vontades, de fato não existe liberdade
verdadeira onde o Espírito de Deus não está. Mas não me demorarei aqui para
declarar os caminhos pelos quais ele concede liberdade, poder, uma mente sã,
ousadia espiritual, coragem, o carregar da cruz, santa confiança diante de Deus,

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prontidão para a obediência e crescimento da aplicação do coração em deveres,


com todas as outras coisas em que a liberdade consiste, ou que de qualquer ma-
neira pertencem a ela. O mundo julga que não há escravidão, senão onde está o
Espírito de Deus; pois isso concede aquele temor prudente do pecado, aquele
temor de Deus em todos os nossos pensamentos, ações e caminhos, aquele com-
portamento cuidadoso e vigilante, aquela temperança nas coisas lícitas, aquela
abstinência de toda a aparência do mal, o que eles julgam ser a maior escravidão
na terra. Mas aqueles que o receberam sabem que o mundo inteiro jaz no ma-
ligno e que todos aqueles para quem a liberdade espiritual é uma servidão são os
servos e escravos de Satanás.
(2.) Essa liberdade é obtida pela evidência de nossa justificação diante de
Deus e das causas dela. Os homens estavam em trevas quanto a isso sob a pri-
meira aliança, embora toda a paz estável para com Deus dependesse disso; pois
é no Evangelho que “a justiça de Deus é revelada de fé em fé” (Romanos 1:17).
De fato, “a justiça de Deus, sem a lei, é testemunhada pela lei e pelos profetas”
(Romanos 3:21); ou seja, o testemunho é dado nas instituições legais e nas pro-
messas registradas nos profetas. Mas essas coisas eram obscuras para eles, os quais
deveriam buscar discernir aquilo que dizia respeito a elas por detrás dos véus e
sombras dos sacerdotes e sacrifícios, oblações e expiações. Mas nossa justificação
diante de Deus, em todas as suas causas, sendo agora totalmente revelada e ma-
nifesta, tem uma grande influência em nossa liberdade espiritual e na ousadia.
(3.) Pela luz espiritual que é dada aos crentes no mistério de Deus em
Cristo. Isto o apóstolo afirma ter estado “oculto em Deus desde o princípio do
mundo” (Efésios 3:9). Foi ordenado e preparado no conselho e sabedoria de
Deus desde toda a eternidade. Alguma indicação disso foi dada na primeira pro-
messa, e depois foi obscurecida por várias instituições legais; mas a profundi-
dade, a glória, a beleza e a plenitude disso estavam “ocultas em Deus”, em sua
mente e vontade, até que foram completamente reveladas no Evangelho. Os

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santos sob o Antigo Testamento acreditavam que seriam libertos pela Descen-
dência prometida, que seriam salvos por causa do Senhor, que o Anjo da aliança
os salvaria, sim, que o próprio Senhor viria ao seu templo; e diligentemente
inquiriram sobre “os sofrimentos que a Cristo haviam de vir e a glória que se
lhes havia de seguir”.3 Mas tudo isso enquanto os seus pensamentos e concep-
ções estavam extremamente no escuro quanto àquelas coisas gloriosas que são
esclarecidas na Nova Aliança, sobre a encarnação, mediação, sofrimentos e sa-
crifício do Filho de Deus, sobre o caminho de Deus em Cristo reconciliar o
mundo conSigo mesmo. Ora, assim como a escuridão gera temor, a luz gera
liberdade.
(4.) Obtemos essa liberdade pela abertura do caminho para o santo dos
santos, e a entrada que temos por esse meio com ousadia até o trono da graça.
Sobre isso também o apóstolo insiste peculiarmente em várias passagens de seus
discursos seguintes, como, por exemplo, o capítulo 9:8; 10:19-22, falaremos
mais sobre isso quando comentarmos essas passagens, se Deus permitir; porque
grande parte da liberdade do Novo Testamento consiste nisso.
(5.) Por todas as ordenanças evangélicas de culto. Já declaramos como as
ordenanças de culto sob o Antigo Testamento levavam o povo à escravidão; mas
as ordenanças do Novo Testamento, através da clareza de sua significação e de
sua conexão imediata com o Senhor Jesus Cristo, com seu uso e eficácia para
guiar os crentes em sua comunhão com Deus, em tudo nos conduzem à liber-
dade evangélica. E a nossa liberdade é de tal importância que quando os após-
tolos consideraram necessário, para evitar ofensa e escândalo, continuar a obser-
vância de uma ou duas instituições legai tais como o abster-se de algumas coisas

3
{1 Pedro 1:11.}

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em si mesmas são indiferentes, eles o fizeram apenas por um momento, e decla-


raram que era apenas para evitar escândalos que eles permitiriam essa diminui-
ção temporária da liberdade que nos foi dada pelo Evangelho.
12. As duas alianças diferem grandemente com respeito à dispensação e
concessão do Espírito Santo. É certo que Deus concedeu o dom do Espírito
Santo sob o Antigo Testamento, e que também concedeu as operações dele du-
rante aquela época, como tenho declarado4 em outras ocasiões; mas não é menos
certo que sempre houve uma promessa de sua efusão mais distinta na confirma-
ção e estabelecimento da Nova Aliança. Para esse propósito, veja em particular
aquela grande promessa encontrada em Joel 2:28-29, conforme aplicada e ex-
posta pelo apóstolo Pedro em Atos 2:16-18. Sim, tão escassa foi a comunicação
do Espírito Santo sob o Antigo Testamento, comparado com sua efusão sob o
Novo, que o evangelista afirma que “o Espírito Santo ainda não fora dado, por
ainda Jesus não ter sido glorificado” (João 7:39), ou seja, ele ainda não fora dado
do modo como seria na confirmação da Nova Aliança. E aqueles da igreja dos
hebreus que haviam recebido a doutrina de João afirmaram ainda que “nem
sequer tinham ouvido se havia algum Espírito Santo” (Atos 19:2), ou seja, qual-
quer dom e comunicação dele como foi então proposto como o principal privi-
légio do Evangelho. Tampouco isso diz respeito apenas à abundante efusão dele
em relação aqueles dons e operações milagrosas pelos quais a doutrina e o esta-
belecimento da Nova Aliança foram testemunhados e confirmados. No entanto,
isso também caracterizou uma diferença entre as duas alianças; pois a primeira
aliança foi confirmada por aparições e operações terríveis, realizadas pelo minis-
tério de anjos, mas a Nova pela operação imediata do próprio Espírito Santo.
Entretanto, essa diferença consiste principalmente nisto: sob o Novo Testa-
mento, o Espírito Santo graciosamente condescendeu em exercer o ofício de

4
[Veja o vol. iii. p. 125, de suas Miscellaneous Works. – Ed. {Banner Edition.}]

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Consolador da igreja. Que esse privilégio indizível é peculiar ao Novo Testa-


mento, é evidente a partir de todas as promessas feitas por nosso Salvador, refe-
rentes a ele ser enviado como um Consolador por nosso Salvador (João 14-16);
especialmente por aquela em que ele assegura aos seus discípulos que “a menos
que ele fosse” (em cuja partida ele confirmou a Nova Aliança) o Consolador não
seria enviado para eles; mas, quando ele fosse, o enviaria da parte do Pai (João
16:7). E a diferença entre as duas alianças que resulta disso é inexprimível.
13. Elas diferem na declaração que fazem sobre o reino de Deus. Agostinho
observa que o próprio termo “reino dos céus” é peculiar ao Novo Testamento.
É verdade que Deus reinou em e sobre a igreja sob o Antigo Testamento; mas
seu governo era tal e tinha uma relação com as coisas seculares, especialmente
com relação à terra de Canaã, e a condição próspera do povo a esse respeito,
como se tivesse a aparência de um reino deste mundo. E assim era e deveria ser,
pois consistia em império, poder, vitória, riqueza e paz, os quais estavam tão
profundamente fixados nas mentes da maioria do povo, que os próprios discí-
pulos de Cristo não conseguiam se libertar dessa compreensão, até que o Novo
Testamento fosse totalmente estabelecido. Mas agora, no Evangelho, a natureza
do reino de Deus, onde ele está e em que consiste, é clara e evidentemente de-
clarada, para a consolação indescritível dos crentes. Pois, embora agora seja co-
nhecido e experimentado como sendo interior, espiritual e celestial, aqueles que
têm participação nele possuem maiores benefícios por meio dele — não obs-
tante todas as aflições que possam sofrer neste mundo — do que poderiam ter
na mais plena posse de todos os prazeres terrenos.
14. Elas diferem em sua substância e fim. A Antiga Aliança era típica, re-
pleta de sombras e removível (Hebreus 10:1). A Nova Aliança é substancial e
permanente, como contendo o corpo, que é Cristo. Agora, considere a Antiga
Aliança comparativamente à Nova, e essa parte de sua natureza, que era típica e
sombria, como sendo uma grande degradação. Mas considere a Nova Aliança

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absolutamente, e veremos que as coisas contidas nelas constituíam a sua maior


glória e excelência; pois só nessas coisas havia um sinal e penhor do amor e da
graça de Deus. Quanto àquelas coisas que haviam na Antiga Aliança, mesmo
enquanto elas constituíam uma grande escravidão em seu uso e prática, eles con-
tinham muita luz e graça em sua significação. Esse foi o desígnio de Deus em
todas as ordenanças de culto pertencentes àquela aliança, a saber, tipificar, ma-
nifestar através de sombras e representar as coisas celestiais e substanciais da
Nova Aliança, ou o Senhor Jesus Cristo e a obra de sua mediação. Foi assim
com o tabernáculo, a arca, o altar, os sacerdotes e os sacrifícios; e essa era a glória
deles. No entanto, quando comparados com a substância da Nova Aliança, eles
não possuem glória.
15. Elas diferem na extensão de sua administração, segundo a vontade de
Deus. A primeira foi confinada à descendência carnal de Abraão, e para eles
especialmente com relação à terra de Canaã (Deuteronômio 5:3), com alguns
poucos prosélitos que se uniram a eles, e com a exclusão de todos os outros da
participação dos seus benefícios. E assim, embora o ministério pessoal de nosso
próprio Salvador, na pregação do Evangelho, tenha precedido a introdução da
Nova Aliança, ele foi confinado ao povo de Israel (Mateus 15:24). E ele era o
“ministro da circuncisão” (Romanos 15:8). Tais limites estreitos tinham a ad-
ministração dessa aliança afixada a ela pela vontade e beneplácito de Deus (Sal-
mos 147:19-20). Mas a administração da Nova Aliança é estendida a todas as
nações debaixo do céu; nenhuma delas é excluída por conta de língua, família,
nação ou local de habitação. Todos têm igualmente participação nesse Sol que
raiou. O muro de separação está derrubado e os portões da Nova Jerusalém estão
abertos para todos os que atendem ao convite do Evangelho. Isso é frequente-
mente ressaltado na Escritura, veja Mateus 28:19; Marcos 16:15; João 11:51-
52, 12:32; Atos 11:18, 17:30; Gálatas 5:6; Efésios 2:11-16, 3:8-10; Colossenses

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3:10-11; 1 João 2:2; Apocalipse 5:9. Esse é o grande privilégio dos pobres gen-
tios errantes. Após eles terem voluntariamente caído da comunhão com Deus,
aprouve a ele, em sua santidade e severidade, deixar todos os nossos ancestrais
por muitas gerações servirem e adorarem ao Diabo. E o mistério da nossa res-
tauração estava “oculto em Deus desde o princípio do mundo” (Efésios 3:8-10).
E embora fosse assim profetizado, predito e prometido sob o Antigo Testa-
mento, contudo, tal era a soberba, a cegueira e a obstinação da maior parte da
igreja dos judeus, que a sua realização em grande parte se constituiu em uma
pedra de tropeço pelo qual eles caíram; sim, a grandeza e glória desse mistério
era tal que os próprios discípulos de Cristo não o compreenderam, até que isso
tivesse sido testificado a eles pelo derramamento do Espírito Santo, a grande
promessa da Nova Aliança, sobre alguns desses miseráveis gentios (Atos 11:18).
16. Elas diferem em sua eficácia; pois a antiga aliança “nada aperfeiçoou”
(Hebreus 7:19), ela não poderia realizar nenhuma das coisas que representava,
nem introduzir aquele estado perfeito ou completo que Deus havia projetado
para a igreja. Não nos prolongaremos aqui, pois já falamos sobre isso e já insis-
timos em nossa exposição do capítulo anterior. Por fim,
17. Elas diferem em sua duração: pois uma seria removida e a outra per-
maneceria para sempre. Falaremos mais sobre isso nos versículos seguintes.
Pode ser que outras coisas de natureza semelhante possam ser acrescentadas
à essas que mencionamos sobre em que consiste a diferença entre as duas alian-
ças; mas essas diferenças são suficientes para o nosso propósito. Pois alguns —
quando ouvem que o Pacto da Graça sempre foi um e o mesmo, da mesma
natureza e eficácia sob ambos os testamentos, que o caminho da salvação por
Cristo sempre foi o mesmo — estão prontos para pensar que não havia tão
grande diferença entre o estado deles e o nosso como aqui é pretendido. Mas
vemos que, nessa suposição, aquela aliança na qual Deus colocou as pessoas no
Sinai, e sob cujo jugo elas deveriam permanecer até que a Nova Aliança fosse

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estabelecida, tinha todas as desvantagens nas quais temos insistindo. E aqueles


que não compreendem quão excelentes e gloriosos são aqueles privilégios que
são acrescentados ao Pacto da Graça, quanto à sua administração, pela introdu-
ção e estabelecimento da Nova Aliança, não estão totalmente familiarizados com
a natureza das coisas espirituais e celestes.

Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria!

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O Estandarte de Cristo

2 Coríntios 4
1
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2
Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
3
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho
4
está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século
cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho
5
da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos,
6
mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus.
Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nos-
sos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo.
7
Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de
8
Deus, e não de nós. Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não
9 10
desanimados. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Tra-
zendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a
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vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, esta-
mos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste
12
também na nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a
13
vida. E temos portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós
14
cremos também, por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor
15
Jesus nos ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto
é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação
16
de graças para glória de Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem
17
exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e
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momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não
atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem
são temporais, e as que se não veem são eternas.

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