Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Depois disso o escravismo foi substituído pelo feudalismo na Europa. É que, já no interior
do Império Romano, estava surgindo uma nova e mais produtiva relação de produção. O Estado
ou o dono da terra arrendava-a para o trabalhador, que ficava com parte da produção e era dono
das ferramentas. Nessa nova forma, os trabalhadores ficam com uma parte da produção, são
donos de suas ferramentas e, ainda que não possuam a propriedade da terra, têm a garantia de que
permanecerão na mesma gleba(terreno próprio para o cultivo) indefinidamente. Os servos, não
podem abandonar a terra, mas também não podem ser expulsos dela. Como ficam com uma parte
do produzido, os servos têm interesse em aumentar a produção. Desenvolvem, assim, as suas
ferramentas, aperfeiçoam as formas de plantio e os transportes, melhoram a seleção de sementes
e, ainda, com os moinhos de vento, dragam pântanos e aumentam significativamente a área
cultivável da Europa, diferente dos escravos que sabotavam a produção.
Nos séculos 14 e 15, o mesmo dinamismo histórico levou-o à sua crise. O aumento da
produtividade do trabalho, decorrente do desenvolvimento das forças produtivas, fez com que
cada feudo passasse a produzir mais do que conseguia consumir. Não que os feudos superassem a
carência, pois não conseguiam produzir todos os bens de que tinham necessidade. EX: produzia
muito trigo mas não conseguia produzir sal ou ferro.
Nessa nova situação, os trabalhadores se alimentavam melhor e seu número cresceu. Logo
havia mais servos do que as relações de produção feudais comportavam e os senhores passaram a
expulsarar os servos excedentes de suas terras. Alguns dos servos expulsos passaram, então, a
viver desse comércio nascente. Com o desenvolvimento das trocas foi surgindo uma nova classe
social, a burguesia, cujo interesse não mais se relacionava com a utilidade do que ela comprava
ou vendia e, sim, com a lucratividade do que comercializava.
Apesar de todas as suas enormes diferenças os modos de produção escravista e feudal
possuem traços em comum: a alienada divisão do trabalho; duas classes fundamentais e uma
terceira, de auxiliares assalariados dos senhores; o Estado, a violência na vida cotidiana, etc.
A transformação da natureza em meios de produção ou de subsistência será obra, agora,
do proletariado. O novo trabalhador será o proletário. Diferente das outras classes dominadas, o
proletário é um trabalhador assalariado.
“Esse processo de desenvolvimento das relações de produção capitalistas que levou à
gênese do proletariado é, também, o fundamento da gênese e do desenvolvimento da burguesia.
Esta classe social vai se desenvolvendo das suas formas germinais até sua forma mais
desenvolvida no mesmo período da história em que tivemos o desenvolvimento do trabalho
assalariado até se chegar ao proletariado. Foi na etapa final deste complexo, rico e longo processo
histórico, a Revolução Industrial (1776-1830), que assistimos ao surgimento do proletariado e da
burguesia em suas formas maduras, plenamente desenvolvidas. E, então, a reprodução social
passou a ser marcada pela contradição antagônica entre o proletariado e a burguesia.”