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Do homem recoletor ao esclavagismo

Inicialmente o homem primitivo vivia principalmente da recolha de alimentos, da caça e


da pesca. Nesta fase, o homem era recoletor, dependendo exclusivamente do que a
natureza lhe oferecia. O trabalho era essencialmente cooperativo, pois o homem tinha
de lutar pela sobrevivência, enfrentando as adversidades da natureza e os animais.
Existia uma divisão natural do trabalho.

As alterações permitiram o surgimento de novas especializações, ou seja, de indivíduos


dentro de uma comunidade ou mesmo comunidades que se dedicam só à pecuária ou
só à agricultura. Estabelece-se assim uma primeira divisão social do trabalho.

Com o aperfeiçoamento do trabalho dos metais, surgem ofícios especializados no


fabrico de instrumentos ou de armas em metal, deixando o pastor e o agricultor de
produzir os instrumentos para as suas atividades. Outros ofícios surgem, como o de
tecelão ou o de oleiro, cada vez mais especializados. Os ofícios separam-se da
agricultura e da pecuária. É a segunda divisão social do trabalho.

*ESQUEMA*

Com a introdução dos metais, primeiro o cobre e depois o bronze e o ferro, entrou-se na
época que os historiadores designam por Idade dos Metais. O Egito, a Grécia e a Roma
são exemplos de civilizações metalúrgicas.

A utilização de mão de obra escrava constitui a base do trabalho nas civilizações


metalúrgicas. Em geral, os escravos eram prisioneiros de guerra, resultado da conquista
militar de outros territórios.

Na Grécia Clássica, era aos escravos que cabia a realização dos trabalhos manuais, pois
este era considerado impróprio e pouco nobre para as classes mais altas, que se
dedicavam apenas às atividades intelectuais.

A economia de Roma era essencialmente assegurada pelo trabalho escravo,


constituindo este a base da mão de obra nas oficinas e nos campos. Os romanos
conquistaram grande parte do território do mundo antigo, desde a Síria e Egito até
Espanha e Inglaterra.

Foi principalmente da conquista do povo grego que Roma herdou grande parte do
conhecimento técnico e a mão de obra especializada que transformou em escravos.

O trabalho escravo nem sempre era significado de uma vida dura e degradante, por
exemplo, os escravos gregos desenvolviam atividades intelectuais de ensino em algumas
cidades romanas. De facto, a condição de escravo era mais do que uma situação de
trabalho, era, sobretudo uma questão de cidadania, uma vez que estes estavam privados
de liberdade e de direitos.

Do esclavagismo ao servilismo

A seguir à escravidão segue-se o servilismo, que é caraterístico das sociedades feudais.


Os escravos adquirem a liberdade, tornam-se cidadãos livres - servos da gleba.

Os servos da gleba trabalham as terras dos grandes proprietários e em troca tinham de


lhes pagar pesados tributos, ficando com o que restava, o que não chegava para a sua
subserviência e a da sua família.

Tal como o escravo, o servo da gleba não tinha quaisquer direitos, vivendo na completa
dependência dos nobres e do senhor feudal, estando ligado a este e à terra
perpetuamente. O servo da gleba, embora não sendo propriedade do nobre ou do
senhor feudal, tal como acontecia com o escravo, não gozava de total liberdade, pois
não podia vender, de forma livre, a sua força de trabalho. Estes vínculos perpetuavam-se
no tempo e eram passados de pais para filhos.

Nos finais do século XI, o servilismo entra em declínio, devido a fatores como:
• as epidemias, que diminizavam grande parte da população, tornando o trabalhador
mais raro e mais valorizado
• o crescimento do comércio, que faz surgir uma nova classe - a burguesia
• o crescimento das cidades, que atraíam as populações dos campos
• o surgimento de atividades ligadas à pequena indústria

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