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2ª ATIVIDADE DE HISTÓRIA DO BRASIL

MED HARD

PROF: WALLYSON VERAS

1. (Fcmscsp) Sabemos que a expansão bandeirante deveu seu impulso inicial sobretudo à
carência, em São Paulo, de braços para a lavoura ou antes à falta de recursos econômicos que
permitissem à maioria dos lavradores socorrer-se da mão de obra africana. Falta de recursos
que provinha, por sua vez, da falta de comunicações fáceis ou rápidas dos centros produtores
mais férteis, se não mais extensos, situados no planalto, com os grandes mercados
consumidores.

(Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil, 2001.)

A particularidade da colonização de São Paulo, quando comparada com a de Recife e de


Salvador, deveu-se
a) ao trabalho de pacificação dos índios guerreiros pela Companhia de Jesus.
b) ao rápido processo de urbanização em decorrência da exploração aurífera.
c) à oposição dos habitantes às exigências econômicas da metrópole.
d) ao isolamento social de uma colonização de interior afastada do litoral.
e) à inadaptabilidade das espécies vegetais tropicais ao clima temperado.

2. (Espcex (Aman)) Em 1580, o rei de Portugal morreu sem deixar herdeiros diretos e, na
disputa pelo trono que se seguiu, saiu-se vencedor Filipe II, então rei da Espanha. Com isso,
teve início o período conhecido como “União Ibérica”, que se estendeu por 60 anos e no qual,
dentre outras consequências, os inimigos da Espanha passaram a ser, também, de Portugal. A
respeito desse período, é correto afirmar que
a) Portugal manteve certa autonomia na gestão de suas colônias, inclusive no tocante às
relações comerciais que já possuía.
b) a ocupação territorial pelos colonos portugueses foi temporariamente freada, em função da
ocupação holandesa do Nordeste brasileiro, quando os esforços foram concentrados em
recuperar a área invadida.
c) durante um certo período os holandeses assumiram o controle do tráfico negreiro no
Atlântico Sul, mas isso não modificou o fluxo de escravos africanos para o Brasil, pois, dada
a elevada lucratividade do negócio, seguiram suprindo a demanda por escravos em toda a
colônia.
d) foram enviados ao Brasil visitadores do Tribunal do Santo Ofício, com a missão de apurar o
que essas autoridades consideravam “desvios”, como as chamadas práticas judaizantes
(relacionadas aos costumes da religião judaica).
e) a Insurreição Pernambucana foi marcada por duas vitórias surpreendentes sobre os
holandeses, nas Batalhas de Guararapes (1648 e 1649). Com a vitória brasileira na Segunda
Batalha de Guararapes, os batavos deixaram o Brasil.

3. (Unesp) [...] as irmandades de negros eram espaços permitidos dentro da legalidade, nos
quais o escravo podia manifestar-se fora de suas relações de trabalho. [...] Em certo sentido,
era através da religião católica que o escravo encontrava algum lenitivo para sua situação.
Tudo indica que a permissão para a criação das irmandades de negros tenha sido dada com o
intuito de obter melhores resultados na cristianização dos escravos [...].
Paradoxalmente, os negros utilizaram as irmandades para resguardar valores culturais, em
especial suas crenças religiosas. [...] Tudo leva a crer que, a partir da realidade vivida naquela
época, bem como considerando as dificuldades, o negro recriou e reinterpretou a cultura
dominante, adequando-a à sua maneira de ser.

(Ana Lúcia Valente. “As irmandades de negros: resistência e repressão”. In: Horizonte, v. 9, no
21, 2011.)

Segundo o excerto, as irmandades religiosas de negros, no Brasil colonial, eram

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a) organizações culturais destinadas à difusão do catolicismo e, paralelamente, à valorização


do sincretismo religioso.
b) confrarias em que era proibido, por ordens metropolitanas, o contato direto entre
escravizados.
c) templos em que era permitida, pelas autoridades coloniais, a realização de cultos religiosos
de origem africana.
d) espaços de imposição de princípios europeus aos escravizados e, simultaneamente, de
manifestação de traços culturais de matriz africana.
e) instituições de apoio e auxílio aos escravizados, criadas e mantidas por meio da atuação
catequizadora dos jesuítas espanhóis.

4. (Uece) Atente para o trecho a seguir: “[...] o tráfico negreiro se tornou uma considerável
fonte de renda para a Coroa, por meio de um amplo sistema de taxação. [...] por volta de 1630,
um escravo africano entrava no Brasil com uma taxação equivalente a 20% do seu preço no
porto de embarque. Na segunda metade do século XVII, as taxas de exportação de africanos
subiram para 28%, tornando-os ‘a mercadoria’ mais tributada de todo o império lusitano”.

FARIA, R.M.; MIRANDA, M.L.; CAMPOS, H.G. Estudos de História. 1.ed. São Paulo: FTD,
2010, p. 257. Coleção estudos de história; v.1.

Baseado nas informações do excerto e no que se sabe sobre o tráfico negreiro, é correto
afirmar que
a) a importância da mão de obra escrava africana para o sistema colonial português estava
somente na sua utilização nas lavouras e minas da colônia.
b) o tráfico de escravos, utilizado apenas como força motriz da colonização no Brasil, ficou
restrito à relação do reino com sua colônia.
c) o comércio de escravos foi atividade importante para o tesouro real português, além da
exploração colonial da lavoura e da mineração.
d) o impacto econômico desta atividade foi pequeno, pois poucos escravos foram
comercializados, devido à alta tributação cobrada sobre eles.

5. (Upe-ssa 2) A estratificação social no Brasil Colonial fundou‐se precisamente no


deslocamento imaginário da noção desigualadora de “Escravo”, para a coordenada de
contrários fundada sob a perspectiva da diferença entre homens livres e escravos. Nessa
perspectiva, um indivíduo não está escravo, ele é escravo, e toda a violência maior do modelo
de estratificação social típico do Brasil Colonial esteve alicerçada nesse deslocamento, nessa
transformação de uma contradição em contrariedade, nessa estratégia social imobilizadora.

Referência: BARROS, José D'Assunção. Escravidão Clássica e Escravidão Moderna.


Desigualdade e Diferença no Pensamento Escravista: uma comparação entre os antigos e os
modernos. Ágora. Estudos Clássicos em Debate 15, 2013, p. 211-12. Adaptado.

O processo histórico descrito no texto apresenta como uma de suas principais características a
a) ascensão social.
b) servidão voluntária.
c) privação de direitos.
d) proibição constitucional.
e) preservação da autonomia.

6. (Fac. Albert Einstein - Medicin) Nos dois primeiros séculos de colonização, a empresa
colonial giraria em torno da cana: a formação de vilas e cidades, a defesa de territórios, a
divisão de propriedades, as relações com diferentes grupos sociais e até a escolha da capital.
(Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling. Brasil: uma biografia, 2018. Adaptado.)

O excerto apresenta o avanço da produção de cana-de-açúcar no Brasil colonial como


a) a adoção de uma sociedade de modelo feudal, que determinou a forte dependência da
economia brasileira em relação às grandes potências europeias do período.

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b) a definição de um perfil para a ação portuguesa na América, que incluiu a produção voltada
ao mercado externo e a consolidação da ocupação territorial.
c) o estabelecimento de mecanismos reguladores da relação colônia-metrópole, que passava a
funcionar a partir do princípio da liberdade comercial.
d) a conformação de uma economia diversificada, que assegurava a expansão territorial e uma
distribuição equilibrada dos recursos metropolitanos nas áreas de colonização.
e) o deslocamento do eixo econômico da colônia, que avançou para o centro do território e
passou a privilegiar a agricultura extensiva baseada em mão de obra indígena.

7. (Fuvest-Ete) A colonização da América foi, sem dúvida, em última análise, a consequência


da expansão comercial e marítima europeia, um aspecto de grande processo de constituição
de um mercado mundial. Tal colonização e processos de descobrimento e conquista não
poderiam ocorrer sem a associação entre interesses privados de diversos tipos (de
comerciantes, aventureiros em busca de riquezas e de posição, nobres com altos postos
burocráticos) e interesses públicos (as monarquias nacionais, a cujo aparelho frequentemente
associava-se à Igreja). Tal vinculação tinha diversas razões: a necessidade de mobilizar
recursos vultuosos para financiar longínquas expedições de descobrimento e conquista, e
posteriormente a necessidade de defender as colônias; os grandes riscos que implicavam as
aventuras deste tipo; a inexistência, a princípio, de formas de empresas mercantis capazes de
concentrar os imensos lucros mencionados e enfrentar os riscos; a manutenção pela força do
sistema de monopólios sem o qual não podia funcionar a atividade mercantil de então.
Surgidas neste contexto, as relações entre metrópole e colônia foram regidas pelo sistema de
'exclusivo' ou 'pacto colonial', através do qual cada metrópole reservava-se o monopólio do
comércio de suas colônias; estas últimas tinham por sua vez garantido o mercado
metropolitano e o apoio naval da potência colonizadora.

CARDOSO, Ciro Flamarion & BRIGNOLI, Héctor Pérez. História econômica da América Latina.
2ª ed. Rio de Janeiro: Graal, 1983. p. 72.

A partir do texto, assinale a alternativa correta:


a) A Igreja católica assumiu integralmente o financiamento da exploração marítima e da
atividade colonial.
b) A colonização tornou necessária uma dissociação entre interesses privados e interesses
públicos, excluindo a participação da burguesia.
c) O sistema de "exclusivo colonial" garantia à metrópole europeia o monopólio do comércio,
em face dos altos riscos do empreendimento colonizador.
d) O Pacto Colonial estabelecia relações desiguais, trazendo vantagens para as metrópoles e
deixando as colônias desprotegidas militarmente.
e) A expansão marítima e comercial europeia serviu de entrave ao estabelecimento de núcleos
de colonização na América.

8. (Unesp) Real alicerce da sociedade, os escravos chegaram a constituir, em regiões como o


Recôncavo, na Bahia, mais de 75% da população. Desde o século XVI e até a extinção do
tráfico, em 1850, o regime demográfico adverso verificado entre os cativos – em razão das
mortes prematuras e da baixa taxa de nascimento – levou a uma taxa de crescimento negativo
[...].
(Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling. Brasil: uma biografia, 2018.)

A variação demográfica indicada no excerto provocou


a) a proibição das punições físicas e a melhoria no tratamento destinado aos escravizados.
b) o surgimento de leis destinadas à redução do uso de escravizados nas lavouras de cana.
c) o apoio da Coroa portuguesa ao apresamento e à escravização de indígenas.
d) a necessidade constante de importação de mão de obra de africanos escravizados.
e) o estímulo à imigração e a transição para o trabalho assalariado nas cidades e no campo.

9. (Fuvest) O IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e a Prefeitura da


Cidade do Rio de Janeiro envidaram esforços no sentido de deixar exposta para a
contemplação da população parte do Sítio Arqueológico do Cais do Valongo, com o objetivo de

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apresentar ao visitante, através daquele pequeno, mas representativo espaço, a materialização


do momento mais trágico da nossa história, fazendo com que ele não seja esquecido. (...)
A história do Cais do Valongo e do seu entorno está indissoluvelmente ligada à história
universal, por ter sido a porta de entrada do maior volume de africanos escravizados nas
Américas. O Rio de Janeiro era, então, a mais afro-atlântica das cidades costeiras do território
brasileiro (...).

Disponível em http://portal.iphan.gov.br/.

O texto integra a proposta elaborada pelo IPHAN, em 2016, para inscrição do Sítio
Arqueológico do Cais do Valongo na lista do Patrimônio Mundial. Com base no documento, a
história do Cais do Valongo se entrelaça à história universal, pois se relaciona ao
a) tráfico de africanos escravizados para a América de colonização portuguesa.
b) Rio de Janeiro como única cidade escravista das Américas na época colonial.
c) trabalho de escavação realizado por arqueólogos estrangeiros no passado.
d) fluxo de escravizados do Brasil para outras partes das Américas, após as independências.
e) esforço do IPHAN para silenciar a história da escravidão no mundo atlântico.

10. (Unesp) O consumo dos alimentos nas propriedades de monocultura de cana-de-açúcar


estava […] baseado no que se podia produzir nas brechas de um grande sistema subordinado
ao mercado externo, resultando em uma grande quantidade de farinha de mandioca, feijões de
diversos tipos, batata-doce, milho e cará comidos com pouco rigor, além de uma cultura do
doce, cristalizada na mistura das frutas com açúcar refinado e simbolizada, popularmente, pela
rapadura.

(Paula Pinto e Silva. “Sabores da colônia”. In: Luciano Figueiredo (org). História do Brasil para
ocupados, 2013.)

O texto caracteriza formas de alimentação no Brasil colonial e revela


a) o esforço metropolitano de diversificar a produção da colônia, com o intuito de ampliar as
vendas de alimentos para outros países europeus.
b) a diferença entre a sofisticação da alimentação da população colonial e o restrito conjunto de
alimentos disponíveis na metrópole.
c) a articulação entre um sistema de produção voltado ao atendimento das necessidades e
interesses da metrópole e as estratégias de subsistência.
d) o interesse dos grandes proprietários de terras na colônia de produzir para o mercado
interno, rejeitando a submissão ao domínio metropolitano.
e) a separação entre as lavouras voltadas ao fornecimento de alimentos para os países
vizinhos e as plantações destinadas ao consumo interno.

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Gabarito:

Resposta da questão 1:
[D]

O texto esclarece que a Província de São Paulo tinha dificuldade na obtenção de mão de obra
escrava e que isso impulsionou o bandeirantismo naquela localidade. E, em comparação a
Recife e a Salvador, essa dificuldade relacionava-se ao fato de São Paulo ser um lugar no
interior, e não no litoral, ou seja, a conexão entre São Paulo e os grandes portos da Colônia
não era simples.

Resposta da questão 2:
[D]

Dentro da Contrarreforma ou reação católica surgiu a Companhia de Jesus, a relação dos livros
proibidos (index), a organização do Concílio de Trento e a retomada da Santa Inquisição. A
Inquisição atuou na Europa e também na colônia através das visitações que investigavam
práticas associadas ao Judaísmo bem como ligada a bruxaria. Gabarito [D].

Resposta da questão 3:
[D]

O texto de Ana Lúcia Valente aponta para o surgimento das irmandades de negros no período
colonial, era uma forma de se manifestar fora do ambiente de trabalho, também uma maneira
de cristianizar os negros ainda que os escravos utilizassem as irmandades para resguardar
suas tradições religiosas. Em certo sentido, o negro recriou e reelaborou a cultura dominante,
associando a sua maneira de viver. Daí, o surgimento de manifestações religiosas de matriz
Africana no Brasil. Gabarito [D].

Resposta da questão 4:
[C]

A Europa na Idade Moderna, Séculos XV ao XVIII, foi caracterizada no campo da economia


pelo Mercantilismo. Necessitando de recursos, o Estado interferia na economia e o lucro do
tráfico de escravos foi uma fonte de renda para os estados modernos da Europa contribuindo
para o acúmulo de capital. Gabarito [C].

Resposta da questão 5:
[C]

A dicotomia entre homem livre e escravo contribuiu para a privação do direitos dos escravos,
ele não está escravo, ele é escravo. A sociedade colonial era patriarcal, patrimonialista e
imobilista. Prevalecia o poder do homem branco e rico, que se apropriou das estruturas do
Estado, havia baixíssima possibilidade de ascensão social para negros, índios e mestiços, além
da ausência de direitos. Gabarito [C].

Resposta da questão 6:
[B]

Depois de 30 anos de exploração da madeira pau-brasil durante o período denominado de Pré-


colonial, 1500-1530, a coroa Portuguesa decidiu colonizar o Brasil. A solução encontrada para
colonizar e ocupar (ocupar do ponto de vista do homem branco uma vez que os nativos
ocupavam o território) foi dividir o Brasil em grandes lotes de terras, as Capitanias Hereditárias,
e dar início a “empresa colonial” com a produção de açúcar dentro do modelo de Plantation,
isto é, latifúndio, monocultura, escravidão e a economia visava o mercado externo. Foi a
economia açucareira ancorada na escravidão do africano que deu início a colonização
portuguesa no Brasil. Gabarito [B].

Resposta da questão 7:

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[C]

O texto faz uma abordagem do Sistema colonial na América relacionando à colonização com
as demandas das monarquias europeias que estavam inseridas no Antigo Regime,
Absolutismo e Mercantilismo. As metrópoles europeias necessitavam de recursos para manter
os Estados Nacionais, havia gastos com a burocracia estatal, equipar e manter exércitos e a
marinha, entre outros gastos. A colônia era monopolizada pela sua metrópole, isso significa o
pacto colonial, a colônia não possuía autonomia. Gabarito [C].

Resposta da questão 8:
[D]

Devido aos maus tratos, às péssimas condições de habitação e alimentação e à falta de


incentivo à reprodução interna, os plantéis escravistas no Brasil dependiam da importação para
se manter.

Resposta da questão 9:
[A]

O próprio texto deixa claro que a entrada de africanos escravizados pelo Cais do Valongo
transformou a cidade do Rio no maior centro afro-atlântico do país: “(...) a história do Cais do
Valongo e do seu entorno está indissoluvelmente ligada à história universal, por ter sido a porta
de entrada do maior volume de africanos escravizados nas Américas. O Rio de Janeiro era,
então, a mais afro-atlântica das cidades costeiras do território brasileiro (...)”.

Resposta da questão 10:


[C]

O modelo de colonização portuguesa no Brasil foi caracterizado pelo Plantation, ou seja,


monocultura, escravidão, latifúndio e a economia visava o mercado externo. Apesar do
Plantation, ocorreu espaço de resistência dos colonizados, como a denominada “Brecha
camponesa”, bastante estudada pelo historiador brasileiro Ciro Flamarion Cardoso. Trata-se de
um lote de terras doado pelo latifundiário para o trabalhador cultivar produtos, criar animais
diversificando a alimentação e evitando conflitos. Gabarito [C].

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