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PERÍODO COLONIAL

1.

A língua de que usam, por toda a costa, carece de três letras; convém a saber, não se
acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei,
nem Rei, e essa maneira vivem desordenadamente, sem terem além disto conta, nem
peso, nem medida.

GÂNGAVO, P M. A primeira história do Brasil: história da província de Santa Cruz


a que vulgarmente chamamos Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2004 (adaptado)

A observação do cronista português Pero de Magalhães de Gândavo, em 1576, sobre a


ausência das letras F, L e R na língua mencionada demonstra a

a) simplicidade da organização social das tribos brasileiras.

b) dominação portuguesa imposta aos índios no início da colonização.

c) superioridade da sociedade europeia em relação à sociedade indígena.

d) incompreensão dos valores socioculturais indígenas pelos portugueses.

e) dificuldade experimentada pelos portugueses no aprendizado da língua nativa.

2.

Em teoria, as pessoas livres da Colônia foram enquadradas em uma hierarquia


característica do Antigo Regime. A transferência desse modelo, de sociedade de
privilégios, vigente em Portugal, teve pouco efeito prático no Brasil. Os títulos de
nobreza eram ambicionados. Os fidalgos eram raros e muita gente comum tinha
pretensões à nobreza.

FAUSTO, B. História do Brasil. (São Paulo: Edusp; Fundação do Desenvolvimento da


Educação).

Ao reelaborarem a lógica social vigente na metrópole, os sujeitos do mundo colonial


construíram uma distinção que ordenava a vida cotidiana a partir da

a) concessão de títulos nobiliárquicos por parte da Igreja Católica.


b) afirmação de diferenças fundadas na posse de terras e de escravos.
c) imagem do Rei e de sua Corte como modelo a ser seguido.
d) miscigenação associada a profissões de elevada qualificação.
e) definição do trabalho como princípio ético da vida em sociedade.
3.

Colonizar, afirmava, em 1912, um eminente jurista, “é relacionar-se com os países


novos para tirar benefícios dos recursos de qualquer natureza desses países, aproveitá-
los no interesse nacional, e ao mesmo tempo levar às populações primitivas as
vantagens da cultura intelectual, social, científica comercial e industrial, apanágio das
raças superiores. A colonização é, pois, um estabelecimento fundado em país novo por
uma raça de civilização avançada, para realizar o duplo fim que acabamos de indicar.”

Précis de législation et d´économiecoloniales. Apud LINHARES, M. Y. A luta contra a


Metrópole (Ásia e África). São Paulo: Brasiliense, 1981.

A definição de colonização apresentada no texto tinha a função ideológica de:

A) dissimular a prática da exploração mediante a ideia de civilização.

B) compensar o saque das riquezas mediante a educação formal dos colonos.

C) formar uma identidade colonial mediante a recuperação de sua ancestralidade.

D) reparar o atraso da Colônia mediante a incorporação dos hábitos da Metrópole.

E) promover a elevação cultural da Colônia mediante a incorporação de tradições


metropolitanas.

4.

Sabe-se o que era a mata do Nordeste, antes da monocultura da cana: um arvoredo tanto
e tamanho e tão basto e de tantas prumagens que não podia homem dar conta. O
canavial desvirginou todo esse mato grosso do modo mais cru: pela queimada. A fogo é
que foram se abrindo no mato virgem os claros por onde se estendeu o canavial
civilizador, mas ao mesmo tempo devastador.

FREYRE, G. Nordeste. São Paulo: Global, 2004 (adaptado).

Analisando os desdobramentos da atividade canavieira sobre o meio físico, o autor


salienta um paradoxo, caracterizado pelo(a)

A) demanda de trabalho, que favorecia a escravidão.

B) modelo civilizatório, que acarretou danos ambientais.

C) rudimento das técnicas produtivas, que eram ineficientes.

D) natureza da atividade econômica, que concentrou riqueza.

E) predomínio da monocultura, que era voltada para exportação.


5.

De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço: esta pedra de ferro, futuro aço do
Brasil; este São Benedito do velho santeiro Alfredo Durval; este couro de anta,
estendido no sofá de visitas; este orgulho, esta cabeça baixa. Tive ouro, tive gado, tive
fazendas. Hoje sou funcionário público. Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas
como dói.

ANDRADE, C. D. Sentimento do mundo. São Paulo: Cia. das Letras, 2012 (fragmento).

O poeta pensa a região como lugar, pleno de afetos. A longa história da ocupação de
Minas Gerais, iniciada com a mineração, deixou marcas que se atualizam em Itabira,
pequena cidade onde nasceu o poeta. Nesse sentido, a evocação poética indica o(a)

A) pujança da natureza resistindo à ação humana.

B) sentido de continuidade do progresso.

C) cidade como imagem positiva da identidade mineira.

D) percepção da cidade como paisagem da memória.

E) valorização do processo de ocupação da região.

6.

O índio era o único elemento então disponível para ajudar o colonizador como
agricultor, pescador, guia, conhecedor da natureza tropical e, para tudo isso, deveria ser
tratado como gente, ter reconhecidas sua inocência e alma na medida do possível. A
discussão religiosa e jurídica em torno dos limites da liberdade dos índios se confundiu
com uma disputa entre jesuítas e colonos. Os padres se apresentavam como defensores
da liberdade, enfrentando a cobiça desenfreada dos colonos.

CALDEIRA, J. A nação mercantilista. São Paulo: Editora 34, 1999 (adaptado).

Entre os séculos XVI e XVIII, os jesuítas buscaram a conversão dos indígenas ao


catolicismo. Essa aproximação dos jesuítas em relação ao mundo foi mediada pela

A) demarcação do território indígena.

B) manutenção da organização familiar.

C) valorização dos líderes religiosos indígenas.

D) preservação do costume das moradias coletivas.

E) comunicação pela língua geral baseada no tupi.


7.

Áreas em estabelecimento de atividades econômicas sempre se colocaram como grande


chamariz. Foi assim no litoral nordestino, no início da colonização, com o pau-brasil, a
cana-de-açúcar, o fumo, as produções de alimentos e o comércio. O enriquecimento
rápido exacerbou o espírito de aventura do homem moderno. FARIA, S. C. A Colônia
em movimento. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998 (adaptado).

O processo descrito no texto trouxe como efeito o(a)

a) acumulação de capitais na Colônia, propiciando a criação de um ambiente


intelectual efervescente.
b) surgimento de grandes cidades coloniais, voltadas para o comércio e com grande
concentração monetária.
c) concentração da população na região litorânea, pela facilidade de escoamento da
produção.
d) favorecimento dos naturais da Colônia na concessão de títulos de nobreza e
fidalguia pela Monarquia.
e) construção de relações de trabalho menos desiguais que as da Metrópole,
inspiradas pelo empreendedorismo.

8. A exploração dos metais preciosos encontrados na América Portuguesa, no final


do século XVII, trouxe importantes consequências tanto para a colônia quanto
para a metrópole. Entre elas,
a) o intervencionismo regulador metropolitano na região das Minas, o desaparecimento
da produção açucareira do Nordeste e a instalação do Tribunal da Inquisição na
capitania.
b) a solução temporária de problemas financeiros em Portugal, alguma articulação entre
áreas distantes da colônia e o deslocamento de seu eixo administrativo para o centro-sul.
c) a separação e autonomia da capitania das Minas Gerais, a concessão do monopólio da
extração dos metais aos paulistas e a proliferação da profissão de ourives.
d) a proibição do ingresso de ordens religiosas em Minas Gerais, o enriquecimento
generalizado da população e o êxito no controle do contrabando.
e) o incentivo da Coroa à produção das artes, o afrouxamento do sistema de arrecadação
de impostos e a importação dos produtos para a subsistência diretamente da metrópole.
9.
Movimentos sociais e políticos de caracteres distintos marcaram o final do século XVIII
na América portuguesa.
Comparando a Inconfidência Mineira de 1789 com a Conjuração Baiana de 1798,
assinale a afirmação INCORRETA:
(A) Na Inconfidência Mineira prevaleceram propostas mais anticoloniais do que sociais.
A Inconfidência Baiana, além de anticolonial, foi mais voltada para reformas sociais,
defendendo melhores condições de vida para os menos favorecidos.
(B) Tanto a Inconfidência Mineira quanto a Conjuração Baiana tinham como objetivos
criar uma República e pôr fim ao tráfico de escravos e à escravidão no Brasil
(C) A Inconfidência Mineira configurou-se como um movimento da elite mineira,
enquanto a Conjuração Baiana contava também com a participação de pessoas de
origem humilde, como alfaiates, soldados e escravos.
(D) A Inconfidência Mineira foi mais influenciada pelo movimento separatista da
América Inglesa, enquanto os insurgentes baianos foram mais influenciados pelos ideais
igualitários da Revolução Francesa.
(E) A insatisfação com o sistema tributário metropolitano desempenhou um papel
importante em ambos os movimentos.

10.
A instalação da corte portuguesa no Rio de Janeiro a partir de 1808 acelerou uma série
de mudanças na antiga colônia portuguesa da América.
Leia as afirmativas abaixo que tratam desse contexto de mudanças:
I. A abertura dos portos às nações amigas e a assinatura dos tratados de 1810
que fortaleceram as relações comerciais com a França.
II. O aumento da entrada de africanos escravizados na América portuguesa.
III. O enfraquecimento político dos produtores de açúcar com a consequente
expansão da atividade cafeeira.
IV. A criação da Impressão Régia e o estabelecimento da censura à imprensa.

Entre as alternativas acima estão INCORRETAS:

A) Somente as alternativas II e IV.


B) Somente as alternativas II e III.
C) Somente as alternativas I e III.
D) Somente as alternativas III e IV.
E) Somente as alternativas I e IV.
PERÍODO IMPERIAL
11.
O ponto de partida para o nascimento de uma cozinha brasileira foi o livro de receitas
Cozinheiro Imperial, de 1840. Estimulava a nobreza e os ricos a acrescentarem
ingredientes e pratos locais em suas festas. A princesa Isabel comemorou as bodas de
prata com um banquete no qual foram servidos bolo de mandioca e canja à brasileira.
RIBEIRO, M. Fome imperial: Dom Pedro II não era um gourmet, mas ajudou a dar
forma à gastronomia brasileira. Aventuras na História, mar. 2014 (adaptado).
O uso da culinária popular brasileira, no contexto apresentado, colaborou para
A) enfraquecer as elites agrárias.
B) os laços coloniais.
C) reforçar a religião católica.
D) construir a identidade nacional.
E) humanizar o regime escravocrata.

12.
Após a Independência, integramo-nos como exportadores de produtos primários à
divisão internacional do trabalho, estruturada ao redor da Grã-Bretanha. O Brasil
especializou-se na produção, com braço escravo importado da África, de plantas
tropicais para a Europa e a América do Norte. Isso atrasou o desenvolvimento de nossa
economia por pelo menos uns oitenta anos. Éramos um país essencialmente agrícola e
tecnicamente atrasado por depender de produtores cativos. Não se poderia confiar a
trabalhadores forçados outros instrumentos de produção que os mais toscos e baratos. O
atraso econômico forçou o Brasil a se voltar para fora. Era do exterior que vinham os
bens de consumo que fundamentavam um padrão de vida “civilizado”, marca que
distinguia as classes cultas e “naturalmente” dominantes do povaréu primitivo e
miserável. (…) E de fora vinham também os capitais que permitiam iniciar a construção
de uma infra-estrutura de serviços urbanos, de energia, transportes e comunicações.
(Paul Singer. Evolução da economia e vinculação internacional. In: I. Sachs; J.
Willheim; P. S. Pinheiro (Orgs.). Brasil: um século de transformações. São Paulo: Cia.
das Letras, 2001, p. 80).

Levando-se em consideração as afirmações acima, relativas à estrutura econômica do


Brasil por ocasião da independência política (1822), é correto afirmar que o país

a) se industrializou rapidamente devido ao desenvolvimento alcançado no período


colonial.
b extinguiu a produção colonial baseada na escravidão e fundamentou a produção no
trabalho livre.
c) se tornou dependente da economia européia por realizar tardiamente sua
industrialização em relação a outros países.
d) se tornou dependente do capital estrangeiro, que foi introduzido no país sem trazer
ganhos para a infra-estrutura de serviços urbanos.
e) teve sua industrialização estimulada pela Grã-Bretanha, que investiu capitais em
vários setores produtivos.

13.

A cessação do tráfico lançou sobre a escravidão uma sentença definitiva. Mais cedo ou
mais tarde estaria extinta, tanto mais quanto os índices de natalidade entre os escravos
eram extremamente baixos e os de mortalidade, elevados. Era necessário melhorar as
condições de vida da escravaria existente e, ao mesmo tempo, pensar numa outra
solução para o problema da mão de obra.
COSTA, E. V. Da Monarquia à República: momentos decisivos. São Paulo: Unesp,
2010.
Em 1850, a Lei Eusébio de Queirós determinou a extinção do tráfico transatlântico de
cativos e colocou em evidência o problema da falta de mão de obra para a lavoura. Para
os cafeicultores paulistas, a medida que representou uma solução efetiva desse problema
foi o (a)

a) desenvolvimento de uma economia urbano-industrial.


b) incentivo à imigração europeia.
c) escravização das populações indígenas.
d) busca por novas fontes fornecedoras de cativos.
e) valorização dos trabalhadores nacionais livres.

14.

A imagem esta relacionada a situação social dos negros no Brasil após a abolição da
escravidão, em 13 de maio de 1888, e reflexo de

a) uma lei que ratificou a libertação dos escravos, impedindo a difusão do


preconceito e da discriminação aos libertos.
b) um ato da Princesa Isabel, que resultou no fim de mais de três séculos de
escravidão e possibilitou uma vida digna aos negros.
c) um movimento que se desenvolveu no Brasil e que garantiu condições de acesso
de forma igualitária aos negros no mercado de trabalho.
d) um processo que, apesar de lento e gradual, garantiu a cidadania aos ex-
escravos, na medida em que pôs fim a hedionda instituição da escravidão.
e) uma lei que libertou os escravos, mas sem viabilizar a inserção destes na
sociedade e seu acesso a direitos sociais básicos.

PERÍODO DA REPÚBLICA VELHA

15.
Considere as afirmativas abaixo acerca da chamada reação republicana e da crise
enfrentada pelo sistema político da Primeira República no Brasil, no contexto
das eleições presidenciais de 1922.

I - Resultado do descontentamento de parte das oligarquias, a reação republicana


lançou o nome de Nilo Peçanha à presidência, buscando derrubar o pacto
oligárquico vigente na República.
II - Ciente das dificuldades a serem enfrentadas em sistema eleitoral marcado
pela fraude e pela manipulação, a reação republicana procurou aproximar-se de
setores militares descontentes com sua posição secundária no cenário político.
III - Tendo seu candidato derrotado nas eleições, a reação republicana manteve a
mobilização popular e reforçou o acirramento dos ânimos entre os militares,
levando o país a enfrentar uma série de levantes internos.
IV - Entre os militares revoltosos, era central a crítica à imoralidade da política
vigente e ao seu controle pelas oligarquias.

Estão corretas APENAS as afirmações

(A) I e II
(B) I e III
(C) III e IV
(D) II e IV
(E) II e III

16.

A página do periódico do início do séc XX documenta um importante elemento da


cultura francesa, que é revelador do papel do Brasil na economia mundial, indicado no
seguinte aspecto:

a) Prestador de serviços gerais


b) Exportador de bens industriais
c) Importador de padrões estéticos
d) Fornecedor de produtos agrícolas
e) Formador de padrões de consumo.

17.
“Em que pese os centralistas, o verdadeiro público que forma a opinião e imprime
direção ao sentimento nacional é o que está nos Estados. É de lá que se governa a
República, por cima das multidões que tumultuam, agitadas, as ruas da Capital
Federal.”
CAMPOS SALLES, Manuel Ferraz de. Da propaganda à presidência. Brasília: UNB,
1983, p. 127.

Nessa passagem, o presidente Campos Salles (1898- 1902) sintetiza a estrutura de


funcionamento político formulada em seu governo para a Primeira República brasileira.
Sobre essa estrutura, assinale a alternativa correta:

(A) O comando da política republicana estava exclusivamente nas mãos dos coronéis
que controlavam os municípios de acordo com seus interesses particulares.
(B) A despeito dos acordos políticos inerentes ao pacto oligárquico, o livre exercício do
voto e a participação eleitoral possibilitavam a constante alternância de poder.
(C) Os últimos anos foram marcados por diversas tensões e sérios conflitos como a
Revolta da Armada e a Revolução Federalista ocorrida no Rio Grande do Sul.
(D) Os debates e as articulações políticas na Capital Federal foram incentivados,
valorizando-se, assim, um dos princípios republicanos fundamentais.
(E) A concessão de verbas somada às interferências no processo eleitoral garantiam a
perpetuação das oligarquias estaduais e seu apoio à política do governo federal.

18.
Ao deflagra-se a crise mundial de 1929, a situação da economia cafeeira se apresentava
como se segue. A produção, que se encontrava em altos níveis, teria que seguir
crescendo, pois os produtores haviam continuado a expandir as plantações até aquele
momento. Com efeito, a produção máxima seria alcançada em 1933, ou seja, no ponto
mais baixo da depressão, como reflexo das grandes plantações de 1927-1928.
Entretanto, era totalmente impossível obter crédito no exterior para financiar a retenção
de novos estoques, pois o mercado internacional de capitais se encontrava em profunda
depressão, e o crédito do governo desaparecera com a evacuação das reservas.

FURTADO, C. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1997
(adaptado).

Uma resposta do Estado brasileiro à conjuntura econômica mencionada foi o(a)

a) atração de empresas estrangeiras.


b) reformulação do sistema fundiário.
c) incremento da mão de obra imigrante.
d) desenvolvimento de política industrial.
e) financiamento de pequenos agricultores.

PERÍODO REPUBLICANO PÓS 1930

19.

Nos primeiros anos do governo Vargas, as organizações operárias sob controle das
correntes de esquerda tentaram se opor ao seu enquadramento pelo Estado. Mas a
tentativa fracassou. Além do governo, a própria base dessas organizações pressionou
pela legalização. Vários benefícios, como as férias e a possibilidade de postular direitos
perante as Juntas de Conciliação e Julgamento, dependiam da condição de ser membro
de sindicato reconhecido pelo governo.

FAUSTO, B. História concisa do Brasil. São Paulo: Edusp; Imprensa Oficial do Estado,
2002 (adaptado).

No contexto histórico retratado pelo texto, a relação entre governo e movimento sindical
foi caracterizada
A) pelas benesses sociais do getulismo.
B) por um diálogo democraticamente constituído.
C) por uma legislação construída consensualmente.
D) pelo reconhecimento de diferentes ideologias políticas.
E) pela vinculação de direitos trabalhistas à tutela do Estado.

20.

A partir de 1942 e estendendo-se até o final do Estado Novo, o Ministro do Trabalho,


Indústria e Comércio de Getúlio Vargas falou aos ouvintes da Rádio Nacional
semanalmente, por dez minutos, no programa “Hora do Brasil”. O objetivo declarado do
governo era esclarecer os trabalhadores acerca das inovações na legislação de proteção
ao trabalho.
GOMES, A. C. A invenção do trabalhismo. Rio de Janeiro: IUPERJ / Vértice. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 1988 (adaptado).

Os programas “Hora do Brasil” contribuíram para:

a) conscientizar os trabalhadores de que os direitos sociais foram conquistados por seu


esforço, após anos de lutas sindicais.
b) promover a autonomia dos grupos sociais, por meio de uma linguagem simples e de
fácil entendimento.
c) estimular os movimentos grevistas, que reivindicavam um aprofundamento dos
direitos trabalhistas.
d) consolidar a imagem de Vargas como um governante protetor das massas.
e) aumentar os grupos de discussão política dos trabalhadores, estimulados pelas
palavras do ministro.

21.
As relações do Estado brasileiro com o movimento operário e sindical, bem como as
políticas públicas voltadas para as questões sociais durante o primeiro governo da Era
Vargas (1930-1945), são temas amplamente estudados pela academia brasileira em seus
vários aspectos. São também os temas mais lembrados pela sociedade quando se pensa
no legado varguista.
D’ ARAÚJO, M. C. Estado, classe trabalhadora e políticas sociais. In: FERREIRA, J.;
DELGADO, L. A. (Org). O tempo do nacional-estatismo: do início ao apogeu do
Estado Novo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.

Durante o governo de Getúlio Vargas, foram desenvolvidas ações de cunho social,


dentre as quais se destaca a
a) disseminação de organizações paramilitares inspiradas nos regimes fascistas
europeus.
b) aprovação de normas que buscavam garantir a posse das terras aos pequenos
agricultores.
c) criação de um conjunto de leis trabalhistas associadas ao controle das representações
sindicais.
d) implementação de um sistema de previdência e seguridade para atender aos
trabalhadores rurais.
e) implantação de associações civis como uma estratégia para aproximar as classes
médias e o governo.

22.
Analise as afirmativas abaixo acerca do período Estado Novo (1937-1945) no Brasil.
I - O Estado Novo se estabeleceu a partir de um golpe que dissolveu o Congresso e da
outorga de uma nova Constituição que suprimiu liberdades civis. Em meio a um período
de turbulência política, o pretexto definitivo para o fechamento do regime foi o
crescimento da Ação Integralista Brasileira (AIB) e suas marchas populares.
II - No âmbito do Ministério de Educação e Saúde (MES), elaborou-se um projeto
cultural que visou a incentivar pesquisas sobre o Brasil e preservar suas raízes culturais.
Em torno do ministro Gustavo Capanema, reuniram-se intelectuais de variadas correntes
de pensamento nem sempre próximos ao regime, mas que compartilhavam um projeto
nacionalista.
III - O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), criado em 1939, controlava e
censurava previamente os meios de comunicação. Subordinada ao poder público pela
Constituição de 1937, a imprensa foi usada como instrumento de propaganda do regime,
sendo obrigada a divulgar informes e comunicados oficiais.
IV - O Estado Novo valorizou manifestações da cultura popular como o samba e o
carnaval, transformando-os em símbolos da cultura nacional. As festas, os ritmos
populares e temas como a sensualidade, a boemia carioca e a “malandragem”, passaram
a ser vistos como expressões de uma brasilidade que deveria ser exaltada.

Estão corretas SOMENTE as afirmativas:

(A) I e III.
(B) II e III.
(C) II e IV.
(D) II, III e IV.
(E) I e IV.

23.

De março de 1931 a fevereiro de 1940, foram decretadas mais de 150 leis novas de
proteção social e de regulamentação do trabalho em todos os seus setores. Todas elas
têm sido simplesmente uma dádiva do governo. Desde aí, o trabalhador brasileiro
encontra nos quadros gerais do regime o seu verdadeiro lugar.
DANTAS, M. A força nacionalizadora do Estado Novo. Rio de Janeiro: DIP, 1942.
Apud BERCITO, S. R. Nos Tempos de Getúlio: da revolução de 30 ao fim do Estado
Novo. São Paulo: Atual, 1990.

A adoção de novas políticas públicas e as mudanças jurídico-institucionais ocorridas no


Brasil, com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, evidenciam o papel histórico de
certas lideranças e a importância das lutas sociais na conquista da cidadania. Desse
processo resultou a

a) criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, que garantiu ao


operariado autonomia para o exercício de atividades sindicais.
b) legislação previdenciária, que proibiu migrantes de ocuparem cargos de direção
nos sindicatos.
c) criação da Justiça do Trabalho, para coibir ideologias consideradas
perturbadoras da "harmonia social".
d) legislação trabalhista que atendeu reivindicações dos operários, garantido-lhes
vários direitos e formas de proteção.
e) decretação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que impediu o controle
estatal sobre as atividades políticas da classe operária.

24.
Contando com imprensa própria e grande capacidade de mobilização para seus eventos
e manifestações de rua, a Aliança Nacional Libertadora (ANL) e a Ação Integralista
Brasileira (AIB) conquistaram corações e mentes de milhares de brasileiros ao longo
dos anos 1930 e se constituíram em efetivos movimentos de massa.

Sobre essas associações, é CORRETO afirmar que

(A) em meio ao expressivo crescimento da ANL na capital e nos Estados e sob o


impacto de inúmeras greves, o governo Vargas apoiou-se na recém promulgada Lei de
Segurança Nacional para fechar a organização.
(B) como opositora ao governo de Getúlio Vargas, a AIB entendia que o fortalecimento
dos partidos políticos era uma condição fundamental para a construção de uma nação
mais democrática e desenvolvida.
(C) tendo Luís Carlos Prestes como presidente de honra, a ANL foi uma organização
exclusivamente comunista que fomentava a ação revolucionária para a instalação de
uma ditadura do proletariado.
(D) embora sustentassem distintos projetos para o Brasil, a AIB e a ANL lutaram pela
manutenção da liberdade de expressão e mantiveram relações cordiais e pacíficas ao
longo de todo o período.
(E) sob a liderança de Plinio Salgado, a AIB mantinha uma estrutura organizacional
centralizada, hierarquizada e incorporava uma ritualística particular. Contudo, procurou
evitar qualquer influência de cunho religioso.

25.
No combate à inflação, o governo de Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) buscou
direcionar os gastos públicos em investimentos nos setores considerados prioritários.
Nasceu, então, o Plano Salte, destinado a investir em saúde, alimentação, transporte e
energia. Mas o desenvolvimento brasileiro, especialmente da indústria, ficou abaixo das
aspirações dos industriais brasileiros. Isso ocorreu em razão:

a) de políticas econômicas que regulavam os preços dos produtos essenciais, para


proteger a indústria nacional.
b) das facilidades à exportação de bens duráveis, promovidas pelas políticas econômicas
do governo.
c) da abertura do mercado brasileiro à importação de bens supérfluos.
d) de políticas econômicas voltadas para a seleção das importações, priorizando os bens
duráveis.
e) da captação de recursos a partir da construção das indústrias de base e da política
econômica nacionalista do governo.
26.
Os anos JK podem ser considerados de estabilidade política. Mais do que isso, foram
anos de otimismo, embalados por altos índices de crescimento economico, pelo sonho
realizado da construção de Brasília. Os "cinquenta anos em cinco" da propaganda
oficial repercutiram em amplas camadas da população.
FAUSTO, B. História Concisa do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São
Paulo, Imprensa Oficial do Estado, 2002.

O Governo Juscelino Kubitscheck era criticado como "entreguista", por alguns de seus
opositores, devido a sua política de desenvolvimento ser marcada pelo(a)

a) incentivo a entrada do capital estrangeiro no país, principalmente para a


indústria automotiva.
b) diminuto incentivo a agricultura, pois cerca de 60% da população residia na
zona rural.
c) decisão de construção de Brasília e a consequente transferência da capital
federal.
d) redução planejada e gradativa da importação de veículos e de matérias-primas
para as indústria.
e) escassez de investimentos em educação e alimentação, áreas para as quais
destinou poucos recursos.

27.

Meta de Faminto

JK — Você agora tem automóvel brasileiro, para correr em estradas pavimentadas com
asfalto brasileiro, com gazolina brasileira. Quer mais quer?
JECA — Um prato de feijão brasileiro, seu doutô!

THÉO. In: LEMOS, R. (Org.). Uma história do Brasil através da caricatura (1840-
2001). Rio de Janeiro: Bom Texto; Letras & Expressões, 2001.

A charge ironiza a política desenvolvimentista do governo Juscelino Kubitschek, ao

a) enfatizar que o crescimento econômico implicou aumento das contradições


socioespaciais.
b) evidenciar que o incremento da malha viária diminuiu as desigualdades regionais do
país.
c) destacar que a modernização das indústrias dinamizou a produção de alimentos para
o mercado interno.
d) ressaltar que o investimento no setor de bens duráveis incrementou os salários de
trabalhadores.
e) mostrar que a ocupação de regiões interioranas abriu frente de trabalho para a
população local.

28.
“Varre, varre, varre, varre vassourinha!
Varre, varre a bandalheira!
Que o povo já tá cansado
De sofrer dessa maneira
Jânio Quadros é a esperança desse povo abandonado!
Jânio Quadros é a certeza de um Brasil, moralizado!
Alerta, meu irmão!
Vassoura, conterrâneo!
Vamos vencer com Jânio!”
(Varre, varre vassourinha, varre a corrupção. Jingle da campanha presidencial de Jânio
Quadros. Maugeri Neto e Fernando de Almeida. 1960.)
Tendo o combate à corrupção como um dos temas centrais de sua campanha, Jânio
Quadros venceu as eleições presidenciais de 1960 com expressiva votação. Sete meses
após assumir, renunciou ao cargo. Sobre seu curto governo é INCORRETO afirmar que
(A) administrou de forma suprapartidária e sem diálogo com o Congresso, instalando
sindicâncias e negociando diretamente com os governos dos estados
(B) para tentar moralizar hábitos e costumes, instituiu medidas pontuais como proibição
de corridas de cavalos em dias de semana e posturas sobre brigas de galo.
(C) adotou medidas de austeridade econômica, seguindo o receituário proposto pelo
FMI, mas não conseguiu conter a inflação e o aumento do custo de vida.
(D) visando a facilitar a obtenção de recursos externos, manteve um alinhamento
incondicional com os EUA em sua política internacional.
(E) atuou contra o que chamou de “regalias” do funcionalismo público, cortou
benefícios e tentou instituir o horário integral nas repartições federais.
29.
“Não é difícil entender o que ocorreu no Brasil nos anos imediatamente anteriores ao
golpe militar de 1964. A diminuição da oferta de empregos e a desvalorização dos
salários, provocadas pela inflação, levaram a uma intensa mobilização política popular,
marcada por sucessivas ondas grevistas de várias categorias profissionais, o que
aprofundou as tensões sociais. “Dessa vez, as classes trabalhadoras se recusaram a pagar
o pato pelas sobras” do modelo econômico juscelinista.”
MENDONÇA, S. R. A industrialização Brasileira. São Paulo: Moderna, 2002
(adaptado)
Segundo o texto, os conflitos sociais ocorridos no início dos anos 1960 decorreram
principalmente:
a) Da manipulação política empreendida pelo governo João Goulart.
b) Das contradições econômicas do modelo desenvolvimentista.
c) Do poder político adquirido pelos sindicatos populistas.
d) Da desmobilização das classes dominantes frente ao avanço das greves.
e) Da recusa dos sindicatos em aceitar mudanças na legislação trabalhista.

30.
O período que vai de 1956 a 1967 é considerado como a primeira fase da
industrialização pesada no Brasil.
Barjas Negri. Concentração e desconcentração industrial em São Paulo 18801990.
Campinas: Unicamp, 1996.

Sobre as características da industrialização brasileira o período de 1956 a 1967, é


correto afirmar que

a) houve uma associação entre investimentos no setor estatal e a entrada de capital


estrangeiro, que propiciaram a instalação de plantas produtoras de bens de capital.
b) a instituição do Plano de Metas, que teve como principal finalidade incrementar a
incipiente industrialização do Rio de Janeiro e de São Paulo, marcou politicamente esse
momento do processo.
c) partiu do Estado Brasileiro, de caráter fortemente centralizador e nacionalista, a
criação das condições para a nascente indústria têxtil que se instalava no país, por meio
de diversos incentivos e isenções fiscais.
d) ocorreu a implantação de multinacionais do setor automobilístico, que se
concentraram em São Paulo, principalmente ao longo do eixo da Estrada de Ferro
Santos-Jundiaí, em direção a Ribeirão Preto.
e) se trata de uma fase marcada pela política e “substituição de importações”, uma vez
que se deu um incremento da indústria nacional, pela abundância e mão de obra.

31.
Essa música fez parte de um importante espetáculo teatral que estreou no ano de 1964,
no Rio de Janeiro. O papel exercido pela Música Popular Brasileira (MPB) nesse
contexto, evidenciado pela letra de música citada, foi o de
A)entretenimento para os grupos intelectuais.
B) valorização do progresso econômico do país.
C) crítica à passividade dos setores populares.
D)denúncia da situação social e política do país.
E) mobilização dos setores que apoiavam a Ditadura Militar.

32.

Entre a posse do presidente João Goulart, em 1961, e a abertura política, iniciada em


1979-1980, a economia brasileira enfrentou conjunturas de crise e de prosperidade,
perceptíveis nas variações dos índices econômicos apresentados na tabela a seguir.

As particularidades do período conhecido como “Milagre Econômico” foram


caracterizadas por:
(A) redução das taxas de inflação e crescimento do PIB
(B) incremento da dívida externa e retração das importações
(C) estagnação das exportações e manutenção das taxas de inflação
(D) estabilização da balança comercial e diminuição da dívida externa
33.
“A centralização de capitais proporcionou aos conglomerados um novo poder – o de
ultrapassar as fronteiras nacionais. Dispersando as atividades produtivas pelos mais
diversos países, as transnacionais aproveitam-se das diferenças entre eles para auferir
maiores lucros.”(MAGNOLI & ARAÚJO, 2004, p.90).
Depois da Segunda Guerra Mundial, inúmeras áreas localizadas em países
subdesenvolvidos receberam unidades industriais dos países desenvolvidos. Esse
deslocamento industrial para o Brasil, principalmente, entre 1968 e 1973, acarretou
[A] retração do mercado consumidor.
[B] falência das grandes empresas estatais em face da concorrência com empresas
estrangeiras.
[C] implementação de rígidas legislações fiscais, a fim de frear a entrada de capitais
externos.
[D] investimentos estatais em novas infraestruturas de transporte, de comunicações e de
energia.
[E] desconcentração geográfica da riqueza nacional, modificando o panorama de
concentração que caracterizava o espaço brasileiro até então.
34.

Entre 1969 e 1973, em função das taxas de crescimento então alcançadas, o momento
econômico do país ficou conhecido como o do "milagre brasileiro".
Com base no testemunho do movimento operário e na publicidade, pode-se concluir que
os principais efeitos do "milagre brasileiro" foram:

(A) elevação do PIB - expansão dos sindicatos


(B) nacionalização da indústria - revisão das leis trabalhistas
(C) modernização da tecnologia - qualificação da mão-de-obra
(D) internacionalização da economia - concentração de renda

35.
É CORRETO afirmar que o evento caracterizado na capa da Revista Veja é a expressão:
a) do contexto político do Governo Médici, com a instituição da ditadura e a proibição
de qualquer manifestação política de oposição.
b) do clima libertário, relacionado ao movimento hippie internacional, que era
compartilhado pelos estudantes brasileiros, compreendido como desregramento moral
pelo governo brasileiro.
c) do acirramento das tensões políticas que gerou mobilização da sociedade contra as
medidas autoritárias do governo e que culminou, no final de 1968, no decreto do AI-5.
d) de manifestações violentas de estudantes, vinculados à União Nacional dos
Estudantes, posta na ilegalidade desde o governo João Goulart, em 1962.
e) da intolerância do regime militar a qualquer manifestação política, razão pela qual o
Congresso Nacional ficou fechado desde 1964.

36.

A Operação Condor está diretamente vinculada às experiências históricas das ditaduras


civil-militares que se disseminaram pelo Cone Sul entre as décadas de 1960 e 1980.
Depois do Brasil (e do Paraguai de Stroessner), foi a vez da Argentina (1966), Bolívia
(1966 e 1971), Uruguai e Chile (1973) e Argentina (novamente, em 1976). Em todos os
casos se instalaram ditaduras civil-militares (em menor ou maior medida) com base na
Doutrina de Segurança Nacional e tendo como principais características um
anticomunismo militante, a identificação do inimigo interno, a imposição do papel
político das Forças Armadas e a definição de fronteiras ideológicas. (PADRÓS, E. S. Et
al. Ditadura de Segurança Nacional no Rio Grande do Sul (1964-1985): história e
memória. Porto Alegre: Conag, 2009. (adaptado).
Levando-se em conta o contexto em que foi criada, a referida operação tinha como
objetivo coordenar a:

a) modificação de limites territoriais.


b) sobrevivência de oficiais exilados.
c) interferência de potências mundiais.
d) repressão de ativistas oposicionistas.
e) implantação de governos nacionalistas.
37.

TEXTO l
“O presidente do jornal de maior circulação do país destacava também os avanços
econômicos obtidos naqueles vinte anos, mas, ao justificar sua adesão aos militares em
1964, deixava clara sua crença de que a intervenção fora imprescindível para a
manutenção da democracia.”
Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 1 set. 2013 (adaptado).

TEXTO II
“Nada pode ser colocado em compensação à perda das liberdades individuais. Não
existe nada de bom quando se aceita uma solução autoritária.”
FICO, C. A educação e o golpe de 1964. Disponível em: www.brasilrecente.com.
Acesso em: 4 abr. 2014 (adaptado).
Embora enfatizem a defesa da democracia, as visões do movimento político-militar de
1964 divergem ao focarem, respectivamente:

a) Razões de Estado – Soberania popular.


b) Ordenação da Nação – Prerrogativas religiosas.
c) Imposição das Forças Armadas – Deveres sociais.
d) Normatização do Poder Judiciário – Regras morais.
e) Contestação do sistema de governo – Tradições culturais.

38.

Para além de objetivos específicos, muitos movimentos sociais interferem no contexto


sociopolítico e ultrapassam dimensões imediatas, como foi o caso das mobilizações
operárias, ocorridas em 1979 na cidade de São Paulo. Nesse sentido, ao mesmo tempo
em que lutavam por seus direitos, essas mobilizações contribuíram com o(a):

a) elaboração de novas políticas que garantiram a estabilidade econômica do país.


b) instalação de empresas multinacionais no Brasil.
c) legalização dos sindicatos no Brasil.
d) surgimento das políticas governamentais assistencialistas.
e) processo de redemocratização do Brasil.

39.
Vai passar/ Nessa avenida um samba popular/ Cada paralelepípedo/ Da velha cidade/
Essa noite vai/ Se arrepiar/ Ao lembrar/ Que aqui passaram sambas imortais/ Que aqui
sangraram pelos nossos pés/ Que aqui sambaram nossos ancestrais/ Num tempo/ Página
infeliz da nossa história/ Passagem desbotada na memória/ Das nossas novas gerações/
Dormia/ A nossa pátria mãe tão distraída/ Sem perceber que era subtraída/ Em
tenebrosas transações
“Vai passar”, Chico Buarque e Francis Hime
Com base nessa música gravada por Chico Buarque, em 1984, ano que marcou o auge
da campanha pelas Diretas Já, é INCORRETO afirmar que a canção:
(A) compara a ditadura à escravidão, lembrando antepassados, pés sangrados,
calçamentos de paralelepípedo e até o samba como dança de escravizados.
(B) sugere a presença do povo nas ruas, num contexto em que as grandes manifestações
de massa voltaram à cena política.
(C) trata a ditadura como uma “página infeliz” do Brasil, manifestação crítica essa
favorecida pela revogação do AI-5 e pelo abrandamento da censura prévia, em 1978.
(D) apresenta a luta pelas Diretas Já como um “samba popular”, considerando o apoio
nas ruas e a vitória da Emenda Dante de Oliveira, no Congresso Nacional.
(E) cita as “tenebrosas transações”, uma referência aos casos de corrupção revelados na
fase final da ditadura, com a maior liberdade aos meios de comunicação.
40.
Acerca da década de 1980 no Brasil, podemos afirmar, do ponto de vista econômico,
que foi um período:
a) de grande expansão, embora fortemente perturbado pelas incertezas quanto à
consolidação da democracia.
b) de forte desenvolvimento da indústria, ainda que não acompanhado por outros setores
da economia.
c) de recomposição da mão-de-obra, como resultado do declínio das migrações.
d) de recessão das atividades econômicas, tanto que muitos o consideram uma década
perdida.
e) de ampla abertura ao capital estrangeiro, propiciando por essa via o aumento do
produto interno bruto.
41.
Na década de 1990, a abertura da economia brasileira à concorrência internacional
trouxe uma nova configuração à economia nordestina, buscando conectar a Região
Nordeste aos fluxos de investimentos globalizados e ao mercado mundial. Nessa nova
configuração, observa-se que ocorreu
I- um redirecionamento dos investimentos para o setor de indústrias de base, com
produção destinada à exportação, incentivados pelos baixos custos da força de trabalho
da Região.
II- um engajamento dos governos estaduais nordestinos em diversificar os focos de
incentivo ao capital para os mais diferentes setores da economia, contudo não mais com
a finalidade de atender às necessidades do mercado do Sudeste, mas ao mercado
externo.
III- o surgimento de enclaves econômicos modernos na agropecuária no oeste baiano e
no sul do Maranhão e do Piauí, onde é forte a presença das culturas mecanizadas de
soja, milho, arroz e feijão, associadas ao fluxo migratório de agricultores do sul do País.
IV- a execução de reformas estruturais no meio rural, como a reforma agrária, a qual
suprimiu a hegemonia dos grandes proprietários de terra no Sertão e contribuiu para a
redução da pobreza na Região.
V- a diversificação dos focos dos incentivos econômicos, direcionados também para o
setor de serviços no qual o turismo recebeu prioridade através da implementação de
empreendimentos hoteleiros.
Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmativas corretas
[A] I, II e III [B] I, III e IV [C] I, III e V [D] II, III e V [E]
II, IV e V

42.

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 17 abr. 2010 (adaptado).


(Foto: Reprodução/Enem)
O movimento representado na imagem, do início dos anos de 1990, arrebatou milhares
de jovens no Brasil.
Nesse contexto, a juventude, movida por um forte sentimento cívico,
A) aliou-se aos partidos de oposição e organizou a campanha Diretas Já.
B) manifestou-se contra a corrupção e pressionou pela aprovação da Lei da Ficha
Limpa.
C) engajou-se nos protestos relâmpago e utilizou a internet para agendar suas
manifestações.
D) espelhou-se no movimento estudantil de 1968 e protagonizou ações
revolucionárias armadas.
E) tornou-se porta-voz da sociedade e influenciou no processo de impeachment do
então presidente Collor.

43.
Em 1993, no Brasil, anunciou-se um novo plano de estabilização econômica, o Plano
Real, que entrou em vigor efetivamente em julho de 1994.
O Plano Real foi planejado e implantado no governo do presidente
[A] José Sarney.
[B] Fernando Collor de Mello.
[C] Itamar Franco.
[D] Fernando Henrique Cardoso.
[E] Luís Inácio Lula da Silva.
44.
“Desde 2007, o saldo comercial brasileiro vem apresentando tendência de queda,
puxada pelo mau comportamento do setor industrial, e em consequência da perda da
competitividade da economia brasileira” (Fonte:
oglobo.globo.com/opniao/comercioexterior – Consulta em 26/03/2015).
A perda sistêmica de competitividade da indústria nacional e a consequente queda de
sua participação na formação da riqueza nacional estão associadas, dentre outros:
I - aos elevados custos de deslocamento dos produtos de exportação, em virtude do
predomínio das rodovias e da precária integração entre os modais de transporte.
II - à grande dispersão espacial da indústria brasileira em regiões historicamente
periféricas.
III - à baixa taxa de inovação da indústria brasileira, aliada ao fato de essa inovação
estar mais relacionada à aquisição de máquinas e equipamentos do que ao
desenvolvimento de novos produtos.
IV - aos inúmeros acordos bilaterais assinados pelo País, restringindo o número de seus
parceiros comerciais no mercado externo.
V- à fraca mecanização das operações portuárias de embarque e desembarque e à
intricada burocracia nos portos, provocando atrasos e congestionamentos nas
exportações.
Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmativas corretas.
[A] I, II e IV [B] II, IV e V [C] I, III e V [D] I, II e III [E] III, IV e V

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