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Possati
.Exame CFC Essencial 2021.2
Autor:
Antonio Daud, Equipe Direito
Tributário, Fábio Dutra, Gilmar
Possati, Guilherme Sant Anna,
Júlio Cardozo, Luciano Rosa,
Tonyvan de Carvalho Oliveira,
Equipe Exatas Estratégia
Concursos
21 de Julho de 2021
Prezados, na aula de hoje iniciamos a nossa preparação em termos de Contabilidade Pública para
o Exame CFC 2020.2 no âmbito do nosso curso Exame CFC Essencial.
A ementa de Contabilidade Pública é gigante. Logo, vamos precisar adotar uma abordagem bem
focada naquilo que entendemos ser o mais importante para a sua prova. Nesse sentido,
estruturamos essa aula com 10 resumos + questões comentadas.
Avante!
Princípios Orçamentários
Princípio Premissa
O orçamento deve ser uno, ou seja, deve existir apenas um orçamento para dado
Unidade
exercício.
O orçamento deve conter todas as receitas e despesas do Estado.
Exceções (são no tocante às previsões de receitas)
Créditos Adicionais; Tributo instituído por Lei após a aprovação da LOA; Receitas e
Universalidade
despesas operacionais das empresas públicas e SEM, consideradas estatais
independentes; Receitas extraorçamentária (art. 3 Lei 4.320/64): ARO, emissões de
papel-moeda e entradas compensatórias no ativo e no passivo financeiro.
Todas as parcelas da receita e da despesa devem aparecer no orçamento em seus
Orçamento Bruto
valores brutos, sem qualquer tipo de dedução.
O orçamento público deve ser elaborado e autorizado para um período
determinado, geralmente um ano.
Anualidade
Exceções
Créditos ESPECIAIS e EXTRAORDINÁRIOS com vigência plurianual
A receita orçamentária de IMPOSTOS não pode ser vinculada a órgãos ou fundos.
Não Afetação das Exceções (principais)
Receitas FPM, FPE, Saúde, FUNDEF, Adm. Tributária, garantia à ARO, contragarantia à
União, pgto. débitos c/ União.
A LOA não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a
despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer
Discriminação outras.
(Especialização) Exceções
- Investimentos em regime de execução especial (art. 20, Lei 4320/64);
- Reserva de Contingência.
A LOA não pode conter dispositivo estranho à fixação das despesas e previsão das
Exclusividade
receitas
Exceções
- Autorização p/ abertura de créditos SUPLEMENTARES;
- Autorização p/ contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação
da receita (ARO)
A LOA deverá manter o equilíbrio, do ponto de vista contábil, entre os valores de
Equilíbrio
receita e de despesa.
A LOA deve ser apresentada em linguagem clara e compreensível a todas as
Clareza
pessoas que necessitam manipulá-la.
Utilização do orçamento como auxiliar efetivo da administração, especialmente
Programação
como técnica de ligação entre as funções de planejamento e gerência
Legalidade O Planejamento e o orçamento são realizados por meio de leis (PPA, LDO e LOA)
Para que a LOA possa criar, modificar, extinguir ou condicionar direitos e deveres,
Publicidade
obrigando a todos, há que ser publicada.
Sinceridade As leis orçamentárias devem apresentar de maneira sincera (exata) o conjunto dos
(Exatidão) recursos e dos encargos do Estado.
Prezados, no âmbito da receita, precisamos dar especial atenção à classificação da receita por
natureza.
Segundo o MCASP, essa classificação é utilizada por todos os entes da Federação e visa identificar
a origem do recurso segundo o fato gerador: acontecimento real que ocasionou o ingresso da
receita nos cofres públicos.
A partir de 2016 houve alteração na estrutura da codificação das naturezas de receitas. A estrutura
da nova codificação cria possibilidade de associar, de forma imediata, a receita principal com
aquelas dela originadas: Multas e Juros, Dívida Ativa, Multas e Juros da Dívida Ativa. A associação
é efetuada por meio de um código numérico de 8 dígitos que se subdivide em cinco níveis:
categoria econômica (1º dígito), origem (2º dígito), espécie (3º dígito), desdobramento para
identificação de peculiaridades (4º, 5º, 6º e 7º dígitos), tipo (8º dígito):
C O E DDDD T
Categoria Origem Espécie Desdobramentos para Tipo
Econômica identificação de
peculiaridade da
receita
Nesse sentido, o MCASP destaca que o objetivo dessa nova codificação é prover melhorias na
estrutura de formação dos códigos da classificação, aplicando lógica integralmente voltada para a
gestão das receitas orçamentárias. A nova codificação estrutura os códigos de forma a
proporcionar extração de informações imediatas, a fim de prover celeridade, simplicidade e
transparência, sem a necessidade de qualquer procedimento paralelo para concatenar dados.
Pessoal, para o nosso propósito de abordagem intensiva e focada, vamos nos concentrar apenas
nos dois primeiros níveis, ok? Avante!
CATEGORIA ECONÔMICA
De acordo com o §1º do art. 11 da Lei n. 4.320/64, classificam-se como Correntes as receitas
provenientes de tributos; de contribuições; da exploração do patrimônio estatal (Patrimonial); da
exploração de atividades econômicas (Agropecuária, Industrial e de Serviços); de recursos
financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a
atender despesas classificáveis em Despesas Correntes (Transferências Correntes); por fim, demais
receitas que não se enquadram nos itens anteriores (Outras Receitas Correntes).
De acordo com o §2º do art. 11 da Lei n. 4.320/64, Receitas de Capital são as provenientes tanto
da realização de recursos financeiros oriundos da constituição de dívidas e da conversão, em
espécie, de bens e direitos, quanto de recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou
privado e destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit
do orçamento corrente. ==1b62a3==
ORIGEM
Nos termos do MCASP, a origem é o detalhamento das categorias econômicas Receitas Correntes
e Receitas de Capital, com vistas a identificar a procedência das receitas no momento em que
ingressam nos cofres públicos.
Fechada a classificação por natureza de receita vamos agora estudar a classificação por natureza
da despesa.
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º
Categoria Grupo de Natureza da Modalidade de Elemento de
Subelemento
Econômica Despesa Aplicação Despesa
Segundo Jesse Burkhed (citado por Giacomoni), essa classificação pode proporcionar informes
acerca da contribuição do governo à renda nacional e se essa contribuição está aumentando ou
diminuindo. Pode indicar, também, a parcela relativa da formação de capital de uma nação,
propiciada através do setor governamental. Ela pode indicar, através da comparação entre
períodos fiscais, se o governo está contribuindo para criar pressões inflacionárias, em virtude de
suas atividades aumentarem a procura, ou se as atividades governamentais têm caráter
deflacionário. Esse tipo de classificação pode ainda informar acerca da forma pela qual o impacto
das atividades governamentais é transmitido – se por meio de transferências ou pelo uso direto de
recursos.
Para atingir o nosso objetivo aqui nesse curso Exame CFC Essencial, vamos nos concentrar nos
dois primeiros níveis. Avante!
Categoria Econômica
A despesa, assim como a receita, é classificada em duas categorias econômicas, com os seguintes
códigos:
→ O grupo Juros e Encargos da Dívida deverá ser classificado na categoria econômica de despesas
correntes.
Outro ponto importante que devemos saber para a prova é a relação entre os grupos
“Investimentos” e “Inversões Financeiras” com o Produto Interno Bruto (PIB).
• As despesas do grupo “Investimento” contribuem para a formação do PIB.
Exemplo: Construção de um novo edifício para instalação de uma autarquia.
• As despesas do grupo “Inversão Financeira” não contribuem para o incremento do PIB.
Exemplo: Aquisição de um edifício já pronto para instalação de uma autarquia.
Nos termos do MCASP, além do registro dos fatos ligados à execução orçamentária, deve-se
proceder à evidenciação dos fatos ligados à administração financeira e patrimonial, de maneira
que os fatos modificativos sejam levados à conta de resultado e que as informações contábeis
permitam o conhecimento da composição patrimonial e dos resultados econômicos e financeiros
de determinado exercício.
Portanto, com o objetivo de evidenciar o impacto no patrimônio, deve haver o registro da variação
patrimonial aumentativa, independentemente da execução orçamentária, em função do fato
gerador.
Assim, temos dois regimes aplicáveis: regime orçamentário e regime contábil (patrimonial).
O regime orçamentário está previsto no art. 35 da Lei n. 4.320/64. Já o regime patrimonial está
previsto na Estrutura Conceitual aplicável ao Setor Público, a qual segue o regime de competência.
Ativo
Imagine que uma empresa estatal tenha uma duplicata a receber resultante de uma venda a prazo.
Caso o cliente esteja falido, essa duplicata é somente um papel sem possibilidade de obter
benefício econômico futuro. Portanto, nesse caso, essa duplicata não é um ativo.
Outro exemplo seria o caso de uma máquina sem nenhuma perspectiva de uso por parte da
entidade e sem possibilidade de ter um comprador. Perceba que, nesse caso, essa máquina não
pode ser considerada como um ativo, pois não há possibilidade de obter benefício econômico
futuro.
Portanto, caro estudante, perceba que a condição de algo ser “bens e direitos” não garante, por
si só, que seja um ativo. Os exemplos acima mostram situações em que existe um bem e o mesmo
não pode ser considerado um ativo.
Segundo a NBC TSP – Estrutura Conceitual,
Os benefícios econômicos correspondem a entradas de caixa ou a reduções das saídas de
caixa. As entradas de caixa (ou as reduções das saídas de caixa) podem derivar, por
exemplo:
a) da utilização do ativo na produção e na venda de serviços; ou
b) da troca direta do ativo por caixa ou por outros recursos.
POTENCIAL DE SERVIÇOS: não podemos esquecer que, diferentemente da Contabilidade Geral,
no conceito presente na Estrutura Conceitual há a figura do potencial de serviços. Veja que o termo
“recurso” usado no conceito é um item com potencial de serviços OU com a capacidade de gerar
benefícios econômicos.
Em uma análise preliminar poderíamos afirmar que mesmo não havendo benefício econômico
futuro, presentes as demais características poderíamos considerar determinado bem/direito como
um ativo desde que resulte em potencial de serviços, não é mesmo?
Ocorre que esse conceito deve ser interpretado juntamente com os critérios de reconhecimento
que estudaremos na sequência. Um dos critérios é justamente a geração de benefícios econômicos
futuros. Logo, para ser considerado como ativo o bem/direito deve sim gerar benefício econômico
futuro.
Nos termos da NBC TSP – Estrutura Conceitual, o potencial de serviços é a capacidade de prestar
serviços que contribuam para alcançar os objetivos da entidade. O potencial de serviços possibilita
a entidade alcançar os seus objetivos sem, necessariamente, gerar entrada líquida de caixa.
Segundo a Estrutura Conceitual, o potencial de serviços ou a capacidade de gerar benefícios
econômicos podem surgir diretamente do próprio recurso ou dos direitos de sua utilização. Alguns
recursos incluem os direitos da entidade a uma série de benefícios, inclusive, por exemplo, o direito
a:
a) utilizar o recurso para a prestação de serviços (inclusive bens);
b) utilizar os recursos de terceiros para prestar serviços como, por exemplo, arrendamento
mercantil;
A Norma destaca que embora esses indicadores não sejam determinantes conclusivos acerca da
existência do controle, sua identificação e análise podem subsidiar essa decisão.
RESULTADO DE EVENTOS PASSADOS: o ativo é resultado de um evento já ocorrido. A presença
desse termo evita a inclusão dos denominados ativos contingentes como ativo da entidade.
Imagine um imóvel que a entidade ainda não adquiriu. Nesse caso, esse recurso ainda não pode
ser considerado um ativo, haja vista que ainda não ocorreu a compra do imóvel, mesmo que já
esteja aprovado no orçamento.
Nos termos da Estrutura Conceitual, a definição de ativo exige que o recurso controlado pela
entidade no presente tenha surgido de transação ou outro evento passado. Podem existir diversas
transações passadas ou outros eventos que resultem no ganho do controle do recurso pela
entidade e, por conseguinte, o caracterize como ativo. As entidades podem obter ativos por
intermédio da sua compra em transação com contraprestação, bem como pelo seu
desenvolvimento. Os ativos também podem surgir de transações sem contraprestação, inclusive
por meio do exercício dos direitos soberanos. O poder de tributar ou emitir licenças, acessar,
restringir ou negar acesso aos benefícios oriundos de recursos intangíveis como, por exemplo, o
espectro eletromagnético (bandas de frequência de transmissões de telecomunicações), são
exemplos dos poderes específicos do setor público e dos direitos que podem dar origem a ativos.
Ao se avaliar o surgimento do direito de controle de recursos, os seguintes eventos devem ser
considerados: (a) a capacidade geral para exercer o poder; (b) a constituição de poder por meio
de lei, estatuto ou instrumento congênere; (c) o exercício do poder de criar um direito; e (d) o
evento que dá origem ao direito de receber recursos de terceiros. O ativo surge quando o poder
for exercido e os direitos de receber recursos existirem.
Esquematicamente, temos:
Futuro
Benefício ou
Potencial de
Serviços
ATIVO
Resultado de
Controlado
Eventos
pela Entidade
Passados
Passivo
Para satisfazer a definição de passivo, é necessário que a obrigação presente surja como
resultado de transação ou de outro evento passado e necessite da saída de recursos da
entidade para ser extinta. A complexidade inerente ao setor público faz com que
eventos diversos referentes ao desenvolvimento, implantação e execução de
determinado programa ou atividade possam gerar obrigações. Para fins de elaboração
e divulgação da informação contábil, é necessário determinar se tais compromissos e
obrigações, inclusive aqueles que não possam ser evitados pela entidade, mas que não
ocorrem por força de lei (obrigações não legalmente vinculadas), são obrigações
presentes e satisfazem a definição de passivo. Quando a transação tem forma jurídica e
é vinculada, tal como um contrato, o evento passado pode ser identificado de forma
inequívoca. Em outros casos, pode ser mais difícil identificar o evento passado e é
necessário fazer uma avaliação de quando a entidade tem pouca ou nenhuma alternativa
Obrigação
Presente
PASSIVO
Extinção deve
Resultado de
resultar na
Eventos
saída de
Passados
recursos
elemento definido na Estrutura Conceitual precise ser reconhecido nas demonstrações contábeis.
Nesses casos, as NBCs TSP podem exigir ou permitir que esses recursos ou obrigações sejam
reconhecidos como outros recursos ou outras obrigações, os quais são itens adicionais aos seis
elementos definidos na Estrutura Conceitual.
Perceba que essa definição mostra o patrimônio líquido em função de definições prévias estudadas
anteriormente, de ativo e passivo. Sendo assim, podemos afirmar que se trata de uma definição
residual.
Quando o valor do passivo for maior que o valor do ativo, o resultado é denominado passivo a
descoberto.
Para fechar as três definições dos elementos patrimoniais, vale destacar mais um aspecto
importante...
Segundo o MCASP, os conceitos de ativo e passivo identificam os seus aspectos essenciais, mas
1
não especificam os critérios para seu reconhecimento . Ao avaliar se um item se enquadra na
definição de ativo, passivo ou patrimônio líquido, deve-se atentar para a sua essência e realidade
econômica e não apenas sua forma legal.
Isso significa que não importa a forma legal, ou seja, o aspecto jurídico, mas sim a essência
econômica. Assim, por exemplo, se a Lei determina que a depreciação de um veículo deve ser de
20% ao ano, mas a empresa usa pouco esse veículo no caso concreto, ela poderá, tendo em vista
a essência econômica, determinar outra taxa de depreciação... 10 % por exemplo. O que vale é a
essência econômica, tendo em vista que a informação contábil deve ser a mais próxima da
realidade possível.
ESSÊNCIA X FORMA
Para que a informação represente de forma adequada suas operações, transações e eventos, é
necessário que tais fatos sejam contabilizados e apresentados de acordo com a sua substância e
realidade econômica, e não meramente sua forma legal.
Um exemplo clássico citado pela doutrina, até por ser uma situação recorrente nas entidades em
geral, é a realização de contratos de leasing (arrendamento mercantil) em que a verdadeira
operação é um contrato de compra e venda. Como regra, temos que os bens registrados
contabilmente na entidade são aqueles sob propriedade dessa entidade. Porém, no caso do
leasing temos uma situação em que mesmo o ativo não sendo de propriedade da empresa, é
ativado pelo arrendatário e os valores mensais são reconhecidos como um financiamento normal.
Tal fato se dá por que é muito alta a probabilidade de a empresa adquirir o bem ao final do
contrato. Sendo assim, esse registro de reconhecimento do ativo pelo arrendatário considera a
essência sobre a forma.
Perceba que a adoção da essência sobre a forma visa fornecer informações mais próximas da
realidade, de maneira que as demonstrações contábeis indiquem de maneira mais correta possível
a verdadeira situação patrimonial e econômica da entidade.
Segundo o MCASP (8ª edição), as variações patrimoniais são transações que promovem alterações
nos elementos patrimoniais da entidade do setor público, mesmo em caráter compensatório,
afetando ou não o seu resultado.
As variações patrimoniais podem ser classificadas em:
b
a. Quantitativas: são aquelas decorrentes de transações no setor público que aumentam ou
diminuem o patrimônio líquido.
b. Qualitativas: são aquelas decorrentes de transações no setor público que alteram a composição
dos elementos patrimoniais sem afetar o patrimônio líquido.
Exemplos:
Aquisição de estoques a prazo
Na aquisição de estoques a prazo há uma permuta de um bem (mercadorias) por uma obrigação a
pagar (fornecedores).
Aquisição de veículo por meio de financiamento
Na aquisição de veículo por meio de financiamento há uma permuta de um bem (veículo) por uma
obrigação a pagar (financiamento).
As variações patrimoniais quantitativas subdividem-se em:
a. Variações Patrimoniais Aumentativas (VPA): quando aumentam o patrimônio líquido (receita sob
o enfoque patrimonial);
Aqui vale lembrar que as Variações Patrimoniais Aumentativas (VPAs) aumentam o PL enquanto
que as Variações Patrimoniais Diminutivas (VPDs) diminuem o PL. Logo, todas as variações
quantitativas envolvem o reconhecimento de uma VPA ou VPD.
Exemplo:
Lançamento de IPTU
No lançamento do IPTU (fato gerador da VPA) há o reconhecimento de uma VPA e, em
contrapartida, o reconhecimento de um direito (Tributos a receber).
b. Variações Patrimoniais Diminutivas (VPD): quando diminuem o patrimônio líquido (despesa sob
o enfoque patrimonial).
Exemplo:
O MCASP destaca que existem variações que, simultaneamente, alteram a composição qualitativa
e a expressão quantitativa dos elementos patrimoniais e são conhecidas como variações mistas ou
compostas.
O PCASP está estruturado de acordo com as seguintes naturezas das informações contábeis:
§ Natureza de Informação Orçamentária: registra, processa e evidencia os atos e os fatos
relacionados ao planejamento e à execução orçamentária.
§ Natureza de Informação Patrimonial: registra,
2 processa e evidencia os fatos financeiros e
não financeiros relacionados com as variações qualitativas e quantitativas do patrimônio
público.
§ Natureza de Informação de Controle: registra, processa e evidencia os atos de gestão cujos
efeitos possam produzir modificações no patrimônio da entidade do setor público, bem
como aqueles com funções específicas de controle.
Observe que as naturezas praticamente seguem a mesma linha dos subsistemas de informação. A
diferença é que o subsistema de custos foi incorporado à natureza de controle.
O PCASP é dividido em 8 classes, sendo as contas contábeis classificadas segundo a natureza das
informações que evidenciam:
Prezados, existe uma regra de integridade do PCASP que é frequente em exigências. Trata-se da
regra de integridade dos lançamentos contábeis:
O registro contábil deve ser feito pelo método das partidas dobradas e os lançamentos devem
debitar e creditar contas que apresentem a mesma natureza de informação.
Assim, os lançamentos estarão fechados dentro das classes 1 a 4 ou das classes 5 e 6 ou das classes
7 e 8:
a. Lançamentos de natureza patrimonial: apenas debitam e creditam contas das classes 1, 2, 3 e 4.
b. Lançamentos de natureza orçamentária: apenas debitam e creditam contas das classes 5 e 6.
c. Lançamentos de natureza de controle: apenas
3 debitam e creditam contas das classes 7 e 8.
O MCASP nos fornece o seguinte exemplo:
Não é permitido um lançamento na conta Clientes (classe 1) em contrapartida à conta Receita
Realizada (classe 6). Nessa hipótese, apesar de ser utilizado o método das partidas dobradas e de
os valores lançados a débito e a crédito apresentados no balancete contábil não apresentarem
diferença, observa-se uma inconsistência.
Dessa forma, o MCASP ressalta que os totais lançados a débito e a crédito em contas de mesma
natureza de informação devem apresentar valores iguais.
Esquematicamente, temos:
Segundo o MCASP, as contas contábeis do PCASP são identificadas por códigos com 7 níveis de
desdobramento, compostos por 9 dígitos, de acordo com a seguinte estrutura:
X . X . X . X . X . XX . XX
O PCASP possui a seguinte estrutura básica, em nível de classe (1º nível) e grupo (2º nível):
PCASP
A seguir vamos descrever os principais lançamentos típicos que ocorrem no âmbito do setor
público. O tema foi alvo de exigência no Exame CFC 2020.1!
Comentários
Pessoal, nesse tipo de questão em que são exigidos os lançamentos e o respectivo reflexo nas
classes, temos que ter total atenção em qual natureza de informação a banca se refere.
Veja que nessa questão, a banca quer saber o reflexo “quanto à natureza orçamentária da
informação”. Somente com esse conhecimento já conseguimos eliminar algumas opções.
Conforme estudamos, a natureza orçamentária engloba apenas as classes 5 e 6. Logo, resta-nos as
opções “B” e “D”.
Quanto à natureza orçamentária, temos o seguinte registro:
Imprima esse esquema, fixe em algum local em que você possa ler de forma recorrente e leia
quantas vezes for necessário para memorizar essas informações.
Gabarito: C
Para fins do nosso objetivo de abordar o mais essencial para o Exame CFC, esses são os pontos
principais do PCASP que podem ser explorados em prova.
4. QUESTÕES SELECIONADAS
1. (CONSULPLAN/Exame CFC/2020.1) Uma entidade do setor público possui contrato de
prestação de serviços com determinada empresa. Nesse sentido, assinale o registro contábil, na
entidade do setor público, referente ao empenho da despesa de serviços de terceiros – pessoa
jurídica, pela informação de natureza orçamentária.
a) Débito: Obrigações contratuais.
Crédito: Execução de obrigações contratuais – contratos de serviços a executar.
b) Débito: Serviços Terceiros – PJ.
Crédito: Fornecedores e contas a pagar nacionais a curto prazo – Consolidação.
c) Débito: Execução da disponibilidade de recursos – disponibilidade por destinação de
recursos.
Crédito: Execução da disponibilidade de recursos – DDR comprometida por empenho.
d) Débito: Crédito disponível.
Crédito: Crédito empenhado a liquidar.
Comentários
No empenho temos os seguintes lançamentos:
Natureza orçamentária
Natureza de Controle
Observe que a questão solicita o lançamento no âmbito da natureza orçamentária. Logo, apenas
a opção D possui um lançamento válido da natureza orçamentária.
Gabarito: D
Gabarito: B
Gabarito: A
Gabarito: A
De posse desse conhecimento, vamos classificar as contas presentes nas opções segundo a
natureza das informações:
a. Errada.
Empréstimos e Financiamentos Concedidos à patrimonial
Crédito Disponível à orçamentária
Pessoal a Pagar à patrimonial
b. Errada.
Execução de Obrigações Contratuais à controle
Perdas com Alienação de Imobilizado à patrimonial
Restos a pagar processados inscritos à orçamentária
c. Certa.
Previsão Inicial de Receita à orçamentária
Dotação Orçamentária à orçamentária
Restos a pagar processados inscritos à orçamentária
d. Errada.
Gabarito: D
c) Amortização da dívida.
d) Reserva de contingência.
9. (FBC/Exame de Suficiência/Bacharel/2017.2) A fim de garantir a integridade dos procedimentos
contábeis, assim como a qualidade, consistência e transparência das informações geradas pela
Contabilidade Pública, o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – MCASP dispõe sobre regras
de integridade relativas ao Plano de Contas Aplicado ao Setor Público – PCASP.
Uma das regras de integridade refere-se aos Lançamentos Contábeis, sendo que o MCASP destaca que o
registro contábil deve ser feito pelo método das partidas dobradas e os lançamentos devem debitar e
creditar contas que apresentem a mesma natureza de informação.
O PCASP está dividido em oito classes, a saber: 1 – Ativo; 2 – Passivo; 3 – Variações Patrimoniais Diminutivas;
4 – Variações Patrimoniais Aumentativas; 5 – Controle e Aprovação do Planejamento e Orçamento; 6 –
Controle e Execução do Planejamento e Orçamento; 7 – Controles Devedores e 8 – Controles Credores.
Considerando-se o que estabelece o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público sobre as regras
de integridade do PCASP, assinale a afirmativa CORRETA em relação aos lançamentos contábeis.
a) Lançamentos de natureza orçamentária debitam e creditam contas das classes 5 e 6, apenas.
b) Lançamentos de natureza orçamentária debitam e creditam contas das classes 7 e 8, apenas.
c) Lançamentos de natureza patrimonial debitam e creditam contas das classes 1, 2 e 7, apenas.
d) Lançamentos de natureza patrimonial debitam e creditam contas das classes 1, 2 e 5, apenas.
10. (FBC/Exame de Suficiência/Bacharel/2016.2) Com base no Plano de Contas Aplicado ao Setor Público
– PCASP, as contas contábeis são classificadas segundo a natureza das informações que evidenciam. De
acordo com o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público – PCASP, assinale a opção que apresenta apenas
contas de natureza orçamentária.
a) Empréstimos e Financiamentos Concedidos; Crédito Disponível; Pessoal a Pagar.
b) Execução de Obrigações Contratuais; Perdas com Alienação de Imobilizado; Restos a pagar processados
inscritos.
c) Previsão Inicial de Receita; Dotação Orçamentária; Restos a pagar processados inscritos.
d) Restos a Pagar não processados inscritos; Execução de Outros Atos Potenciais Ativos; Créditos
Tributários a Receber.
11. (FBC/Exame de Suficiência/Bacharel/2017.1) Um Município brasileiro utiliza o Plano de Contas Aplicado
ao Setor Público – PCASP.
Em 2.1.2017, o Município efetuou o lançamento de ofício do Imposto sobre a Propriedade Predial e
Territorial Urbana – IPTU, e o registrou em sua contabilidade de acordo com o Regime de Competência.
No dia 2.3.2017, esse Município arrecadou R$40.000,00 relativos ao IPTU.
Considerando-se o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público – PCASP e o caso apresentado, os
lançamentos contábeis que representam a contabilização do fato ocorrido em 2.3.2017 envolverão apenas
contas de natureza:
a) De Controle, Financeira e Patrimonial.
b) Orçamentária, Patrimonial e Financeira.
6. GABARITO
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11.
D B A B B A C A A C D