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de Lichinga
1.1.1. Problematização
Nesta perspectiva, MACUANE & WEIMER (2002: 91), referem que a transparência nos
processos de gestão e nas operações de tomada de decisão é decisiva para a
responsabilização eficaz. A gestão transparente é comprometida quando não existem a
participação efectiva da comunidade local e quando os Órgãos Locais do Estado criam
barreiras para o seu envolvimento.
Para efeito, o Fundo de Redução da Pobreza Urbana é alocado aos municípios pelo governo
central com vista a beneficiar os cidadãos para o desenvolvimento local e existindo
conselhos consultivos locais para o acompanhamento do processo.
2. Objectivos do Estudo
2.1. Objectivo Geral
3. Hipótese
Na tentativa de dar resposta a questão de partida acima exposta, toma-se de base a seguinte
hipótese: a falta de envolvimento dos munícipes da Cidade de Lichinga no processo de
selecção dos beneficiários do Fundo de Redução da Pobreza Urbana pode desvirtuar os
princípios orientadores desta iniciativa e comprometer todo o processo de governação ao
nível local.
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4. Justificativa da Pesquisa
O interesse pelo tema decorre do facto da política de orçamento tomando os meios urbanos
como base de planificação ter sido desenhada no reconhecimento de que este constituía um
instrumento eficaz para a concretização do processo de desenvolvimento local associado ao
combate da pobreza urbana.
Tomando como caso de estudo a Cidade de Lichinga, que beneficia do Fundo de Redução da
Pobreza Urbana quando é lançada a iniciativa pelo governo moçambicano em resposta a
necessidade de aprofundar as reformas em curso no Pais.
5. Enquadramento Teórico-Conceptual
emergem aos níveis mais baixos da administração do Estado, principalmente no meio rural
onde habita a maior parte da população moçambicana.
A este respeito para VALÁ (2009: 15) “o Fundo de Redução da Pobreza Urbana é um
factor preponderante de mitigação e de capacidade de resposta numa perspectiva
desenvolvimentista, com ênfase para o meio urbano”.
Para FARIA e CHICHAVA (1999: 5), “a descentralização pode ser definida como a
organização das actividades da administração central fora do aparelho do governo
central”, através de duas medidas: (i) administrativas e fiscais que permitem a transferência
de responsabilidades e recursos para agentes criados pelos órgãos da administração central; e
(ii) políticas que permitem a atribuição, pelo governo central, de poderes, responsabilidades
e recursos específicos para autoridades locais.
DINIZ (2006: 74) entende que o desenvolvimento é “um processo complexo que engloba
aspectos económicos, sociológicos, psicológicos e políticos da vida em sociedade”.
Portanto, o desenvolvimento pode ser entendido como um processo de melhoria das
condições de vida, de trabalho, de lazer, enfim, do bem-estar das comunidades que habitam
numa determinada área.
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Neste sentido, planificação participativa é o processo que consiste num envolvimento das
comunidades através de uma melhor articulação entre estas e o governo local nas iniciativas
do desenvolvimento local para corresponder as necessidades e prioridades da população
tendo em vista a solução dos seus problemas (MPD, 2007: 52).
6. Revisão da Literatura
do Estado uma redefinição do seu papel, sobretudo por modelo económico em que a
participação do serviço privado passou a ter um papel relevante (GUAMBE: 2008: 57).
Segundo, a descentralização que abrange os Órgãos Locais do Estado nos níveis provinciais,
distrital, posto administrativo, localidade e de povoação, dotados de competências próprias
na tomada de decisões de natureza local e abrindo espaço de participação das comunidades
no desenvolvimento local através do envolvimento dos seus lideres no processo de
governação e da institucionalização dos Conselhos Consultivos Locais (lei 8/2003, de 19 de
Maio). Como resultado do aprofundamento da democracia no contexto político, económico,
administrativo, social e cultural, a luz da Constituição de 1990, em 1991 realizou-se o
primeiro seminário sobre a autonomia dos órgãos locais, do qual saíram recomendações de
base para se desencadear o processo de descentralização.
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Com efeito, foi com a aprovação da Lei 8/2003 (LOLE), de 19 de Maio que se estabelece os
princípios, e normas de organização, competências e funcionamento dos OLE, que o distrito
passou a ter um papel ainda mais importante do quadro de administração local.
Na visão de VALÁ (2008: 181) citando a DNDR, encara a descentralização como opção de
administração que responde em tempo útil à diversidade de situações nas áreas rurais, ela
serve como medida de reforço das capacidades locais de organizar-se administrativamente,
gerir recursos financeiros e patrimoniais; identificar problemas; definir objectivos; analisar
os impactos com vista ao melhoramento do seu desempenho.
È importante referir que desde aprovação da Lei 8/2003 e o Decreto 11/2005, ocorreram
mudanças significativas sobre os OLE e institucionalização do CCL até a alocação do OIIL,
que estava inicialmente concebido para financiar a construção e reabilitação de infra-
estruturas locais, por força das decisões da 19ª secção do Conselho de Ministros alargado
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7. Metodologia
7.1. Métodos de Investigação
O presente estudo compreenderá dois momentos principais, que conduziram uma melhor
possibilidade de tratamento dos dados necessários, nomeadamente: O primeiro consistirá na
pesquisa documental e bibliográfica através de fontes relevantes como livros, legislação
específica, documentos oficiais e não editados sobre o processo de desconcentração bem
como da própria planificação descentralizada.
7.3. Amostra
A pesquisa será constituída por uma amostra de um total de 17 pessoas, segmentada por dois
grupos. O primeiro comportará os quadros seniores da Administração do Distrito e dos
Membros do Conselho Consultivo Municipal para se perceber destes sobre o envolvimento
dos munícipes no processo de selecção dos beneficiários do Fundo de Redução da Pobreza
Urbana, bem como da pertinência deste na dinamização do processo de desenvolvimento
urbano.
O segundo será composto pelos residentes, beneficiários e líderes comunitários locais com
vista a colher a percepção o dinamismo actual da Cidade de Lichinga e sua relação com os
resultados do Fundo de Redução da Pobreza Urbana, destacando acima de tudo a sua
participação neste processo. À este grupo procurar-se-á também perceber as dificuldades
e/ou constrangimentos ligados ao acesso deste Fundo bem como os mecanismos de
viabilidade na sua aplicação tendo em conta os objectivos da sua criação.
8. Cronograma
Tabela 1: Cronograma
Actividades
Mar Abr Mai
1.1. Entrega do projecto ao supervisor
1.2. Feitura de certas correcções;
2. Colecta de dados
2.1. Pesquisa bibliográfica e documental;
2.2. Realização de entrevistas;
3. Tratamento de dados
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9. Orçamento
Tabela 2: Orçamento
Bibliografia
MAE & MPD. Diploma Ministerial nº 67/2009, de 17 de Abril de 2009. Guião Sobre a
Organização e Funcionamento dos Conselhos Consultivos Locais, Novembro,
2008. Maputo.
nº 2. 2010. 2009