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Planejamento epara

Preparando-se Organização
Execução
Pessoal
da no Trabalho
Gestão Municipal

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Módulo
Módulo

Desenvolvimento
Políticas Pessoal
Públicas Setorias
Fundação Escola Nacional de Administração Pública

Diretoria de Desenvolvimento Profissional

Conteudista/s
Rodrigo Morais Lima Delgado, (Conteudista, 2021).

Enap, 2021
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Sumário
1. Unidade 1: Inovação no serviço público............................................................ 5

2. Unidade 2: Reforma administrativa.................................................................. 8

3. Governo digital.................................................................................................... 12

4. Referências.......................................................................................................... 16
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Módulo

4 A inovação na gestão pública

1. Inovação no serviço público

Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de identificar as características da inovação
no setor público e as estratégias para estimular a inovação nos serviços municipais.

A agenda de inovação no setor público vem ganhando força nos últimos 20 anos,
motivada pela preocupação das organizações públicas em dar respostas mais
adequadas às constantes mudanças sociais, econômicas e tecnológicas que vivemos.

Além disso, devemos considerar a pressão da sociedade para um aperfeiçoamento


dos serviços públicos, o surgimento de problemas cada vez mais complexos e que
demandam respostas cada vez mais eficazes, além da necessidade de se adequar a
orçamentos apertados.

Para você compreender melhor este tema tão atual e importante, assista ao vídeo
a seguir, no qual o professor Rodrigo Delgado aborda pontos fundamentais e que
vão te estimular a seguir o caminho para uma gestão realmente inovadora no seu
município:

vídeo 6 – Por que inovar em serviços públicos?

https://cdn.evg.gov.br/cursos/481_EVG/videos/modulo00_video07.mp4

Mas, afinal, o que é inovação no serviço público?

Segundo os estudiosos, a atuação do Estado na temática de inovação pode ser


dividida da seguinte forma:

1. Investimento público em ciência, tecnologia e inovação (CTI);

2. Inovação via compras públicas;

3. Inovações institucionais econômicas;

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4. Inovações institucionais políticas;

5.Iinovações nos serviços públicos;

6.Inovação organizacional.

Nesta aula, trataremos especificamente das inovações em serviços públicos, cuja


característica é a busca pela modificação da forma como um serviço é prestado.
Essa escolha ocorre em função de os municípios serem os entes por excelência na
oferta de serviços.

É no nível municipal que ocorre o maior volume de interação entre


o cidadão e os servidores públicos, por meio do atendimento nos
serviços das diversas políticas públicas existentes.

Uma maior pressão da sociedade por participação e por qualidade dos serviços
públicos, a existência de orçamentos cada vez mais apertados, a complexidade de
alguns problemas enfrentados pelos municípios (como migração, envelhecimento
populacional, gestão ambiental e uso abusivo de drogas) ressaltam a importância
de o município ter de incorporar a inovação como um mecanismo de gestão.

Assim, gostaríamos de provocar você, gestor e gestora municipal, com algumas


perguntas:

• Os serviços atualmente disponibilizados pelo município conhecem seus usuários?


Eles estão abertos para considerar as necessidades desses usuários? Como isso é
feito?

• Existe diálogo entre as equipes das diversas políticas públicas executadas pelo
município? Esse diálogo cria sinergia entre essas equipes e promove inovações nos
serviços?

• Como acontece o diálogo com a iniciativa privada do município? Há algum


mecanismo para coleta e análise das demandas e sugestões desse grupo?

Essas questões, que trazemos aqui como provocação, podem servir como pontapé
inicial para que o município entenda quais as transformações que podem ser
realizadas nos serviços disponibilizados à população. Um ponto que gostaríamos
de chamar atenção é que, quando falamos de “inovação”, não se trata de compra de
equipamentos de última geração tampouco do gasto com consultorias externas que
promoverão projetos de inovação.

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Nossa proposta nesta aula é apresentar como o gestor e a gestora municipal pode
estimular processos de inovação com a utilização dos servidores municipais e como
esse estímulo à inovação, por parte dos servidores, trará resultados mais duradouros
e com custos muito mais acessíveis.

Dessa forma, apresentamos algumas sugestões para você implementar no seu


município, junto a seus servidores:

1. Acesso a conteúdos sobre inovação

Um primeiro passo para que o município estabeleça práticas de inovação é estimular


que os servidores municipais tenham acesso a conteúdos sobre inovação e estimular
a criação de espaços para que sejam elaborados projetos de inovação.

Atualmente, no Brasil, há 43 laboratórios de inovação no setor público mapeados


(SANO, 2020), e esse número vem crescendo a cada ano. Assim, colocar o servidor
público municipal em contato com esses laboratórios é uma forma de introduzi-los
à reflexão sobre o tema.

2. Capacitação

Além de conhecer as experiências de inovação existentes no Brasil, é muito


importante que seja dada oportunidade para que os servidores interessados sejam
capacitados no tema. Para isso, há muitos cursos gratuitos disponíveis na própria
plataforma de ensino à distância da Enap, por meio do endereço https://www.
escolavirtual.gov.br/.

3. Projetos-piloto

Associado ao estímulo à formação, o município deve fomentar projetos de inovação


em seus serviços. Inicialmente, o município pode definir projetos-piloto a serem
desenvolvidos com o suporte de equipes capacitadas e com um mapeamento de
atores externos que possam apoiar esses projetos.

Gestor e gestora, a inovação em serviços públicos, como dito anteriormente,


tem se colocado como um imperativo para a Administração Pública . Contudo, é
importante ter em mente que a inovação envolve diversas áreas do conhecimento
e uma nova forma de se relacionar com os usuários das políticas, pois estes passam
a ser uma fonte primária de informações e dados que devem ser utilizados para a
transformação de serviços públicos.

Também é importante lembrar que a formação de servidores envolve investimento


em capacitação (especialmente com tempo disponível, pois há muito conteúdo
gratuito facilmente acessível), assim como a criação de espaços protegidos de

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inovação para que esses servidores possam praticar as técnicas e os métodos
aprendidos.

Você sabia? Desde 2015, o Brasil sedia o maior evento de inovação


do setor público da América Latina, a Semana de Inovação,
organizada pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap).
Em 2020, devido ao contexto da pandemia, o evento foi realizado
remotamente, com a participação de milhares de servidores
públicos de todo o Brasil e do mundo. Para saber mais sobre o
evento, clique aqui.

Com isso, finalizamos nossa aula!

2. Reforma administrativa

Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer os principais tópicos em
discussão na reforma administrativa, com foco nos desafios municipais.

A realização de reformas administrativas no serviço público tem como principal


objetivo aperfeiçoar a ação estatal por meio de atuações que buscam aumentar a
eficiência e a efetividade de um serviço público.

Além disso, podemos citar outros objetivos que as reformas pretendem alcançar:

• aumento da responsabilidade e da transparência;


• redução da corrupção;
• serviços centrados no cidadão.

Por onde começar: analise os dados do seu município

Para que o gestor ou gestora municipal possa iniciar um processo de reforma


administrativa, é importante considerar que uma reestruturação organizacional
demandará levantamento e análise de dados sobre algumas questões fundamentais:

• Como estão estruturadas as atuais secretarias e suas competências?


• Com relação aos recursos humanos disponíveis, quais carreiras existem no
município? E quais as condições de mobilidade dessa força de trabalho entre os

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diferentes órgãos?
• Existem mecanismos de participação pública?
• Como estão organizados os mecanismos de controle interno?

Segundo Sandro Trescastro Bergue, em seu estudo sobre a gestão estratégica


de pessoas no setor público, é importante que o redesenho organizacional da
Administração Pública seja feito considerando a interação de três elementos:

ESTRUTURA - PROCESSOS - PESSOAS

Como ocorre a interação entre esses três elementos? Segundo o autor, os cidadãos
demandam cada vez mais novos serviços, o que exige a constante avaliação e
renovação das estruturas e dos processos de produção de bens e serviços públicos.
Por sua vez, para que essa renovação aconteça, os gestores precisam promover o
constante processo de adaptação das pessoas, ou seja, de seus servidores.

Com a entrada de novos gestores municipais e novos planos de governo eleitos, ou


mesmo com a reeleição, há uma tendência a serem realizados ajustes na estrutura
organizacional do município.

Para além da adequação da estrutura organizacional ao plano de


governo, fique atento, porque algumas estruturas, instituídas por
lei, precisam ser regulamentadas e criadas no município.

Entre essas estruturas, há duas que buscam a ampliação da transparência e


da participação da sociedade que os municípios precisam implantar, que são as
ouvidorias e o serviço de informação ao cidadão.

As ouvidorias e o serviço de informação ao cidadão

A primeira estrutura foi criada pela Lei nº 13.460/2017, a qual determina que todos
os municípios precisam regulamentar e implantar um canal de comunicação entre
a população e os gestores públicos, de modo a promover a transparência da gestão
pública e a excelência dos serviços prestados pela prefeitura.

Para saber mais sobre essa questão, clique aqui e acesse a notícia
sobre o webinar “Ouvidoria Inova 2019”.

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Já o serviço de informação ao cidadão foi instituído pela Lei nº 12.527/2011, também
conhecida como Lei de Acesso à Informação, e todos municípios são obrigados a
regulamentarem e implementarem mecanismos para o atendimento de demandas
de acesso à informação por parte do cidadão.

No início do ano de 2020, a Controladoria-Geral da União passou a disponibilizar


a estados e municípios, de forma gratuita, o sistema eletrônico de acesso à
informação.

Com isso, os municípios não precisarão despender recursos com


a contratação de sistemas, poderão criar um canal único para
gerenciar as demandas encaminhadas à ouvidoria e os pedidos de
acesso à informação.

Além dessas, na página da CGU que trata do tema, são destacadas as seguintes
vantagens:

• Controles de prazos automatizados.

• Recursos para elaboração de relatórios.

• O sistema funciona inteiramente em ambiente online e não é preciso instalá-lo


em máquinas.

• Desenvolvido para ser integrado a outros sistemas que o Sistema de Informação


ao Cidadão (SIC)/Ouvidoria utilize.

• Funciona em ambiente web e apresenta design responsivo (flexibilidade na


exibição das informações em telas de tamanhos diferentes e aparelhos móveis).

• O sistema fica hospedado em servidor seguro, mantido pela CGU.

• Facilidade para o encaminhamento de manifestações entre SICs e Ouvidorias.

• Customizaçãp para a realidade do seu governo.

Para saber mais sobre essa iniciativa, clique aqui.

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Criando sinergia entre as esferas municipal, estadual e federal

Além da necessidade da criação de estruturas para o atendimento de determinações


legais, o gestor e a gestora eleitos certamente precisarão, a partir da análise
que citamos acima, identificar quais sinergias poderão ser criadas com um
possível alinhamento entre a estrutura organizacional do município e a estrutura
organizacional do governo estadual e do governo federal. Guardadas as devidas
diferenças, essa análise das estruturas organizacionais desses dois entes pode
contribuir para a reflexão sobre como o município deverá organizar a sua própria
estrutura.

Os desafios para a implementação de reformas

Lembre-se de que uma proposta de criação, estruturação e atribuições das entidades


e órgãos da administração é de iniciativa do prefeito, mas deve ser submetida à
Câmara de Vereadores para votação.

Nesse caso, será preciso que haja apoio da Câmara para que a
proposta de reforma seja aprovada. Lembre-se, também, de que
iniciativas ousadas e inovadoras tendem a demandar muito mais
diálogo entre o executivo e o legislativo.

Nos casos em que há uma oposição muito forte por parte do legislativo municipal,
o envolvimento da opinião pública no debate, com a divulgação dos objetivos e
resultados esperados com a proposta, pode ser uma alternativa para influenciar
a posição dos vereadores. Essa estratégia precisa ser pensada com muito cuidado,
pois o objetivo não é de criar antagonismos entre a população e a Câmara (o que
pode resultar em menos apoio político dentro do parlamento), mas de se levar o
debate sobre as propostas apresentadas para outros espaços de reflexão e, assim,
ter outras perspectivas que possam contribuir para uma análise favorável por parte
do legislativo municipal.

Encaminhando para o final desta aula, gostaríamos de chamar atenção para o fato
de que algumas reformas podem demandar um processo de análise complexo das
estruturas administrativas existentes, de suas competências, dos valores que essas
secretarias entregam, do quadro de recursos humanos disponíveis, da capacidade
municipal para arcar com sua folha de pagamento, entre outros aspectos.

Nessas circunstâncias e considerando o tempo necessário para se realizar as


reformas pretendidas, é importante que o gestor e a gestora municipal considerem
a possibilidade de se contratar consultoria especializada para a realização desse

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tipo de atividade.

O apoio externo se justifica caso o município não tenha em seus


quadros servidores com capacidade técnica e competências
necessárias para esse tipo de projeto. Nesse caso, ganha-se tempo
e recursos, com a possibilidade de internalizar competências entre
os servidores, o que pode ser previsto no termo de referência para
contratação de consultoria especializada nessa área.

Com isso, chegamos ao final de nossa aula! Esperamos que as iniciativas de reformas
a serem promovidas considerem as questões aqui apresentadas e promovam o
aperfeiçoamento da gestão pública municipal.

2. Governo digital

Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer o potencial da digitalização
dos serviços públicos para a eficiência da gestão e bem-estar da população local.

Para iniciar sua reflexão sobre a transformação digital e seu impacto na gestão
municipal, assista ao vídeo a seguir. Nele, o professor Rodrigo Delgado apresenta
alguns exemplos e dicas sobre os desafios que os gestores precisam enfrentar no
mundo hiperconectado:

Vídeo 8 – Governo digital no Brasil

https://cdn.evg.gov.br/cursos/481_EVG/videos/modulo00_video08.mp4

A experiência do governo federal: do governo eletrônico ao digital

O conceito de governo eletrônico surge a partir de aspectos oriundos da evolução da


tecnologia da informação e comunicação (TIC), especialmente a internet, constituindo
novas formas de relacionamento da Administração Pública com a sociedade e vice-
versa, evidenciando a prestação de serviços sem a necessidade da presença física.

A partir dos anos 2000, o Brasil introduz o tema do governo eletrônico como umas
das questões relevantes a serem tratadas. Nesse período, um dos aspectos que
marca a discussão sobre governo eletrônico no país é a necessidade de transformar

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a relação entre governo e cidadãos, empresas e os órgãos do próprio governo.

Naquele período, havia ações isoladas na área de serviços ao cidadão, oferecidos


por meio da internet, como, por exemplo:

• entrega de declarações do imposto de renda;

• divulgação de editais de compras governamentais;

• emissão de certidões de pagamentos e impostos,

• acompanhamentos de processos judiciais;

• prestação de informações sobre aposentadorias e benefícios da previdência social.

É em 2015, com o “governo eletrônico” trazendo a informatização dos processos


internos de trabalho, que acontece a evolução para o conceito de “governo digital”,
que coloca a sociedade no centro da relação com o governo. Assim, no ano seguinte,
é publicada a 1ª Estratégia de Governo Digital (EGD).

A primeira EGD define uma mudança de paradigma ao afirmar que


os serviços públicos precisam ser desenhados a partir do ponto de
vista do cidadão.

Essa mudança proposta pela EGD tem implicações importantes para o desenho e
aperfeiçoamento de serviços públicos, como a necessidade de seus processos de
trabalho serem focados na criação de valor para os seus usuários, e não somente
desenhados para atender a requisitos de funcionamento da Administração Pública .

A Estratégia Brasileira para a Transformação Digital (E-Digital) também apresenta


um amplo diagnóstico dos desafios a serem enfrentados e uma visão de futuro para
a transformação digital da economia, do governo e da sociedade brasileira.

Conhecer esse diagnóstico pode ser útil para que o município compreenda como
esses desafios também se relacionam com a gestão local.

A EGD também apresenta metas para o desenvolvimento do governo digital no país.


Entre essas metas traçadas, estão, por exemplo:

• ampliar os serviços digitais e alcançar a disponibilização de pelo menos mil


diferentes serviços de governo no Portal de Serviços (www.servicos.gov.br);

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• implementar a dispensa de certidões e documentos para serviços públicos digitais
que já constem nas bases de dados do governo;

• implementar um sistema de autenticação única ao cidadão, agregando os


princípais níveis de segurança em uma única ferramenta;

• consolidar as Plataformas de Governo Digital do Governo Federal;

• aprimorar uma plataforma digital de participação social, como espaço privilegiado


para o diálogo entre a administração pública federal e a sociedade civil.

Atualmente, o governo federal vem centralizando todos os sites dos órgãos e


entidades no portal gov.br, tornando esse endereço a entrada única para as páginas
institucionais da administração federal e oferecendo ao cidadão um canal direto e
rápido de relacionamento com os órgãos federais.

Essas inovações e avanços da agenda do governo digital brasileiro têm dado


resultados relevantes.

Uma pesquisa realizada pela ONU sobre Governo Eletrônico 2020


apresenta o Brasil em 20º, entre 193 países, com melhor oferta de
serviços públicos digitais.

Ainda de acordo com a pesquisa, o Índice de Serviços Online mede o uso de


tecnologias da informação e comunicação (TICs) pelos governos para a prestação de
serviços públicos em nível nacional, incluindo dados abertos, participação eletrônica,
prestação de serviços multicanais, serviços móveis, nível de utilização pelo cidadão,
bem como parcerias inovadoras por meio do uso de TICs.

Para mais informações sobre o tema da Transformação Digital


no governo federal, acesse esta notícia:

- Do Eletrônico ao Digital.

Estratégias para digitalização dos serviços no município

O avanço do governo federal em direção à digitalização de serviços é uma ótima

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referência e fonte de boas práticas para os governos municipais. Há muita
documentação disponível sobre como esses processos de digitalização dos serviços
foram realizados.

É importante destacar a importância de o município realizar um


mapeamento de todos os serviços ofertados, identificando quais
deles já foram digitalizados e quais possuem potencial para
digitalização.

Esse levantamento certamente dará a você, gestor e gestora municipal, um mapa


de quais são os serviços que podem ser digitalizados. Um ponto de atenção nesse
processo de digitalização de serviços é que, antes de se iniciar qualquer processo de
digitalização, é preciso questionar se a forma como o serviço é oferecido atualmente
entrega os resultados esperados pelo cidadão.

Para isso, é importante evidenciar como funciona o processo de um determinado


serviço com vistas a identificar quais são os retrabalhos existentes, quais recursos
podem ser otimizados, quais falhas (de segurança, de documentação, etc.)
contribuem para que a experiência do usuário com aquele serviço não seja a mais
adequada.

Além desse olhar sobre como os serviços são entregues para o cidadão e como
eles podem ser aperfeiçoados, é importante que sejam identificados quais
sistemas são atualmente utilizados pela gestão municipal e como eles podem ser
integrados de modo a otimizar a aplicação de recursos com aquisição de sistemas
e de infraestrutura de informática e a organização e o armazenamento dos dados
atualmente coletados pelo município em seus sistemas.

Fique atento! Estamos vivendo na sociedade do conhecimento e


um dos ativos mais importantes da atualidade são os dados dos
usuários dos serviços que uma organização oferece.

Outro aspecto positivo e que deve ser explorado pela gestão municipal é a
possibilidade de se aprofundar a transparência e a participação dos cidadãos
com a oferta de mecanismos que facilitem o acesso à informação e aos dados sob
responsabilidade da gestão. Quanto a esse último aspecto, é importante que o
município adeque seus sistemas de coleta de informação aos requisitos da Lei Geral
de Proteção de Dados (LGPD).

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Experiências municipais de digitalização de serviços

Gestor e gestora, não é somente o governo federal que pode servir de referência para
criação de serviços digitais. Alguns municípios brasileiros também estão avançando
na oferta de serviços digitais aos cidadãos.

O caso de Curitiba parece ilustrar bem como os municípios também podem e devem
avançar nessa agenda. O município de Curitiba disponibiliza aos seus cidadãos o
Curitiba APP, que, segundo a prefeitura, agrega cerca de 600 serviços em um único
aplicativo.

Clique aqui para ler uma matéria sobre o Curitiba App.

Assim como Curitiba, outros municípios também têm avançado na implementação


de serviços digitais. Encontrar essas experiências é bem simples, pois há bastante
divulgação na internet. A seguir, compartilhamos alguns links para acesso a matérias
com essas experiências: Goiânia; Cachoeiro do Itapemirim; Fortaleza.

A implementação de serviços digitais tem sido uma condição colocada pelos tempos
em que vivemos. Contudo, gostaríamos de deixar registrados alguns pontos de
atenção:

- A digitalização de serviços precisa vir para ampliar o acesso a


serviços e não restringir. Não se esqueça de que muitas pessoas no
Brasil ainda não foram incluídas digitalmente.

- Coloque sua equipe responsável pela digitalização de serviços


para conversar com equipes dos municípios que já implantaram
serviços digitais. Não parta do zero!

Com isso, encerramos nosso conteúdo sobre governo digital e desejamos que o
seu município consiga avançar na ampliação da acessibilidade aos serviços, na
transparência da ação pública e no aperfeiçoamento da gestão do conhecimento
dentro da administração.

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Referências

BRASIL. Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Escola Nacional


de Administração Pública. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Inovação no
setor público: teoria, tendências e casos no Brasil. Brasília: Enap; Ipea, 2017.

SANO, H. Laboratórios de inovação no setor público: mapeamento e diagnóstico


de experiências nacionais. Brasília: Enap, 2020.

BERGUE, S. T. Gestão estratégica de pessoas no setor público. 2. ed. Belo


Horizonte: Fórum, 2020.

SALOOJEE, F.-M. In: PETERS, G. et al. Administração Pública: coletânea. São Paulo:
UNESP; Brasília: ENAP, 2010.

GONÇALVES, M. F. R. (Coord. Téc.). Manual do prefeito. 16. ed. Rio de Janeiro: IBAM,
2020.

BRASIL. Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Escola Nacional


de Administração Pública. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Inovação no
setor público: teoria, tendências e casos no Brasil. Brasília: Enap; Ipea, 2017.

SANO, H. Laboratórios de inovação no setor público: mapeamento e diagnóstico


de experiências nacionais. Brasília: Enap, 2020.

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