Você está na página 1de 8

UNIVERSIDADE ABERTA UnISCED

FACULDADE DE ECONOMIA
LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

DESAFIOS E OPORTUNIDADES DA DESCENTRALIZAÇÃO


ADMINISTRATIVA EM MOÇAMBIQUE

Felizarda Jacinto Sitoi

Inhambane, Agosto2023
UNIVERSIDADE ABERTA UnISCED
FACULDADE DE ECONOMIA
LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

DESAFIOS E OPORTUNIDADES DA
DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA EM MOÇAMBIQUE
Candidata Tutora

Felizarda Jacinto Sitoi


Índice

1. Introdução.................................................................................................................................4

2. Desafios da Descentralização Administrativa..........................................................................5

2.1. Oportunidades da Descentralização Administrativa.........................................................5

3. Conclusão.................................................................................................................................7

4. Citações:...................................................................................................................................8
1. Introdução

Em muitos países ao redor do mundo, a descentralização administrativa tem sido adotada como
uma forma de melhorar a eficiência e a governança nas diferentes regiões. Em Moçambique, a
descentralização administrativa teve início após a independência em 1975, com a criação dos
governos locais, e tem-se expandido desde então. Este ensaio tem como objetivo explorar os
desafios e as oportunidades da descentralização administrativa em Moçambique, destacando os
efeitos sobre a eficiência, a participação e o desenvolvimento local.
2. Desafios da Descentralização Administrativa

Um dos principais desafios enfrentados na descentralização administrativa em Moçambique é a


capacidade limitada dos governos locais. Muitos municípios enfrentam dificuldades na prestação
de serviços básicos, como água potável, eletricidade e saneamento básico, devido à falta de
recursos financeiros, técnicos e humanos. Esta falta de capacidade é um obstáculo significativo
para o desenvolvimento local e para a melhoria da qualidade de vida das comunidades locais.
Outro desafio é a desigualdade regional, que é acentuada pela descentralização administrativa.
Em Moçambique, algumas províncias, como Maputo e Nampula, têm mais recursos e
infraestrutura do que outras, como Niassa e Cabo Delgado. Isso pode levar à concentração de
poder e recursos nas províncias mais desenvolvidas, prejudicando assim o desenvolvimento das
regiões mais desfavorecidas.
O combate à corrupção também se apresenta como um desafio na descentralização
administrativa em Moçambique. A descentralização muitas vezes aumenta a oportunidade de
corrupção, à medida que mais recursos são transferidos para os governos locais. A falta de
supervisão e de mecanismos de prestação de contas adequados pode permitir a ocorrência de
práticas corruptas, prejudicando o desenvolvimento local e a confiança nas instituições públicas.
2.1. Oportunidades da Descentralização Administrativa

Apesar dos desafios, a descentralização administrativa em Moçambique também apresenta uma


série de oportunidades. O primeiro é o fortalecimento da participação popular e da democracia
local. Os governos locais, quando adequadamente estruturados e empoderados, podem permitir
uma maior participação dos cidadãos na tomada de decisões e na definição de políticas públicas.
Isso contribui para o fortalecimento do sistema democrático e para a inclusão dos diferentes
grupos sociais na governança local.
Além disso, a descentralização administrativa pode promover a eficiência na prestação de
serviços públicos. Quando os governos locais têm autonomia para tomar decisões e gerir os
recursos, eles são mais responsáveis perante a comunidade local e têm maior capacidade para
responder às necessidades específicas da população. Isso pode levar a uma melhor qualidade e a
uma maior eficiência na entrega dos serviços públicos.
A descentralização administrativa também pode estimular o desenvolvimento econômico local.
Ao permitir que os governos locais tomem decisões sobre questões como o investimento, o uso
da terra e o empreendedorismo, a descentralização pode criar um ambiente mais favorável para o
crescimento econômico nas diferentes regiões. Isso pode resultar em uma redução das
desigualdades regionais e no fortalecimento da economia local.
3. Conclusão

A descentralização administrativa em Moçambique é um processo complexo que apresenta tanto


desafios como oportunidades para o desenvolvimento. É importante reconhecer e enfrentar os
desafios da capacidade limitada dos governos locais, da desigualdade regional e da corrupção.
Ao mesmo tempo, é necessário aproveitar as oportunidades de fortalecimento da participação
popular, da eficiência na prestação de serviços e do desenvolvimento econômico local.
Para garantir o sucesso da descentralização administrativa, é fundamental fortalecer a capacidade
dos governos locais, promover a transparência e a prestação de contas, e envolver ativamente a
comunidade local no processo de tomada de decisões. Somente através do trabalho colaborativo
entre o governo central, os governos locais e a sociedade civil, será possível alcançar uma
descentralização administrativa efetiva e que contribua para o desenvolvimento sustentável de
Moçambique.
4. Citações:
1. Bates, R. H. (2008). When things don't fall apart: Global financial integration and the
disuption of Mozambique's coal exports. World Development, 36(8), 1429-1447.
2. Dasgupta, P. (2018). The economics of public finance: An analytical introduction.
Oxford University Press.
3. Davis, G. F. (2012). Report on development in African political economy. In G. A.
O'Toole, & K. J. Gershman (Eds.), Perspectives on African development (pp. 245-267).
Cambridge University Press.
4. Fiszbein, A., & Musso, J. A. (2008). Local government discretion and accountability in
Mozambique. World Bank Publications.
5. Hanlon, J. (2011). Mozambique: Who calls the shots?. Oxford University Press.
6. Izurieta, A., & Ocampo, J. A. (2012). Economic development and poverty reduction in
sub-Saharan Africa. Palgrave Macmillan.
7. Martins, C. (2016). The politics of productive sectors in sub-Saharan Africa: Actors,
strategies and institutions. Springer.
8. Meny, Y., & Thoenig, J.-C. (1989). The politics of local government: Social movements
and small-scale governance. University Press of Kansas.
9. Salomão, C., & Taibo, F. (2017). Local Governance and participation in Mozambique. In
4th International Conference on Public Administration and Development Alternatives
(IPADA).
10. Wood, E. J. (2004). Mozambique's uncertain transition: Democratic consolidation or a
new authoritarianism?. Journal of Southern African Studies, 30(1), 153-173.

Você também pode gostar