UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE LETRA E HUMANIDADE

LICENCIATURA EM ENSINO DE HISTÓRIA COM HABILITAÇÕES EM

DOCUMENTAÇÃO

Graciete Manuel Jaime

A corrupção nepotismo e seu impacto na construção de estado em Moçambique

Quelimane

2023
Graciete Manuel Jaime

Trabalho de carater avaliativo, a ser submetido

no departamento de letras e Humanidade,
recomendado pelo docente da cadeira de
Historia de Africa IV:

PHD. Cassimo Jamal

Quelimane

2023
Índice

1.Introdução ..............................................................................................................................2

1.1.Objetivos.............................................................................................................................2

1.1.1. Geral ...............................................................................................................................2

1.1.2. Específico .......................................................................................................................2

2.Contextualização ...................................................................................................................3

2.1.Definição de Conceitos.......................................................................................................3

3.A corrupção nepotismo e seu impacto na construção de estado em Moçambique................4

4.Contexto geral .......................................................................................................................4

4.1.As Implicações do Nepotismo ............................................................................................4

5.Impactos da corrupção para o Estado ....................................................................................5

5.1.A corrupção e o sistema político ........................................................................................6

5.2.Fatores que facilitam o alastramento da corrupção ............................................................6

6.Conclusão ..............................................................................................................................8

7.Bibliografia ............................................................................................................................9
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1. Introdução
Segundo um inquérito financiado pela USAID (2001), Moçambique, é considerado um dos
países mais corruptos do mundo, um quarto dos moçambicanos paga suborno para conseguir
emprego. O estudo revela que os níveis de corrupção e de criminalidade em Moçambique se
situam entre os mais elevados do mundo, sendo este assunto bastante preocupante para o
desenvolvimento político, social e económico do País, tornando este tema pertinente naquilo
que são os problemas da corrupção e os seus custos. A corrupção tem vindo a alastrar-se
rapidamente ao longo dos últimos 20 anos, tendo agora atingido praticamente todos os
sectores, funções e níveis do governo. O nível e o âmbito da corrupção em Moçambique
atingiram níveis alarmantes e potencialmente representa um risco para a governação
democrática nascente no país. A corrupção é tão endémica que se tornou norma para os
cidadãos e homens de negócios, os quais a toleram para conseguir que os assuntos sejam
resolvidos e ter acesso aos serviços públicos básicos. Os funcionários do Estado de escalão
inferior utilizam a corrupção como suplemento das suas magras receitas, enquanto que os
funcionários de nível sénior recorrem à corrupção para aumentarem a sua riqueza e
fortalecerem o poder político, enquanto que as elites económicas utilizam-na para
consolidarem a sua posição e impedirem a concorrência.

1.1.Objetivos

1.1.1. Geral
❖ Descrever os impactos da corrupção na vida política e económica de Moçambique.

1.1.2. Específico
❖ Descrever como a corrupção afeta o desempenho político e económico do País;

❖ Identificar as razões do aumento dos índices sobre corrupção em Moçambique

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2. Contextualização
Nos últimos anos, e sobretudo desde a viragem para a democracia, Moçambique tem
aumentado a sua reputação por causa da corrupção que percorre todos os sectores da sociedade
e pelo facto de que, apesar de ser uma realidade dramática, os doadores não terem ainda
endurecido a sua linguagem visando uma maior pressão sobre governantes.

Ora, no anterior regime autoritário, a corrupção não era tolerada e a liderança política era
vigorosa na punição dos que abusavam do bem público, possibilitando também altos níveis
morais de condenação, mesmo apesar dos fracos salários na função pública e uma carência
generalizada de bens de consumo de primeira necessidade. Mas a democratização e
liberalização não foram acompanhadas de um redesenho institucional efectivo de modo a se
acautelar o desenvolvimento da corrupção.

2.1.Definição de Conceitos
O nepotismo pode ser entendido como favorecimento de parentes de servidores públicos, sem
concurso público, ou seja, emprego no serviço públicos com benefícios, por intermédio de
parentes servidores públicos. O nepotismo é benefício dos vínculos de parentesco em relações
de trabalho ou em emprego.

As abordagens teóricas sobre corrupção têm distinguido a corrupção política (grande

corrupção) da corrupção burocrática (pequena corrupção).

A grande corrupção ocorre quando os políticos e os decisores (chefes de Estado, Ministros e

oficiais de topo), investidos da capacidade de formular, estabelecer e implementar leis em
nome do povo, tornam-se, eles próprios, corruptos (Doig e Theobald, 2000).

A grande corrupção lida com indivíduos situados em altas esferas do poder, os quais exploram
as suas posições para extraírem subornos das corporações nacionais e internacionais,
apropriando-se dos pay-offs de contratos, ou desviam largos montantes do dinheiro público
para contas bancárias localizadas geralmente no exterior.

A corrupção burocrática é aquela que ocorre na administração pública, no lado da

implementação das políticas. Esta corrupção de “nível baixo” ou “de rua” é aquela que os
cidadãos normais experimentam no seu dia a dia, nomeadamente na Administração Pública,
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nos serviços como hospitais, escolas, locais de licenciamento de actividades comerciais,

polícia, alfândegas, autoridades fiscais, etc.

3. A corrupção nepotismo e seu impacto na construção de estado em Moçambique.

4. Contexto geral
a corrupção não traz nenhum benefício para o desenvolvimento político e económico, muito
pelo contrário, este fenómeno traz efeitos negativos no combate a pobreza e na promoção do
desenvolvimento sustentável de um determinado país, aumentando a desigualdade de renda e
os níveis de pobreza absoluta, também prejudica na questão do investimento directo
estrangeiro. A cada ano que passa os níveis de pobreza em Moçambique tendem a subir, apesar
de haver grandes esforços do governo no combate a pobreza e grandes quantidades de recursos
e que são destinados ao bem-estar das populações e o desenvolvimento económico, mas estes
são desviados através da corrupção. Moçambique dispõe de recursos naturais e minerais que
se bem geridos permitiria que Moçambique encontrasse um caminho para sair da pobreza
absoluta. (Cortella, 2014)

Segundo os resultados do inquérito realizado pelo Centro dos Estudos Estratégicos

Internacionais do Instituto Superior de Relações Internacionais (2010) de modo geral, a
polícia, as agências de licenciamento, as unidades de aquisição de bens e serviços, as
alfândegas e os serviços de saúde e educação, são consideradas como sendo as instituições
mais corruptas na óptica dos negócios e pelos agregados familiares

4.1.As Implicações do Nepotismo

Para Mosse, (2014) advoga que

As práticas de nepotismo permutam a avaliação de mérito para o exercício da função pública

pela apreciação de laços de parentesco. A prática do nepotismo viola o princípio de
impessoalidade administrativa na medida em que compõe privilégios em função de relações
de parentesco e desrespeitando a capacidade técnica para o exercício do cargo publico.

No período pós-independência, Moçambique sofreu várias mutações de ordem estrutural e

nelas podem-se incluir reformas no aparelho do estado e na Administração Publica. Se é
verdade que houve avanços significativos, não é menos verdade que ainda o país ainda
é confrontado com situações de nepotismo, maiores inimigos da modernidade. O combate ao
nepotismo exacerbado na APM teve origem no governo de orientação Marxista – Leninista
(1975- 1989) e, quase sem expressão no ciclo de “cabritismo4” ou “deixa andar5” expresso
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“em venha amanha” tendo já sido transformado em versão mais amplificada do combate
a corrupção (2004- 2014), um período de auge cujo combate parecia cerrado. (Cortella, 2014)

Todos os factores acima citados contribuíram de alguma forma para o fortalecimento do

nepotismo na Administração Publica moçambicana, porque de alguma forma com as politicas
sem nenhum enquadramento jurídico que foram aparecendo os agentes públicos que
começaram a confundir a coisa pública com a propriedade privada e de alguma se
sentia no direito de facilitar a seus familiares o acesso a Administração Publica sem concurso
público.

5. Impactos da corrupção para o Estado

A corrupção em Moçambique é amplamente sintomática da falta de controlo e fiscalização
dos três braços do governo, da transparência e acesso limitados à informação, da
responsabilização mínima dos funcionários eleitos e de uma cultura de impunidade em que a
corrupção persiste porque é vista como sendo uma actividade de baixo risco e de grande
recompensa. Infelizmente, por causa dos efeitos corrosivos da corrupção sobre a
transparência, responsabilização e credibilidade do governo, se não for controlada. (Mosse;
2014)

A corrupção no sector público em Moçambique tem consequências devastadoras na vida

económica, política e social do país. Ela afasta os investidores nacionais e estrangeiros, cria
vantagens injustas para alguns e reduz as perspectivas para os pobres. A corrupção constrange
a governação democrática, pois mina o processo judicial, desmantela o estado de direito e
reduz a prestação de serviços públicos essenciais, em particular para os pobres. Penetra de tal
forma no tecido social e cultural do país que parece que os moçambicanos estão resignados a
viver com a corrupção penetrante porque não vêem de que forma a podem evitar. (Macamo;
2014)

Importa referir que a corrupção compromete a confiança pública das instituições, promove a
criminalidade e os seus custos sociais e económicos são insuportáveis. Os dirigentes públicos,
se envolvem em actos de corrupção para o benefício próprio e este acto compromete naquilo
que são os objectivos do governo que é de garantir o bem-estar económico e social dos
moçambicanos, estes, que dependem de uma boa administração pública para terem uma vida
digna. Quanto mais irregular e corrupta for a governação, mais provável é que seja tomada
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pela violência e falência do estado, que por sua vez intensificam esses factores e produzem
crises. (Macamo; 2014)

5.1.A corrupção e o sistema político

De acordo com Macamo; (2014) sustenta que:

Quando os representantes do povo não conseguem garantir as populações os seus direitos

básicos é porque eles não possuem capacidades para faze-lo e soma-se a isto o fato da
corrupção, onde de forma frequente existem notícias de atos de corrupção praticados pelos
dirigentes escolhidos pelo povo, com desvios de quantias avultadas de dinheiro, o que afasta
cada vez mais a credibilidade e a representatividade dos poderes executivos e legislativo.

As pessoas que exercem o poder do voto, estão contaminados por actos de corrupção que para
estas são comuns. A coisa pública não é gerida como deve ser, os representantes do povo, não
demonstram a capacidade para a gestão da coisa pública, o que provoca a ineficiência do
Estado e os direitos fundamentais deixam de ser efectivados. Neste caso, o sistema político
vai-se tornando uma luta por interesses próprios e os cargos vão facilitando a troca de favores.
(Macamo; 2014)

5.2.Fatores que facilitam o alastramento da corrupção

Existem vários factores que facilitam o alastramento da corrupção por vários sectores e
funções do governo em Moçambique destacam-se os seguintes:

❖ Domínio de um único partido e falta de controlo e fiscalização.

O partido Frelimo tem governado exclusivamente Moçambique desde a sua independência.

As eleições, que foram consideradas livres no geral e realizadas desde o fim da guerra civil,
têm reconduzido, de forma constante, a Frelimo ao poder, mas este monopólio de facto
contribuiu para escamotear a distinção entre partido e governo e minou o controlo e a
fiscalização no seio dos braços do governo do país. A Frelimo controla efetivamente as
actividades dos braços executivo, legislativo e judicial. (Macamo; 2014)

Também gerou uma cultura de impunidade em que os funcionários do governo / partido

geralmente não são punidos nem pelos tribunais, nem pelo processo eleitoral pela sua má
governação ou pelo seu comportamento corrupto.
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❖ Norma jurídica limitada e impunidade por comportamento corrupto. Por causa

da fraqueza e, por vezes, da manipulação política das instituições judiciais, alguns
funcionários e cidadãos conseguem envolver-se em actividades corruptas
impunemente.
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6. Conclusão
Em jeito de conclusão, referir que a corrupção não traz nenhum benefício para o
desenvolvimento político e económico, muito pelo contrário, este fenómeno traz efeitos
negativos no combate a pobreza e na promoção do seu desenvolvimento sustentável,
aumentando a desigualdade de renda e os níveis de pobreza absoluta, também prejudica na
questão do investimento directo estrangeiro.

A cada ano que passa os níveis de pobreza em Moçambique tendem a subir, apesar de haver
grandes esforços do governo no combate a pobreza e grandes quantidades de recursos e que
são destinados ao bem-estar das populações e o desenvolvimento económico, mas estes são
desviados através da corrupção. Moçambique dispõe de recursos naturais e minerais que se
bem geridos permitiria que Moçambique encontrasse um caminho para sair da pobreza
absoluta.

A corrupção traz custos económicos e sociais insuportáveis para um determinado Pais. O

governo de Moçambique tem feitos nos últimos anos grandes esforços no combate a
corrupção, todavia, a região continua a ser um dos países mais corruptos do mundo, o que
pode dever-se a falta de medidas não eficazes para o combate ao fenómeno, a não
responsabilização dos processos, entre outras medidas que não são levadas para combater a
corrupção. Foi lançado ainda este ano através do Presidente da República de Moçambique, o
Plano Estratégico do Combate a Corrupção com vista a diminuir o crescente casos de
corrupção e redução dos custos que advém deste fenómeno.
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7. Bibliografia
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CORTELLA, Mário Sérgio. FILHO, Clóvis de Barros. Ética e vergonha na cara!. – Campinas,
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